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Operação mais letal da história expõe falência da segurança pública do RJ

Com 64 mortos, ação nas favelas do Alemão e da Penha reacende o debate sobre violência de Estado, racismo estrutural e ausência de políticas sociais. A megaoperação policial realizada nesta terça-feira (28) nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, deixou pelo menos 64 mortos, incluindo quatro policiais, e 81 presos. A ação, considerada a mais letal da história do estado, mobilizou 2.500 agentes e paralisou boa parte da cidade, com escolas fechadas, bloqueios em vias e moradores enclausurados em casa. A ofensiva faz parte da chamada “Operação Contenção”, programa permanente do governo bolsonarista de Cláudio Castro (PL) para conter a expansão do Comando Vermelho (CV). No entanto, as imagens que circularam nas redes sociais mostraram helicópteros atirando de cima, blindados destruindo ruas e famílias aterrorizadas dentro de suas casas. Para muitos parlamentares e especialistas, a operação é mais um capítulo de uma política de segurança centrada na letalidade e na espetacularização da violência, um padrão histórico de violência que não enfrenta as raízes do problema. “Tragédia nas favelas”, denuncia Jandira Feghali A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) criticou a diferença de tratamento das forças de segurança conforme o território onde atuam. “Quando precisam cumprir mandados de prisão nos endereços elegantes do andar de cima, as forças policiais agem com cuidado. Mas nas favelas, o resultado é o que vemos: população aterrorizada, sem poder sair para trabalhar e estudar, num cenário que lembra uma guerra – covarde, como todas as guerras”, afirmou. Para Jandira, a política de segurança do governador Cláudio Castro (PL) é “uma tragédia permanente” que transforma as comunidades em zonas de exceção, onde os direitos constitucionais são suspensos. “Os moradores dos complexos da Penha, do Alemão e de todas as comunidades do Rio merecem respeito”, concluiu. “Insegurança institucionalizada”, afirma Danieli Balbi A deputada estadual Danieli Balbi (PCdoB-RJ) classificou a operação como “ineficiente e desastrosa”, argumentando que o Estado “surrupia direitos fundamentais” em nome de uma guerra que atinge os mais pobres. “A operação instaura o caos e o medo e certamente não vai resolver o problema da insegurança pública. O governo do estado precisa prestar contas: quem são os mortos, os sobreviventes e os mandos que legitimam essa matança?”, questionou. Balbi, militante antirracista, afirmou que o espetáculo da morte substitui políticas públicas reais: “Sob a tutela de Cláudio Castro, prevalece o espetáculo da morte. A cada operação, um fuzil, um corpo, um silêncio cúmplice. A letalidade protege a narrativa de que ‘algo está sendo feito’, enquanto falha em garantir vida, educação, saúde e emprego.” Crítica à tentativa de culpar o governo federal O governador Cláudio Castro tentou dividir a responsabilidade, afirmando que o “poder bélico dos criminosos está sendo financiado via lavagem de dinheiro” e que as forças de segurança do Rio estão “sozinhas” nessa guerra. A fala provocou reação imediata no Congresso. O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) rebateu o governador, acusando-o de “oportunismo