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Vereador eleito em BH mora em São Paulo e é de família ‘caça-mandato’

Lucas Ganem usa sobrenome do primo, deputado federal por SP, e só mudou o domicílio eleitoral em fevereiro Por Jornalistas Livres Os Ganem são uma família muito unida. Primeiro do grupo a se aventurar na política, o deputado federal Bruno Ganem (Podemos-SP) tem orgulho de ostentar nas redes sociais que elegeu quatro vereadores Brasil afora, todos com o “sobrenome” Ganem. A mãe do parlamentar, a deputada estadual paulista Clarice Ganem (Podemos), também comemora pelas redes a vitória da cunhada, Simone Ganem, do mesmo partido, que ocupará uma cadeira na Câmara Municipal de São Paulo a partir de janeiro. O filho de Simone foi outro a dar motivos para celebração. Lucas Ganem (Podemos) foi eleito vereador em Belo Horizonte depois de conquistar mais de 10 mil votos, mesmo morando em São Paulo e sem nunca ter vivido na capital mineira, conforme indicam os sistemas de informação de órgãos públicos dos dois estados, que não o associam a nenhum endereço em BH, mas sim à locais na capital paulista. Nascido e criado em São Paulo, entre a capital do estado e Indaiatuba, Lucas do Carmo Navarro tem 28 anos e é formado em publicidade pela Unip. Entre fevereiro de 2022 e abril de 2023, atuou como assessor comissionado na Câmara Municipal de Indaiatuba, reduto onde os Ganem criaram raízes políticas. Tanto ele quanto a mãe, agora vereadora de São Paulo, não possuem o sobrenome reconhecido dos familiares: Simone é casada com um irmão de Clarice, tio de Bruno, e, assim como Lucas, “herdou” o nome para ser utilizado nas urnas. Mesmo com candidatos em diversas cidades, os laços com Indaiatuba permanecem: neste ano, Bruno concorreu à prefeitura da cidade, mas terminou na segunda colocação — o município não tem segundo turno. As redes sociais pessoais do novo vereador de Belo Horizonte exibem pouco do perfil ideológico do futuro integrante do Legislativo. As exceções foram durante as eleições de 2018 e 2022, quando publicou imagens de apoio ao primo, Bruno, e à tia, Clarice. O perfil de Lucas Ganem indica, no entanto, a pouca familiaridade com a capital mineira. A primeira menção à BH nas redes do parlamentar eleito aparece somente em agosto de 2023, com uma foto dele carregando um cachorro no quintal de uma casa. A imagem foi publicada com a localização “Belo Horizante (sic), Minas Gerais, Brazil” De onde, para onde Lucas Ganem também é um desconhecido dos sistemas de informação dos órgãos de Minas Gerais. Seja em registros policiais ou de informações digitais do governo estadual, nunca registrou ou figurou em qualquer ocorrência – e nem em qualquer outro procedimento documental, que envolva uma instituição pública mineira. Também não está ligado a nenhum endereço no estado. Além disso, teve sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH) emitida em São Paulo, em junho deste ano, com endereço também registrado na capital paulista, em uma casa na Vila Prudente. Depois da curta passagem como servidor comissionado na Prefeitura de Indaiatuba, Lucas passou a atuar como coordenador de Assistência Social do Grupo Executivo de Assistência Patronal (Geap), uma operadora de planos de saúde voltada exclusivamente para servidores públicos. A Geap tem sido alvo de críticas por supostamente ter se tornado um reduto de indicados de parlamentares do Podemos. Recentemente, o Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social e Previdência Social no Estado de São Paulo (SINSSP) denunciou, em publicações nas redes sociais, a contratação de pessoas indicadas pelo partido, para áreas de direção da entidade. Procurada por O Fator, a direção nacional do Podemos classificou a acusação como “leviana e irresponsável”. Em novembro de 2023, Lucas Ganem, ainda chamado por seu nome de batismo, Lucas Navarro, participou de negociações do Geap do Paraná com a Prefeitura de Quatro Barras, na região leste paranaense. Segundo o SINSSP, a diretoria do Geap-PR teve seu diretor indicado pelo deputado federal Bruno Ganem. A casa Apesar de ter crescido e trabalhado fora de Minas, Lucas Ganem registrou domicílio eleitoral em Belo Horizonte, em 19 de fevereiro deste ano. O endereço indicado pelo vereador eleito é uma casa geminada no bairro Trevo, na região da Pampulha. O imóvel, segundo apuração de O Fator, está registrado em nome do representante do Geap em Minas Gerais, o empresário Grijalva de Carvalho Lage Duarte Junior. A reportagem foi até a residência registrada por Lucas, em Belo Horizonte, na tarde desta terça-feira (15). Ninguém atendeu ao interfone durante de 25 minutos. Procurado, o empresário Grijalva Duarte Júnior afirmou, por mensagem, que a reportagem deveria contactar Lucas Ganem. A Justiça Eleitoral estabeleceu o dia 6 de abril como data-limite para a troca de domicílio de voto — e candidatura. Lucas, portanto, transferiu o título de eleitor para a capital mineira dois meses antes do fim do prazo. Vereadores com mandato em BH, entretanto, precisam cumprir outro requisito, explica o advogado Jorge Washington Cançado, especialista em Direito Público e Eleitoral. “O Direito Eleitoral permite que os eleitores votem onde tenham vínculos reais, ainda que não sejam no município de sua moradia, na tentativa de eliminar possíveis injustiças a quem queira lançar candidatura em local diverso de onde mora, mas que a ele esteja vinculado e viabilizar a organização das eleições. No entanto, no caso de Belo Horizonte, a Lei Orgânica prevê que o vereador deve comprovar residência no município. Caso contrário, poderá ter o mandato questionado”, assinala. Estratégia Apesar da curiosidade pela falta de vínculos claros entre Belo Horizonte e Lucas Ganem, a candidatura do vereador eleito não é ilegal. Aliás, o Ministério Público Eleitoral (MPE), durante o processo de registro, deu parecer favorável à candidatura, indicando que toda a documentação do paulistano estava em conformidade com a legislação. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG) deferiu a candidatura na sequência. Mesmo sem ser belo-horizontino de nascimento ou ter criado identidade com a cidade ao longo dos últimos anos, Lucas Ganem ultrapassou a barreira dos 10 mil votos — marca que apenas 17 dos 41 escolhidos para a nova composição da Câmara Municipal alcançaram nas urnas. A boa votação deixa cidadãos afeitos à política impressionados. A

