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Quando será o Conclave? Veja como acontece e quem participa da escolha do próximo Papa

O Conclave deve começar entre 15 e 20 dias após a morte ou renúncia do papa anterior, conforme as normas estabelecidas pelo Papa João Paulo II Por Simon Nascimento A igreja católica vai escolher um novo Papa, nas próximas semanas, após a morte do Papa Francisco. A seleção será feita por meio do Conclave, atualmente composto por 252 cardeais, dos quais 138 eleitores (com menos de oitenta anos) e 115 não eleitores. O processo é secreto e somente os religiosos da lista têm conhecimento das discussões da reunião. De acordo com as regras estabelecidas pelo papa João Paulo II em 1996, o Conclave deve começar entre 15 e 20 dias após a morte ou renúncia do papa anterior. Os cardeais são os principais conselheiros do Papa e são escolhidos por ele para ajudar a governar a igreja. No atual grupo, praticamente todos os cardeais foram elevados ao posto pelo Papa Francisco, o que, na avaliação do jornalista especialista em Vaticano e doutor em Ciências Sociais, Filipe Domingues, pode tornar o processo mais demorado. “O que aconteceu no pontificado do Papa Francisco é que ele nomeou muitos cardeais novos e muitos eram de igrejas locais, de partes do mundo onde nunca tenha tido cardeais antes. E são religiosos com perfil pastoral, como a gente diz, mais próximos do povo, atentos à devoção popular, e não tão de carreira e escritório das universidades. O problema disso é que eles não se conhecem entre si, então não sabemos como será essa votação, se será muito rápida, com a definição de um, dois, três, nomes ou se haverá uma pulverização”, disse. Domingues, que é diretor do Lay Centre em Roma, uma espécie de residência universitária para estudantes das universidades católicas, afirmou que a escolha do novo pontífice no Conclave vai depender das diretrizes desejadas para a igreja nos próximos anos. “Após a morte do Papa, é preciso esperar no máximo 20 dias para iniciar o Conclave. Eles têm esse tempo, entre a morte do Papa e o início do Conclave, para falar abertamente. Eles ficam duas semanas frequentando Roma, indo às igrejas, nos jantares, aí tem as chamadas Congregações Gerais que são reuniões dos cardeais que estão em Roma e vão falar do que a igreja precisa neste momento e de qual o perfil para conduzir a igreja neste momento”, explicou. Domingues lembrou que, na escolha de Francisco em 2013, as características traçadas indicavam um religioso reformador, que mudasse os direcionamentos da cúria romana e com mais atenção aos pobres. “Quando eles entraram para votar no Conclave, eles já tinham uma ideia do que eles queriam e provavelmente vai ser assim de novo. Na minha visão, não vai ser um Papa diferente do ponto de vista dos posicionamentos. Vai ser um Papa de continuidade, na igreja não tem muita ruptura, entre um Papa e outro, vai ser de continuidade, mas talvez com um perfil diferente”, opinou. Como funciona o Conclave? A eleição do Papa é realizada segundo a Constituição Apostólica de 1996, promulgada pelo Papa Beato João Paulo II, que rege o funcionamento do Conclave. Na prática, trata-se de uma espécie de um retiro sagrado, no qual os cardeais eleitores se reúnem para discutir e votar o nome do próximo ‘Santo Padre’. Todos os cardeais eleitores ficam hospedados em uma acomodação, na chamada “Domus Sanctae Marthae”, construída na Cidade do Vaticano. Há cardeais de três ordens: diáconos, presbíteros e bispos. Na parte da manhã e na parte da tarde, são feitas as orações e a celebração das sagradas funções ou preces. Em seguida, há os procedimentos para as eleições. Podem votar e ser votados todos os cardeais com menos de 80 anos de idade. Os cardeais eleitores são obrigados a participar do Conclave e são convocados pelo cardeal mais velho (Decano). Como é a eleição? São feitas duas eleições por dia, uma de manhã e outra à tarde, e será eleito o cardeal que, numa dessas eleições, obtiver 2/3 dos votos, considerando presentes todos os cardeais. A eleição é secreta e cada cardeal coloca em uma cédula o nome em quem deseja votar. Três cardeais são escolhidos para fazer a contagem dos votos, esses são chamados de escrutinadores. Se algum deles for escolhido com 2/3 de votos, estará eleito e, aceitando o cargo, é queimada uma fumaça branca no incinerador da Capela Sistina. Se após a segunda eleição do dia não houver ainda um eleito, então, queima-se uma fumaça negra que sai na chaminé da Capela, na Praça de São Pedro. Após cada eleição as cédulas são todas queimadas pelos escrutinadores. Se houver algum cardeal doente que não possa sair de seu quarto, a urna é levada a ele por três cardeais, para que possa votar. Caso os cardeais não cheguem a um consenso sobre o novo Papa durante três dias de votações, estas serão suspensas durante um dia para uma pausa de oração. Em seguida, recomeçam as votações. Se, após sete novas tentativas, ainda não se verificar a eleição, faz-se outra pausa de oração. Se ainda assim as votações não tiverem êxito, os cardeais eleitores serão convidados a darem a sua opinião sobre aquilo que a maioria absoluta deles tiver estabelecido. “Todavia, não se poderá deixar de haver uma válida eleição, ou com a maioria absoluta dos sufrágios ou votando somente os dois nomes que, no escrutínio imediatamente anterior, obtiveram a maior parte dos votos, exigindo-se, também nesta segunda hipótese, somente a maioria absoluta”, explicou o professor Felipe Aquino, membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II.