político”. “Querer empurrar essa conta para o governo federal é muita cara de pau. Castro deveria explicar por que faz oposição à PEC da Segurança, proposta por Lula. É puro oportunismo”, disse. “Letalidade é pirotecnia que não resolve”, diz especialista Para o advogado e pesquisador José Carlos Pires, membro da coordenação da Associação de Advogados pela Democracia, Justiça e Cidadania (ADJC) e autor de obras sobre segurança pública, as chamadas “megaoperações” produzem impacto midiático, mas nenhum efeito duradouro. “A operação vem, deixa um rastro de mortos e feridos, e depois tudo volta a ser como antes. A vida de violência e de ocupação nos territórios continua. Cria-se uma pirotecnia que ceifa vidas, inclusive de inocentes, e, dias depois, a realidade retorna”, afirmou Pires. O especialista ressaltou que o problema da criminalidade urbana não se resolve com confrontos, mas com ações permanentes e integradas do Estado. “A operação paralisa bairros inteiros — escolas, comércios, academias, tudo fica parado. O medo prevalece, tanto da atuação policial quanto do crime organizado. Sem políticas sociais e econômicas, o crime volta a dominar os territórios”, alertou. O contraponto: a inteligência contra a letalidade José Carlos Pires destacou ainda o contraste entre as ações no Rio e a recente operação da Polícia Federal em São Paulo, que desarticulou a estrutura financeira do crime organizado sem feridos nem mortos. “A PF atacou as finanças do crime com tecnologia, investigação e inteligência. O resultado foi muito mais eficiente e civilizado. No Rio, a opção é sempre pela letalidade”, comparou. Segundo ele, a insistência em estratégias de confronto direto reflete uma ausência de política pública coordenada, em que a polícia atua isoladamente, sem o suporte de políticas de educação, cultura, saúde e geração de emprego. Governador em contradição e disputa política O especialista também criticou as declarações do governador Cláudio Castro (PL), que afirmou que as forças do Rio estão “sozinhas” e pediram ajuda federal. Para Pires, a fala é contraditória e politicamente calculada. “O governador tenta transferir a responsabilidade ao governo federal, mas ao mesmo tempo se opõe à PEC da Segurança Pública, que busca integrar as forças dos estados e da União. É uma jogada de marketing eleitoral”, afirmou. Segundo Pires, a solução real exige cooperação entre municípios, estados e União, num processo planejado e contínuo. “Segurança pública não se faz com uma megaoperação, mas com presença constante do Estado e com políticas estruturantes”, completou. Letalidade como rotina O saldo da Operação Contenção — 64 mortos e bairros inteiros paralisados — reforça o diagnóstico de que o modelo de segurança pública fluminense está esgotado. Em vez de reduzir o poder das facções, as ações violentas reproduzem ciclos de medo e desconfiança entre Estado e comunidades. Para Pires, a militarização da segurança e a ausência de políticas sociais mantêm o Rio em um “estado de guerra permanente”, onde a morte substitui a política. “Enquanto o Estado não tratar a segurança como um direito e não como uma batalha, viveremos essa rotina de operações espetaculares e resultados pífios”, concluiu. Uma política que reproduz o medo A chamada “Operação Contenção”, criada pelo governo do estado como

