12 estudantes receberam nota máxima na redação do Enem 2024; somente um é da rede pública
Dados foram divulgados na manhã desta segunda-feira (13) pelo Ministério da Educação Por Caroline Oliveira – Brasil de Fato Apenas 12 estudantes obtiveram nota máxima na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) aplicado no ano passado. Desses participantes, somente um pertence à rede pública de ensino, localizado no estado de Minas Gerais, de acordo com os dados divulgados na manhã desta segunda-feira (13), pelo ministro da Educação, Camilo Santana. No geral, o Nordeste e o Sudeste concentram a maioria das notas máximas: Alagoas (1), Ceará (1), Pernambuco (1), Rio Grande do Norte (1), Maranhão (1), que ficam Nordeste; e Minas Gerais (2), Rio de Janeiro (2) e São Paulo (1), do Sudeste. Outras duas notas máximas foram registradas no Distrito Federal e em Goiás. Não houve uma divulgação dos dados por recorte de gênero ou raça. O levantamento do Ministério da Educação também mostra que 2.308 participantes obtiveram notas entre 980 e 1.000, a nota máxima, sendo apenas 215 estudantes da rede pública. O estado do Rio de Janeiro lidera neste ranking, com 236 candidatos. Já no intervalo entre 950 e 980 pontos, houve 31.913 candidatos, dos quais 4.483 são oriundos de escolas públicas, e a maior parte deles de Minas Gerais (4.397). Os dados mostram também que houve um aumento na taxa de presença em relação aos dois anos anteriores: dos 4.325.960 inscritos confirmados em 2024, 73,5% compareceram às provas, enquanto 26,5% se ausentaram. Esse número representa uma melhora em comparação com as edições de 2023 e 2022. No ano passado, a taxa de presença foi de 71,9%, com 3.934.242 inscritos, e em 2022, o índice foi de 71,7%, com 3.476.105 participantes confirmados. Já em relação aos estudantes que tiraram no máxima na redação, há uma queda razoável em relação ao 2023, quando 60 candidatos alcançaram a nota 1.000. Acesso ao ensino superior Para terem acesso às notas, os candidatos devem entrar na Página do Participante usando o login da conta gov.br. Com a nota do exame, os participantes têm acesso a vagas ofertadas pelo ensino superior público e privado. Os resultados também podem ser usados em processos seletivos de instituições portuguesas. Por meio do Portal Único de Acesso ao Ensino Superior, os estudantes podem concorrer a uma das vagas pelos programas federais: Sistema de Seleção Unificada (Sisu), Programa Universidade para Todos (Prouni) e Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) estão disponíveis em uma única plataforma. Cada estudante pode conferir as etapas necessárias para ingressar no ensino superior de acordo com seus objetivos. Todos os programas utilizam a nota do Enem, mas cada um deles possui edital próprio com particularidades e critérios específicos. Calendários Inscrições do Prouni: 24 a 28 de janeiro Primeira chamada: 26 de fevereiro Segunda chamada: 26 de março Manifestação de interesse na lista de espera: 26 e 27 de março Inscrições do Fies: 4 a 7 de fevereiro Resultados: 18 de fevereiro Início da convocação da lista de espera do Fies: 25 de fevereiro Inscrições do Sisu: 17 a 21 de janeiro Chamada regular: 26 de janeiro Matrícula ou registro acadêmico junto à instituição: 27 a 31 de janeiro Manifestação de interesse na lista de espera: 26 a 31 de janeiro
Superávit comercial da China atinge recorde de quase 1 trilhão de dólares em 202
