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Economia apresentou saldo positivo de contratações em outubro em Montes Claros

Na tarde desta quarta-feira, 27, o Ministério do Trabalho e Emprego divulgou os dados mais recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Em outubro, as empresas instaladas em Montes Claros contrataram 4.520 trabalhadores e demitiram 4.112, o que resultou em um saldo de 408 novos postos de trabalho. O saldo de outubro dá continuidade ao período positivo na geração de empregos também identificado em fevereiro (saldo de 139 vagas), março (153), abril (398), maio (826), junho (671), julho (176), agosto (352) e setembro (386). No acumulado de 2024, já são 3.491 novos postos de trabalho, o que corresponde a uma média geral superior a 344 novos posto por mês. Os setores da economia que mais contrataram, em outubro, foram Serviços (2.386) e Comércio (1.016). Ainda é pertinente destacar que todos os setores da economia identificados e pesquisados pelo CAGED tiveram saldos positivos: Serviços (225), Construção (105), Indústria (35), Agropecuária (23) e Comércio (20). Texto: Attilio Faggi – Foto: Fábio Marçal Ascom/Prefeitura de Montes Claros

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MENINO DE MONSCLARO – Por Ucho Ribeiro*

As lembranças da infância sopram-me redemoinhos empoeirados, tufos em rodopios, bailantes pelas ruas de terra de Montes Claros. Densas cirandas de ventos que eu pulava dentro, de um pé só, ressabiado, a procura do Saci Pererê e de suas estripulias. Eram ventos soprantes de araras, papagaios e pipas. Alísios que alçavam minha sureca – arara sem rabiola, vermelhamarela, losangular, saliente e atrevida. Raia que coroava o azul morno dos céus. Os ventos chegavam sorrateiros, sem avisar, soprando devagarzinho, brisazinhas. Com o decorrer dos dias, iam engrossando, tomando corpo, e brotavam os redemoinhos. A meninada não tinha consciência cronológica dos ritos da natureza, agia instintivamente. Ventou, então estava na hora de soltar pipa. A primeira semana de agosto era gasta no gosto de manufaturar araras e manivelas, de providenciar, no escondido, o pó de vidro e a cola de madeira para o perigoso cerol, de arranjar as taliscas de bambu no Pequi de Joani, de descolar uns trocados para comprar os papéis de seda coloridos e os carretéis de linha 40 na lojinha do Seu Tamiro, na Travessa Cônego Marcos. O sonho da criançada era montar uma arara biteluda, multicolorida, rabuda ou sureca, e ter uma manivela de 16 cruzetas nas mãos para recolher ligeiro e esticadinha a linha. A chegada dos ventos levava-nos aos finais das ruas, aos mangueiros, aonde não havia postes de luz, nem fios inimigos, ladrões dos artefatos da alegria. Ventanias que embicavam pelas ruas soprando catopés e embaralhando suas fitas de cores vivas. Poeira e brancura. Puras. Nós, meninos, só queríamos olhar para os céus e ver nossas araras nas maiores alturas, sublimes, como um gavião reinante à caça de uma presa. Ficávamos de butuca a procura de outra pipa, içada por meninos de outros bairros. Os territórios e domínios da garotada eram demarcados pelos limites das ruas, mas o céu não era de ninguém. Lá em cima, no campo de batalha, valia tudo. Se víssemos uma arara empinada, o desafio era certo. A conquista era resgatá-la com classe. A manha era dar fortes toques na linha, fazendo a pipa mergulhar lateralmente, em velocidade, até alcançar e laçar em 360° a outra linha descuidada. Uma vez fisgada, enlaçada, recolhíamos com ligeireza a presa na manivela e ficávamos no aguardo do envergonhado dono a procura da arara derrotada. O orgulho espirrava de satisfação. Aqui pra nós, passados tantos