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Morre Papa Francisco, que revolucionou a Igreja Católica, aos 88 anos

Pontífice estava a frente da Igreja Católica desde 2013 Jorge Mario Bergolio – o Papa Francisco, morreu aos 88 anos, na madrugada desta segunda-feira (21 de abril). A morte foi confirmada pelo Vaticano. O período de seu pontificado de 12 anos foi marcado por sua popularidade entre os fiéis e pela resistência feroz dentro do catolicismo a seu projeto de reformas, mesmo que estas não questionem os pilares doutrinários. O falecimento de Francisco ocorreu às 2h35, no horário de Brasília, e 7h35 no horário local. A saúde de Francisco já vinha preocupando as pessoas em todo mundo há alguns anos, chegando até a provocar especulações sobre uma eventual renúncia – assim como fez o antecessor, Bento XVI. Desde o início de fevereiro o papa vinha sofrendo com uma bronquite e, chegou a precisar interromper a leitura de um discurso durante sua audiência geral semanal devido às dificuldades para respirar. “Deixem-me pedir ao padre que continue lendo porque ainda não consigo com a minha bronquite. Espero que na próxima vez eu possa”, disse na ocasião. Francisco se mostrou popular entre os católicos desde o início de seu pontificado, em 2013. Quatro meses após assumir o papel de papa, Francisco esteve na 28ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que reuniu um público superior a 3 milhões de pessoas. Naquela ocasião, o papa também visitou a Basílica de Nossa Senhora Aparecida, no interior de São Paulo. Saúde delicada Francisco, que na sua juventude foi submetido a uma ablação parcial de uma mobilidade, se desloca desde 2022 com uma cadeira de rodas, ou com uma bengala nas poucas vezes que é visto de pé. Nos últimos anos, ele apresentou vários problemas de saúde, incluindo dores no joelho e no quadril, uma inflamação do cólon e dificuldades respiratórias. Em junho de 2023, Jorge Mario Bergoglio foi hospitalizado por 10 dias no hospital Gemelli e passou por uma operação de hérnia abdominal, que causou anestesia geral. Em dezembro do mesmo ano, também devido a uma bronquite, o pontífice desistiu de participar na COP28 de Dubai, a grande reunião de cúpula anual do clima, organizada pelas Nações Unidas. E no final de março de 2024, o jesuíta argentino, eleito papa em 2013, cancelou na última hora sua participação na Via-Crúcis do Coliseu de Roma. Poucos dias depois, no entanto, consegui celebrar a missa da Páscoa. Apesar dos vários problemas de saúde, Francisco mantinha uma agenda repleta de audiências e tarefas. Também prosseguiu com as viagens – como em setembro, quando fez a deslocação mais longa do seu pontificado, uma jornada de 12 dias que o levou a Papua-Nova Guiné, Timor Leste, Indonésia e Singapura. Pela justiça social A trajetória do líder da Igreja Católica foi marcada por mudanças e carisma. As pregações deste crítico do neoliberalismo destacaram reivindicações por maior justiça social, proteção da natureza e defesa dos migrantes que fogem das guerras e da miséria. Assim que foi eleito papa, em 13 de março de 2013, o cardeal argentino Jorge Bergoglio mostrou seu desejo de ruptura, ao