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Vício em bets compromete finanças e prejudica apostadores e familiares

Compulsão pelas apostas on line é comparada a epidemia e reforça necessidade de regulamentação dura sobre empresas que lucram às custas da saúde financeira e mental As bets, apostas esportivas on line, se tornaram presença frequente na vida dos brasileiros nos últimos anos e há quem compare seu alcance e disseminação a uma epidemia. Seus efeitos sobre a saúde psicológica e financeira dos usuários e sobre a economia têm despertado cada vez mais preocupação por parte do poder público e entre profissionais e entidades dessas áreas. Para se ter uma ideia da presença das bets no Brasil, pesquisa de opinião feita pelo Instituto Locomotiva em agosto apontou que 25 milhões de pessoas passaram a fazer apostas esportivas em plataformas eletrônicas nos sete primeiros meses de 2024, uma média de 3,5 milhões por mês. Conforme aferido no levantamento, esse intervalo de tempo é menor do que o que o coronavírus levou, 11 meses, para contagiar o mesmo número de pessoas no Brasil no início da pandemia. Em cinco anos, o número de apostadores nas bets chegou a 52 milhões. “As bets não são diferentes de outros jogos do mesmo tipo. Quem lucra é o proprietário. E para que isso aconteça, o apostador precisa ser cativado, então, a pessoa ganha pequenas quantidades de dinheiro, com uma certa frequência. Mas, além disso, o ‘quase ganhar’ é tão estimulante quanto o próprio ganhar e também é um componente que mantém a pessoa jogando”, explica Lisiane Bizarro, professora do Programa de Pós-graduação em Psicologia e coordenadora do Núcleo de Estudos Translacionais em Adições (Netad) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Outra vantagem para quem lucra com esses jogos é que todo comportamento frequente e que é mantido por uma recompensa ocasional, é muito difícil de ser eliminado ou facilmente controlado. “Portanto, não se trata necessariamente de um resultado sobre o qual a pessoa vai ter controle. O próprio jogo é planejado para que ela se engaje e gaste dinheiro”, acrescenta. Estes elementos se somam à disponibilidade deste tipo de aposta, resultando num contexto de fácil captura do usuário. “Quando se apostava em cavalos, por exemplo, a pessoa tinha que se dirigir a um determinado local para isso. Agora, é possível apostar em qualquer horário, de qualquer lugar, com a frequência que você quiser, utilizando um celular. Essa facilidade é um componente que aumenta o risco da dependência”, pontua. Lisiane também chama atenção para o papel negativo da publicidade dos jogos on line e como isso naturaliza a aposta desde cedo. “Uma parte do problema está também na propaganda, feita indiscriminadamente na internet, entre um e outro vídeo, nas redes sociais, via influencers, nos intervalos comerciais da televisão e mesmo em meio à programação infantil. Isso vai habituando as pessoas à presença daquela marca. É como acontecia com os cigarros, por exemplo”, lembra. Efeitos financeiros A análise da psicóloga vai ao encontro do que foi apontado pela pesquisa já citada, segundo a qual sete de cada dez apostadores costumam jogar no mínimo uma vez ao mês e 60% dos que já ganharam usaram ao menos parte do valor para apostar novamente. O pior é que boa parte dos usuários não encara a “fezinha digital” como um vício. Apenas 6% avaliam dessa forma, de acordo com levantamento feito na capital paulista pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio), que está temerosa com o impacto que o uso desses jogos pode ter no aumento da inadimplência e na redução do dinheiro que circula no setor. Ainda de acordo com os dados obtidos, cerca de 25% dos jogadores buscam dinheiro rápido e 9% encaram a atividade como investimento. Esse conjunto de comportamentos tem se refletido em outras constatações alarmantes. Segundo o Banco Central, os brasileiros estão gastando cerca de R$ 20 bilhões por mês em bets e os apostadores somam 24 milhões de pessoas físicas. E, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio, as apostas online teriam deixado cerca de 1,3 milhão de brasileiros inadimplentes somente no primeiro semestre deste ano. Nesse universo de jogadores, muita gente é de média ou baixa renda. O Locomotiva apontou que oito de cada dez apostadores são pessoas das classes C,D e E; e dois de cada dez são classe A ou B. O mesmo levantamento do BC mostrou que do montante total averiguado, cerca de R$ 3 bilhões teriam vindo de 5 milhões de beneficiários do Bolsa Família, que tem um total de 20 milhões de cadastrados. Diante das informações, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, emitiu nota na qual disse que vai “acompanhar a regulamentação e encontrar mecanismos para evitar que dinheiro dos benefícios sociais sejam utilizados em jogos”. Efeitos pessoais Outra questão preocupante são os impactos do vício nos cassinos on line sobre a vida pessoal. Reportagem recente da BBC Brasil mostrou que escritórios de advocacia já verificaram aumento na procura por divórcios motivados pelo vício nesse tipo de jogo e trouxe relatos de pessoas que perderam bens como casa e carro para saldar dívidas. Além do que isso significa do ponto de vista material, situações como essas também pesam no campo emocional. “Se a pessoa tem um gasto de tempo excessivo em apostas, então tanto a parte financeira quanto a energia, o tempo que ela ocupa com isso, vai faltar para outras coisas. Vai faltar tempo para o convívio com a família, para o lazer, a cultura, o trabalho e o estudo”, destaca Lisiane Bizarro. Ela salienta ainda que “pessoas endividadas se tornam muitas vezes desesperadas, perdem a rede de apoio porque se envolveram em empréstimos e não pagaram as dívidas e estão sempre pedindo dinheiro emprestado. E essa roda viva não acaba de um jeito muito legal”, alerta a psicóloga. Do ponto de vista dos prejuízos sociais, Lisiane elenca o isolamento, a precarização de cuidados pessoais, além de problemas no trabalho ou nos estudos. E, do ponto de vista emocional, são comuns comportamentos como a irritabilidade e problemas de sono. A compulsão

