Manguezais, toxinas ideológicas e poluição política
“As sociedades globais sofrem com a perda dos ‘manguezais morais’, expondo-se a comportamentos tóxicos e extremismo crescente, alerta Friedman.” por Enio Lins, do site Vermelho Thomas Friedman, um dos mais prestigiados e premiados jornalistas americanos, editorialista do New York Times, teve importante texto republicado no Brasil pelo Estadão. Com o título traduzido para “Como perdemos nosso lastro como sociedade”, o texto tem o seguinte “bigode”: “Sociedade americana perdeu filtros que evitavam comportamentos tóxicos e o extremismo e estimulavam comunidades saudáveis”. Benefícios da natureza Diz Friedman no segundo parágrafo: “[como?] O meio ambiente oferece uma boa resposta. Há quase 30 anos, visitei a Mata Atlântica no Brasil com uma equipe da Conservação Internacional, e seus membros me ensinaram todas as funções incríveis que os manguezais – aqueles bosques de árvores que muitas vezes vivem debaixo d’água ao longo da costa – desempenham na natureza. Os manguezais filtram toxinas e poluentes por meio de suas extensas raízes, fornecem amortecimento contra ondas gigantes desencadeadas por furacões e tsunamis, formam criadouros para o amadurecimento dos peixes jovens com segurança porque suas raízes trançadas impedem a entrada de grandes predadores e, literalmente, ajudam a manter o litoral no lugar”. Sem a defesa do mangue Seguem, na íntegra, mais trechos do cara do NY Times: “Na minha opinião, uma das coisas mais tristes que aconteceu aos EUA durante a minha vida foi o quanto perdemos tantos dos nossos manguezais. Hoje, estão ameaçados de extinção em todo lugar – e não apenas na natureza. A própria sociedade também perdeu muitos dos seus manguezais sociais, normativos e políticos – tudo aquilo que costumava filtrar comportamentos tóxicos, amortecer o extremismo político e nutrir comunidades saudáveis e instituições confiáveis para os jovens crescerem e que sustentam a união da nossa sociedade”. Friedman vai mais além: “Veja só, a vergonha costumava ser um manguezal. Antigamente, se você fosse candidato à presidência dos Estados Unidos e fosse alegado – com muitas evidências – que você falsificou registros comerciais para encobrir sexo com uma estrela pornô logo após sua esposa ter dado à luz um filho, você abaixaria a cabeça de vergonha, desistiria da corrida e se esconderia debaixo da cama. Esse manguezal da vergonha foi completamente arrancado por Trump”. Nem precisava escrever mais nada. Sem filtro nenhum No Brasil, um cafajeste dito mitológico esbanja covardia, golpismo, preconceito, ignorância, desumanidade, falsidade, desonestidade e arrasta para si praticamente metade do eleitorado nacional. Na Itália, o fascismo volta às ruas com suas camisas pretas e saudações do tempo de Mussolini e, através do partido Fratelli d’Italia, elegeu parlamentares o suficiente para fazer sua líder, Georgia Meloni, primeira-ministra italiana. No modelo húngaro de fascismo contemporâneo, um amigo íntimo do “mito” Jair, o “duce” Viktor Orban é um direitista extremado que já foi – entre 1978 e 1979 – secretário da Liga da Juventude Comunista Húngara. Na França, a fascistóide Marine Le Pen obteve 41,8% dos votos nas eleições presidenciais de 2022, crescendo 8 pontos percentuais em relação à disputa anterior, em 2017. Em Israel, a extrema-direita sionista, comandada por Bibi Netanyahu, implementa (na cara de pau) um genocídio no Gueto de Gaza do jeito de Adolf Hitler fez contra os judeus no Gueto de Varsóvia. Apois é isso mesmo: não só nos Estados Unidos, mas também no Brasil e em boa parte do mundo, os manguezais morais estão fazendo falta para depurar os dejetos ideológicos cada dia mais abundantes e ousados.