aparecer na varanda da basílica de São Pedro sem nenhum ornamento litúrgico. O jesuíta sorridente e de linguajar franco representava um contraste com o tímido Bento XVI, que havia renunciado ao cargo. E provavelmente já tinha em mente seu programa: a reforma da Cúria (o governo da Santa Sé), corroída pela inércia, e o saneamento das duvidosas finanças do Vaticano. O ex-arcebispo de Buenos Aires, que nunca fez carreira nos corredores de Roma, queria “pastores com cheiro de ovelha” para devolver o dinamismo a uma Igreja cada vez mais superada em muitas regiões pela vitalidade dos cultos evangélicos. O papa Francisco procurou também acolher mais as mulheres durante seu pontificado. Em janeiro deste ano, ele pediu que a “mentalidade machista” fosse “superada” dentro da Igreja, solicitando que mais cargas de responsabilidade sejam atribuídas às freiras e que elas deixem de ser tratadas como “empregadas”. Na mesma época, ele anunciou que uma mulher, Raffaella Petrini, dirigiria a partir de março o Governo do Estado da Cidade do Vaticano, o órgão responsável pelas funções administrativas da Santa Sé. “Periferias” “O papa introduziu na Igreja assuntos centrais das democracias ocidentais, como o meio ambiente, a educação, o direito”, destaca Roberto Regoli, professor na Pontifícia Universidade Gregoriana. Ele também denuncia os conflitos que devastam o planeta, mas sem resultados concretos, como demonstram seus apelos por um fim da guerra na Ucrânia. Mas sua imagem rezando sob a tempestade na praça de São Pedro vazia durante a pandemia ilustrou como poucas a necessidade de repensar a economia mundial. Este pastor incansável, apesar dos 88 anos e seu estado de saúde frágil que o obrigam a usar uma cadeira de rodas, segue privilegiando as missões nas “periferias” do leste da Europa ou da África. Durante a década ‘bergogliana’, a Igreja Católica também desenvolveu um diálogo inter-religioso, em particular com o islã. Ele também teve um encontro histórico em 2016 com o patriarca ortodoxo russo Kirill, mas a aproximação foi interrompida pelo apoio desta Igreja cristã à invasão russa da Ucrânia. Para enfrentar os escândalos de abusos sexuais de menores de idade por religiosos, Francisco aboliu o “sigilo pontifício”, que era utilizado por autoridades eclesiásticas para não comunicar tais atos. Um gesto importante, mas insuficiente para as associações de vítimas. Lutas de poder Francisco levou novos ares a Roma: optou por viver em um apartamento sóbrio, rejeitando o suntuoso Palácio Apostólico, e frequentemente convidava à sua mesa moradores em situação de rua ou presidiários. Um estilo que também rendeu críticas de setores que veem nele uma dessacralização de suas funções. O primeiro papa latino-americano da História continuou mobilizando os fiéis no exterior, mas também há quem o critique por um exercício extremamente pessoal de sua autoridade sobre 1,3 bilhão de católicos. “Francisco mostrou um autoritarismo ao qual a Cúria não estava acostumada há muito tempo. E isso pode irritar”, disse à AFP um importante diplomata em Roma. E a oposição dos setores mais conservadores da Igreja está mais viva do que nunca, apesar das mortes