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Medalhas – Brasil bate recordes e fecha Paralimpíada em quinto lugar

Lula parabeniza paratletas brasileiros por campanha histórica nas Paralimpíadas de Paris O Brasil atingiu seu recorde de medalhas na história de uma edição de Jogos Paralímpicos: 89 pódios em Paris 2024, superando os 72 conquistados nos jogos Rio 2016 e em Tóquio 2020. São 25 de ouro, 26 de prata e 38 de bronze. Com isso, o país se consolida entre as cinco maiores potências em Jogos Paralímpicos. Nesse último dia da competição, a halterofilista carioca Tayana Medeiros levantou 156 quilos e conquistou o ouro da categoria até 86 quilos nos Jogos Paralímpicos de Paris, com direito a recorde paralímpico. Já a Paracanoagem teve uma dobradinha histórica nos Jogos neste domingo: Fernando Rufino conquistou o bicampeonato, enquanto Igor Tofalini faturou a medalha de prata. É a primeira vez na história que ocorre uma dobradinha em Paralimpíadas numa prova masculina da modalidade que usa tronco e braços na remada. No sábado, a acreana Jerusa Geber deu mais uma demonstração de que, aos 42 anos de idade, vive o ápice de sua carreira esportiva. Conquistou mais uma medalha de ouro no atletismo nos 200 metros classe T11, destinada a deficientes visuais, com o tempo de 24s51, igualando o recorde paralímpico da britânica Libby Clegg nos Jogos Rio 2016. Outra conquista brasileira no atletismo no sábado foi o bronze que o paulista Thomaz Ruan alcançou na prova dos 400 metros classe T47, para amputados de braço. Ele conseguiu o tempo de 47s97, ficando atrás somente de dois marroquinos, Ayoub Sadni, prata com 47s16, e Aymane El Haddaoui, ouro com 46s65. O Brasil conta com uma delegação de 280 atletas, que representaram o país em 20 das 22 modalidades da competição. A primeira edição dos Jogos Paralímpicos aconteceu em 1960, em Roma. O Brasil ganhou sua primeira medalha em Jogos Paralímpicos em 1976, uma prata, em Toronto, na modalidade Lawn Bowls, um esporte semelhante à bocha. Lula parabeniza paratletas brasileiros por campanha histórica nas Paralimpíadas de Paris O presidente destacou que o Brasil alcançou o quinto lugar no ranking geral de medalhas O presidente Lula parabenizou neste domingo (8) os paratletas brasileiros, que, nos Jogos de Paris 2024, conquistaram seu recorde de medalhas na história de uma edição de Jogos Paralímpicos, com 89 pódios. O presidente destacou que o Brasil alcançou o quinto lugar no ranking geral de medalhas e elogiou o desempenho dos atletas. “O Brasil fez história em mais uma Paralimpíadas. Nossos e nossas atletas conquistaram 89 medalhas, ficando no top 5 no ranking. Foi a melhor campanha até agora: 25 de ouro, 26 de prata e 38 de bronze. Meus parabéns aos nossos esportistas que deram um show. Viva os nossos paratletas”, escreveu Lula na rede social Instagram.

