Brasil apresenta ações contra fome aos países do G20

Na presidência do bloco, Brasil costura uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. A ideia é reunir políticas públicas de bons desempenhos para embasar campanha mundial Na presidência do G20, o Brasil apresentou aos países-membros do bloco e organismos internacionais as ações e programas de enfrentamento à insegurança alimentar e combate à pobreza desenvolvidas no país. O Brasil assumiu em dezembro de 2023 a presidência rotativa do grupo das 20 maiores economias do mundo, comandando o bloco pela primeira vez no formato atual até novembro de 2024. A proposta do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é de organizar uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza a ser articulada durante todo o ano de 2024 e lançada na Cúpula de Chefes de Estado e de Governo a ser realizada no Rio de Janeiro, em novembro. Em evento realizado no Itamaraty, em Brasília (DF), nesta quarta (20), o governo brasileiro realizou a primeira reunião presencial da Força-Tarefa para construção da aliança. Durante o encontro, a pasta traçou um histórico das políticas públicas e apresentou os principais impactos alcançados pelos programas. O estabelecimento da Aliança, na avaliação do ministro Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome), materializa a visão direta do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e demanda aportes, ajustes e apoio dos países que integram o Grupo dos 20. “Será um forte avanço no caminho para acelerar os esforços para eliminar a fome, a má nutrição e a pobreza extrema, reduzindo desigualdades e caminhando para uma transição justa e inclusiva rumo a um futuro sustentável”, afirmou Dias. A proposta da Aliança, aberta a todos os países, vai no sentido de formar uma cesta com políticas públicas de combate à fome e à miséria que são exitosas no Brasil (e em diversas outras regiões do mundo). A iniciativa pretende estabelecer um mecanismo prático para mobilizar recursos financeiros e conhecimento e direcioná-los para os territórios onde são necessários, apoiando a implementação e a ampliação da escala de ações, políticas e programas no nível nacional. Entre os objetivos, dois se destacam: evitar esforços duplicados e dar impulso político essencial à mobilização de fundos e soluções existentes. Além disso, caberá à articulação global melhor organizá-los em torno de dois princípios: a consistência na implementação das políticas nacionais e o foco nos mais pobres e vulneráveis. A abordagem brasileira para a Aliança teve apoio unânime na primeira reunião técnica da Força-Tarefa, que reuniu cerca de 200 pessoas, entre representantes de países-membros do G20, convidados e organismos internacionais. Os trabalhos da Força-Tarefa terão continuidade ao longo do ano. A expectativa é que a Aliança seja lançada no fim de 2024, durante a Cúpula do G20, no Rio de Janeiro. O comando do bloco é tido pelo governo brasileiro como uma das principais oportunidades de projeção internacional da 3ª gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, sintetizou o lema brasileiro em declaração durante a abertura da Comissão Nacional do G20: “Se o ano de 2023 marcou o retorno do Brasil ao mundo, 2024 será o ano em que o mundo voltará ao Brasil”.