anos, confesso: perdi a maioria das batalhas. Pretéritos os ventos de agosto, a poeira, os catopês, os roxos e os amarelos dos ipês, setembro surgia quente e trazia chuvas esporádicas. O pó sumia, a terra dura amolecia, os riscos das fincas e as biloias apareciam por todas as ruas e terrenos da cidade. A meninada descalça, sem nem bem saber, esquecia as pipas, e furava o chão macio com o dedão. Estava na hora de desentocar as bolinhas de gude. Dum dia por outro, não havia uma esquina que não tinha um bolo de meninos no “Gute please, todos”. Era assim mesmo, com essa mistura de inglês e português, que se iniciava uma partida de bolinha. Daí, um o garoto berrava: “bololô na minha, quero tudo e não dou nada”. Mais ditadorial, impossível. Quem gritasse primeiro, além de não poder ser alvejado, mesmo “estando no jeito”, tinha direito a todas regalias, mandingas e favorecimentos, tais como: mão quieta, mãos nos peitos, rondas, etc. Cada um tinha sua bolinha sorteira (da sorte), o bolofofo (bolinha grande da cor de café com leite), a esfera minúscula e as olhos de gato, gataiadas, de matar de inveja. A despedida das águas era o tempo de sairmos à cata de tanajuras. A meninada toda, com garrafas debaixo do braço, espalhava-se pelas ruas colhendo as formigonas bundudas para trocar por picolés com o sorveteiro Toni Pinguim. O nordestino adorava comê-las fritas como pipoca, mas tínhamos a leve desconfiança de que usava a nata das bundas como ingrediente de seus tão procurados picolés cremosos. O maior desejo da garotada era possuir um carrinho de rolimã. Andávamos a cidade inteira pelas oficinas mecânicas em busca de rolamentos, a coisa mais difícil e cara do mundo. Precisávamos de quatro: dois mais robustos para o eixo de trás, que ficava sob o banco, e outros dois, que até podiam ser menores, para o eixo da frente, comandado pelos pés do piloto. Quem não tinha carrinho se oferecia para ser o motor braçal: a cada cinco voltas empurrando o bólido pelo circuito dos passeios, com seu dono a bordo, tinha direito a uma volta de brinde. Os motores-meninos mais fortes proporcionavam maior velocidade e eram disputados e, até, presenteados com voltas extras. As competições eram rotineiras. A vontade de ganhar e a falta de freios causavam sucessivos acidentes. Todos os garotos mostravam as palmas das mãos escalavradas, os joelhos e os cotovelos arranhados e, por vezes, a testa rachada. À tardinha, no banho, era um chororô só. As mães esfregavam sem dó as perebas dos pilotos para retirar a sujeira impregnada nos ferimentos e, em seguida, passavam mertiolate. Como aquilo ardia! Além do esmeril causado pelos carrinhos de rolamento, sempre surgia um ou outro menino com gesso no braço ou na perna, dente quebrado ou cabeça lascada, devido às estripulias. O nosso cabaspará, chamado em Belo Horizonte de bentealtas, era jogado no passeio dos Melo Franco. Havia lá uma tampa de ferro da Companhia de Água e Esgoto que servia como um dos apoios para o jogo. As duplas se formavam e aguardavam a vez, definida no par ou ímpar. Horas se passavam naquele divertido vaivém, na tentativa de derrubar a casinha piramidal feita com três pauzinhos de madeira pregados num quadradinho de couro. Nada era mais prazeroso do que aparar no ar uma bola defendida ou arremessada e gritar: “Vitória!”. Quase sempre, quando chegava a vez da minha dupla jogar, alguém gritava grosso da esquina: – Ô Uuucho! Era um gaiato imitando a voz do meu avô Pacifico me chamando pra casa. Um truque para que outra dupla tomasse meu lugar na brincadeira. Sabia que era um

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FESTA DA LUZ – Montes Claros recebe festival de arte urbana