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Brasil tem vitória triste sobre o Equador nas eliminatórias da Copa

O Brasil fez apenas o suficiente para conquistar a vitória que levou a equipe ao quarto lugar das Eliminatórias Reuters – O Brasil voltou a vencer nas eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo com uma vitória monótona de 1 a 0 sobre o Equador na sexta-feira, graças ao gol do atacante Rodrygo, do Real Madrid, no primeiro tempo. Depois de uma primeira sequência de derrotas em três jogos consecutivos nas eliminatórias, o Brasil fez apenas o suficiente para conquistar a vitória que levou a equipe pentacampeã da Copa do Mundo, que enfrenta dificuldades, ao quarto lugar na classificação, com 10 pontos. A equipe está oito pontos atrás da líder Argentina e apenas dois pontos acima do Equador, em sexto lugar, a última vaga garantida para as finais de 2026. Jogando sua primeira partida após a decepcionante derrota na Copa América para o Uruguai nas quartas de final, o Brasil teve outro desempenho sem brilho, dominando a posse de bola, mas não conseguindo criar chances claras de gol durante toda a partida. O Brasil errou muitos passes e teve dificuldades para se conectar na frente, sem ideias de como vencer o sólido bloqueio defensivo do Equador. O Equador foi implacável ao aplicar uma pressão fisicamente agressiva com três atacantes esforçados, deixando os jogadores locais desconfortáveis ao colocar a bola em jogo. O Brasil também quase não teve espaço para entrar na sua área, o que o obrigou a circular a bola horizontalmente em torno da sua área e a recorrer a chutes de longa distância. Os dois únicos chutes a gol do Brasil no primeiro tempo foram dados por Rodrygo, que, depois de acertar as mãos do goleiro em uma cobrança de falta logo no início, teve sorte em abrir o placar aos 29 minutos. Seu chute disparado da entrada da área desviou em um zagueiro e contornou o goleiro, que estava com o pé errado, antes de bater na trave direita e encontrar o fundo da rede. O Equador quase empatou em um contra-ataque logo antes do intervalo, mas o zagueiro Gabriel Magalhães desviou o chute de Moises Caicedo com uma defesa na linha do gol no último minuto. O Brasil voltou ainda pior no segundo tempo, com um Vinicius Jr. pouco inspirado, criando seu único chute a gol em 45 minutos absolutamente monótonos, com vaias saudando o apito final. “Precisávamos dessa vitória, não importa se foi feia ou não. Estou feliz com a vitória e por ter feito o gol, e espero que isso nos ajude a melhorar e a progredir para o nível que queremos alcançar daqui para frente”, disse Rodrygo à TV Globo. O Brasil enfrentará o Paraguai em Assunção na terça-feira, enquanto o Equador receberá o Peru em Quito na segunda-feira.

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Lateral William, do Cruzeiro, é convocado pela Seleção Brasileira

Atleta cruzeirense entra na vaga de Yan Couto, do Borussia Dortmund (Alemanha), que foi desconvocado por problemas clínicos O lateral direito William, do Cruzeiro, foi convocado para defender a Seleção Brasileira pelas Eliminatórias da Copa do Mundo dos Estados Unidos. O atleta cruzeirense vai integrar o elenco de Dorival Júnior nos duelos contra o Equador e o Paraguai. Ele entra na vaga de Yan Couto, do Borussia Dortmund (Alemanha), que foi desconvocado por problemas clínicos. “Nós tivemos um problema clínico com o atleta Yan, do Borússia Dortmund. Com isso, estamos convocando William, do Cruzeiro, de Belo Horizonte”, disse o técnico da Seleção Brasileira, Dorival Junior, em vídeo publicado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) nesta quinta-feira (29 de agosto). Os jogos O lateral deverá se apresentar em Curitiba, no Paraná, na próxima segunda-feira (2 de setembro). O primeiro compromisso dele com a camisa amarelinha será na sexta-feira (6) da próxima semana, quando o Brasil enfrenta o Equador, no estádio Couto Pereira. No dia 10 de setembro, o time comandado por Dorival Júnior jogará contra o Paraguai, em Assunção. William deverá desfalcar o Cruzeiro na partida contra o São Paulo. O confronto está previsto para o dia 15 de setembro, em horário a confirmar, no Mineirão. Carreira de William Revelado no Internacional, William se transferiu para o Wolfsburg, da Alemanha, em 2018. Antes de se transferir para a Europa, o lateral conquistou a medalha de ouro com a seleção masculina de futebol nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, de 2016. O atleta foi contratado pelo Cruzeiro em 2023, ano em que a equipe celeste retornou para a Série A do Campeonato Brasileiro. Nas redes sociais, o clube celeste parabenizou o atleta. “Parabéns e muito sucesso, convocação mais do que merecida!”, escreveu o Cruzeiro 🇧🇷 WILLIAM É SELEÇÃO! Nosso lateral William foi convocado pela Seleção Brasileira, que irá enfrentar o Equador e o Paraguai nas eliminatórias para a Copa do Mundo 2026. Os jogos serão nos dias 6 e 10 de setembro. Parabéns e muito sucesso, convocação mais do que merecida! 👏💙 pic.twitter.com/v1GhmG1cOd — Cruzeiro 🦊 (@Cruzeiro) August 30, 2024