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Comércio do Brasil com Brics atinge US$ 235 bilhões, recorde histórico

O comércio exterior do Brasil nos últimos 12 meses até março totalizou US$ 608 bilhões,  o segundo maior valor da história, superado apenas pelo mesmo período até março de 2023, quando havia atingido US$ 610 bilhões. Foram US$ 337 bilhões de exportação, mais US$ 271 bilhões de importação, perfazendo também um saldo comercial de US$ 66 bilhões. Apenas para os países dos Brics ampliado, hoje formado por 22 países (10 membros plenos, mais 12 não plenos), o comércio do Brasil totalizou US$ 235 bilhões nos últimos 12 meses até março, um recorde histórico. Já o comércio com os EUA, que era superior a 20% no início dos anos 2000, passou a oscilar entre 13% e 14% nos últimos 20 anos. Fonte: O Cafezinho

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Esposa de ex-presidente do Peru pede asilo ao Brasil após condenação

Ollanta Humala e Nadine Heredia tiveram sentença de 15 anos de prisão O Ministério das Relações Exteriores do Peru informou nesta terça-feira (15) que Nadine Heredia, esposa do ex-presidente Ollanta Humala, entrou na embaixada brasileira em Lima para pedir asilo, horas depois de ambos terem sido condenados à prisão por lavagem de dinheiro. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil confirma que ela está na embaixada, mas não deu informações sobre o pedido de asilo. A Justiça do Peru condenou Humala e Heredia a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro ilícito de empresas brasileiras para campanha política, em outra sentença de alto perfil em um país onde vários líderes foram envolvidos em casos de corrupção. *Com informações da Agência Reuters

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Daniel Noboa é proclamado vencedor sob acusações de fraude

O Conselho Nacional Eleitoral do Equador (CNE) anunciou na noite deste domingo (13) que Daniel Noboa foi reeleito presidente da República, em meio a um cenário político conturbado e marcado por graves denúncias de fraude eleitoral levantadas pela opositora Revolução Cidadã (RC), liderada pela candidata Luisa González. Segundo os dados divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), com 92,66% dos votos válidos apurados, Noboa obteve 55,83% dos votos, contra 44,17% da candidata da RC, informa a Prensa Latina. A diferença de mais de 10 pontos percentuais entre os dois candidatos surpreendeu analistas e pesquisas, que apontavam uma disputa acirrada e com margem apertada. A inesperada vantagem numérica do presidente reeleito gerou reações imediatas da oposição, que questiona a lisura do processo eleitoral. Em pronunciamento à noite diante de apoiadores, Luisa González declarou não reconhecer o resultado divulgado pelo CNE. González argumentou que houve uma série de irregularidades ao longo do processo que comprometem a legitimidade da eleição. Entre os principais pontos denunciados estão: a não exigência de afastamento dos cargos públicos por parte dos servidores que buscavam a reeleição — como o próprio presidente —, o decreto de um novo estado de emergência em sete províncias e dois municípios durante o processo eleitoral, a mudança repentina de sedes eleitorais, e a restrição do voto para cidadãos equatorianos residentes na Venezuela, totalizando 10 eleitores que foram impedidos de exercer seu direito. Outro fator apontado pela Revolução Cidadã foi a publicação de atas eleitorais sem assinaturas, elemento fundamental para a validação dos resultados. O secretário executivo da RC, Andrés Arauz, afirmou que essa prática é uma irregularidade inaceitável e compromete diretamente a confiabilidade do pleito. Diante do anúncio da oposição de que irá solicitar a recontagem dos votos e a abertura das urnas, a presidente do CNE, Diana Atamaint, respondeu que a legislação equatoriana prevê mecanismos administrativos e contenciosos eleitorais para a contestação de resultados. Ela também afirmou que todos os procedimentos estão sendo conduzidos dentro do marco da lei e com a supervisão de organismos nacionais e internacionais. Setores populares, movimentos sociais e lideranças progressistas denunciam uma crescente concentração de poder, repressão política e criminalização da oposição. A decretação do estado de emergência durante o processo eleitoral é vista por muitos como uma tentativa de silenciar vozes críticas e limitar a mobilização da oposição, em um contexto em que o país enfrenta sérias tensões sociais e econômicas. A Revolução Cidadã, movimento fundado pelo ex-presidente Rafael Correa, promete mobilizações e ações jurídicas e políticas para contestar o resultado das urnas. A disputa está longe de chegar ao fim, e o Equador entra em um período de incerteza, em que a legitimidade do novo mandato de Noboa será testada diante da pressão social e das instituições democráticas. O desfecho dessa crise poderá ter consequências profundas para o futuro da democracia equatoriana e para o equilíbrio político na América do Sul, em um momento em que os ventos da polarização e do autoritarismo sopram em várias partes do continente.

