PGR revela que bolsonaristas do 8/1 planejavam “tomada de poder”

Uma nova denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Shirley Faethe de Andrade, envolvida nos atos golpistas do 8 de janeiro, revelou novos detalhes sobre os bastidores dos atos terroristas ocorridos naquele dia na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Com informações do colunista Lauro Jardim, do Globo. Shirley, uma paranaense de Maringá, enviou mensagens de texto e áudio no WhatsApp que mostram um plano de “tomada de poder” em Brasília. Os diálogos foram encontrados em um celular apreendido durante os ataques, e a denúncia foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). As conversas no celular de Shirley sugerem comportamentos violentos, incluindo ataques diretos ao STF. Em uma mensagem, ela escreveu: “Bolsonaro deveria é entrar dentro do STF com uma metralhadora e metralhar todos os ministros, kkk”. A denúncia assinada por Paulo Gonet destaca como Shirley incitava ações violentas, indicando a necessidade de se preparar com máscaras de gás, spray de pimenta, coletes e capacetes. Em uma conversa, ela alertou: “bala de borracha não vai faltar”. O ex-presidente Jair Bolsonaro. (Foto: Reprodução) Depois dos atos de vandalismo no Congresso, Shirley foi gravada dizendo: “daqui não sairemos até que seja decretada a GLO” e “só sai se o Exército vir. Senão nós vai (sic) preso”. A GLO, ou Garantia da Lei e da Ordem, é uma medida excepcional que permite ao Exército atuar em operações de segurança pública, geralmente após uma solicitação oficial do governo. A mulher também forneceu instruções sobre como lidar com gás lacrimogênio e incitou outros a usar um “kit” de objetos para autodefesa durante os atos, incluindo óculos e luvas de couro para “pegar a bomba de gás e jogar no galão de água”. Ela alertou que a luta seria intensa e reconheceu a possibilidade de serem presos. Após isso, a PGR denunciou Shirley Faethe de Andrade por quatro crimes relacionados aos eventos do 8 de Janeiro. Essa denúncia expõe a premeditação e a organização por trás dos atos golpistas.

Caratinga faz cortejo em homenagem ao cartunista Ziraldo

Cidade natal de fez cortejo em homenagem a cartunista Menino Maluquinho, personagem criado pelo mineiro, ganhou abraço neste sábado (27/4) Por Gustavo Werneck – Jornal Estado de Minas Caratinga, MG. Na terra natal, uma homenagem ao filho ilustre, reconhecido nacionalmente pelo talento como chargista, escritor, designer gráfico e jornalista. Com saudade, arte e reverência à memória de Ziraldo Alves Pinto (1932-2024), Caratinga, na Região Leste de Minas, une emoções, na tarde deste sábado (27), para o “Cortejo das Artes”. Do Bairro Ferroviários ao Centro, amigos, familiares e eternos admiradores transformam a grande perda em festival cultural, trazendo aos olhos de moradores e visitantes apresentações dedança, teatro e música. O mineiro Ziraldo faleceu em 6 de abril, em sua casa no Rio de Janeiro (RJ). A concentração, com aplausos e gritos de Viva Ziraldo começou às 14h, na Praça Padre Colombo, seguindo-se um “abraço” no “Menino Maluquinho”, monumento que recria um dos personagens mais famosos de Ziraldo. A partir daí, estudantes, artistas, designers gráficos e “discípulos” caminham até a Praça Cesário Alvim”, onde há um coreto projetado pelo arquiteto carioca Oscar Niemeyer (1906-1992) a pedido de Ziraldo. “Ziraldo é um grande nome da nossa cultura e referência de Caratinga”, disse a conterrânea do cartunista, Thaysla Monteiro, de 17 anos, Miss Minas Gerais “Teen”, bailarina e professora de balé para crianças de dois a seis anos. Ela espera que os jovens artistas sejam valorizados na cidade, e, fazendo sua parte, leva adiante um projeto social ligado à dança. Perto do monumento, Renato Gomes, com o seu Palhaço Mixirica, participa das homenagens com as filhas – as “meninas maluquinhas” – Jessica Lima e Alice Cristina. “Há, neste momento, um sentimento de saudade e também de alegria”, afirmou Renato. Na foto do trio, estava presente, com a camisa amarela e a panela na cabeça, o menino Pedro Gomes, que veio do município vizinho de Ubaporanga, acompanhado da vovó Lúcia Félix, do grupo teatral Luzes e Companhia. No cortejo crianças do projeto Batuque e Batucada dão o tom homenagem a Ziraldo. Admiração O cortejo passou pela Avenida Catarina Cimini e Rua Miguel de Castro até chegar ao coreto. Amigo do criador de Pererê e Jeremias, o Bom, o cartunista e publicitário Camilo Lucas, de 61, um dos organizadores do “Abraço, Ziraldo!”, disse que o conterrâneo ficaria feliz com a homenagem. “Falei, ontem, com a esposa dele, Márcia Martins, residente no Rio de Janeiro, ela pensou o mesmo”, ressaltou Camilo Lucas segurando um retrato de Zirado. A programação cultural começou na noite de quinta-feira (25), com a Roda de Conversa no Casarão das Artes, sobre a vida e a obra de Ziraldo, e continuou ontem (26), com o “Cinema na Praça”. Participantes dos eventos, as amigas Ana Cecília Rodrigues Gomes e Gomes, Maria Lucília de Oliveira e Silva e Sandra Valente de Paula, aposentadas, descreveram a importância de Ziraldo. “É nosso artista maior”, resumiu Sandra. Ana Cecília e Maria Lucília mostraram, na tela do celular, fotos com o cartunista, e o trio garantiu que “ontem tem arte, estamos presentes”.

