Brasileiros inocentes devem ser tratados com dignidade, diz Lewandowski

Ministro da Justiça disse que o Brasil não busca afrontar os EUA O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, pediu nesta segunda-feira (27) respeito aos direitos fundamentais dos brasileiros deportados dos Estados Unidos. Apesar de reforçar que o governo federal não quer “afrontar” ou “provocar” os EUA, Lewandowski exigiu que os inocentes sejam tratados com dignidade. “Não queremos provocar o governo americano, até porque a deportação está prevista num tratado que vige há anos entre Brasil e EUA. Mas, obviamente, essa deportação tem que ser feita em respeito aos direitos fundamentais das pessoas, sobretudo os que não são criminosos”, disse durante um evento sobre segurança pública promovido pelo Lide, grupo empresarial liderado pelo ex-governador de São Paulo João Doria. “Nós não queremos provocação, não queremos afrontar quem quer que seja, mas queremos que os brasileiros que são inocentes, que foram lá procurar trabalho, queremos que eles sejam tratados com a dignidade que merecem”, completou. A Polícia Federal no Amazonas iniciou uma investigação sobre supostas agressões contra brasileiros deportados dos Estados Unidos durante um voo que chegou em Manaus na sexta-feira (24). O processo de apuração será enviado ao departamento americano responsável pela imigração.

Michelle Bolsonaro fica furiosa com delação de Mauro Cid e reage

Ex-ajudante de ordens de seu marido a colocou no centro da tentativa de golpe como uma “das mais radicais”. Depoimento vazado a deixou irada e a fez sair disparando Michelle Bolsonaro ficou furiosa com a acusação feita a ela, e ao enteado Eduardo, pelo ex-ajudante de ordens de seu marido, o tenente-coronel Mauro Cesar Cid, que veio à tona após o vazamento de parte de seu acordo de delação, realizado ainda em 2023. No documento, o militar que servia diretamente ao então presidente da República afirmou que a ex-primeira-dama era “uma das mais radicais” no complô que tentou perpetrar um golpe de Estado no Brasil após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) para Lula, em 2022. “Todos sabem o motivo para requentarem isso agora. Esse governo e o sistema vivem de cortina de fumaça para esconder a sua traição contra o povo… Estranho mesmo (e todos fingem que não veem) são esses ‘acessos’ a inquéritos sigilosos, sendo que os advogados dos acusados são proibidos de acessar os dados para promoverem a defesa de seus clientes. Uma afronta à Constituição e aos direitos humanos”, disparou a esposa de Bolsonaro em nota emitida por sua assessoria de imprensa. É curioso ver Michelle falar de “direitos humanos” num caso em que sequer houve qualquer tipo de violação, sendo ela e seu grupo político contrários à aplicação desses valores. Dias antes, ela já havia reagido à informação dada por Cid. No entanto, da primeira vez a antiga primeira-dama preferiu usar de deboche para se manifestar durante um evento do PL Mulher, setor de seu partido presidido por ela. “Golpe? Eu, incitando o golpe? Com qual arma? Minha Bíblia poderosa… Eu dou golpe, eu sei dar golpe e quero ensinar para vocês agora. Olha só, presta atenção: jab, jab, direto, cruzado, upper, esquiva, overhand”, ironizou Michelle, numa alusão a golpes de boxe. Eduardo Bolsonaro também anda irritado com o vazamento da delação de Cid que o compromete. Em seu perfil oficial no X (antigo Twitter), ele saiu atacando a todos e sobrou até para o jornal Folha de S. Paulo, que por ironia vem adotando uma linha bem favorável a seu pai nos últimos meses. “Mauro Cid fez diversas delações, mudou sua versão várias vezes. Mas se os advogados de defesa de Jair Bolsonaro pagarem para a Folha R$ 1,90/mês durante 6 meses poderão ter acesso à primeira delas”, escreveu ele.