Entre os dias 21 e 24, quem passar pelo entorno da praça da Matriz e pelo Corredor Cultural poderá apreciar grandes instalações e projeções luminosas que já encantaram os observadores nos últimos três anos em Belo Horizonte Montes Claros recebe a partir desta quinta-feira, 21, a Festa da Luz, festival já tradicional na capital mineira que chega pela primeira vez ao norte do estado. O evento conta com o apoio da Prefeitura de Montes Claros. Durante o festival serão apresentados dois projetos: Mostra Minas, com uma seleção de artistas mineiros; e a Mostra Mundo, com obras de artistas nacionais e internacionais. A Festa da Luz conta com grandes esculturas iluminadas que interagem com obras de artistas como Ailton Krenak, Conceição Evaristo, Grace Passô, Thiago Mazza e Daiara Tukano. Ao todo serão 11 instalações, 6 vídeomappings e 3 Djs. O circuito inclui o Centro Cultural Montes Claros, o Museu Regional do Norte de Minas, o Beco da Vaca, os arredores da Igreja Matriz, o Corredor Cultural, o Prédio dos Correios e o Prédio do Artesanato Flor do Pequi. Com uma programação 100% gratuita, as atividades serão realizadas todos os dias, das 18h às 23h. Quem for ao circuito poderá acompanhar exposições como “Homem Gaiola”, “Paisagens Digitais” e “Plantas Pulsam”. Também no circuito haverá letreiros de importantes nomes da literatura brasileira, como “A vida é uma dança cósmica”, de Ailton Krenak. As palavras da escritora Conceição Evaristo também estarão no local, além de obras de diversos outros artistas. “É uma grande alegria para Montes Claros receber pela primeira vez um festival de arte urbana. A realização da Festa da Luz no centro da cidade traz uma dinâmica nova para o nosso cenário cultural, mostrando as mil possibilidades dessa linguagem, da criatividade e da tecnologia. A Prefeitura de Montes Claros, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, apoia a Mostra Minas e a Mostra Mundo, que contam com renomados artistas que encantarão o público nas edificações históricas. Fruto de parcerias importantes, a Festa da Luz traz instalações de grandes dimensões: esculturas iluminadas que estarão dispostas no entorno da praça Dr. Chaves e no Corredor Cultural, nos 4 dias do evento”, destaca a secretária municipal de Cultura, Junia Velloso Rebello.

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Darcy Ribeiro é o mais novo integrante do ‘Livro dos Heróis da Pátria’

Nascido em Montes Claros (MG) em 1922, ele é considerado uma das pessoas mais importantes na defesa da educação e da cultura Da Agência Senado Renomado educador, antropólogo e político, Darcy Ribeiro é o mais novo nome inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. A honraria, concedida pelo Congresso Nacional, foi confirmada com a sanção, pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, da Lei 15.020, de 2024, publicada no Diário Oficial da União dessa última terça-feira (12). No dia 15 de outubro, a Comissão de Educação e Cultura do Senado aprovou em caráter terminativo o Projeto de Lei (PL) 5.894/2019. A proposta, oriunda da Câmara, foi relatada pelo senador Paulo Paim (PT-RS). O senador destacou em seu parecer a incansável atuação de Darcy Ribeiro na defesa dos direitos dos povos indígenas: “A obra O Povo Brasileiro, de sua autoria, é uma reflexão profunda e erudita sobre a identidade nacional, contribuindo para um entendimento mais abrangente da diversidade cultural que compõe o Brasil” disse Paim. EDUCAÇÃO E POLÍTICA Nascido em Montes Claros (MG), em 1922, Darcy Ribeiro é considerado um dos mais importantes nomes na defesa da educação e da cultura brasileiras. Atuou como professor e pesquisador. O romancista também foi membro da Academia Brasileira de Letras. Seu brilhantismo também foi destacado na política, tendo exercido os cargos de cargos de ministro-chefe da Casa Civil e da Educação no governo de João Goulart e de vice-governador do Rio de Janeiro, época em que defendeu reformas para que o acesso ao ensino fosse possibilitado a todos. Em 1990, foi eleito senador. Na Casa, foi relator de importantes projetos de lei, principalmente na área de educação. Entre eles, a proposta que resultou na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), norma batizada de Lei Darcy Ribeiro. LIVRO O Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, também chamado de Livro de Aço (pois a obra de fato é formada por páginas de aço), fica no Panteão da Pátria, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Criado em 1992, reúne protagonistas da liberdade e da democracia, que dedicaram sua vida ao país em algum momento da história. A inscrição de um novo personagem depende de lei aprovada no Congresso.