Papa Francisco lança autobiografia reveladora e defende suas convicções

Livro traz relatos pessoais que esclarecem razões de Francisco para o enfrentamento da ditadura na Argentina e suas motivações para as reformas na Igreja Em seus onze anos de pontificado, o Papa Francisco tem enfrentado o desafio complexo de equilibrar os dogmas tradicionais da Igreja Católica com a necessidade de adaptar-se aos ventos da modernidade. Este delicado equilíbrio é o tema central de sua primeira autobiografia, intitulada “Vida: Minha História Através da História”, escrita em colaboração com o vaticanista italiano Fabio Marchese Ragona e com lançamento previsto para 15 de abril pela HarperCollins Brasil. No livro, ele compartilha relatos pessoais, opiniões francas e defende suas convicções com uma sinceridade característica. O livro, uma série de entrevistas conduzidas pelo vaticanista Fabio Marchese Ragona, revela aspectos marcantes da vida e do pensamento do líder católico, bem como suas perspectivas para o futuro da Igreja e da humanidade. A obra oferece uma visão detalhada da trajetória de Francisco, entrelaçada com grandes eventos mundiais que moldaram sua visão filosófica e política. Desde sua repulsa ao antissemitismo durante a Segunda Guerra Mundial até sua postura firme contra o abuso sexual infantil por membros do clero, o livro revela um líder religioso atento às ambiguidades humanas e guiado por um pragmatismo que busca conciliar tradição e progresso. O Papa também compartilha momentos marcantes de sua história pessoal, desde a migração de sua família da Itália para a Argentina até suas experiências durante a Segunda Guerra Mundial e as bombas atômicas de Hiroshima e Nagazaki. Sua preocupação com a guerra é evidente, e ele adverte sobre os perigos do uso de armas nucleares, classificando-as como imorais. Enfrentamento à ditadura argentina Uma das passagens mais marcantes da autobiografia é o relato sobre a ditadura militar na Argentina (1976-1983), período em que Francisco, então um jovem jesuíta, confrontou o regime e protegeu indivíduos perseguidos, como uma professora comunista cuja coleção de livros ele escondeu dos militares. Em relação a essa época, o Papa rejeita rótulos ideológicos simplistas e enfatiza a importância do compartilhamento e da solidariedade como valores fundamentais do cristianismo. Francisco enfrenta fake news que circularam a seu respeito e revela seu papel na proteção de seminaristas perseguidos e lamenta as atrocidades cometidas durante aquele período sombrio da história de seu país. Ele nega acusações de abandono de jesuítas sequestrados e enfatiza sua luta pela libertação dos padres. “Falar dos pobres não significa ser automaticamente comunista”, escreveu o argentino Jorge Bergoglio. “Os pobres são a bandeira do evangelho e estão no coração de Jesus”, insistiu. “Isso não é comunismo. Isso é cristianismo em estado puro”, continuou. Ao discutir questões contemporâneas, como a aceitação das uniões entre pessoas do mesmo sexo e o perdão às mulheres que interrompem gestações, Francisco adota uma postura equilibrada, mantendo-se fiel aos ensinamentos da Igreja, mas demonstrando empatia e compaixão pelas situações individuais. Ele destaca a importância de acolher as pessoas LGBTQIA+ e reafirma sua oposição ao aborto. Ao discutir a possibilidade de renúncia, Francisco tranquiliza os católicos, afirmando que só o fará em caso de impedimento físico grave e que jamais assumirá o título de papa emérito, uma decisão contrária à adotada por seu antecessor, Bento XVI. Sua determinação em levar adiante suas reformas é evidente, e ele reafirma seu compromisso com o pontificado até o fim. O Papa compartilha também os bastidores do conclave que o elegeu em 2013, destacando a mensagem de encorajamento de seu amigo cardeal brasileiro Claudio Hummes e a inspiração por trás da escolha de seu nome papal, Francisco. Sua defesa da dignidade dos pobres e marginalizados, sua postura de acolhimento em relação aos homossexuais e seu desapego às acusações infundadas são temas recorrentes ao longo do livro. As regras do jogo Comparando o pontificado de Francisco com o de seu antecessor, Bento XVI, o vaticanista Ragona ressaltou as diferenças significativas entre os dois líderes da Igreja Católica. Segundo ele, Francisco “mudou as regras do jogo”, adotando uma abordagem mais proativa e engajada em questões sociais e políticas, como a mediação em conflitos internacionais. Quanto à transformação da Igreja sob o pontificado de Francisco, Ragona reconheceu que mudanças significativas não acontecem da noite para o dia, mas enfatizou os esforços do Papa em plantar sementes de mudança, especialmente em relação à aceitação de grupos marginalizados, como pessoas trans e homossexuais. Ao escrever a biografia, Ragona revelou ter ficado surpreso ao descobrir aspectos da vida pessoal do Papa, como sua experiência amorosa quando ainda era seminarista. Essas revelações humanizaram o líder religioso aos olhos do vaticanista e ofereceram uma perspectiva mais completa de sua personalidade. Quanto à opinião do Papa sobre o presidente argentino Javier Milei, Ragona compartilhou que Francisco considerou o político descortês, mas reconheceu que as declarações durante a campanha política muitas vezes não refletem a verdadeira natureza das pessoas. Por fim, ao refletir sobre sua percepção do Papa Francisco após passar um ano trabalhando junto a ele, Ragona enfatizou a humildade e autenticidade do líder religioso. Ele destacou uma experiência pessoal em que o Papa demonstrou sua preocupação com o bem-estar de Ragona, revelando sua natureza acolhedora e pé-no-chão.

