Luto nas artes – Montes Claros perde o talento da musicista Marina Lorenzo Fernandez
Fundadora do Conservatório, Marina Lorenzo Fernândez nos deixa aos 98 anos Faleceu neste sábado a professora Marina Helena Lorenzo Fernândez Silva, fundadora do Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernândez. Carioca de nascimento e montesclarense de coração, dona Marina nasceu no dia 8 de fevereiro de 1926, filha do maestro e compositor Oscar Lorenzo Fernândez e Irene Sotto. Ela faria centenário no ano que vem. Professora de piano, ficou encantada com o alto nível e musicalidade dos montes-clarenses, surgindo assim, a ideia de fundar um conservatório, o que ocorreu em 14 de março de 1962. A escola de música leva o nome do seu pai. Dona Marina foi uma mulher dinâmica, à frente do seu tempo, que sempre viu perspectivas de mudanças no ser humano por meio das realizações artísticas. Em 1987 voltou ao Rio de janeiro para dirigir o Conservatório Brasileiro de Música, fundado pelo seu pai. Homenagem da Prefeitura de Montes Claros A educadora Marina Helena Lorenzo Fernândez Silva foi homenageada pela Prefeitura de Montes Claros, através do programa Jardim para Borboletas (uma parceria da Prefeitura com o Ministério Público – MP), que tem a finalidade de homenagear mulheres que são ou que foram influentes na nossa sociedade, com jardim e escultura de borboleta. A escultura em homenagem a dona Marina foi afixada na praça da Igreja Rosa Mística, no bairro São Luiz. Quem é Marina Lorenzo Fernândez A Prof. Dona Marina Helena Lorenzo Fernândez Silva é fundadora do Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernândez e da Faculdade de Educação Artística (FACEART) – atual Departamento de Artes da UNIMONTES. À ufrente do Conservatório, com pulso forte e com ajuda das fundadoras, Dona Marina realizou trabalhos maravilhosos e de grande valor para cidade, incentivando a inovação e a motivação através da arte. Mulher dinâmica, à frente do seu tempo, vê perspectivas de mudanças no ser humano através das realizações artísticas. Após contribuir com o enriquecimento artístico-cultural da cidade e região, aposentou-se em 1987, indo fixar residência no Rio de Janeiro, para assim tomar conta do Conservatório Brasileiro de Música, fundado pelo seu pai, mas sem esquecer os laços artísticos e familiares com Montes Claros.
Justiça – Certidão de óbito de Rubens Paiva agora admite assassinato pela ditadura
Novo documento aponta para morte “não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro no contexto da perseguição sistemática […] do regime ditatorial instaurado em 1964.” Na última quinta-feira (23), a certidão de óbito do ex-deputado federal Rubens Paiva foi corrigida. A história dele e de sua família é contada no filme “Ainda Estou Aqui”, que concorre em três categorias no Oscar 2025. Agora consta na certidão emitida pelo Cartório da Sé, como causa da morte: “não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro no contexto da perseguição sistemática à população identificada como dissidente política do regime ditatorial instaurado em 1964.” A notícia foi veiculada em primeira mão pela Rede Globo. A versão anterior da certidão, de 1996, constava apenas que ele havia desaparecido em 1971, e isto após a luta de sua esposa, Eunice Paiva. A mudança atende a uma determinação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para que cartórios retifiquem certidões de mortos e desaparecidos políticos. Dessa maneira, conforme o ONRCPN (Operador Nacional do Registro Civil de Pessoas Naturais), o Conselho entende que deve ocorrer retificação de certidões de óbito em 202 casos, além de serem emitidos 232 novo registros de óbitos referentes a desaparecidos. Neste casos, com a indicação da violência cometida pelo Estado no período da ditadura, como na certidão de Paiva. PGR A Procuradoria-Geral da República (PGR) recebeu, em novembro passado, ofício do Supremo Tribunal Federal (STF) para se manifestar sobre a apuração quanto à morte de Rubens Paiva. A corte aguarda o posicionamento, ainda não realizado, para dar prosseguimento, ou não, em uma ação penal contra cinco acusados pelo assassinato. A denúncia original, feita pelo Ministério Público Federal, em 2014, envolve os já falecidos Rubens Paim Sampaio, Raymundo Ronaldo Campos e Jurandyr Ochsendorf e Souza, e os ainda vivos Jacy Ochsendorf e Souza e José Antônio Nogueira Belham. Nestes anos de tramitação, com diversas apelações, o caso chegou ao STF. Em decisão recente, o ministro Flávio Dino aceitou recurso do MPF para que a Lei da Anistia não tenha validade para proteger crimes de ocultação de cadáver – legislação que vinha favorecendo a defesa dos acusados. Dados levantados pelo ICL Notícias com base no Portal da Transparência revelam que juntos os cinco acusados custam para os cofres públicos mais de R$ 140 mil por mês, entre aposentadorias e pensões. Ao ano o valor é superior a R$ 1.6 milhão. O major da reserva Jacy Ochsendorf recebe R$ 23,4 mil, já o general reformado José Antônio R$ 35,9 mil, além de gratificações. Os valores são sem descontos. Os outros mais de R$ 80 mil são pagos em pensões a familiares dos três acusados já mortos