Tchau, Ronaldo. Pedrinho , do BH, compra a SAF do Cruzeiro

Pedro Lourenço assinará compra de 90% das ações da SAF celeste por cerca de R$ 600 milhões Para comprar 90% das ações da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Cruzeiro, Pedro Lourenço desembolsará cerca de R$ 600 milhões a Ronaldo para adquirir 90% das ações da SAF. O pagamento será feito da seguinte forma: – R$ 100 milhões aportados em março de 2023 serão convertidos em 20% das ações – R$ 150 milhões à vista – R$ 350 milhões parcelados por 10 anos A ideia de Pedro Lourenço é ter Alexandre Mattos, hoje no América, como executivo de futebol. Administrativamente, o empresário quer manter o atual CEO, Gabriel Lima, na Toca da Raposa II. Ele receberá um convite mesmo após a saída de Ronaldo, de quem é sócio em outros negócios. Ronaldo comprou 90% das ações da SAF do Cruzeiro no início de 2022. Sob sua gestão, o clube subiu da Série B para a elite do futebol brasileiro naquele ano. Do ponto de vista financeiro, Ronaldo assumiu o compromisso de investir R$ 50 milhões na assinatura do acordo e R$ 350 milhões nos cinco anos seguintes por aporte de capital e/ou receitas incrementais acima da média apurada de 2017 a 2021 (em torno de R$ 220 milhões). Nesse período de gestão, o SAF gerida pelo Fenômeno jamais atualizou para a torcida o valor de aportes ou incrementos. O balanço financeiro da SAF no exercício 2022 – o primeiro da gestão de Ronaldo – mostrou que o faturamento bruto da empresa foi de R$ 150,35 milhões, abaixo da média do clube entre 2017 e 2021 (em torno de R$ 220 milhões). Já o balanço financeiro de 2023 precisa ser divulgado pela SAF até o dia 30 de abril

Com Lula, mais de 24 milhões de pessoas deixam de passar fome

Em 2022, Brasil tinha 33 milhões de brasileiros nessa situação; hoje, são 8,7 milhões. Políticas de combate à fome e à miséria, mais emprego e renda explicam avanço Em pouco mais de um ano do terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva, os investimentos feitos no combate à fome e à miséria já surtem efeitos importantes. O número de pessoas que enfrentam insegurança alimentar e nutricional grave no Brasil caiu 24,4 milhões, saindo de 33,1 milhões em 2022 para 8,7 milhões em 2023. Em dados percentuais, significa uma diminuição de 11,4 pontos, passando de 15,5% da população para 4,1%. As informações referentes ao ano de 2023 dizem respeito ao módulo Segurança Alimentar da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta quinta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As de 2022 foram levantadas pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan). Pelas redes sociais, o presidente Lula celebrou o resultado. “O plantio do trabalho está gerando bons resultados. Vamos tirar novamente o Brasil do Mapa da Fome”, declarou. Após anos de investimentos iniciados pelo primeiro governo Lula, o país havia deixado essa situação em 2014, durante a gestão de Dilma Rousseff, conforme reconhecimento da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Com o golpe de 2016 e os governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), a situação foi piorando ano a ano, até que em 2022 o Brasil voltou a essa vergonhosa posição. Retomada da dignidade Muito além de números e percentuais, são milhões de vidas que passaram a ter maior acesso a um direito básico à sobrevivência e que vinha sendo ignorado pelos governos anteriores. “No ano de 2023, tiramos dessa situação 24,4 milhões de pessoas que passaram a tomar café, almoçar e jantar todos os dias”, disse, à Agência Brasil, o ministro Wellington Dias, do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDA). Conforme apontado pelo levantamento, em 2023 o país tinha 27,6% (ou 21,6 milhões) dos seus domicílios em situação de insegurança alimentar, sendo 18,2% (ou 14,3 milhões) com insegurança alimentar leve, 5,3% (ou 4,2 milhões) com insegurança alimentar moderada e 4,1% (ou 3,2 milhões) com insegurança alimentar grave. O ministro informou, ainda, que este é o segundo melhor resultado de toda a série da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia). “Sair de 15,5% da população em situação de fome para 4,1% em apenas um ano é recorde. Importante pontuar que, de 2019 a 2022, não deixaram o IBGE fazer o Ebia, mas o Brasil não ficou sem pesquisa. Os pesquisadores brasileiros, incluindo cientistas e técnicos de várias universidades e técnicos do próprio IBGE, foram a campo e fizeram pela Rede Penssan”. Vale destacar, ainda, que no ano passado, a taxa de pobreza no Brasil caiu para 27,5%, menor patamar da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, iniciada em 2012, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estratégia de combate à fome Durante coletiva de imprensa em que os dados foram anunciados, a secretária extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome do MDS, Valéria Burity, destacou: “Esses resultados mostram o acerto de uma estratégia de enfrentamento à fome que vem sendo empreendida pelo governo, que é apoiada tanto em programas sociais como na condução de uma política econômica que gera crescimento econômico, reduz desigualdades e gera acesso a emprego e renda”. Entre as ações especificamente voltadas a acabar com a fome tomadas pelo atual governo e citados por Valéria estão a retomada do Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional, a restituição do Conselho de Segurança Alimentar e da Câmara de Segurança Alimentar, com 24 ministérios que têm a missão de articular políticas dessa área. E, no fim do ano passado, foi realizada a Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional. Somam-se a essas ações o Bolsa Família, relançado com o valor básico de R$ 600 e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que garante um salário mínimo para pessoas aposentadas, pensionistas e com deficiência em situação de vulnerabilidade social. Também contam para o resultado o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), uma das 80 ações que compõem a estratégia do Plano Brasil Sem Fome, bem como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que garante refeições diárias a 40 milhões de estudantes da rede pública em todo o país e foi reajustado em 2023, após cinco anos congelado. Além disso, do ponto de vista econômico, houve avanços importantes que garantiram um cenário positivo para o país, com mais emprego e renda para a população. No período, o crescimento do PIB foi de 2,9% e o IPCA calculado para o grupo de alimentos caiu de 11,6% em 2022 para 1,03% em 2023. É a menor taxa desde 2017. O mercado de trabalho ganhou força e a taxa de desemprego caiu de 9,6%, em 2022, para 7,8% no ano seguinte. Além disso, foi retomada a política de valorização do salário mínimo. A massa mensal de rendimento recebido de todos os trabalhadores alcançou R$ 295,6 bilhões, maior valor da série histórica da PNAD-C.