Com 20% menos que em 2016, Minc tem entregas mais volumosas

A ministra Margareth Menezes falou sobre o volume de entregas que conseguiu concluir em pouco mais de um ano em todas as áreas Em meio a um cenário político marcado pela preocupação com a popularidade do governo, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, compartilha suas reflexões sobre os rumos da gestão atual. Em uma entrevista concedida à BBC News Brasil após uma reunião do presidente Lula com todos os ministros, Menezes discute os desafios enfrentados e os progressos alcançados pelo governo. “É um governo que tem entregado, um governo com entregas maiores do que muitos outros anos, e não só comparando com o governo passado”, ressalta a ministra, destacando a importância das políticas públicas implementadas para impulsionar o setor cultural do país. “Nós estamos com 20% menos de servidores do que 2016, mas, no entanto, com entregas muito mais volumosas”, completa. Ao abordar a questão da popularidade do governo e a disputa no ambiente digital, Menezes reconhece que o governo está aprendendo e melhorando nesse sentido, apesar dos desafios enfrentados. Ela enfatiza a importância de focar no que realmente impacta a vida das pessoas, destacando as realizações concretas do governo em termos de políticas culturais e seu impacto na sociedade. No que diz respeito ao seu período como ministra, Margareth Menezes destaca os avanços significativos alcançados, mesmo diante das dificuldades. Entre as conquistas mencionadas pela ministra está a execução da Lei Paulo Gustavo e o lançamento da Instrução Normativa para a Lei Rouanet, além do trabalho em andamento para aprovar o Marco do Fomento, que visa estabelecer diretrizes para políticas culturais em nível nacional. Um dos pontos altos da gestão de Menezes é a implementação da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, que irá destinar recursos significativos para estimular a produção cultural em todo o país. Com um investimento previsto de R$ 15 bilhões até 2027, essa política representa um marco histórico na promoção da cultura e no fortalecimento do setor cultural brasileiro. Ao final da entrevista, a ministra reitera o compromisso do governo em promover a igualdade de gênero e a participação das mulheres em posições de liderança. Ela ressalta que, embora ainda haja muito a ser feito nesse sentido, o governo do presidente Lula tem sido pioneiro nesse aspecto, e a pauta da mulher continuará sendo uma prioridade. Ano de entregas Após um ano à frente do Ministério da Cultura, Margareth Menezes fez, no fim de 2023, um balanço das principais conquistas e iniciativas realizadas durante sua gestão. Em um período marcado por desafios e transformações, a ministra ressalta o compromisso com o fortalecimento do setor cultural e sua importância como vetor de transformação social. Uma das linhas de trabalho destacadas por Margareth Menezes foi o fortalecimento do Sistema MinC e da participação social. Nesse sentido, a reativação da Comissão do Fundo Nacional da Cultura (CFNC) e a reestruturação do Conselho Nacional de Políticas Culturais foram passos importantes para promover uma maior articulação e representatividade no setor. Além disso, a ministra enfatizou o desenvolvimento econômico através da cultura, destacando os investimentos históricos realizados em políticas públicas culturais. A Lei Paulo Gustavo (LPG), que está repassando R$ 3,8 bilhões para estados e municípios, e a Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), que garantirá investimentos de R$ 15 bilhões até 2027, foram citadas como exemplos concretos desse compromisso. Outro ponto destacado por Margareth Menezes foi a promoção da cultura como ferramenta de justiça social e superação de desigualdades. Iniciativas como o Programa Rouanet Norte e o Programa Rouanet nas Favelas visam democratizar o acesso à cultura, levando atividades culturais para regiões historicamente marginalizadas. No âmbito internacional, a ministra ressaltou a retomada dos intercâmbios culturais e o fortalecimento das relações com outros países e comunidades. A presidência pro tempore do Mercosul e a participação na COP-28 foram momentos importantes para posicionar o Brasil como um protagonista no cenário cultural e ambiental global. Margareth Menezes reiterou o compromisso de seguir avançando na consolidação da cultura como um dos principais vetores de transformação social e humana no Brasil. Para o próximo ano, a ministra promete continuar trabalhando para garantir mais oportunidades e acesso à cultura para todos os brasileiros, reafirmando o papel fundamental desse setor na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. A ministra artist Margareth Menezes, cantora e ativista cultural, está vivendo uma nova fase de sua vida aos 61 anos, ao assumir pela primeira vez um cargo público como ministra da Cultura. Com uma carreira marcada por sucessos na música afro-brasileira, como “Faraó” (1987) e “Dandalunda” (2001), Margareth agora direciona seu talento e paixão para fortalecer as políticas culturais do país. Nascida em Salvador, a cantora sempre esteve envolvida em ações culturais e educacionais, tendo fundado a Associação Fábrica Cultural, que promove iniciativas para jovens na Península de Itapagipe, sua terra natal.