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Evangélico de esquerda: quem é e como pensa o favorito de Lula para STF

Aos 44 anos, o Advogado-Geral da União, Jorge Messias, é o mais cotado para a vaga de Barroso no STF, por ter a confiança do presidente Lula O Advogado-Geral da União (AGU), Jorge Rodrigo Araújo Messias, surge como um dos nomes mais fortes entre cotados para preencher a cadeira vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), deixada pela saída do ministro Luís Roberto Barroso, que decidiu se aposentar antecipadamente. Messias tem 44 anos e é formado em Direito pela Faculdade de Direito do Recife da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e possui mestrado e doutorado pela Universidade de Brasília (UnB). Desde 2007 é procurador da Fazenda Nacional. Antes de assumir a chefia da AGU, em 2023, nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ele ocupou diversos cargos de relevo no governo federal, entre os quais, subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência da República, durante o governo da ex-presidenta Dilma Rousseff. Uma das curiosidades mais notáveis de sua trajetória remonta a essa época, quando, em março de 2016, foi revelada uma interceptação telefônica ilegal em que a então presidenta avisava a Lula que enviaria pelo “Bessias” – Dilma estava gripada – o termo de posse para que o então ex-presidente pudesse assumir um ministério no governo, que enfrentava um golpe parlamentar. Fator lealdade Messias é visto por analistas ligados ao governo como o candidato “natural”, sobretudo pela lealdade e pela convivência com o presidente Lula. Em conversa com o Brasil de Fato, advogado e jurista Marco Aurélio de Carvalho, lembra que embora existam critérios estabelecidos pela Constituição, a indicação é política, portanto, exige que o presidente considere o fator “confiança”. “A indicação é política, então a lealdade é fundamental. Ao lado dos requisitos constitucionais que são notável saber jurídico e reputação ilibada, é fundamental, indispensável, exigível, [que seja] uma pessoa leal, uma pessoa íntegra, que tem espírito público”, considera o jurista, que integra o Grupo Prerrogativas, formado por advogados, professores e juristas brasileiros. Nesse sentido, Carvalho considera Messias o mais indicado para ocupar a vaga deixada pelo ministro Barroso. “Nesse momento, acho que a indicação do Messias seria, digamos, um grande acerto. O Messias tem um apoio de todo o entorno do presidente, ministros de Estado, lideranças políticas da base, no meio evangélico, tem apoio dos amigos e ele tem um convívio com o presidente”, avalia o jurista, que é próximo do presidente Lula e um dos conselheiros do mandatário. Casualmente evangélico O nome de Messias conta com o apoio de alguns membros da bancada evangélica no Congresso, inclusive de parlamentares que não são da base do governo. O AGU é protestante, membro da Igreja Batista. Na quinta-feira (16), Lula recebeu Messias no Palácio do Planalto, acompanhado de lideranças evangélicas, entre eles, o bispo Samuel Ferreira, da Assembleia de Deus de Madureira, e o deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP). Embora reconheça a importância da interlocução de Messias com esse público, majoritariamente dominado pela direita e extrema direita, Carvalho considera que esse não deve ser um critério determinante para a escolha do presidente Lula. “Nós podemos ter divergências em relação à agenda de costumes, mas uma coisa fundamental, ele é leal, ele é sério, ele é íntegro, ele tem espírito público, só das formações jurídicas e sensibilidade social. Isso é o fundamental. Se ele pensa a mesma coisa que eu penso em relação ao livre arbítrio, a outras coisas, isso é um outro tema, e não tem que ser determinante, na minha opinião, para a escolha do ministro da mais alta corte constitucional do país”, afirma. Como pensa o favorito de Lula? Em sua tese de doutorado, defendida em 2024 na UnB, Messias analisa a experiência brasileira recente frente à emergência de riscos globais e a necessidade de novas estratégias estatais para enfrentá-los. No texto, intitulado O Centro de Governo e a AGU: estratégias de desenvolvimento do Brasil na sociedade de risco global, Jorge Messias discute como o fortalecimento do Estado, em especial por meio da Advocacia-Geral da União, é crucial para lidar com desafios como crises financeiras, pandemias, mudanças climáticas e disputas geopolíticas. A tese detalha ainda a reestruturação do governo Lula, o Novo PAC, e o papel estratégico da AGU, incluindo a criação de unidades como a Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia (PNDD) e a Procuradoria Nacional de Defesa do Clima e do Meio Ambiente (Pronaclima), no contexto da crescente judicialização da política. Em um capítulo da tese acadêmica, o AGU faz uma crítica ao “ultraliberalismo”, surgido após a destituição do governo de Dilma Rousseff. A tese descreve o ultraliberalismo, aprofundado a partir da eleição de Jair Bolsonaro (PL), em 2018, como uma forma de negacionismo dos riscos globais e desestruturação do Estado a partir da autonomia do Banco Central, a redução dos direitos trabalhistas e previdenciários, a desregulação do mercado de trabalho, e o enfraquecimento dos sindicatos. No texto, Messias ainda critica a política de Teto de Gastos, aprovada em 2016, que segundo sua tese, “desfigurou a Constituição de 1988 ao limitar a variação do gasto público à inflação do ano anterior por 20 anos”. Judiciário e Operação Lava Jato Em sua tese acadêmica, o AGU discorre sobre o “empoderamento constitucional” do Judiciário, atribuindo a esse poder “um papel sem precedentes”, concedendo autonomia financeira e administrativa e garantias funcionais aos magistrados. Segundo Messias, esse empoderamento foi concebido para funcionar como uma barreira contra ímpetos autoritários e para ser um sustentáculo de demandas sociais não processadas pelos outros poderes. A tese menciona a Operação Lava Jato no contexto de uma série de fatores que levaram ao enfraquecimento das políticas públicas de investimento e à ascensão do ultraliberalismo no Brasil a partir de 2016. O AGU considerou que a Operação Lava Jato contribuiu para criar um ambiente de contestação e deslegitimação do investimento estatal, especialmente no período de 2016 em diante, após a recessão econômica e a crise política. Segundo Messias, a Operação Lava Jato teria buscado “atestar que qualquer intervenção estatal seria fruto de ações de uma organização criminosa”, contribuindo, dessa forma, para a queda brusca da