Desaprovação a Lula ultrapassa aprovação pela primeira vez, aponta a Quaest

Levantamento aponta ainda quais as principais razões para o crescimento do descontentamento da população com o governo Segundo levantamento do instituto Genial/Quaest, pela primeira vez desde o início da série histórica, a aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é menor do que a aprovação. Segundo o levantamento, o índice de aprovação caiu 5 pontos, de 52% para 47%. Já o índice de desaprovação saltou de 47% para 49%. Segundo o CEO da Quaest, Felipe Nunes, a queda da popularidade do governo ocorreu “com mais força na região Nordeste. Em apenas um mês, governo perdeu quase 10 pontos de aprovação. No Sul, o governo perde 7 pontos. É o pior resultado do governo nas duas regiões”. Além disso, outro dado que acende o sinal amarelo no governo é o fato da piora na aprovação aparecer com relevância “no eleitorado que tem renda baixa (-7pp) e renda média (-5pp)”. As razões O levantamento da Quaest detectou três possíveis problemas para a queda de popularidade do governo. Para 65% dos entrevistados, Lula não consegue cumprir suas promessas. “Mais do que gerar esperança, o atual governo produz frustração na população”, afirma Felipe. O segundo fator é o volume de notícias negativas envolvendo o governo: “O patamar de janeiro de 25 é parecido com o de março de 24, quando declarações sobre a guerra em Gaza, as eleições venezuelanas e na área da segurança prejudicaram o governo.” O CEO ressalta que “a notícia negativa mais lembrada espontaneamente pela população nesta rodada foi a do possível monitoramento do PIX (11%)”. Quando perguntados diretamente pelo instituto “66% dos brasileiros acreditam que o governo federal errou mais do que acertou diante da polêmica do PIX”. Já o terceiro e óbvio motivo é a economia. Apenas 25% dos entrevistados consideram que ela melhorou. “Para 83% dos brasileiros, os alimentos subiram no último mês, “o maior percentual da série histórica”. Felipe ressalta que “para piorar, a solução especulada pelo governo para lidar com a alta dos alimentos não foi bem recebida: 63% dos brasileiros são contrários a mudança no sistema de validade dos alimentos. Ou seja, se a medida foi pensada para buscar popularidade, o tiro saiu pela culatra”, afirma ele. O levantamento da Quaest ouviu 4.500 pessoas entre os dias 23 e 26/01. O nível de confiabilidade do levantamento é de 95% e a margem de erro é de 1 ponto percentual. A pesquisa foi encomendada pela Genial Investimentos

O GRANDE RETORNO – Neymar rescinde com o Al-Hilal e deve voltar ao Santos

Clube saudita anunciou fim do vínculo com jogador brasileiro, que terá que devolver parte dos US$ 65 milhões que faltava receber. Peixe deve anunciar contrato em breve Neymar não tem mais vínculo com o Al-Hilal. O astro do futebol brasileiro rescindiu oficialmente seu contrato com o clube saudita nesta segunda-feira (27) e agora está com o caminho livre para voltar ao Santos. O anúncio foi feito no perfil oficial do time árabe no X (antigo Twitter) e animou a torcida do Peixe. Há quase um mês o atleta e seus representantes tentavam pôr fim ao contrato com o Al-Hilal, que de várias maneiras vinha impondo dificuldades para o encerramento da parceria. Após a entrada nas negociações de representantes da Liga Saudita, e da aceitação por parte de Neymar de abrir mão de parte dos US$ 65 milhões que ainda tinha para receber, finalmente o “casamento” chegou ao fim. Por outro lado, as negociações com o Alvinegro da Vila Belmiro já estavam bem adiantadas e até os termos do contrato, que será curto, já estavam traçados. Neymar deve ficar apenas cinco meses no Santos, pelo menos incialmente. Ou seja, até o final de junho. Segundo o pai do jogador, que é o gerente de sua carreira, o filho precisava voltar ao Brasil para “recuperar a alegria de jogar futebol”, visto que completará 33 anos em duas semanas. Há mais de um ano fora dos campos e sofrendo com sucessivas contusões, Neymar viu sua imagem de craque se esfacelar nos últimos tempos em decorrência da má fase e de estar ocupando espaço no noticiário apenas com escândalos e fatos de sua vida privada. Ele quer render bem no Santos, onde se sente em casa, para talvez costurar um novo contrato que vá até meados de 2026, período em que ocorrerá a Copa do Mundo dos EUA, Canadá e México, que certamente será sua última. Segundo interlocutores, ainda até o meio desta semana ele estará já de volta ao Brasil, enquanto a família e seus auxiliares preparam sua mudança para Baixada Santista