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Adolescente morre após passar mal durante partida de futebol

Arthur Fernandes da Costa tinha acabado de entrar em campo, no segundo tempo do jogo. Segundo o Samu, ele sofreu parada cardiorrespiratória e foram feitas manobras de reanimação por mais de 1h30. Um adolescente, de 15 anos, morreu após passar mal durante uma partida de futebol em Montes Claros, na noite dessa quarta-feira (13). Arthur Fernandes da Costa fazia parte da Seleção do município de Claro dos Poções que disputava a Copa Toninho Rebelo, contra o Mackenzie de Montes Claros. Por telefone, o técnico do time, Eduardo Alvarenga Santos, contou ao g1 que o adolescente tinha acabado de entrar no campo, quando começou a passar mal. “A partida teve início por volta das 19h15. Aos 10 minutos do segundo tempo, eu pedi pra ele se aquecer e entrar no jogo. Em questão de três minutos em campo, ele passou mal e caiu. Fui tentar socorrê-lo e o técnico do outro time foi fazendo massagem cardíaca até a chegada do Samu”. Em nota, a assessoria do Samu informou que o adolescente estava em parada cardiorrespiratória e a equipe do Suporte Avançado de Vida fez manobras de reanimação por mais de 1h30. A Polícia Militar também esteve no local e registrou um boletim de ocorrência, e o corpo foi liberado para a família. O técnico do time lamentou o ocorrido e falou sobre a paixão do jovem pelo esporte. “A vida dele era isso: jogar futebol, era sempre entusiasmado e dedicado. Era um menino muito alegre e brincalhão, que todo mundo gostava”. O corpo está sendo velado no Memorial Bom Pastor em Claro dos Poções. O horário do enterro ainda não foi definido. G1 Grande Minas

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Lula assina MP que isenta medalhistas de “taxa olímpica”

Nesta quinta-feira (8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou uma medida provisória publicada no Diário Oficial da União que isenta os atletas olímpicos de pagar Imposto de Renda sobre os prêmios em dinheiro recebidos nas Olimpíadas de Paris 2024. Enquanto medalhas e troféus já eram isentos de impostos federais, os prêmios monetários eram normalmente incluídos na declaração anual do Imposto de Renda. A nova medida provisória especifica que apenas os prêmios em dinheiro pagos pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) não estarão sujeitos à tributação para a edição atual dos Jogos Olímpicos. Vale ressaltar que prêmios recebidos de confederações esportivas, federações, patrocinadores e clubes dos atletas continuam sujeitos à taxação, que pode chegar a até 27,5%. A Receita Federal informou que não tinha a autoridade para dispensar a cobrança do imposto sem uma mudança legislativa. De acordo com o órgão, os atletas eram tratados como qualquer outro profissional para fins de tributação, com impostos aplicáveis a valores acima da faixa de isenção, que é de dois salários mínimos. “Isso é tributado como qualquer outra remuneração de qualquer outro(a) profissional, desde que seja um valor superior ao da faixa de isenção do imposto de renda (hoje em dois salários mínimos)”, acrescentou o Fisco, por meio de nota e antes da mudança. A medida provisória, assinada também pelo secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, e pelo ministro do Esporte, André Fufuca, tem validade de até 120 dias. Durante esse período, o texto precisa ser aprovado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado para se tornar lei. Caso contrário, será revogado. Além disso, durante a tramitação, o texto pode sofrer alterações pelos parlamentares, e as modificações serão enviadas ao presidente Lula para sanção ou veto.