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Modelo negra sofre ataques racistas após ser eleita Miss Santa Catarina

A modelo Pietra Travassos, de 18 anos, foi coroada Miss Santa Catarina 2025 na sexta-feira (17), em Criciúma, mas sua vitória foi marcada por uma onda de ataques racistas nas redes sociais. A modelo, que representou o município de Siderópolis, é apenas a segunda mulher negra a conquistar o título estadual, a primeira foi Bruna Valim, em 2021. A organização do concurso ainda não se manifestou sobre os episódios de preconceito. Internautas questionaram a capacidade de Pietra representar o estado, com comentários como “SC não é zoológico”, “Eleita por cota” e “Aonde essa moça é catarinense? Já visitei duas vezes e morei em Santa Catarina… são brancas e acabou”. Apesar da enxurrada de comentários negativos, muitos seguidores manifestaram solidariedade à jovem. “Quem acha que ela não representa SC não entendeu que o Brasil é miscigenado”, defendeu um usuário. Outra mensagem de apoio afirmou: “Reine por cima de tanto racismo. Não nos querem em posições de destaque, não nos querem ver ganhar, mas seguiremos firmes e fortes na luta contra tanto ódio”. Pietra Travassos agora se prepara para representar Santa Catarina no concurso nacional Miss Brasil 2025 https://www.instagram.com/p/DP9r6d4jiHG/?utm_source=ig_embed&ig_rid=6d8a0044-8d7f-4532-9461-4e18141d3451

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STF publica acórdão e começa a contagem regressiva para a prisão de Bolsonaro

Documento de quase 2 mil páginas abre prazo de cinco dias para recursos da defesa do ex-presidente e de outros sete condenados O Supremo Tribunal Federal (STF) publicou oficialmente a decisão que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete aliados por envolvimento na tentativa de golpe de Estado. A divulgação do acórdão marca o início do prazo de cinco dias para que as defesas apresentem os chamados embargos de declaração, recurso usado para apontar eventuais contradições ou omissões na sentença. O acórdão é um documento no qual são formalizados os votos dos ministros que julgaram o caso. O documento de quase 2 mil páginas oficializa decisão tomada pela Primeira Turma do STF por quatro votos a um, com o ministro Luiz Fux sendo o único a votar pela absolvição. Recursos e prazos Os advogados de defesa poderão apresentar embargos de declaração, que raramente modificam o resultado do julgamento, mas podem esclarecer pontos considerados obscuros. Além disso, as defesas devem insistir em outro tipo de recurso, o chamado embargo infringente, que, em casos excepcionais, pode alterar a sentença. No entanto, esse tipo de pedido só é aceito quando há pelo menos dois votos favoráveis à absolvição, o que não ocorreu neste caso. Após a apresentação dos recursos, o relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, poderá decidir individualmente sobre parte dos pedidos ou levá-los ao colegiado. Ele também pode solicitar parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) antes da decisão final. A análise dos embargos não tem prazo definido, mas há expectativa de que o STF conclua essa etapa até o fim do ano. Enquanto isso, as penas impostas aos réus não podem ser executadas. A prisão de Bolsonaro e dos demais condenados só ocorrerá após o trânsito em julgado — ou seja, quando não houver mais possibilidade de recurso. Condenações e acusações A Primeira Turma do Supremo concluiu que ficou comprovada a existência de uma organização criminosa que atuou para manter Bolsonaro no poder, mesmo após sua derrota eleitoral. O grupo teria tentado descredibilizar as urnas eletrônicas, pressionado as Forças Armadas a apoiar uma ruptura institucional e utilizado a máquina pública para perseguir adversários políticos. A sentença também menciona ações de espionagem ilegal, disseminação de informações falsas e planos golpistas que incluíam a prisão e até a morte de autoridades. Essas movimentações, segundo o Supremo e a PGR, culminaram nos ataques de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes, em Brasília, foram invadidas e depredadas. Além do ex-presidente Jair Bolsonaro, foram condenados: Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública; Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional; Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência; Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil. Penas e delações Bolsonaro recebeu a pena mais alta entre os condenados — 27 anos e 3 meses de prisão — devido ao papel de liderança atribuído a ele pelos ministros. As defesas, contudo, afirmam que não há provas de que o grupo tenha agido de forma armada ou coordenada. A Procuradoria-Geral da República, por sua vez, já informou que não pretende questionar a pena de Mauro Cid, que permanece em dois anos de prisão em regime fechado conforme o acordo de delação premiada firmado com o Ministério Público

