Dos campos até a prisão por estupro: as trajetórias de Daniel Alves e Robinho

Condenados por estupro na Europa, Daniel Alves e Robinho foram companheiros na Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2010 Milionários, multicampeões e bem-sucedidos no futebol. Porém, os fatos mais importantes das trajetórias de Daniel Alves e Robinho são as condenações por estupro na Europa. Companheiros na Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2010, o ex-lateral e o ex-atacante estão presos na Espanha e no Brasil, respectivamente, com penas para cumprir. Por Pedro Bueno – No Ataque Robinho foi preso na noite de quinta-feira (22/3) após a definição do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para que a pena seja cumprida no Brasil e a resposta negativa do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o pedido de habeas corpus. O ex-atacante foi condenado a nove anos de prisão pela Justiça Italiana em janeiro de 2022 por forçar uma mulher albanesa de 23 anos a ter relaçoes sexuais com ele e outros cinco homens, o que configurou em estupro coletivo. A partir da ida definitiva ao presídio de Tremembé, que ocorreu na noite de quinta-feira (21/3), a defesa tentará um novo habeas corpus junto ao STF. Já Daniel Alves vive uma situação diferente, já que está preso desde fevereiro de 2023 e tem direito a deixar a cadeia para responder o processo em liberdade se pagar a fiança. Porém, até a publicação desta matéria, o ex-lateral-direito não havia pago a quantia de 1 milhão de euros (R$ 5,5 milhões), ou seja, ainda estava em cárcere. No ano passado, Daniel foi julgado pela Justiça da Espanha, considerado culpado pelo estupro de uma mulher de 23 anos em uma boate e sentenciado a quatro anos e meio de detenção, além de mais cinco anos de liberdade vigiada e pagamento de indenização de 150 mil euros (R$ 798 mil, na cotação da época) e das custas do processo. Companheiros nos campos Mesmo não estando nas mesmas penitenciárias e nem sequer nos mesmos países, Daniel Alves e Robinho traçaram caminhos semelhantes até cair no ostracismo. Dos campos até a prisão, os ex-jogadores, inclusive, estiveram juntos em uma Copa do Mundo. Em 2010, os atletas foram convocados pelo técnico Dunga para defender a Seleção Brasileira no Mundial da África do Sul. Robinho foi titular em quatro dos cinco jogos, marcou dois gols e deu uma assistência. Já Daniel Alves começou a Copa entrando como reserva nas duas partidas iniciais e esteve em campo como titular na linha de meio-campo nos três compromissos seguintes – ele não participou de gols. Juntos, com a camisa do Brasil, Daniel Alves e Robinho fizeram 44 jogos, conquistaram 32 vitórias e foram campeões da Copa América de 2007 e da Copa das Confederações de 2009. Até uma realidade diferente na prisão As atitudes criminosas de Daniel Alves e Robinho, as quais foram confirmadas pela Justiça da Espanha e da Itália, respectivamente, comprometeram a vida das vítimas, que, na época do caso, tinham 23 anos e foram estupradas. Porém, mesmo não podendo ser o foco de nenhuma narrativa do caso, é válido destacar a vida dos ex-jogadores antes de cometer os crimes. Eles tiveram carreiras vitoriosas, se tornaram atletas bem-sucedidos e com altos salários e jogaram nos principais clubes do mundo, até que a realidade foi alterada e eles entraram em uma cela por cometer um estupro durante a vida noturna. Robson de Souza, o Robinho, se tornou destaque no futebol brasileiro rapidamente com as “pedaladas” e o bicampeonato do Brasileiro pelo Santos (2002 e 2004). Essas atuações o levaram ao gigante Real Madrid-ESP ainda com 21 anos. Posteriormente, ele foi um dos primeiros astros a jogar no Manchester City-ING pós-investimento milionário e também atuou no Milan-ITA. Entre essas passagens em clubes multicampeões, o ex-atacante voltou ao Santos em duas oportunidades, sempre sendo campeão. No Brasil, o driblador nato também atuou no Atlético e conquistou um Campeonato Mineiro. Ele também passou por Guangzhou Evergrande-CHI, Sivasspor-TUR e Istanbul Basaksehir-TUR. Embora Robinho tenha sido campeão de Espanhol, Italiano, Brasileiro, Turco, o ex-atleta e agora presidiário que tem um currículo “pesado” é Daniel Alves. Com 43 títulos conquistados na carreira, o ex-lateral é o segundo jogador de futebol que mais foi campeão na carreira, ficando atrás apenas de Lionel Messi, seu ex-companheiro de Barcelona-ESP. Além das duas passagens pelo time catalão, Dani passou por Bahia, Sevilla-ESP, Juventus-ITA, Paris Saint-Germain-FRA, São Paulo e Pumas-MEX, e marcou o seu nome no futebol, se consolidando como um dos maiores alas da história do futebol. Essas façanhas são notáveis, mas ficam no futebol. A realidade de Daniel Alves e Robinho são diferentes por atitudes que eles tiveram. Condenados por estupro, os atletas devem responder o processo nos próximos anos e, possivelmente, cumprir a pena imposta pela Justiça.