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Tarifas de Trump contra o Brasil são injustificáveis, diz Haddad

Mais cedo, Washington incluiu o Brasil em seu relatório anual sobre barreiras comerciais Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (Foto: REUTERS/Adriano Machado) O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou nesta segunda-feira (31) as iminentes tarifas comerciais dos Estados Unidos contra o Brasil, afirmando que a parceria econômica deve prevalecer. “Qualquer retaliação ao Brasil vai soar injustificável à luz dos dados e à luz das décadas de parceria entre Estados Unidos e Brasil”, afirmou Haddad após participar de uma conferência sobre a economia e o clima na França, conforme citado pela Folha de São Paulo. Mais cedo, Washington incluiu o Brasil em seu relatório anual sobre barreiras comerciais, destacando políticas consideradas protecionistas e abrindo caminho para o “tarifaço”. O Relatório de Estimativa Comercial Nacional sobre Barreiras ao Comércio Exterior dos EUA cita etanol, cachaça e produtos eletrônicos como “desleais”. O presidente dos EUA, Donald Trump, disse no último domingo (29) que as tarifas recíprocas previstas para serem anunciadas nesta quarta-feira (2) incluirão todos os países. O republicano já impôs tarifas sobre alumínio, aço e automóveis.

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XENOFOBIA – Trump deve proibir cidadãos de 43 países de entrarem nos EUA

Presidente dos EUA segue com sua obsessão por expulsar e manter longe do país os estrangeiros, imigrantes ou não A sanha contra estrangeiros e a obsessão de Donald Trump em relação à expulsão e proibição de pessoas de outros países no território norte-americano ganhou um novo e ainda mais radical capítulo. Segundo fontes da Casa Branca que mantêm contato com agências internacionais, o governo do recém-empossado presidente dos EUA estuda agora o banimento de cidadãos de 43 países. Pela nova lista, que ainda está em análise e deve ser oficialmente anunciada nas próximas semanas, esses estrangeiros e nações seriam classificados em três grupos diferentes, identificadas por cores. A cada um deles seria aplicada uma gama de restrições quanto à entrada nos EUA. Sempre falando sob anonimato, os funcionários federais estadunidenses explicaram que a elaboração da lista com as nações está em marcha há algumas semanas. Após a finalização de uma primeira etapa, a relação estaria agora sob análise do Departamento de Estado, de diplomatas veteranos e de autoridades da área de segurança e de inteligência, que realizam ajustes e acrescentam considerações em seus relatórios. Veja abaixo os países que terão restrições em relação à entrada de seus cidadãos nos EUA: Lista vermelha [Viagens absolutamente proibidas, em qualquer hipótese] Afeganistão Butão Cuba Irã Líbia Coreia do Norte Somália Sudão Síria Venezuela Iêmen Lista laranja [Concessão de vistos sob fortes restrições, permitindo apenas entradas para negócios] Bielorrússia Eritreia Haiti Laos Mianmar Paquistão Rússia Serra Leoa Sudão do Sul Turcomenistão Lista amarela [Impões 60 dias de antecedência no pedido do visto e há inúmeras exigências rígidas para a autorização] Angola Antígua e Barbuda Benim Burkina Faso Camboja Camarões Cabo Verde Chade República do Congo República Democrática do Congo Dominica Guiné Equatorial Gâmbia Libéria Malawi Mali Mauritânia São Cristóvão e Névis Santa Lúcia São Tomé e Príncipe Vanuatu Zimbábue