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Guilherme Boulos, do Psol, assume a Secretaria-Geral do governo Lula

Deputado do PSOL deixa disputa eleitoral em 2026 para reforçar laços do governo com movimentos sociais O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou nesta segunda-feira (20) o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) como novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República. A informação foi divulgada pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo. A troca foi definida em reunião no Palácio do Planalto, da qual participou também Márcio Macedo, que ocupava o cargo até agora. Amigo pessoal de Lula, Macedo será candidato a deputado federal por Sergipe em 2026. Boulos assume com a missão de articular a relação do governo com os movimentos sociais. Segundo Bergamo, ele acertou com Lula que não disputará a reeleição no próximo ano, dedicando-se integralmente ao cargo.

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Economia

Lula lança programa Reforma Casa Brasil para assegurar dignidade às famílias

“Para quem está com uma casa ainda por fazer, uma casa por recuperar, esses R$ 30 mil ou R$ 20 mil vão ser muito importantes para a dignidade da vida dessa família”, disse o presidente O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou nesta segunda-feira (20) o Programa Reforma Casa Brasil, que vai garantir moradias dignas aos brasileiros, promover inclusão social e urbana, além de movimentar ainda mais a economia. A nova política habitacional vai facilitar o acesso ao crédito para as reformas, ampliações e adequações de moradias em todo o país. “Para quem está com uma casa ainda por fazer, uma casa por recuperar, esses R$ 30 mil ou R$ 20 mil vão ser muito importantes para a dignidade da vida dessa família”, disse Lula. De acordo com ele, o país dará um salto de qualidade com a nova política. “A gente vê uma notícia no jornal de que tem milhões de casas no Brasil que não tem banheiro”, observa. Para o presidente, os recursos servirão para movimentar a economia. “Quando a economia do bairro começa a melhorar, todo mundo quer reformar a sua casa. Tem casa com três garagens para quatro carros, para cinco carros, e muitas vezes a maioria dos pobres não tem um quarto”, lamenta. “Muitas famílias não querem ter um novo teto, mas elas querem ter direito a fazer um cômodo a mais, a fazer um banheiro, a melhorar o telhado, a fazer uma pintura na casa, a fazer um reboco. E hoje isso está proibitivo para as famílias das classes mais baixas”, diz o ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho. Serão R$ 30 bilhões do Fundo Social para financiar famílias com renda até R$ 9.600 e mais R$ 10 bilhões serão da Caixa Econômica por meio do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) para financiar rendas superiores. De acordo com os ministérios da Fazenda e Cidades, os recursos podem ser usados para compra de materiais, pagamento de mão de obra e serviços técnicos, como projetos e acompanhamento de obras. A operação será simplificada e digital, iniciando pelo site da Caixa ou aplicativo do banco, a partir de 3 de novembro. O valor das parcelas será limitado a 25% da renda familiar. Cada família poderá ter apenas uma operação ativa por vez. O programa atende inicialmente moradores de áreas urbanas em capitais, municípios com mais de 300 mil habitantes, ou que façam parte de arranjos populacionais com esse porte. As taxas de juros variam conforme a faixa de renda mensal das famílias: – Faixa 1: renda de até R$ 3.200, juros a partir de 1,17% ao mês – Faixa 2: renda entre R$ 3.200,01 e R$ 9.600, juros de 1,95% ao mês – Acima de R$ 9.600: condições estabelecidas pela CAIXA Com informações da Ascom/Planalto