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Governo Zema prevê rombo de R$ 7,1 bilhões em 2025

Proposta de Lei Orçamentária Anual foi recebida pelo Plenário da ALMG Nada menos que R$ 7,1 bilhões é o rombo previsto pelo Governo do Estado para 2025. O déficit projetado para o ano que vem consta na Proposta de Lei Orçamentária Anual (LOA), encaminhada pelo governador Romeu Zema (Novo), à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A proposta, que estima as receitas e as despesas do Executivo, foi recebida durante reunião ordinária nessa terça-feira (15). De acordo com a LOA, a receita total programada para 2025 é de R$ 126,7 bilhões. Já a despesa está estimada em R$ 133,8 bilhões. O déficit previsto para 2025 é inferior aos R$ 8 bilhões do exercício fiscal de 2024. Na mensagem à ALMG, Zema disse que houve melhora na previsão do resultado fiscal do Estado devido ao crescimento da arrecadação tributária. Estima-se que essa receita terá aumento de R$ 5,9 bilhões no ano que vem. Com relação às despesas, o governador disse que elas se devem à elevação dos gastos constitucionais com saúde, educação e fomento à pesquisa científica, que serão maiores devido ao crescimento da receita tributária. O governador ainda destaca o aumento de R$ 1,1 bilhão na despesa com o pagamento de juros e amortizações da dívida pública em 2025. Os números utilizados na elaboração da LOA levam em consideração a adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que prevê a retomada parcial do pagamento da dívida com a União. Zema ainda disse que houve “pouca margem” para o governo adotar medidas capazes de reduzir gastos públicos significativamente, em razão das vinculações de receita com gastos constitucionais obrigatórios. “Mas é certo que estão sendo envidados todos os esforços no sentido de se atingir o equilíbrio fiscal, o que se reflete na progressiva melhoria dos resultados financeiros de Minas Gerais”, afirma. Ele ainda defendeu união de esforços para melhorar a situação fiscal do Estado. “É indispensável, para tanto, a participação dos Poderes Legislativo e Judiciário na discussão e aprovação de medidas estruturais, legislativas e administrativas com esse objetivo”, argumenta.

