O espasmo de suposta popularidade alcançado por Jair Bolsonaro com a distribuição do auxílio-emergencial teve o efeito de liberar a mais desumana insanidade na turma de Paulo Guedes.

Nos jornais, sucedem-se as propostas de maldades: congelar aposentadorias, retirar benefícios de idosos e deficientes, tudo o que permita “catar recursos” para o delírio demagógico do presidente.

Até o relator da PEC do Pacto Federativo, o tucano e pecuarista Márcio Bittar (nada pior do que um ex-esquerdista que se tornou direitista) vem com a ideia genial de deixar o salário mínimo congelado por dois anos, além de tirar do Orçamento a obrigatoriedade dos gastos em Saúde e Educação.

Rodrigo Maia, a favor de qualquer arrocho que não seja feito sobre o “querido mercado” já deu seu apoio a congelar aposentadorias acima do mínimo, o que vai arrastar mais gente “rica”, que ganha de R$ 1.045 para cima, inclusive quem ganha R$ 1.046…

É o “3D” de Paulo Guedes: desvinculação, desindexação e descentralização.

O que, resumidamente, significa acabar com as destinações compulsórias àqueles serviços públicos essenciais, eliminar a garantia de que os valores do trabalho nem sequer terão a reposição inflacionária e que recursos e programas da União que poderiam fazer diferença no desenvolvimento nacional irão para os prefeitos, claro, “amigos do Rei”.

É óbvio que estas maldades são só para pobres, não vão mexer com os “cidadãos de bem” do Judiciário, do Legislativo, dos altos cargos estatais, dos militares, dos policiais e, menos ainda, com a “turma da bufunfa” que, claro, vai continuar “descongelada” eu seu paraíso tropical.

A tecnocracia está em festa, com sua economia de botequim, que não sabe ter projetos para melhorar o desempenho do negócio, senão o de demitir o balconista, arrancar o couro da cozinheira e deixar mesas e cadeira se desfazendo.

Cada qual se esmera em procurar de onde pode tirar dos pobres e dos remediados algum para botar na cesta do ex-capitão, para que ele faça aviãozinho para a plateia. Só não pode investir em infraestrutura, produção e estas bobagens que trazem renda, emprego e progresso,

É evidente que isso é algo que pode até ser conseguido, mas que não se sustenta.

A pequena classe média, que achava que um ditador “moralizante” resolveria tudo, está na iminência de comer os frutos amargos de sua própria escolha.

Quando chegamos ao ponto de que um ser primário como Jair Bolsonaro tenha mais sensibilidade que seus formuladores de política econômica é que caímos, mesmo, muito, em matéria de gestão econômica do país.

Via Tijolaço

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