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CONSERVATÓRIO Rock é atração na programação da Semana da Cultura

Fãs de Pink Floyd, Deep Purple, Black Sabbath, Iron Maiden e de outras bandas icônicas têm encontro marcado nesta quinta-feira no Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernândez, que fará uma viagem pelos clássicos do Rock, dentro da 35ª Semana da Cultura, a partir das 19h30. Por Waldo Ferreira* Fabiano Santos, vocalista da banda Nação do Rock, fará uma participação especial no show, que também contará com o professor Marco Neves na bateria, Jardeson Acácio no baixo, Ana Ovídio no teclado, Tony David na guitarra, Vera Alencar, Rosane Souto e Fabricio Duarte nos vocais. Hoje, houve ainda o Jazz do Pequi Trio. A programação, que começou na segunda-feira (4), prossegue até amanhã, sexta-feira, com a apresentação dos alunos de teclado, encerrando com o concerto “Uma noite na ópera” do Grupo Lírico Bezzi. Antes, já se apresentaram o Quarteto de Cordas Lorenzo Fernândez e a Orquestra Sinfônica de Montes Claros, que tocou músicas desde o período clássico até temas marcantes do cinema mundial; e os alunos do curso de teclado. Foi realizado também concerto de piano e recital de canto, que homenageou o compositor Waldemar Henrique. Quarta-feira a programação incluiu o masterclass de guitarra com Warleyson Almeida e o show “Cordas em Harmonia”, seguido pela celebração dos 40 anos de carreira do professor Jukita Queiroz com “Nos trilhos da música”. A Semana da Cultura teve início no dia 4 em alusão ao aniversário de Oscar Lorenzo Fernândez (4 novembro de 1897), pai de Marina Silva Lorenzo Fernândez, fundadora do Conservatório, inaugurado em março de 1961. * Jornalista

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Mês da Consciência Negra terá seminário e marcha contra o preconceito

A Coordenadoria e o Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Montes Claros realizarão uma série de atividades para marcar o Novembro Negro, mês de ações e luta contra o preconceito, fundamentais para a conscientização da sociedade e a construção de uma mais justa e igualitária. Fazem parte do calendário de novembro o Dia Nacional de Combate ao Racismo (18/11) e o Dia da Consciência Negra (20). “Este mês é o momento para refletirmos sobre o papel fundamental da população negra na formação da identidade cultural brasileira. Além de ser uma oportunidade para reafirmar o compromisso de construir políticas públicas que promovam uma reparação histórica justa e necessária”, comentou o dirigente da Coordenadoria e do Conselho da Igualdade Racial de Montes Claros, José Gomes Filho Confira a programação Dia 06 Seminário Municipal de Promoção da Igualdade Racial Local: Câmara Municipal de Montes Claros – Rua Urbino Viana, 600 – Vila Guilhermina Temas: “Letramento Racial à luz da lei 11.645/2008” e “Racismo: até quando seremos marginalizados e/ou mortos e/ou encarcerados?” A Lei 11.645/2008, que torna obrigatória a inclusão de conteúdos sobre história e cultura afro-brasileira e indígena no currículo escolar é um dispositivo legal que contribui para a promoção do letramento racial. Dia 13 Roda de Conversa – Escola Estadual Esteves Rodrigues Dias 18 a 23 Projeto de Consciência Negra e Direitos Humanos nas escolas municipais e Cemeis Dia 20 9ª Marcha da Consciência Negra e Ato Cultural Zumbi dos Palmares Local: Largo Georgino Júnior (Praça da Matriz) O Dia da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro em homenagem a Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares. Este dia é feriado nacional, conforme a Lei Nº 14.759. Desde 2007 o “Dia da Consciência Negra” é feriado municipal em Montes Claros. Dia 21 Palestra Consciência Negra – Escola Estadual Esteves Rodrigues

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