Brasil socorre Argentina com fornecimento emergencial de gás natural
Em meio a uma crise energética, Petrobras atende pedido argentino e destrava fornecimento de gás, evitando colapso no país vizinho. A normalização do abastecimento foi anunciada pelo porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni, gerando alívio no país O governo brasileiro interveio para evitar um colapso energético na Argentina, destravando o fornecimento de gás natural pela Petrobras. Em uma ação emergencial, a Argentina contratou um navio com 44 milhões de metros cúbicos (m³) de gás liquefeito (GNL) da Petrobras, após uma súbita escassez de combustível no país, causada por um frio atípico e intenso. A crise energética, em razão do aumento da demanda, se agravou rapidamente, afetando mais de 300 indústrias e postos de combustíveis. Diante dessa emergência, o governo argentino recorreu à Petrobras, mas enfrentou problemas com a carta de crédito emitida pelo Banco de la Nación Argentina (BNA), causando atrasos no descarregamento do gás. O governo argentino acionou a diplomacia brasileira para resolver o impasse. O chanceler argentino Diana Mondino contatou o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, para agilizar a liberação do carregamento. “Havia claramente um grau de urgência nas ligações”, descreveu uma autoridade envolvida, enfatizando a importância da rápida resolução para evitar maiores danos à economia argentina. Normalização do abastecimento Com a intervenção direta das autoridades brasileiras e argentinas, um novo documento de garantia foi emitido, permitindo a liberação do GNL. A Petrobras confirmou que a operação de venda ocorreu conforme acordado, e o abastecimento de gás foi normalizado. “Foi uma questão puramente comercial”, afirmaram os envolvidos, destacando a eficácia da articulação diplomática e comercial entre os dois países. A normalização do abastecimento foi anunciada pelo porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni, gerando alívio no país. “Temos que saber ser agradecidos e reconhecer quando as coisas saem bem. A rapidez que houve para solucionar o problema com a famosa carta de crédito é digna de elogios”, afirmou Adorni. A operação destacou a maturidade nas relações econômico-comerciais entre Brasil e Argentina, mesmo sem contato direto entre os presidentes Lula e Milei. A ação conjunta reforçou a importância da cooperação regional em momentos de crise. Relações comerciais O acordo entre Petrobras e Enarsa, firmado no mês passado, prevê um intercâmbio de informações e ações coordenadas para garantir o fornecimento de gás natural durante o inverno argentino, sem impactar o abastecimento no Brasil. Este episódio reforça a importância das relações bilaterais no Mercosul e a capacidade das instâncias técnicas de ambos os países de operar de maneira eficiente em situações de emergência. Em nota, a Petrobras afirmou que “a operação de venda de GNL entre a Petrobras e a Enarsa ocorreu conforme acordado em contrato. Ambas as empresas atuaram para viabilizar o início de fornecimento, que já está acontecendo, no menor prazo possível”.
Personalidades pedem a Lula rompimento de relações com Israel
Artistas e intelectuais pedem ao presidente ação contra a violência em Gaza; carta destaca violações do governo Netanyahu e urgência de medidas humanitárias Um grupo formado por 44 personalidades, incluindo artistas, escritores, advogados e intelectuais – entre eles judeus – enviou uma carta ao presidente Lula (PT), solicitando que o Brasil corte relações diplomáticas e comerciais com Israel. No texto, eles afirmam que, com isso, o Brasil, “sob uma liderança de sua envergadura”, poderia contribuir “para que se encerre essa carnificina insuportável” promovida pelo país na Faixa de Gaza. “O Brasil tem apresentado seguidas propostas para o cessar-fogo na Faixa de Gaza e a solução de dois Estados estabelecida por resoluções internacionais”, afirma o texto. “No entanto, a crescente violência imposta pelo governo Netanyahu, com ataques desumanos e cruéis contra civis, obriga o mundo a ir além de gestos e propostas diplomáticas, como já debatem diversos países da União Europeia e outras regiões”. A carta destaca ainda que os recentes ataques de Israel a um