Autoridades chinesas afirmam que o resultado não é um objetivo traçado pela política econômica na China O saldo da balança comercial da China foi de 7 trilhões de yuans (R$ 5,8 tri ou quase 1 trilhão de dólares) em 2024, atingindo um novo recorde para a crescente economia do país. O valor das exportações de bens da China em 2024 foi de 25,45 trilhões de yuans (R$ 21,18 trilhões), o que representou um aumento de 7,1% em comparação com 2023, e o oitavo ano de crescimento consecutivo, segundo dados divulgados pela Administração Geral de Alfândegas (AGA) nesta segunda-feira (14). As importações tiveram um crescimento de 2,3% e somaram 18,39 trilhões de yuans (R$ 15,3 tri) em 2024. O resultado tem a ver com o nível de oferta e demanda globais, “a divisão industrial do trabalho e a competição de mercado”, disse Wang Lingjun, vice-chefe da Administração Geral de Alfândegas da China em coletiva de imprensa, onde frisou que o superávit comercial não é um objetivo da política econômica da China. No final do ano passado, a Conferência Central de Trabalho Econômico da China afirmou que há no país “insuficiente demanda interna, dificuldades de produção e operação para algumas empresas”, e que “emprego e crescimento da renda” estão sob pressão. Assim, a conferência, que é a reunião anual mais importante sobre economia do país, determinou como tarefas prioritárias para 2025, entre outras, impulsionar o consumo interno, aumentar a renda e reduzir os custos para grupos de renda média e baixa. 2025 é o último ano do 14° Plano Quinquenal. O nível de superávit comercial “não é sustentável”, disse o economista Yao Yang, em entrevista ao Brasil de Fato. “Há muitos países adicionando tarifas sobre as exportações chinesas, incluindo o Brasil. Haverá ações defensivas tomadas por outros países”. Yao, que é reitor da Escola Nacional de Desenvolvimento da Universidade de Pequim, afirma que há uma transformação na estrutura econômica da China e que a conjuntura econômica global está levando o governo a tentar acelerar o processo de mudança. “Há uma espécie de urgência para acelerar a transformação de uma economia impulsionada pela exportação para uma economia impulsionada pelo consumo doméstico, então é por isso que o governo colocou o consumo como primeira prioridade neste ano”, explica o economista. Destino e tipo das exportações O setor manufatureiro foi responsável por 98,9% das exportações da China em 2024, de acordo com o diretor do Departamento de Estatística e Análise da AGA, Lyu Daliang. A exportação de circuitos integrados da China aumentou 18,7%, a exportação de módulos de tela plana aumentou 18,1% e a de equipamentos de engenharia naval e marítima aumentou 60,1% em 2024, de acordo com o funcionário. As exportações de eletrodomésticos aumentou 15,4% no ano passado, puxados pela venda de eletrodomésticos inteligentes. As exportações aumentaram para os principais destinos dos produtos chineses. Em 2024, a China exportou para mais de 160 países e regiões. As vendas aumentaram 9,6% para os 150 países da Iniciativa do Cinturão e Rota, conhecida com Nova Rota da Seda, 13,4% para a Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean na sigla em inglês), 23,3% para o Brasil, 6,1% para os EUA e 4,3% para a União Europeia. Liang Ming, diretor do Instituto de Comércio Exterior da Academia Chines de Comércio Internacional e Cooperação Econômica, afirma que a China continua sendo o maior impulsionador do crescimento das exportações globais, com uma participação de 14,5% no mercado global de exportações. “Isto está próximo do máximo histórico da China” disse Liang à CCTV. A Asean continuou sendo o maior parceiro comercial da China, seguida pela União Europeia. As exportações da China para a Asean em 2024 em dólares americanos foram de US$ 586,5 bilhões (R$ 3,5 trilhões), aumentando 12% em comparação com 2023, e as importações da China dessa região aumentaram 2%, somando US$ 395,811 bilhões (R$ 2,4 tri). O aumento das exportações chinesas para a UE foi de 3%, com mais de US$ 516 bilhões (mais de R$ 3 trilhões). Já as importações caíram 4,4%, atingindo cerca de US$ 269 bilhões (R$ 1,6 trilhão). Em 2024, a China importou quase três bilhões de toneladas de commodities a granel, mais de 7 trilhões de yuans (R$ 5,8 trilhões) de produtos mecânicos e elétricos e quase 1,8 trilhão de yuans (R$ 1,4 trilhão) em bens de consumo, segundo Wang. *Brasil de Fato com informações da CCTV e Administração Geral de Alfândegas da China.