Falta de água potável impacta mais crianças negras e indígenas

No Brasil, 2,1 milhões de crianças e adolescentes de zero a 19 anos vivem sem acesso adequado à água potável. O percentual de crianças e adolescentes negros sem acesso adequado à água é de 4,7%, o dobro do registrado entre brancos, de 2,2%. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira 21, véspera do Dia Mundial da Água. Já entre crianças e adolescentes indígenas, esse percentual é 11 vezes maior do que o de brancos (25%). Os 15 estados com maiores percentuais de crianças e adolescentes sem acesso adequado à água estão nas regiões Norte e Nordeste do país. Os dados são de uma análise do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) com base no Censo Demográfico 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Robinho é preso em Santos para cumprir pena por estupro

O ex-jogador vai cumprir pena de 9 anos em regime fechado por estupro. A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu pelo cumprimento da sentença italiana no Brasil. Ele foi condenado no país europeu por estupro coletivo contra uma Albanesa, em 2013. A defesa ingressou com um habeas corpus ao Supremo Tribunal Federal (STF), que negou o pedido Robson de Souza, o Robinho, foi preso pela Polícia Federal, nesta quinta-feira (21), no prédio em que mora no bairro Aparecida, em Santos, no litoral de São Paulo. Conforme apurado, ele vai passar por audiência de custódia nesta noite, na Justiça Federal. O ex-jogador foi detido após a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidir que ele cumpra a pena de 9 anos pelo crime de estupro coletivo, a partir de condenação da justiça Italiana. O crime contra uma mulher albanesa aconteceu na Itália, em 2013. Nove anos depois, a justiça do país europeu condenou Robinho em última instância. A decisão do STJ faz com que o ex-jogador cumpra a pena no Brasil. Robinho foi preso por volta das 19h desta quinta-feira. O pedido de prisão foi determinado pela Justiça Federal de Santos, após os documentos da sentença serem homologados. Agora, Robinho deve ser levado à sede da Polícia Federal, onde passará por exame de corpo de delito. Posteriormente, ele deve ser submetido a uma audiência de custódia e, depois, encaminhado para uma penitenciária, que ainda não foi definida. O julgamento do pedido da Justiça Italiana pela Corte Especial do STJ começou por volta das 14h desta quarta-feira (20) e foi realizado remotamente. Os ministros do Superior Tribunal de Justiça votaram em três quesitos: a condenação, o regime e a aplicação. Em maioria decidiram pela condenação a 9 anos por estupro coletivo, em regime fechado e com homologação da decisão, ou seja, prisão imediata. Os advogados de Robinho também ingressaram com um habeas corpus ao Supremo Tribunal Federal (STF), na manhã desta quinta-feira (21), para impedir a prisão até que se encerrem as possibilidades de recurso. O ministro Luiz Fux foi sorteado relator do pedido e negou o pedido de liminar. Crime O crime de violência sexual em grupo aconteceu em 2013, quando Robinho era um dos principais jogadores do Milan, clube de Milão, na Itália. Nove anos após o caso, em 19 de janeiro de 2022, a justiça daquele país o condenou em última instância a cumprir a pena estabelecida. Robinho foi condenado após ter estuprado junto com outros cinco homens uma mulher albanesa em uma boate em Milão. A vítima, inclusive, estava inconsciente devido ao grande consumo de álcool. Os condenados alegam que a relação foi consensual. O julgamento A sessão foi presidida pelo ministro vice-presidente do STJ Og Fernandes. O relator é o ministro Francisco Falcão. Os trabalhos foram transmitidos pelo canal do STJ no YouTube. Antes dos votos dos ministros, advogados apresentaram os argumentos pelo prazo de 15 minutos cada. Na sequência, votou o relator. Depois, os demais ministros, por ordem de tempo de casa. Como presidiu a sessão, o ministro Og Fernandes votaria apenas em caso de empate. Vida em Santos Antes da decisão em última instância, ele era presença constante nas redes de futevôlei da região e chegou a ser visto diversas vezes em uma quadra de futevôlei montada próxima ao Canal 6. Com a condenação italiana, Robinho não deixou de praticar o esporte, apenas passou a preferir convidar os amigos para jogarem em sua quadra particular, no Jardim Acapulco, em Guarujá. Pedido da Justiça italiana Robinho vive no Brasil e a legislação nacional impede a extradição de brasileiros natos para cumprimento de penas no exterior. Em novembro, o Ministério Público Federal (MPF) defendeu, em manifestação ao STJ, que ele cumprisse a pena em solo brasileiro. Em fevereiro o governo do país europeu apresentou um pedido de homologação de sentença estrangeira, que condenou o ex-jogador em novembro de 2017. O pedido foi encaminhado ao Ministério da Justiça ao Superior Tribunal de Justiça. No conteúdo do processo, a defesa de Robinho alegou que a homologação da sentença viola a Constituição, já que a Carta Magna proíbe a extradição de brasileiro nato e, diante disso, ele não cumprir uma pena estabelecida por outro estado. Fonte: G1