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Partidos do centrão dominam prefeituras mineiras; PT e PSB conseguem pequeno avanço

RAIO X – Veja como ficou o desempenho dos partidos na disputa pelas 853 prefeituras de Minas Gerais Por Leonardo Fernandes / Brasil de Fato | Além de Belo Horizonte, só haverá segundo turno em mais uma cidade, Uberaba, no Triângulo Mineiro – Reprodução TRE – RN A esquerda ficou de fora da eleição para a Prefeitura de Belo Horizonte (MG) depois da realização do primeiro turno, no último domingo (6). Agora, os eleitores da capital mineira terão que escolher entre o bolsonarista Bruno Engler (PL) e o atual prefeito, candidato à reeleição, Fuad Noman (PSD). O candidato do PT, Rogério Correia, ficou em 6º lugar, com pouco mais de 55 mil votos, o que representou cerca de 4% dos votos válidos. Das 13 cidades com mais de 200 mil habitantes no estado, além de Belo Horizonte, apenas Uberaba terá segundo turno, que será entre a candidata do PSD, Elisa Araújo, e o representante do MDB Tony Carlos. Embora na disputa pelo Executivo da capital a esquerda tenha ficado de fora, a bancada progressista na Câmara Municipal dobrou, passando de cinco para dez, dos 41 vereadores. O Partido dos Trabalhadores, que tinha duas vagas no Legislativo de BH, dobrou o número de cadeiras, e o Psol, ampliou de duas para três parlamentares, todas mulheres. As outras vagas são do PV e do PCdoB, que integram federação com o PT. Apesar dos resultados na capital, o PT levou duas importantes prefeituras do interior, já no primeiro turno. Marília Campos se reelegeu em Contagem, terceira maior cidade do estado, com 60% dos votos. E Margarida Salomão conseguiu a reeleição na quarta maior cidade mineira, Juiz de Fora, com cerca de 54% dos votos. Já em Montes Claros, Governador Valadares e Uberlândia, os candidatos do PT ficaram para trás. Em todas essas cidades, a direita ganhou as prefeituras já no primeiro turno. Em Betim, na região metropolitana de BH, as forças progressistas apoiaram o candidato do PV, Dr. Vinícios, que ficou em segundo lugar, dando a vitória para Heron Guimarães, do União Brasil, com 52% dos votos. Em Ribeirão das Neves, o candidato do PP, Túlio, ganhou as eleições com mais de 81%, contra 13% do candidato petista. Em Divinópolis, o bolsonarista Gleidson Azevedo, do Partido Novo, irmão do senador Cleitinho (Republicanos), levou o pleito com 71% dos votos, contra 28% da candidata do PSD, Laíz. Sete Lagoas também elegeu em primeiro turno o prefeito Douglas Melo, do PSD. E finalmente, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de BH, Paulo Bigodinho, do Avante, também se elegeu com mais de 50% dos votos. O PSD, partido do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que é visto como favorito para disputar o governo estadual em 2026, foi o partido que conquistou mais prefeituras, 140 dos 853 municípios mineiros. Um crescimento de 79% em relação a 2020, quando o partido elegeu 78 prefeituras. Em seguida, o Republicanos elegeu prefeituras em 76 municípios, registrando o maior crescimento em relação a 2020, quando havia conseguido eleger apenas 41 prefeitos. Logo, vem o Progressistas, com 74, e o União Brasil, com 76. O MDB ficou com 67 prefeituras, e o PSDB com 56, e são os partidos que mais perderam o controle de Executivos municipais em Minas Gerais, com quedas de 30% e 33%, respectivamente. O PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, ganhou em 49 cidades, nove a mais do que em 2020. E o PT tinha 26 prefeituras, conquistou mais quatro, chegando a 30 governos municipais em todo o estado. Já o PSB, do vice-presidente Geraldo Alkmin passou de 47 para 64 prefeituras mineiras. Já o Partido Novo, do governador Romeu Zema, ganhou em apenas nove municípios. Ainda assim o número representou um avanço para a agremiação que, em 2020, não elegeu nenhum candidato ao Executivo. Quem financia a disputa na capital? Em 27 de outubro próximo, os belo-horizontinos vão ter que escolher entre reeleger o atual prefeito Fuad Noman, que teve 26% dos votos no primeiro turno, e Bruno Engler, que liderou a primeira votação com 34%. Mas quem são eles e quem os financia? Fuad Noman governa a capital mineira desde 2022, quando Alexandre Kalil, de quem era vice, renunciou à Prefeitura de Belo Horizonte para concorrer ao governo estadual. Ele tem 77 anos, é empresário, e tem como vice o ex-vereador Álvaro Damião, do União Brasil. A chapa, apoiada por uma coligação de oito partidos, recebeu R$ 19,8 milhões entre recursos de fundo eleitoral e doações, e teve R$ 15,9 milhões em despesas. Os maiores recebedores de recursos da campanha de Noman foi a agência de publicidade Camp2024 Comunicação SPE LTDA, que recebeu um total de R$ 5 milhões, seguido da D24 Comunicação SPE LTDA, para a qual foram pagos R$ 3 milhões. Noman gastou cerca de R$ 404 mil em impulsionamentos de conteúdo no Facebook, empresa que recebeu a maior quantidade de recursos gerais da campanha de 2024, superando os R$ 94 milhões. Dos mais de R$ 19 milhões de recursos no caixa da campanha, cerca de R$ 13,5 milhões foi oriundo do fundo partidário, e pouco mais de R$ 6 milhões em doações. O maior doador da campanha de Noman em Belo Horizonte foi o empresário do agronegócio, Rubens Ometto, dono da Cosan, empresa de energia, que aportou R$ 2 milhões à campanha do candidato do PSD. Fuad Noman recebeu 27 doações de R$ 5 mil e outras dez de R$ 6 mil. O dono da rede Supermercados BH e do Cruzeiro, time de futebol, Pedro Lourenço, doou R$ 100 mil. O mesmo valor foi depositado na conta da campanha do candidato do PSD por outro sócio dos Supermercados BH, Bruno Santos de Oliveira e pelo empresário Fabiano Lopes Ferreira, dono da rede de concessionárias Multimarcas. Fuad também recebeu R$ 350 mil de Ricardo Annes Guimarães, presidente do BMG e presidente do Conselho Deliberativo do Atlético Mineiro, e outros R$ 500 mil do dono da Rádio Itatiaia, da CNN e da MRV Engenharia, Rubens Menin. Os sócios da MRV Engenharia doaram também para o