Lula inaugura fábrica que tornará Brasil autossuficiente em insulina

Fábrica da Biomm em Nova Lima (MG), 100% nacional, tornará o Brasil autossuficiente na produção, comercialização e distribuição do medicamento O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta sexta-feira (26) da inauguração da planta industrial biofarmacêutica da Biomm, em Nova Lima (MG). A fábrica, 100% nacional, tornará o Brasil autossuficiente na produção, comercialização e distribuição de insulina. Fazia 23 anos que o insumo não era produzido por uma empresa brasileira. Segundo Lula, a Biomm, um dos frutos da estratégia do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, fortalece o SUS (Sistema Único de Saúde). “O Brasil é o único país no mundo com mais de 100 milhões de habitantes que tem uma coisa tão extraordinária como o SUS”, disse o presidente. “Que seja o primeiro de uma série de empreendimentos que precisamos fazer.” A nova fábrica da Biomm foi viabilizada com forte apoio público. Segundo o Planalto, foram R$ 203 milhões de crédito e R$ 133 milhões de financiamento para a instalação da planta. O investimento total na construção da unidade foi de R$ 800 milhões. Os recursos se justificam pela economia que será feita no Brasil a longo prazo, além do combate ao diabetes, uma das doenças de maior incidência no País. Conforme o Atlas da Federação Internacional de Diabetes, 15,7 milhões de brasileiros têm a enfermidade e, por isso, precisam tomar insulina regularmente. Também participaram da solenidade os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Nísia Trindade (Saúde), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais). “Mais uma vez, o Estado faz parte dessa história. É um belo exemplo de parceria entre a Academia, a iniciativa privada e o Estado brasileiro”, ressaltou Luciana. Lágrimas Embora Lula fosse o nome mais aguardado na cerimônia, quem roubou a cena foi o ex-ministro Walfrido dos Mares Guias, do Conselho Administrativo da Biomm. Num discurso de mais de 30 minutos, emocionado e repleto de referências elogiosas às autoridades presentes, Walfrido levou Lula às lágrimas. Ele se referiu ao presidente como “querido amigo” e “grande líder desse país”. “Uma frase do ex-presidente do Uruguai (José) Mujica deveria ser feita para o senhor: ‘Triunfar na vida não é ganhar, é levantar e recomeçar toda vez que se cai’. E o senhor deveria ser campeão dela”, afirmou ex-ministro. “Olha quantas vezes esse homem caiu – e em todas ele levantou e recomeçou. E está aí, liderando o país para nós sairmos dessa situação inconteste de belicosidade entre pessoas que tem coração.” Lula também chorou ao falar de uma bisneta, que tem sete anos e sofre de diabetes. “Cada coisa que ela come, ela tem que controlar. Ela pede para mãe e para o pai aplicar a insulina nela, porque ela não tem mais medo”, contou o presidente. “A minha bisneta deve estar assistindo. Então, falo para ela: essa figura simpática aqui (Walfrido) vai dar tranquilidade para você viver mais tempo do que eu.”