acampamento de deslocados em Rafah, no sul de Gaza, “com dezenas de inocentes assassinados, demonstram claramente inaceitável desprezo à ética humanitária”. Por fim, o documento propões que o país se junte “às demais nações que romperam relações diplomáticas e comerciais com o Estado de Israel, exigindo o cumprimento das decisões que colocam fim ao genocídio e garantem a autodeterminação do povo palestino”. O documento é assinado por artistas como Chico Buarque, Gilberto Gil e Wagner Moura, escritores, intelectuais, advogados e ex-ministros de Estado. Judeus, como Anita Leocadia Prestes, o jornalista Breno Altman e o professor Bruno Huberman, também estão entre os signatários. Vale ressaltar que o presidente Lula removeu oficialmente o embaixador brasileiro em Israel, o diplomata Frederico Meyer, e o transferiu para Genebra, na Suíça. A decisão foi publicada no diário oficial desta quarta-feira (29). Leia a íntegra da carta: Carta aberta ao presidente Lula sobre o genocídio do povo palestino “Estimado presidente Lula, “Antes de mais nada, queremos saudá-lo por seu comportamento sempre firme e coerente em solidariedade ao povo palestino, denunciando reiteradamente o genocídio do qual é vítima, especialmente suas mulheres e crianças. “O Brasil tem apresentado seguidas propostas para o cessar-fogo na Faixa de Gaza e a solução de dois Estados estabelecida por resoluções internacionais. Graças ao seu governo, somos uma das nações que reconhecem, no âmbito das Nações Unidas, a soberania e a independência da Palestina. “No entanto, a crescente violência imposta pelo governo Netanyahu, com ataques desumanos e cruéis contra civis, obriga o mundo a ir além de gestos e propostas diplomáticas, como já debatem diversos países da União Europeia e outras regiões. “O governo Netanyahu viola abertamente deliberações emanadas da Corte Internacional de Justiça, colocando-se à margem do direito, além de desrespeitar o Conselho de Segurança e a Assembleia Geral da ONU. “Recentes ataques contra um acampamento de deslocados em Rafah, no sul de Gaza, com dezenas de inocentes assassinados, demonstram claramente inaceitável desprezo à ética humanitária. “Estamos convencidos, querido presidente, que é hora de nosso país se juntar às demais nações que romperam relações diplomáticas e comerciais com o Estado de Israel, exigindo o cumprimento das decisões que colocam fim ao genocídio e garantem a autodeterminação do povo palestino. “Essas medidas, adotadas por nosso país e sob uma liderança de sua envergadura, certamente serviriam de exemplo a outros governos e constituiriam uma imensa contribuição para que se encerre essa carnificina insuportável. Amanda Harumy Anita Leocadia Prestes Antônio Carlos de Almeida Castro Arlene Clemesha Berenice Bento Breno Altman Bruno Huberman Carol Proner Cézar Brito Chico Buarque Eleonora Menicucci de Oliveira Emicida Eugênio Aragão Francirosy Campos Barbosa Gilberto Gil Heloísa Vilela Jamal Suleiman Jessé Souza João Pedro Stédile Jones Manoel José de Abreu José Dirceu José Genoíno Juliana Neuenschwander Juarez Tavares Kenarik Boujikian Larissa Ramina Luiz Carlos Bresser-Pereira Luiz Carlos da Rocha Manoel Caetano Ferreira Filho Manuella Mirella Margarida Lacombe Marly Vianna Milton Hatoum Nathalia Urban Ney Strozake Paulo Borba Casella Paulo Nogueira Batista Jr. Paulo Sérgio Pinheiro Paulo Vannuchi Pedro Serrano Reginaldo Nasser Salem Nasser Ualid Rabah Wagner Moura
Com gol de Vini Jr., Real Madri é campeão da Champions League
O time espanhol conquistou o seu 15° título do campeonato O Real Madrid venceu o Borussia Dortmund neste sábado (1) e conquistou a sua 15ª Champions League, no estádio Wembley, em Londres. O primeiro gol saiu aos 28 minutos do segundo tempo, quando o defensor espanhol Carvajal tocou de cabeça para abrir o placar após escanteio do meio-campista alemão Kross. Aos 37 minutos, o meia inglês Bellingham passou a bola para o brasileiro Vini Jr, que anotou o segundo gol do time espanhol. Com mais uma atuação de destaque no título, o atacante confirmou o favoritismo para ganhar a sua primeira Bola de Ouro, o prêmio de melhor jogador do mundo. O Borussia venceu a Champions apenas uma vez, na temporada 96/97, quando venceu a Juventus, da Itália.