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Fuad lidera pesquisa e abre caminho para derrotar bolsonarismo em BH

O prefeito de Belo Horizonte (MG) e candidato à reeleição, Fuad Noman (PSD), virou o jogo. Após passar para o segundo turno com menos votos que o deputado estadual bolsonarista Bruno Engler (PL), Fuad lidera a primeira pesquisa Datafolha feita nesta fase da disputa e divulgada nesta quinta-feira (10). Conforme o levantamento, 48% dos eleitores declaram que vão votar no prefeito. Engler, por sua vez, tem apenas 41% das intenções de voto. Como a margem de erro é de três pontos percentuais, Fuad conquistaria mais um mandato se a eleição fosse hoje. A pesquisa indica que há, hoje, 4% de indecisos, além de 8% de brancos e nulos. A crer nos números, Engler precisa não apenas convencer a totalidade desses indecisos – mas também atrair eleitores que hoje preferem Noman. No primeiro turno, a sinalização parecia oposta. Engler totalizou 435.853 votos no domingo (6), o equivalente a 34,38% dos votos válidos. Já Fuad teve 336.442, ou 26,54%. Na sequência, vieram Mauro Tramonte (Republicanos, 15,22%), Gabriel (MDB, 10,55%), Duda Salabert (PDT, 7,68%) e Rogerio Correia (PT, 4,37%). Os demais candidatos, juntos, não chegaram a 1,3%. Engler é apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – que, no entanto, não gravou para seu horário eleitoral, nem foi a Belo Horizonte durante a campanha. Nesta semana, o candidato do PL recebeu o apoio do governador Romeu Zema (Novo), talvez o grande derrotado do primeiro turno. Zema, a exemplo do ex-prefeito Alexandre Kalil, fez campanha para Mauro Tramonte, que liderou as pesquisas até a semana do pleito, mas desidratou na reta final. Fuad diz ser um candidato “sem padrinhos”, numa tentativa de blindar-se da polarização. Mas os partidos da Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV) – que disputaram o primeiro turno com a candidatura de Rogerio Correia – agora lhe declaram apoio, assim como o presidente Lula (PT). Uma estratégia importante para os dois candidatos é convencer o eleitor a ir à urna. No primeiro turno, a abstenção na capital mineira bateu recorde – 588.699 eleitores não votaram. A taxa de ausentes foi de 29,54%, acima até dos 28,34% registrados na eleição de 2020, sob a pandemia de Covid-19. Para Engler, no entanto, o desafio maior é baixar sua rejeição: 48% dos eleitores dizem que não votariam nele de jeito nenhum . No caso de Fuad, a taxa de rejeição é de 39%. A pesquisa Datafolha, contratada pela Folha de S.Paulo e pela TV Globo, ouviu 910 eleitores de Belo Horizonte na terça (8) e na quarta-feira (9).