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Histórico! Rebeca Andrade supera Biles e é ouro no solo em Paris 2024

Brasileira conseguiu o inimaginável, contou com erros de Simone Biles e se tornou a maior medalhista olímpica da história do país Histórico, épico, impensável. Escolha o adjetivo que desejar, e ele se enquadrará perfeitamente no que Rebeca Andrade fez nesta segunda-feira (5/8) na Arena Bercy. A brasileira alcançou o que parecia inalcançável: superou a lenda Simone Biles e faturou a medalha de ouro no solo da ginástica artística na Olimpíada de Paris 2024. Rebeca não se abateu. Pouco mais de uma hora antes de celebrar o título olímpico a brasileira de 25 anos havia se frustrado com o quarto lugar na final da trave – prova em que Simone Biles também errou e terminou na quinta colocação. Mas ela estava obstinada a fazer história. E fez. Foi uma apresentação de altíssimo nível de Rebeca Andrade, que alcançou 14.166 no solo – neste momento, já sabia que dificilmente ficaria sem medalha. Mas o ouro dependia, fundamentalmente, de falhas de Biles. E aconteceu. A ginasta executou a série com nível de dificuldade altíssimo, mas pisou duas vezes fora do tablado e recebeu 14.133. Com isso, ficou com a prata Rebeca Andrade, a maior de todos os tempos Com o resultado, Rebeca Andrade chega sobe ao pódio pela sexta vez e se isola como a maior medalhista olímpica da história do Brasil. A paulista de Guarulhos supera outras lendas do esporte nacional: os velejadores Robert Scheidt e Torben Grael, que têm cinco medalhas cada. A história começou em Tóquio 2020. Na ocasião, Rebeca Andrade conquistou duas medalhas: o ouro no salto e a prata no individual geral. Depois, em Paris, quatro pódios em uma mesma Olimpíada – algo que nenhum outro brasileiro conseguiu. Rebeca faturou o ouro no solo, a prata no salto e no individual geral e o bronze por equipes. Maiores medalhistas do Brasil em Olimpíadas Rebeca Andrade (ginástica artística): 6 medalhas (dois ouros, ouro, três pratas e um bronze); Robert Scheidt (vela): 5 medalhas (dois ouros, duas pratas e um bronze); Torben Grael (vela): 5 medalhas (um ouro, três pratas e um bronze); Serginho (vôlei): 4 medalhas (dois ouros e duas pratas); Isaquias Queiroz (canoagem): 4 medalhas (um ouro, duas pratas e um bronze); Gustavo Borges (natação): 4 medalhas (duas pratas e dois bronzes); Marcelo Ferreira (vela): 3 medalhas (dois ouros e um bronze); Bruninho, Giba, Dante e Rodrigão (vôlei): 3 medalhas (um ouro e duas pratas); Ricardo e Emanuel (vôlei de praia): 3 medalhas (um ouro, uma prata e um bronze); Cesar Cielo (natação), Fofão (vôlei) e Rodrigo Pessoa (hipismo): 3 medalhas (um ouro e dois bronzes); Mayra Aguiar (judô): três medalhas (três bronzes). Altos e baixos A medalha no solo coroa uma participação memorável de Rebeca Andrade em Paris 2024 e a livra da frustração de ter ficado fora do pódio na trave. Mais cedo, ainda nesta segunda-feira, a brasileira se decepcionou ao terminar em quarto lugar. A prova foi atípica e também teve a lenda Simone Biles, quinta colocada, fora do pódio. Instantes depois, Rebeca Andrade estava de volta para a decisão do solo. Desta vez, com tudo dentro do script e a medalha no peito. Última Olimpíada de Rebeca Andrade? Esta pode ter sido a última final olímpica de Rebeca. A brasileira admitiu mais de uma vez que não sabe se irá aos Jogos de Los Angeles 2028. Porém, deixou essa possibilidade em aberto. Uma alternativa que Rebeca estuda é não competir mais no individual geral, para focar em provas específicas, por conta das lesões que já sofreu na carreira.