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Educação

Lula anuncia investimento de mais de R$ 100 milhões para cursinhos populares em 2026

O novo edital, previsto para ser publicado em dezembro, prevê R$ 108 milhões de investimento para até 500 cursinhos O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou neste sábado (18) de um encontro com estudantes da rede de cursinhos populares do ABC paulista em São Bernardo do Campo. No Ginásio Poliesportivo Adib Moysés Dib, onde também ocorreu um aulão preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o petista discursou em favor da educação e anunciou a ampliação da Rede Nacional de Cursinhos Populares (CPOP). “Hoje, 384 cursinhos populares estão sendo apoiados pelo Ministério da Educação e pelo governo do presidente Lula. Vamos anunciar aqui o novo edital que vai ser aberto em dezembro e vamos chegar a 500 cursinhos em todo o Brasil”, disse o ministro da Educação, Camilo Santana, durante o evento. “Falar em democracia é falar em educação, falar em soberania é falar em educação.” Na ocasião, Lula falou sobre a importância de ofertar ensino de qualidade para toda a população. “Esse país está na mão de vocês, e vocês serão os responsáveis. Se eu cheguei, vocês podem chegar; se eu não tive chance, vocês estão tendo chance. Pelo amor de Deus, agarrem essa chance com as duas mãos, se dediquem”, afirmou. “Nós também fizemos a Universidade da América Latina em Foz do Iguaçu. A gente quer formar uma doutrina latino-americana com professor latino-americano, com estudantes latino-americanos, para que a gente possa sonhar que esse continente um dia vai ser independente, que nunca mais um presidente de outro país ouse falar grosso com o Brasil, porque a gente não vai aceitar”, disse Lula. A declaração ocorre em meio às negociações entre Brasília e Washington para suspender as tarifas impostas a produtos brasileiros pelo presidente Donald Trump de 50% no início de agosto. As taxas foram uma tentativa por parte do republicano de pressionar o Judiciário brasileiro no processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado. No mesmo evento, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que também é ex-ministro da Educação, declarou que a mudança do perfil dos estudantes que acessam a universidade no país dependeu do trabalho do presidente Lula. “Não caiu do céu. Depende de ter uma liderança da qualidade do presidente Lula à frente do executivo federal”, disse. O chefe da pasta repetiu o discurso clássico do presidente ao afirmar que colocar o “pobre no orçamento e o rico no Imposto de Renda” incomoda a elite econômica brasileira. “No Brasil, quem paga imposto, com certeza, é a classe trabalhadora. Se você vai subindo nas classes sociais, você vai subindo degrau, chega uma hora que o Estado não te alcança mais e você não paga imposto”, disse Haddad. De acordo com o governo federal, atualmente, 12,1 mil estudantes são atendidos em 384 cursinhos populares em todo o país com um investimento de R$ 74 milhões. O novo edital, previsto para ser publicado em dezembro, prevê R$ 108 milhões de investimento para até 500 cursinhos em 2026. “Cada cursinho contemplado [no primeiro edital] recebeu até R$ 163,2 mil para pagamento de professores, coordenadores e equipe técnico-administrativa, além de auxílio-permanência de R$ 200 mensais para até 40 alunos por unidade”, informou o governo por meio de nota.