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As derrotas de Romeu Zema e Alexandre Kalil em Belo Horizonte

Governador e ex-prefeito apostaram em Tramonte, que sequer foi para o segundo turno O governador Romeu Zema (Novo) e o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (Republicanos). iniciaram a campanha como padrinhos políticos de peso na eleição deste ano na capital mineira. O resultado que saiu das urnas neste domingo, entretanto, mostrou que o apoio deles não foi suficiente para levar o candidato Mauro Tramonte (Republicanos) ao segundo turno. A disputa será decidida entre o deputado André Fernandes (PL) e Fuad Noman (PSD), que tenta a reeleição. Tramonte iniciou forte a campanha, beneficiado pelo recall das aparições diárias na TV como apresentador de programas populares como Balanço Geral. Na primeira pesquisa de intenção de votos divulgada após o anúncio de sua candidatura, o deputado estadual já aparecia na liderança. O desempenho fez com que o candidato do Republicanos conquistasse uma proeza: juntar Zema e Kalil no mesmo palanque. Em 2022, os dois haviam disputado o governo do estado numa campanha recheada de ataques pessoais, que havia deixado sequelas. Zema vinha de uma derrota. O governador tentou lançar uma ex-secretária de seu governo à prefeitura, mas a candidatura não decolou. Sem muitas opções, decidiu pelo apoio a Tramonte, então líder das pesquisas. Kalil havia deixado a prefeitura com altas taxas de aprovação e as pesquisas internas das campanhas apontavam que ele era considerado um apoio político importante. Por isso, foi assediado pela maioria dos candidatos. Nas conversas, no entanto, Kalil ignorou os apelos de Fuad Noman, candidato que naturalmente receberia seu apoio. Fuad era vice de Kalil e herdou o cargo depois que ele se desencompatibilizou para concorrer ao governo do estado. Fuad precisava do apoio de Kalil. Embora fosse prefeito, ele ainda lutava com a alta taxa de desconhecimento entre os eleitores. Em uma negociação que olha para 2026, no entanto, Kalil trocou o PDT pelo Republicanos e anunciou apoio a Tramonte. O candidato do Republicanos, no entanto, não tinha tempo no horário eleitoral, e sentiu os efeitos disso. Na medida em que as propagandas eram exibidas em rádio e TV, cujo tempo era dominado por Bruno Engler e Fuad Noman, Tramonte passou a descrever uma trajetória descendente nas pesquisas, ao mesmo tempo em que os dois concorrentes cresciam. Em suas agendas de rua, Tramonte até levou Zema e Kalil para o mesmo palanque, mas o distanciamento entre eles era evidente. E o apoio dos doi caciques não lhe garantiu transferências de votos.

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Gusttavo Lima é indiciado por lavagem de dinheiro e organização criminosa