Presidente Lula sanciona lei que restringe uso de telefones celulares nas escolas
A lei já terá validade para este ano letivo. Governo destaca proteção da saúde mental, física e psíquica das crianças e adolescentes O presidente Lula sancionou, nesta segunda-feira (13), o Projeto de Lei n° 4.932/2024, que restringe a utilização de celulares e aparelhos eletrônicos portáteis em escolas públicas e privadas da educação básica (ensinos infantil, fundamental e médio) durante as aulas, o recreio e intervalos entre as aulas. O projeto sancionado sem vetos visa proteger a “saúde mental, física e psíquica de crianças e adolescentes”. Na cerimônia que reuniu educadores e autoridades, o presidente destacou que o ato é o reconhecimento do trabalho de todas as pessoas que trabalham com educação, além de ser um ato de coragem e respeito ao futuro do país. “O que vocês fizeram nesse ato de coragem foi falar o seguinte: nós vamos cuidar das nossas crianças, vamos evitar mutilamento, que as crianças possam voltar a brincar, possam voltar a interagir entre si, e eu acho que isso é muito importante”, afirmou o presidente. A lei prevê exceções para o uso dos celulares e aparelhos eletrônicos portáteis, como para a utilização quando atender critérios “estritamente pedagógicos ou didáticos, conforme orientação dos profissionais de educação” e para (I) garantir a acessibilidade; (II) garantir a inclusão; (III) atender às condições de saúde dos estudantes; e (IV) garantir os direitos fundamentais. Leia mais: 62% dos brasileiros apoiam banimento de celulares nas escolas Dessa maneira os equipamentos poderão ser utilizados quando puderem enriquecer o conhecimento, e não para distração e atividades alheias à educação. Segundo o ministro da Educação, Camilo Santana, as regras já valem para 2025. O MEC pretende promover uma grande campanha nacional até o mês de março para implementar a medida, com cursos e seminários para engajar educadores, lançamento de guias e recomendações sobre o tema e ações direcionadas aos estudantes. Ele apresentou dados que sustentam que a escolha pela restrição dos celulares é correta, uma vez que permite maior concentração. “O último Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), de 2022, mostrou um dado interessante. O questionário foi aplicado para estudantes brasileiros e revelou que 80% deles afirmaram que se distraem e têm dificuldade de se concentrar nas aulas de matemática por conta do celular. Então nós temos evidências científicas, de estudos, de pesquisa mostrando a preocupação com o uso desses celulares e desses equipamentos”, disse. Também é considerado na aprovação da Lei os riscos que a exposição elevada às telas e a conteúdos de forma indiscriminada pode fazer com a saúde mental e física dos estudantes. Dessa maneira, além de restringir o uso dos celulares, a Lei coloca que as escolas deverão elaborar estratégias para tratar do tema do sofrimento psíquico e da saúde mental dos estudantes da educação básica, informando-lhes sobre os riscos, os sinais e a prevenção, incluídos o uso imoderado dos aparelhos eletrônicos portáteis e telefones celulares, assim como o acesso a conteúdos impróprios. Veja como foi o ato:
João Fonseca brilha no Australian Open e derrota Andrei Rublev, o 9 do mundo