BNDES vai investir R$ 100 mi em favelas para reduzir desigualdades

“Vamos reforçar atuação na redução das desigualdades a partir da estruturação de polos culturais e iniciativas para geração de emprego e renda”, diz Mercadante Com foco em geração de trabalho e renda, educação, cultura e inclusão social, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social deve investir R$ 100 milhões nas favelas brasileiras por meio do BNDES Periferias, lançado nesta quinta-feira (21), na sede do banco, no Rio de Janeiro. Para reduzir as desigualdades e promover a diversidade, o banco vai investir R$ 50 milhões não reembolsáveis para projetos de inclusão produtiva urbana em favelas e periferias. Outros R$ 50 milhões virão das captações de parceiros privados e públicos. São duas frentes: Polos BNDES de Desenvolvimento e Cultura e Trabalho e Renda da Periferia. “A iniciativa BNDES Periferias é pioneira no BNDES. Vamos reforçar nossa atuação na redução das desigualdades a partir da estruturação de polos culturais e iniciativas para geração de emprego e renda. A periferia precisa de um espaço público onde você possa fazer atividade, formação profissional, que tenha equipamentos e um ambiente adequado”, explica o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. De acordo com a Agência de Notícias do banco, poderão participar da chamada entidades privadas sem fins lucrativos, atuando em rede ou não, que tenham experiência na implantação e operação de projetos similares nos territórios contemplados pela iniciativa. Serão apoiadas as favelas e comunidades periféricas incluídas nos municípios identificados pelo Programa Periferia Viva do Ministério das Cidades. “Hoje, estamos abrindo a chamada permanente pública para esse primeiro ciclo, que abrange os polos e a ação de trabalho e renda. Vamos dar apoio para empreendedores, valorizando mulheres, jovens e população negra, prioritariamente”, disse a diretora Socioambiental do banco, Tereza Campello. O secretário nacional de Periferias do Ministério das Cidades, Guilherme Simões, considera o momento um marco no reconhecimento da existência desses territórios e sobretudo dessa população. “Estamos aprendendo a fazer política pública para as favelas e para as periferias”, disse. Ele explicou que o conceito geral do programa Periferia Viva é justamente levar política pública para os lugares deficitários. “Quando o BNDES nos procura para fazer essa parceria, a gente contribui apontando onde estão esses territórios e quais devem ser priorizados nesse primeiro momento e nessa primeira abordagem”, disse. Serviço A chamada desse primeiro ciclo ficará aberta até 31 de maio. As inscrições para apresentação de projetos podem ser feitas pelo link: https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/onde-atuamos/social/bndes-periferias No âmbito do Polo BNDES de Desenvolvimento e Cultura, serão criados espaços multidisciplinares de inovação, cultura e geração de trabalho e renda. O BNDES apoiará a implantação de espaços adaptáveis, em territórios periféricos, para integração e oferta de serviços à comunidade, como cursos, práticas esportivas e culturais etc. Cada polo terá característica própria, adaptado para funcionalidades e usos definidos coletivamente pelas comunidades, com base em suas potencialidades e vocações. A segunda frente, Trabalho e Renda da Periferia, apoiará projetos que visem a realização de capacitação, mentoria e aporte de recursos de “capital semente” para negócios periféricos que priorizem mulheres, jovens e população negra. O objetivo do Banco é contribuir para melhoria do resultado dos negócios, ampliação de mercados e acesso a financiamentos. Com informações do BNDES

Mauro Cid é preso após depoimento no STF sobre áudios de sua autoria

O militar insinuou em gravações que foi coagido pela PF e disse que Alexandre de Moraes atua como bem quer. Ele foi preso por descumprir medidas cautelares e obstrução de Justiça Nesta sexta-feira (22), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou que o tenente-coronel Mauro Cid fosse preso. Ele volta para a cadeia depois de prestar depoimento ao desembargador Airton Vieira, juiz instrutor do gabinete de Moraes. Cid foi convocado para o depoimento após áudios do militar serem divulgados pela revista Veja. O conteúdo trazia críticas a atuação da Polícia Federal nas investigações e sobre Moraes na condução do caso. A decisão que devolve o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro para a cadeia é devido ao descumprimento de medidas cautelares impostas e por obstrução de Justiça. O depoimento contou com a presença de representante da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da defesa do militar. Entenda o caso Os áudios revelados pela revista Veja, na quinta-feira (21), trazem Cid insinuando que foi coagido pela PF em seu depoimento: “estão com a narrativa pronta deles”. Além disso, indicou que o ministro “Alexandre de Moraes é a lei. Ele prende, ele solta quando quiser, como ele quiser, com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação.” A delação premiada feita por Cid foi homologada pelo STF em setembro de 2023. A partir dela foi feito um acordo que o permitiu deixar a prisão. As falas surgem em um momento que o militar teve sua promoção no Exército recusada e o cerco contra Bolsonaro se estreita Ao que parece não existe a possibilidade de que a delação seja anulada, se esta foi a intenção de Cid, uma vez que os procedimentos seguiram dentro da legalidade. Nesse caso, a conveniência dos áudios indica que o ex-ajudante de ordens quer “passar um pano” na sua imagem junto às Forças Armadas. No entanto, as informações passadas já permitiram o avanço das investigações e foram materializadas com provas encontradas nas investigações. Portanto, a tentativa de limpar a imagem junto aos seus não teria nenhum efeito a nível pessoal, pois Cid já é tido como um “traidor” nos meios bolsonaristas. E para piorar a situação para ele, Moraes o devolveu para a prisão.