Cabe ao Ministério Público decidir se denunciará o cantor à Justiça, após apreensão de dinheiro, notas fiscais para suspeitos, venda de aeronaves para investigados, sociedade oculta e ajuda a foragidos O cantor sertanejo Gusttavo Lima foi indiciado pela Polícia Civil de Pernambuco, em 15 de setembro, sob suspeita de envolvimento nos crimes de lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. O indiciamento é parte das investigações da Operação Integration, que apura esquemas de jogos ilegais e lavagem de dinheiro. Entre os 53 alvos da operação, também estão a influenciadora digital Deolane Bezerra, empresários e bicheiros. Após cancelar os próximos shows programados, ivaldo Batista Lima, nome de batismo do músico, saiu do Brasil e está em Miami, nos Estados Unidos, de acordo com reportagem da TV Record. Gusttavo também teria anunciado uma live em suas redes sociais na tarde desta segunda-feira (30), onde há a expectativa que ele fale sobre a investigação e o pedido de prisão revogado. Agora, cabe ao Ministério Público decidir se denunciará o cantor à Justiça. A defesa de Gusttavo Lima nega todas as acusações, de acordo com reportagem do programa Fantástico da Rede Globo, afirmando que as operações financeiras do artista são legítimas e devidamente declaradas. Apreensão de dinheiro e transações suspeitas Um dos elementos que chamou a atenção dos investigadores foi a apreensão de um cofre com cerca de R$ 150 mil na sede da Balada Eventos e Produções, empresa de shows de Gusttavo Lima, em Goiânia (GO). Segundo a polícia, a grande quantia em espécie é considerada um indício de lavagem de dinheiro. A defesa do cantor, por sua vez, afirmou que o dinheiro era destinado ao pagamento de fornecedores. Além disso, as autoridades encontraram 18 notas fiscais sequenciais, emitidas pela GSA Empreendimentos, outra empresa de Gusttavo Lima, totalizando mais de R$ 8 milhões. As notas foram emitidas à empresa PIX365 Soluções, que, de acordo com a polícia, estaria envolvida em apostas esportivas ilegais. A defesa do cantor, porém, afirmou que os valores foram declarados corretamente, e os impostos pagos. Venda de aeronaves e transações suspeitas Outro ponto central da investigação envolve a venda de um avião da Balada Eventos para dois empresários ligados ao esquema de jogos ilegais. Em 2023, a aeronave foi vendida para Darwin Henrique da Silva Filho, empresário pernambucano com suspeitas de envolvimento no jogo do bicho, por US$ 6 milhões. Apenas dois meses depois, a venda foi cancelada, sob a alegação de problemas técnicos. Em 2024, o mesmo avião foi novamente negociado, desta vez com a J.M.J Participações, do empresário José André da Rocha Neto, que também é investigado. A transação, avaliada em R$ 33 milhões, incluiu um helicóptero que já havia sido vendido pela empresa de Gusttavo Lima a Rocha Neto. Segundo a polícia, essas transações envolveram tanto dinheiro legal quanto recursos provenientes de atividades ilícitas. As defesas de Gusttavo Lima e dos empresários negam irregularidades, afirmando que todos os contratos foram feitos de forma transparente, com pagamentos via contas bancárias regulares. Relacionamento com a marca Vai de Bet Outro ponto de destaque nas investigações é o envolvimento de Gusttavo Lima com a marca Vai de Bet, uma das empresas investigadas. Em julho de 2024, o cantor teria se tornado sócio da empresa, com participação de 25%, segundo documentos obtidos pela polícia. Entretanto, sua defesa sustenta que ele nunca foi sócio da administração da empresa, mas que tinha direito a um percentual em caso de venda futura da marca. A polícia, no entanto, investiga se Gusttavo Lima seria um sócio oculto da Vai de Bet desde 2023, quando a empresa fechou um contrato milionário de patrocínio com o Corinthians, também sob investigação. Viagem à Grécia e suspeitas de ajuda a foragidos Gusttavo Lima estava na Grécia comemorando seu aniversário de 35 anos quando a operação foi deflagrada. Segundo a polícia, ele teria dado carona em seu avião para José André da Rocha Neto e sua esposa, Aissla, ambos foragidos e donos da Vai de Bet. O casal teria desembarcado antes do retorno ao Brasil, levantando suspeitas de que o cantor os teria ajudado a escapar das autoridades. A suspeita de ajuda aos foragidos resultou na decretação da prisão de Gusttavo Lima em 16 de setembro, mas a decisão foi revogada menos de 24 horas depois, em segunda instância. Agora, o destino do cantor depende do Ministério Público, que analisará as evidências e decidirá se apresentará denúncia formal à Justiça.

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Datafolha em BH: Tramonte tem 28% das intenções de voto e Fuad 18%

O candidato Mauro Tramonte (Republicanos) segue na liderança da disputa eleitoral para a Prefeitura de Belo Horizonte, com 28% das intenções de votos, mostra pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (19). No levantamento anterior, de 5 de setembro, ele apareceu com 29%. O atual prefeito, Fuad Noman (PSD), disputa o segundo lugar com Bruno Engler (PL), ambos com 18%, das intenções de voto. Na apuração anterior, os candidatos tinham 14% e 13%, respectivamente. A candidata Duda Salabert (PDT) somou 9%, ante 12% na edição do início do mês. Os demais candidatos são: Rogerio Correia (PT), com 6%, antes 8%; Carlos Viana (Podemos) manteve os 5%; e Gabriel (MDB) alcançou 3% das intenções de voto, antes eram 2%. Lourdes Francisco (PCO), Wanderson Rocha (PSTU) e Indira Xavier (UP) não pontuaram. Os entrevistados que declararam a intenção de votar nulo, branco ou em nenhum candidato somam 7%. Na edição anterior eram 8%. Aqueles que ainda não sabem em quem votarão no dia 6 de outubro somaram 5% ante 8% da última apuração. Espontânea Na pesquisa espontânea, quando os nomes dos candidatos não são apresentados aos eleitores, Tramonte somou 17%, ante 15% na última apuração; Engler conseguiu 13% da preferência dos eleitores, em 5 de setembro eram 8%; Noman ficou com 12% e antes tinha 7%; Salabert aparece com 5 e antes eram 6%; e Correia somou 3% (5% na edição anterior). O percentual daqueles que ainda não sabem em quem votar sobe para 38% na sondagem espontânea (48% na última apuração). A pesquisa foi contratada pela Folha de S. Paulo e pela Rede Globo e registrada na Justiça Eleitoral sob o código MG-07919/2024. Foram ouvidos 910 eleitores entre os dias 17 e 18 de setembro. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais para mais ou menos. O nível de confiança é de 95%.