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Lula indica Jorge Messias para suceder Barroso no STF

O presidente Lula decidiu indicar o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, para ocupar a vaga deixada por Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF). A informação foi confirmada por cinco auxiliares e aliados do petista Segundo a coluna de Igor Gadelha no Metrópoles, o anúncio oficial deve ser feito nas próximas horas. Com a escolha, Messias será submetido a uma sabatina no Senado, etapa obrigatória antes da nomeação. A Casa analisará sua trajetória jurídica e decidirá se aprova o nome para o Supremo. A tendência é que o governo trabalhe para garantir uma votação tranquila, já que ele mantém bom trânsito entre parlamentares de diferentes partidos. Entre os nomes avaliados estavam o advogado-geral da União, Bruno Dantas, e a ministra do TCU, Ana Arraes, mas Messias era considerado o favorito desde o início do processo, por sua relação direta com o presidente e sua atuação em pautas estratégicas do governo. A escolha também tem forte apoio do PT e de setores jurídicos ligados ao partido. Messias é visto como um aliado leal e técnico, com experiência na administração pública. Barroso se aposentou antecipadamente aos 67 anos, embora pudesse permanecer na Corte até os 75. Messias tem 45 anos e poderá ficar na Corte até 2055, pelas regras atuais. Ele é procurador da Fazenda Nacional concursado desde 2007 e atua como ministro da AGU desde janeiro de 2023. Antes, foi subchefe para Assuntos Jurídicos (SAJ) da Presidência durante o governo de Dilma Rousseff. O escolhido por Lula esteve em um encontro com o presidente Lula e lideranças evangélicas na tarde desta quinta (16). Participaram do evento, além do presidente e do ministro da AGU, o bispo Samuel Ferreira, da Igreja Assembleia de Deus Madureira; a ministra Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais; e o deputado federal Cezinha Madureira (PSD-SP). O presidente já havia sinalizado, na última terça (14), que Messias seria o escolhido. Na ocasião, ele participou de um jantar com os ministros Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino, além de membros do governo, como Ricardo Lewandowski e Rui Costa. Para auxiliares, o petista decidiu não levá-lo ao jantar para “preservá-lo” e a percepção foi de que ele já havia “batido o martelo” na data.

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Gilmar Mendes chama Luiz Fux de “figura lamentável” em embate no STF

Discussão expôs críticas de Gilmar Mendes a voto de Fux no julgamento de Bolsonaro e sobre recurso apresentado pelo senador Sergio Moro Uma dura troca de palavras entre os ministros Gilmar Mendes e Luiz Fux marcou os bastidores do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta semana, segundo a coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo. O confronto ocorreu em uma das salas próximas ao plenário, durante o intervalo da sessão. O atrito começou quando Gilmar ironizou a decisão de Fux de suspender o julgamento de um recurso apresentado pelo senador Sergio Moro (União Brasil-PR). O ex-juiz, declarado suspeito pelo STF em 2021, tenta reverter uma decisão que o tornou réu por contra o próprio Gilmar. A Primeira Turma já havia formado placar de 4 a 0 contra Moro, mas Fux pediu vista para analisar o caso com mais calma. Gilmar ironiza colega e cita Lava Jato Irritado, Gilmar Mendes provocou Fux: “vê se consegue fazer um tratamento de terapia para se livrar da Lava Jato”. O ministro também resgatou a polêmica em torno de José Nicolao Salvador, ex-assessor de Fux demitido em 2016 após ser mencionado em proposta de delação premiada. “Enterre esse assunto do Salvador”, teria dito. Resposta de Fux e acusações públicas Ainda de acordo com a reportagem, Fux reagiu afirmando que pediu vista apenas para estudar melhor o processo. Disse ainda estar incomodado com as críticas recorrentes de Gilmar em diferentes espaços. O colega não negou, mas reforçou que “eu falo mal de você publicamente, não pelas costas, porque considero você uma figura lamentável”. Divergência sobre voto no julgamento de Bolsonaro O debate se estendeu ao julgamento de Jair Bolsonaro (PL). Gilmar Mendes criticou o voto de mais de 12 horas apresentado por Fux, dizendo que ele não fazia sentido e lembrando que o magistrado chegou a condenar o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o que teria desagradado a outros colegas. Fux, por sua vez, defendeu sua posição e afirmou que seu longo voto era necessário diante do que entendia como um massacre judicial contra os acusados da tentativa de golpe de Estado. Clima de tensão Durante a discussão, outros ministros chegaram a entrar na sala, mas logo se retiraram devido ao clima tenso. Até o momento, nem Gilmar Mendes nem Luiz Fux se pronunciaram oficialmente sobre o episódio.

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