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Papa Francisco apresenta melhora, mas quadro segue complexo

Estado do religioso ‘permanece estável’, informou o Vaticano ANSA – A Sala de Imprensa do Vaticano informou nesta terça-feira (11) que a condição clínica do papa Francisco “permanece estável”, mas os médicos declararam que o quadro do pontífice ainda continua “complexo”. De acordo com a atualização da Santa Sé, os profissionais de saúde do Hospital Policlínico Agostino Gemelli, em Roma, confirmaram que o estado do líder da Igreja Católica apresentou “leves melhorias”. Nenhum novo boletim médico foi divulgado hoje (11) pelo Gemelli, mas a assessoria vaticana explicou que o religioso prosseguiu com seus tratamentos e continuou em ventilação de alto fluxo, com cânulas de oxigênio no nariz. O pontífice novamente se conectou com os exercícios espirituais da Cúria Romana, que estão em andamento na Sala Paulo VI, acompanhando-os por vídeo de seu quarto no hospital localizado na capital italiana. A nota da Santa Sé explicou que o prognóstico divulgado ontem (10) “foi mantido confidencial pelos médicos por ter ocorrido uma situação de instabilidade devido às infecções respiratórias”. “Uma vez atingido um limite de estabilidade, eles sentem que podem dizer que o Papa não está em perigo iminente devido às infecções contraídas nas vias respiratórias”, acrescentou

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Trump mente sobre o Brasil em discurso no Congresso e ameaça com novas taxações