Fernando Diniz é demitido do Cruzeiro, após comandar time por 4 meses

O Cruzeiro anunciou nesta segunda-feira (27) que Fernando Diniz não é mais técnico do time de futebol masculino, dois dias após o clube empatar em casa com o Betim (1 a 1), o segundo tropeço seguido da Raposa no Campeonato Mineiro – na rodada anterior fora derrotado pelo Athletic Club (1 a 0), no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. O time também não foi bem na Flórida Cup Séries, nos Estados Unidos, na segunda quinzena deste mês. Empatou duas vezes, a primeira com o São Paulo e depois não saiu do 0 a 0 como o Atlético-MG. Há 18 dias, Diniz havia renovado com o Cruzeiro até o final deste ano. O ex-treinador da seleção brasileira chegou ao clube em setembro, mas a campanha irregular no fim do ano passado frustrou os torcedores: o time foi vice-campeão da Copa Sul-Americana, após derrota por 3 a 1 para o Racing (Argentina), e encerrou o Brasileirão em nono lugar, fora da zona de classificação para a Libertadores 2025, após empates em 1 a 1 em rodadas decisivas (contra Grêmio e Bragantino) . Do total de 20 partidas com Diniz à beira do gramado, o Cruzeiro somou apenas quatro vitórias, empatou nove vezes e perdeu outras sete. Além da demissão de Diniz, também foi anunciada a saída do auxiliar Eduardo Barros e o preparador físico Wagner Bertelli. A partir desta segunda (27), o auxiliar técnico fixo Wesley Carvalho comandará os treinamentos do Cruzeiro de forma interina