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Judoca Bia Souza ganha o primeiro ouro do Brasil nos Jogos de Paris

Transmissões oficiais das Olimpíadas destacam simbolismo de uma mulher negra ser a primeira a garantir o prêmio máximo da competição para o País. A judoca Beatriz Souza garantiu a primeira medalha de ouro do Brasil nessa edição dos Jogos Olímpicos de Paris. Ela foi a vencedora da categoria +78kg, que teve a final realizada nesta sexta-feira 2.  A judoca disputava a medalha com a atleta israelense Haz Hershko, a segunda colocada no ranking mundial na categoria. A brasileira, porém, dominou a luta, principalmente após acertar um waza-ari, com apenas 44 segundos de disputa. A pontuação garantiu a vitória para a brasileira ao final do tempo regulamentar.  Bia Souza é a única judoca a receber uma medalha de ouro logo na sua primeira Olimpíada. Em 2021, ela não competiu após perdeu a vaga para Maria Suelen Altheman, à época adversária e hoje sua treinadora. Beatriz se junta as duas outras judocas brasileiras a ganharem ouro na modalidade, Sarah Menezes, em Londres-2012, e Rafaela Silva, no Rio-2016. A conquista, vale dizer, é inédita na categoria +78 kg.  Na edição francesa dos jogos, esse é a terceira medalha de judocas brasileiros. Willian Lima foi prata na categoria meio-leve e Larissa Pimenta ganhou a medalha de bronze na mesma categoria feminina. Com o ouro de Beatriz, o Brasil também chega a sua sétima medalha em Paris (um ouro, três pratas e três bronzes) e à 25ª no judô olímpico. Mulher negra O título conquistado por Bia Souza nesta sexta-feira também tem um tom simbólico por vir de uma mulher negra, conforme destacaram as duas transmissões oficiais dos Jogos no Brasil. Na prática, a judoca vencedora é representante da maior parcela da população brasileira, a das mulheres negras, atualmente formada por 60 milhões de pessoas ou 28,5% de toda a população, segundo os dados do Censo do IBGE. A própria atleta fez questão de dar destaque ao simbolismo da conquista em entrevista à Caze Tv após a luta: “Mulherada, pretos e pretas do mundo todo, é possível, acreditem. Às vezes a gente acha que pode estar pagando muito caro, mas vale cada centavo quando a gente conquista o que a gente quer. Acreditem.”

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Equipe feminina de ginástica conquista bronze histórico em Paris

Liderada por Rebeca Andrade, brasileiras conquistam primeira medalha da história do país na disputa coletiva; o time dos EUA ficou com o ouro e Itália com a prata A equipe brasileira feminina de ginástica artística fez história ao conquistar a inédita medalha de bronze na final por equipes nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Com um total de 164.497 pontos, o time brasileiro, composto por Rebeca Andrade, Jade Barbosa, Flávia Saraiva, Lorrane Oliveira e Júlia Soares, ficou atrás apenas dos Estados Unidos, que levaram o ouro com 171.296 pontos, e da Itália, que garantiu a prata com 165.494 pontos. Entrando na disputa com grandes expectativas após a conquista da medalha de prata no Mundial da Antuérpia em 2023, a equipe brasileira enfrentou momentos dramáticos durante a final. Em três aparelhos, as brasileiras apresentaram desempenho inferior ao das classificatórias. Na trave, somaram 39.966 pontos, 1.467 a menos do que na fase preliminar. Nas barras assimétricas, obtiveram 41.199 pontos, uma redução de 0.234, e no salto, marcaram 42.366 pontos, 0.367 a menos. No solo, porém, as ginastas brasileiras tiveram um desempenho levemente superior, com destaque para Flávia Saraiva, cuja nota foi maior que a de Jade Barbosa na classificatória. No salto, o principal aparelho da equipe, Rebeca Andrade brilhou com uma nota de 15.100, superando sua própria marca preliminar. A final foi marcada por momentos de tensão antes mesmo do início da competição, quando Flávia Saraiva se machucou durante o aquecimento nas barras paralelas. A atleta do Flamengo escorregou, caindo com o rosto no chão, e teve que sair da área de competição com ajuda do técnico. Apesar de um corte no supercílio que exigiu proteção durante a final, Flávia voltou e contribuiu para a conquista histórica da equipe. Essa medalha de bronze é um marco para a ginástica artística brasileira, celebrando o talento e a resiliência das atletas que, mesmo enfrentando adversidades, alcançaram um feito inédito nas Olimpíadas.

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