Tenista brasileiro estreou com vitória em sua primeira partida num Grand Slam O tenista brasileiro João Fonseca, de 18 anos, que é considerado a grande promessa do tênis mundial, brilhou em sua estreia no Australian Open, o primeiro Grand Slam da temporada de 2025. Em sua primeira partida num dos grandes torneios do tênis profissional, ele derrotou o russo Andrei Rublev, um “top ten” do ranking mundial. Atualmente, o russo é o nono entre os melhores do mundo. Fonseca brilhou não apenas pela vitória, mas também pela frieza durante a partida e a autoridade do placar: três sets a zero (7-6, 6-3 e 7-6). No primeiro set, os dois tenistas confirmaram bem os seus saques, até o tie-break, quando Fonseca logo conseguiu os mini-breaks e fechou por sete pontos a dois. No segundo, o brasileiro conseguiu uma quebra de saque logo no início e abriu três games a zero. Depois disso, ele administrou o placar até fechar por 6 a 3. O terceiro set foi o mais difícil porque Rublev conseguiu uma quebra e conseguiu abrir três games a um. Fonseca, no entanto, não se intimidou e quebrou o saque do russo logo em seguida. Depois, ambos confirmaram os saques e levaram o set para o tie-break, onde o brasileiro conseguiu novamente se impor, fechando a partida. Na segunda rodada, o brasileiro enfrentará o italiano Lorenzo Sonego, que venceu o suíço Stanislas Wawrinka e atualmente ocupa a posição de 55 do mundo. É um adversário que Fonseca tem condições de superar. O brasileiro, que vem de 14 vitórias seguidas, hoje apresenta um dos melhores saques e uma das melhores direitas do circuito profissional. Nas bolsas de apostas, ele já aparece como um dos dez maiores favoritos a vencer o Australian Open
Com maioria negra em presídios, Tribunal de Justiça de Minas adota protocolo antirracista
A cada 10 presos no Estado, sete são negros; Protocolo para Julgamento com Perspectiva Racial é de “aplicação obrigatória” A música “Preto Demais”, do cantor Hugo Ojuara, narra a prisão de um “neguinho na praça Sete”. Nos versos, a mãe do rapaz, uma empregada doméstica, questiona na delegacia o motivo da detenção. “O doutor começa então a descrever o caso: / É que ele é preto demais/ Corre demais, fala demais, sorri demais/ Tá estudando demais, comprando demais/ Viajando demais e assim não dá mais”, canta Ojuara. Embora o relato seja fictício, reflete histórias reais de presos e condenados que, assim como “neguinho”, tiveram os julgamentos influenciados pela cor da pele. Em Minas Gerais, sete em cada dez detentos são negros, segundo o Anuário de Segurança Pública. Esta super-representação está, de acordo com o próprio Judiciário, relacionada ao racismo estrutural nos processos judiciais. Um Protocolo para Julgamento com Perspectiva Racial, elaborado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), torna-se de aplicação obrigatória em todos os tribunais do país. “Verificamos a aplicação diferenciada da lei entre pessoas negras e pessoas brancas – a chamada ‘discriminação de facto’. Diante do mesmo comando normativo, pessoas de diferentes raças sofrem consequências distintas”, afirma um trecho do documento, que reúne conceitos, orientações e um guia para magistrados durante o julgamento. O protocolo cita, por exemplo, os casos relacionados ao porte de drogas: “Enquanto pessoas brancas tendem a ser classificadas como usuárias, beneficiando-se da despenalização prevista na Lei de Drogas, pessoas negras são frequentemente enquadradas como traficantes, enfrentando consequências penais muito mais severas”. De fato, os números do último Anuário de Segurança Pública de Minas Gerais, publicado em 2024 com dados relativos a 2023, mostram uma maioria negra atrás das grades: 48,77% da população carcerária se declara parda, e 24,81%, preta, representando, ao todo, 73,58% do total de presos. Em números absolutos, são 48.753 detentos negros, o triplo do número de brancos (15.270). Para a superintendente da Coordenadoria de Equidade de Gênero, Raça, Diversidade, Condição Física ou Similar do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), desembargadora Evangelina Castilho Duarte, os dados do sistema prisional confirmam que existe um problema no Estado. “Setenta por cento dos presos são negros. Isso já evidencia uma visão distorcida. Será que os brancos não estão cometendo crimes, ou será que eles estão conseguindo benefícios da lei enquanto os negros não