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Cemig publica edital para captação de projetos de inovação em eficiência energética

Projetos captados receberão recursos para desenvolver ações em diferentes setores da sociedade A Cemig publicou, nesta quinta-feira (19/09), o edital do 1º processo de captação de projetos de inovação com foco em eficiência energética. Realizada pelo Programa de Eficiência Energética (PEE) da companhia, que é regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A iniciativa foi anunciada hoje durante o 20° Congresso Brasileiro de Eficiência Energética COBEE – em São Paulo. O edital vai proporcionar a oportunidade de a sociedade colocar em prática projetos-pilotos que irão beneficiar as cidades e negócios com a implantação de soluções inéditas de eficiência energética. Conforme explica o engenheiro de Eficiência Energética da Cemig, Matheus Herzog, o processo seletivo tem como objetivo fomentar projetos, tecnologias e soluções inovadoras para que se tornem uma realidade e possam se integrar às ações de eficiência energética já existentes e amplamente difundidas, proporcionando novos meios de reduzir o desperdício de energia em toda sociedade. Esses projetos propostos devem ser capazes de responder a uma questão-chave: como atender ao aumento da demanda de energia de uma forma sustentável. “É urgente pensar na redução do desperdício de energia nos diversos setores, sejam nas cidades ou na atividade rural. E esse novo processo de captação de projetos é a uma das formas que trabalhamos no Programa de Eficiência Energética da Cemig para ampliar e tornar democrático o acesso a recursos que irão culminar em ações efetivas para esse fim”, afirma Herzog. Desafios propostos Pensando na diversidade de setores que podem ser beneficiados com a implantação de projetos, o edital prevê desafios organizados com base no potencial de eficiência energética e tecnologias emergentes. Além disso, o documento foca nas demandas estratégicas da Cemig e do estado de Minas Gerais, sendo eles: cidades eficientes, edificações eficientes, indústria eficiente, agronegócio eficiente, vilas e comunidades eficientes, sistemas de saneamento eficientes, iluminação pública eficiente, gestão eficiente da energia e educação em eficiência energética. Entre as diferentes propostas esperadas, estão a implantação de tecnologias modernas em cidades, prédios, indústrias, empresas de saneamento e residências em substituição a outras obsoletas; ações educacionais ou metodologias de conscientização sobre o uso sustentável da energia; tecnologias de gestão energética sistemas de automação; iniciativas de arquitetura bioclimática; fontes alternativas de energia e armazenamento; telegestão da iluminação pública; entre outros. Ainda com foco no agronegócio, estão previstas a aplicação de tecnologias de automatização, digitalização e eletrificação, além da implantação de sistemas de armazenamento de energia, sensores, fontes alternativas, sistemas eficientes de irrigação, estufas e armazéns inteligentes, sistemas de refrigeração e ventilação, sistemas de estocagem, por exemplo. Prazo para inscrição de projetos O prazo para submissão das propostas vai até 18 de dezembro. Os resultados serão divulgados até 30 de janeiro do próximo ano. Os interessados poderão consultar o regulamento e seus anexos no site do Inova Cemig. Programa de Eficiência Energética Os Desafios de Inovação em Eficiência Energética fazem parte do Programa de Eficiência Energética da Cemig. Assim como no caso desse processo seletivo, o objetivo do Programa é promover o uso sustentável da energia elétrica e melhorias na qualidade de vida dos mineiros, principalmente nos tempos atuais, em que as mudanças climáticas trazem cada vez mais desafios à humanidade. Em mais de 25 anos de existência, o PEE da Cemig já investiu mais de R$ 1 bilhão e promoveu ações em todos os 774 municípios da área de concessão da companhia. Para se ter uma ideia da relevância do Programa, em todo esse tempo ele já foi responsável pela economia de 7.423 giga whats-hora (GWh), energia suficiente para abastecer, durante um ano, cerca de 3,5 milhões de clientes. Outro dado importante é que, no período de 25 anos, a companhia contribuiu para que 520 mil toneladas de CO2 não fossem liberadas na atmosfera. Em uma leitura mais prática, o valor é equivalente ao carbono absorvido por 3,7 milhões de árvores da mata atlântica em 20 anos. Crédito das fotos: Cemig/Divulgação

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Cemig identifica queimadas próximas de linhas de alta tensão