CONTAS PÚBLICAS – Dívida de Minas cresceu mais de 51% desde 2020

O valor acumulado subiu de R$ 124,7 bilhões para R$ 188,7 bilhões em cinco anos. Desse total, R$ 159,86 bi são devidos à União e entram na renegociação do Propa A dívida de Minas Gerais, incluindo os débitos com a União, cresceu 51,3% desde janeiro de 2020, ainda na primeira gestão do governador Romeu Zema (Novo), reeleito em 2022. Os dados são do Boletim Mensal da Dívida Pública Estadual, publicado pela Secretaria de Estado da Fazenda (SEF) desde 2020. Em janeiro daquele ano, o boletim apontava um valor acumulado de R$ 124,7 bilhões. A última consolidação dos números do boletim aponta que, em dezembro do ano passado, a dívida total do estado era de R$ 188,7 bilhões, um aumento de R$ 64 bilhões em cinco anos ou R$ 35 mil por dia. Esse valor corresponde, por exemplo, a quase a metade da previsão de arrecadação do estado de Minas Gerais para este ano: a estimada é de R$ 126,7 bilhões. Dessa dívida total, R$ 159,86 bilhões são devidos à União. São esses valores que serão alvo de renegociação por meio do Programa de Refinanciamento das Dívidas dos Estados (Propag), aprovado pelo Congresso Nacional em dezembro passado, por meio de uma articulação feita pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD). Minas Gerais, juntamente com São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Goiás, é um dos estados mais endividados do país. O restante são débitos do estado com instituições financeiras nacionais e internacionais, Instituto Nacional de Previdência Social (INSS), Instituto de Previdência dos Servidores Militares (IPSM) e com depósitos judiciais. Procurada pela reportagem, a SEF não quis comentar a elevação da dívida. Para o vice-presidente do Sindicato dos Servidores da Tributação, Fiscalização e Arrecadação do Estado de Minas Gerais (Sinfazfisco-MG), João Batista Soares, o motivo principal do crescimento da dívida de Minas no governo Zema foi, segundo ele, “o calote sob a tutela da Suprema Corte, cuja primeira liminar foi conseguida no último mês do governo Fernando Pimentel (PT), em dezembro de 2018”. Substituição pelo Propag Nessa data, o governo de Minas conseguiu autorização da Justiça para suspender o pagamento das parcelas da dívida com a União, só retomado em 2024, depois da adesão do ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que deve ser substituído, até o fim deste ano, pelo Propag. Segundo João Batista, que é auditor fiscal da SEF, se somada as dívidas de curto prazo, o rombo nas contas públicas ultrapassa os R$ 188,7 bilhões, subindo para R$ 195,9. Esse aumento de pouco mais de R$ 7 bilhões diz respeito ao saldo dos restos a pagar até dezembro deste ano de despesas contraídas em anos anteriores. A auditora fiscal Maria Lúcia Fattorelli, coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, organização não governamental que defende uma auditoria nas dívidas públicas do estado, diz que a elevação desses valores tem como causa principal os juros elevados cobrados no refinanciamento das dívidas com a União e o não pagamento pelo estado das parcelas desse débito. “Aquilo que ele (Zema) não pagou foi incorporado ao estoque da dívida. Todo esse crescimento foi em função do juro alto demais. E não quitando eles aplicam juros também sobre a parcela não paga, ou seja, juros sobre juros, o que é anatocismo, uma outra ilegalidade”, afirma Fatorelli, se referindo ao termo usado para definir a prática de cobrar juros sobre juros vencidos. Segundo ela, essa dívida é ilegal desde a sua origem e nem deveria ser cobrada, já que esses recursos nunca entraram no caixa do estado para realização de obras e ações em benefício da população. “A maior parte diz respeito à dívida com a União, refinanciada desde 1998, e que inicialmente englobou passivos de bancos estaduais que foram privatizados ou extintos. Ou seja, já começa com essa ilegitimidade. Inicialmente, ela era da ordem de R$ 14,8 bilhões e já chegou a R$ 188,7 bilhões”, destaca. “O estado já pagou” A auditora destaca ainda que, desde 1998, quando essa dívida no montante de R$ 14,8 bilhões foi refinanciada pela União, devido à pressão de entidades do sistema financeiro – nacional e internacional –, o estado já pagou R$ 48,6 bilhões até 2023, em valores não atualizados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). “O estado já pagou mais de três vezes essa dívida contraída em 1998, e segue devendo”, afirma a auditora. O balanço do quanto foi pago em 2024 ainda não foi divulgado pelo Tesouro Nacional. Mas o governo afirma que o estado, desde outubro do ano passado, já quitou três parcelas da dívida que somam R$ 819,6 milhões. Foram pagos R$ 286,7 milhões em outubro, R$ 291,7 milhões em novembro, R$ 296,2 milhões em dezembro e R$ 303,7 milhões neste primeiro mês de 2025. O vice-presidente do Sinfazfisco-MG defende a adesão imediata do governo do estado ao Propag para evitar prejuízos e a elevação ainda mais da dívida do estado com a União. Segundo Soares, por meio do RRF o governo terá de pagar R$ 14 bilhões por ano de parcelas da dívida. “Com o Propag pagará R$ 5,66 bilhões, portanto, o prejuízo anual vai superar os R$ 8 bilhões anuais, se houver demora ou não adesão ao Propag”. O governo tem afirmado que vai migrar para o Propag até o fim deste ano. No entanto, a coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida é uma crítica do Propag que, segundo ela, não vai resolver o problema, apenas securitizá-la. Para Fatorelli, essa dívida deveria ser extinta, pois não teria legitimidade, e o perdão não causaria prejuízos à União, devido a reserva em caixa para suportar essa decisão. Além disso, destaca a auditora fiscal, os estados teriam mais recursos para investir em ações e realizar obras para melhorar a vida da população