Projeto de prevenção à morte por engasgo é aprovado em Montes Claros

Vereadores aprovaram proposição do vereador Rodrigo Cadeirante (Rede) Mais de 2 mil pessoas morreram vítimas de engasgo no Brasil, em 2023, segundo levantamento realizado pelo gabinete do vereador Rodrigo Cadeirante. Um problema muitas vezes negligenciado, mas que está cada vez mais comum. Por isso, ele propôs e a Câmara Municipal de Montes Claros aprovou, na manha de terça-feira, 19, projeto de lei de sua autoria, tornando obrigatória nos estabelecimentos que comercializam alimentos, a afixação de cartazes, em local visível, ensinando os clientes a executarem a chamada manobra de Heimlich – procedimento simples, mas que pode salvar vidas. O objetivo da técnica, descrita em 1974 pelo Dr. Henry J. Heimlich, médico cirurgião torácico estadunidense, é simular a tosse, por meio da elevação do diafragma e aumento da pressão intratorácica, de modo que se consiga expulsar o corpo estranho das vias aéreas. A manobra pode ser feita por uma pessoa em outra ou em si mesma. “Não se trata apenas de um projeto, mas de alcançar o mais nobre dos objetivos, que é salvar vidas”, enfatizou Rodrigo Cadeirante, citando experiência vivida na própria família. Um tio seu faleceu, vítima de engasgo. Além de apresentar o projeto, o vereador está desenvolvendo uma série de ações no mesmo sentido, como, por exemplo, solicitar à presidência da Câmara Municipal que adote treinamento dos seus servidores para a execução do procedimento, o mesmo se aplicando à Prefeitura, incluindo todas as secretarias. O autor do projeto lembrou, ainda, do salvamento de uma senhora pelo guarda municipal Adílson Quaresma, que se valeu da manobra. O caso ocorreu na Escola Municipal Mestra Fininha, no bairro Ciro dos Anjos, no ano passado. Conduta em adultos e crianças a partir de 1 ano 1. Posicionar-se atrás da vítima em pé ou de joelhos, a depender da altura de quem está sofrendo o engasgo; 2. Envolver os braços no entorno da vítima, posicionando uma das mãos fechada e com o polegar voltado para o abdome na linha média entre o apêndice xifóide e o umbigo da vítima; 3. A outra mão deve ser posicionada firmemente em cima da mão que está em contato com o abdome da vítima; 4. Devem ser aplicadas compressões rápidas, pressionando a região para dentro e para cima, em um movimento que simule a letra jota; 5. A manobra deve ser realizada até que o objeto saia ou até a vítima não estar mais responsiva. Conduta em lactentes 1. Posicionar o bebê em decúbito ventral no antebraço, o qual deve estar apoiado na coxa ipsilateral, de modo que a mão sustente a cabeça do bebê pela mandíbula, sem comprimir partes moles ou obstruir o nariz da vítima. A cabeça do bebê deve estar mais inferior em relação ao tórax; 2. Devem ser feitas 5 pancadas vigorosas entre as escápulas; 3. Posicionar o antebraço livre no dorso do bebê, apoiando a região occipital com a palma da mão, e virá-la lentamente de modo que ela fique em decúbito dorsal e que o antebraço seja apoiado na coxa do socorrista; 4. Devem ser aplicadas 5 compressões torácicas com os dedos indicador e médio na metade inferior do esterno do lactente, na frequência de uma compressão por segundo. 5. As manobras devem ser repetidas até que haja desobstrução ou que a vítima se torne não responsiva. Condutas especiais No caso de vítimas grávidas ou obesas, as compressões devem ser realizadas no tórax. A pessoa que presta socorro deve se posicionar atrás da vítima e envolver o tórax da vítima com os braços e realizar a compressão na região do esterno, evitando o apêndice xifóide.