Falsa alegação de protecionismo do Brasil contrasta com dados comerciais, que mostram tarifa média de 2,7% e um superávit americano superior a US$ Na noite desta terça-feira (4), Donald Trump usou a tribuna do Congresso para fazer mais um “comício” para a sua base, cheio de desinformação e um dos mais longos da história. É a primeira vez que o republicano discursou para congressistas desde quando tomou posse, e voltou a ameaçar a tomada do Panamá e da Groenlândia, as políticas de diversidade e um aprofundamento da radicalização, além de defender a imposição de tarifas comerciais sobre o Brasil, mentindo ao dizer que o país brasileiro cobra de forma “injusta” os EUA. O Brasil foi citado como exemplo de protecionismo, mas como sempre os números mostram o contrário. Dados da Câmara de Comércio Brasil-EUA indicam que a tarifa média aplicada aos produtos americanos é de apenas 2,7%, enquanto os Estados Unidos mantêm um superávit de mais de US$ 200 bilhões na balança comercial. “Outros países usaram tarifas contra nós por décadas, e agora é a nossa vez de começar a usá-las contra eles. A União Europeia, China, Brasil e Índia, México e Canadá e diversas outras nações cobram tarifas tremendamente mais altas do que cobramos deles. É injusto”, reclamou. No governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a menção ao Brasil foi interpretada como um indicativo de que o país poderá enfrentar medidas protecionistas ou, no mínimo, sofrer pressão da Casa Branca para uma negociação. Trump misturou promessas expansionistas, revisionismo histórico e retórica protecionista. Evocando um tom messiânico, ele afirmou ter sobrevivido a um atentado em 2024 para “tornar os EUA grande de novo” e voltou a ameaçar a tomada de territórios ao redor do mundo. Enquanto os mercados reagiam com forte queda à escalada do risco de uma guerra comercial, Trump redobrou sua defesa das tarifas sobre aliados e adversários. Sem apresentar dados concretos, afirmou que empresas estrangeiras estariam transferindo suas fábricas para solo americano para escapar das barreiras impostas por sua administração. De acordo com o colunista Jamil Chade, do UOL, as tarifas protecionistas entram em vigor no dia 2 de abril. “O que eles nos colocarem de tarifas, colocaremos neles”, declarou. A defesa das tarifas ocorre no mesmo dia em que Canadá, México e China anunciam medidas de retaliação contra os Estados Unidos, intensificando uma disputa comercial que pode desencadear um período de incertezas na economia global. “No que eles nos taxarem, nós os taxaremos. Se eles aplicarem medidas não tarifárias para nos manter fora do mercado deles, então nós faremos barreiras não monetárias para mantê-los fora do nosso mercado. Nós teremos trilhões de dólares e criaremos empregos como nunca vimos antes”, emendou Trump. A citação ao Brasil surge duas semanas depois de a Casa Branca utilizar o país como argumento para endurecer sua política comercial. Em 14 de fevereiro, Donald Trump consolidou sua abordagem protecionista ao anunciar um plano de aumento de tarifas e a adoção de medidas de reciprocidade contra seus principais parceiros. No documento oficial, o Brasil foi apontado como um dos alvos potenciais das novas tarifas devido às barreiras aplicadas ao etanol dos Estados Unidos. Durante o mandato de Jair Bolsonaro, o Brasil havia eliminado as tarifas sobre o etanol americano. No entanto, nos primeiros meses do governo Lula, o produto passou a ser taxado em 18%. Congressistas protestam O presidente Donald Trump enfrentou protestos de parlamentares democratas durante seu discurso ao Congresso. Assim que entrou, Melanie Stansbury, deputada, levantou um cartaz com a inscrição “Isso não é normal”. O congressista Al Green, do Partido Democrata, chegou a ser retirado da cerimônia realizada em Washington D.C., durante o discurso do presidente Donald Trump ao Congresso dos Estados Unidos, na noite de terça-feira (4), madrugada de quarta no horário de Brasília. Ele tem 77 anos e é deputado desde 2005. Assista discurso completo Comércio Brasil-EUA Os Estados Unidos ocupam a segunda posição entre os maiores parceiros comerciais do Brasil, atrás apenas da China. Em 2024, o valor das exportações e importações brasileiras com os americanos foi semelhante, cerca de 40 bilhões de dólares, o que equivale a 244 bilhões de reais. Além disso, há mais de dez anos que o principal parceiro comercial do Brasil deixou de ser os EUA. Na década de 2010, a China começou a assumir essa liderança. Para se ter ideia, em 2024, o comércio entre Brasil e China superou o dobro do volume de trocas comerciais com os Estados Unidos e União Europeia juntos, com o Brasil exportando em série para o país chinês. De acordo com dados do Departamento do Censo dos Estados Unidos (DCEU), o Brasil ocupa a 16ª posição entre os países que mais exportam para os Estados Unidos, enquanto está classificado como o 27º maior importador. No ano passado, o ferro e aço representaram o maior superávit comercial do Brasil com relação aos Estados Unidos. Esses produtos foram alvo de tarifas altas por parte dos americanos, até o ano de 2024. Durante o primeiro governo Trump, houve uma ameaça de tarifas adicionais, embora ela nunca tenha sido implementada. Ainda que Brasil tenha importado 6,8 bilhões a mais do que exportou para o país, trata-se de uma nação emergente, logo é comum que seja dependente de economias desenvolvidas, mas a maior pedra no sapato de Trump é a relação do Brasil com os BRICS — grupo que inicialmente incluía Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e que agora conta com Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos. Os países do BRICS, que representam 46% da população mundial, têm buscado uma alternativa ao dólar para as transações comerciais. A imposição de sanções ocidentais à Rússia, em razão da guerra na Ucrânia, deu impulso a essas discussões. O Banco dos BRICS aprovou um total de US$ 32,8 bilhões em financiamento para 96 projetos, conforme levantamento divulgado pela própria instituição. Desses recursos, US$ 5,62 bilhões foram direcionados ao Brasil, o que ajuda a fomentar a economia de países emergentes. Logo, o presidente dos Estados

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