conseguem?”, questiona. Evangelina Castilho Duarte garante que o Protocolo para Julgamento com Perspectiva Racial será implementado de forma efetiva em Minas Gerais, assim como aconteceu em 2021 com o manual de noções de gênero. “Essa pessoa negra sofreu isso? Entrou no processo só por ser negra? Precisamos avaliar. O CNJ quer que os juízes adotem esse protocolo e passem a aplicar o que está na cartilha”. Áreas de aplicação De acordo com a desembargadora, a mudança de perspectiva sobre réus e vítimas negras aplica-se a todas as áreas do direito, e não somente à criminal. “Vamos precisar discutir com os juízes do trabalho se os trabalhadores enfrentam dificuldades na contratação ou demissão por serem negros. No direito da família, ao conceder a guarda de crianças, precisamos analisar se ela está sendo dada a uma pessoa branca porque se acredita que um pai branco vai cuidar melhor da criança”. ‘Está andando de Corolla?’, PM aborda e prende vendedor preto Com a adoção do Protocolo para Julgamento com Perspectiva Racial em todo o país, os juízes deverão se perguntar se há indícios de que “o racismo influenciou a condução da investigação, desde a abordagem policial até a sentença condenatória”, conforme o documento elaborado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Embora o questionamento possa parecer simples, ele é fundamental para evitar que pessoas sejam presas injustamente e cumpram sentenças indevidas. Um exemplo disso aconteceu com Jonathan (nome alterado para preservar o processo), vendedor em uma agência de veículos na região da Pampulha, em Belo Horizonte. Ele precisou acionar um advogado após ter sido violentamente algemado durante o expediente. A abordagem ocorreu quando saiu para comprar gasolina para um dos carros do estabelecimento. “Após a compra, eu corri um pouco porque estava com pressa. Foi então que notei os policiais vindo na minha direção. Eles me revistaram, viram que eu estava com a chave do carro na mão, e aí começou o racismo: ‘Você está andando de Corolla?’”, relata Jonathan. O vendedor explicou que o veículo pertencia ao seu pai e apontou na direção dele, mas a abordagem continuou. “Um dos policiais tentou puxar a chave da minha mão e cortou meu dedo. Me puxaram pelo braço e gritaram comigo no meio da avenida, enquanto as pessoas paravam para olhar. De repente, me deitaram no chão e me levaram para a viatura, dizendo que eu ficaria preso. Perguntei o motivo e a resposta foi: ‘Porque você é folgado’”, continua Jonathan. No caminho para a delegacia, o vendedor conta que os policiais fizeram movimentos em zigue-zague com a viatura, causando ferimentos nele, enquanto rolava na parte traseira do veículo. “A abordagem foi claramente racista. Na delegacia, um policial se virou para mim e disse: ‘Está vendo? Você sabe conversar. Parece ser um menino de boa’. Eu respondi que estava trabalhando e que só fui abordado por ser negro. Nesse momento, ele virou as costas e saiu”. Jonathan ficou na delegacia das 15h às 4h30, quando conseguiu ser liberado. Análise: ‘Judiciário reproduz o racismo’ O pesquisador e especialista em criminologia e direito penal Jackson Quitete afirma que é inegável que a esfera judicial, assim como outras instituições da sociedade brasileira, reproduz o racismo. “É possível, sim, afirmar que no Brasil as instituições são racistas, incluindo o Judiciário e os órgãos de segurança. Os dados do sistema carcerário revelam a materialização do racismo estrutural e institucional no país. A maior criminalização de pessoas negras, em comparação com pessoas brancas, demonstra o impacto desproporcional das legislações criminais sobre a população negra. Isso é fruto de uma questão histórica que não podemos desconsiderar”, analisa. Jackson Quitete, que tem o Judiciário brasileiro como um dos seus objetos de estudo, ressalta