Com ferramenta de monitoramento via satélite, a identificação ocorre antes das ocorrências Nova função permite reduzir o tempo de interrupção ou até mesmo evitar desligamentos a clientes causados por queimadas Reduzir o tempo de resposta para ocorrências com queimadas, garantindo o rápido restabelecimento do sistema elétrico. Com esse objetivo, o setor de Meteorologia da Cemig desenvolveu um sistema que monitora, via satélite, focos de calor a uma distância de até 1,5 km das Linhas de Distribuição e de Transmissão da companhia. A importância da integração entre o setor de Meteorologia da Cemig e os Centros de Operação da Distribuição (COD) e do Sistema (COS) vai além dos alertas relacionados às queimadas. A Cemig possui uma equipe de meteorologistas para monitoramento em tempo real das condições climáticas da sua área de concessão, que abrange 774 municípios mineiros. Dessa forma, os profissionais produzem boletins, avisos e alertas meteorológicos que são enviados aos Centros, que conseguem tomar ações focadas na região, como por exemplo, mobilizar as equipes – com uma antecipação de até quatro horas – para regiões que serão mais impactadas. No ano de maior impacto por causa das queimadas para o setor elétrico da Cemig, o Geopat (Sistema de Monitoramento Meteorológico da Alta Tensão) contribuiu para minimizar os prejuízos devido aos focos de incêndio na rede elétrica, e está sendo usado para garantir o fornecimento de energia para os mais de 9 milhões de clientes da companhia. De acordo com a empresa, a utilização da nova funcionalidade possibilita reduzir o tempo de interrupção relacionadas a focos de incêndio dos clientes ou até mesmo, evitar os desligamentos. Inspeção via satélite De acordo com o meteorologista da Cemig, Arthur Chaves, o sistema de monitoramento recebe informações de uma rede de satélites orbitais, que mapeiam, por meio de sensores térmicos, os focos de calor no território mineiro. Assim, o setor de Meteorologia da empresa cruza esses dados com as coordenadas georreferenciadas das Linhas de Distribuição e de Transmissão de energia de alta tensão. Segundo o engenheiro do Centro de Operações da Cemig, Felipe Mendonça Ildefonso, “por meio desse monitoramento, o COD recebe um alerta de queimada próxima às nossas linhas de distribuição e então aciona as equipes em campo para realizarem uma inspeção no local e, caso necessário, realizarem o atendimento preventivo, com o objetivo de evitar algum desligamento”, afirma. “Quando a equipe chega no local indicado pelo satélite e encontra uma queimada em andamento, que causou ou pode causar algum dano às nossas torres de alta tensão, ela informa ao COD para que sejam iniciados os procedimentos para analisar a possibilidade de transferir os clientes conectados àquele sistema para outro circuito. Dessa forma, a Cemig evita a interrupção de energia, e as equipes em campo podem realizar a manutenção”, completa. Com os alertas, o COD da Cemig consegue acompanhar, por meio do sistema de monitoramento climático, a situação das queimadas próximas ao sistema elétrico de alta tensão em tempo real e atuar de forma preventiva, quando possível. “Toda a sociedade é penalizada com as queimadas. Cidades inteiras podem ter interrupções no serviço, o que pode impactar hospitais, serviços de abastecimento de água, bancos, centros comerciais, indústrias e comércios. Por isso, a Cemig investe para que possa reduzir os impactos desse tipo de ocorrência em sua área de atuação”, salienta Felipe Ildefonso. Utilizado também no sistema de transmissão, o sistema auxilia o COS – Centro de Operação do Sistema na avaliação dos desligamentos das linhas de extra alta tensão, tornando o processo de restabelecimento do fluxo de energia mais seguro e ágil. Alerta traz agilidade no restabelecimento do serviço à população No dia 30 de agosto, o Geopat emitiu um alerta para o COD da Cemig sobre duas torres da Linha de Distribuição Alfenas 1 – Areado 2 69kV, no Sul de Minas. Imediatamente, foram acionadas equipes de campo, que chegaram ao local e constataram que uma das torres havia sido danificada por uma queimada, o que prejudicou o fornecimento de energia para mais de 18 mil clientes. Para restabelecer a energia o mais breve possível para os clientes, foram mobilizados diversos recursos emergenciais da Cemig, como geradores móveis. Dessa forma, as equipes de campo trabalhavam ininterruptamente, durante toda a madrugada para realizar a substituição da torre danificada e a recomposição da rede. “O alerta do Geopat foi muito importante para que a equipe chegasse ao ponto exato da torre danificada, reduzindo o tempo de inspeção na região para a identificação do defeito. Assim, foi possível tomar a decisão de enviar geradores para que a maior parte dos clientes fosse restabelecida rapidamente, enquanto a manutenção da estrutura acontecia”, explica o engenheiro do COD. Com esses alertas, o COD aciona as equipes de campo para inspeção e ao chegar nos pontos indicados, os colaboradores tem mais facilidades para identificar o impacto da queimada na rede da companhia. Neste caso, as equipes conseguem atuar proativamente e atenuar o dano ao sistema, evitando assim o desligamento aos clientes daquele sistema. Fonte e fotos: Cemig

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