Durante audiência pública em Grão Mogol, vereador disse ser favorável ao empreendimento, mas pediu união de todos para reivindicar da SAM Metais parceria para as obras de duplicação da BR-251

 Audiências públicas realizadas nas noites dos dias 10 e 11 de maio em Grão Mogol e Fruta de Leite, respectivamente, sinalizaram que o empreendimento de mineração da Sul Americana de Metais (SAM) – empresa de capitão chinês ligada à Honbridge Holdings – está prestes a ter seu licenciamento ambiental aprovado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).
Representantes da empresa mineradora se revezaram por horas em explanações para minimizar os impactos ambientais e socioculturais que o megaprojeto causará na região, compreendida entre os municípios de Grão Mogol, Padre Carvalho, Fruta de Leite e Josenópolis. Em março deste ano, o Ministério Público de Minas Gerais recomendou a suspensão do licenciamento do projeto, sob alegação de que são necessários estudos complementares sobre o impacto ambiental.
O vereador Rodrigo Cadeirante, que acompanha as discussões desde março, quando a diretoria executiva da SAM apresentou o Projeto Bloco 8 na Câmara Municipal de Montes Claros, sugeriu como contrapartida que a empresa assuma a execução de obras de duplicação da BR-251, utilizando as Parcerias Público Privadas (PPP).

Vigilante Elisson Ribeiro Magalhães – Foto: Waldo Ferreira

Rodrigo reclamou da ausência dos deputados representantes da região na audiência. “Mas a gente sabe que daqui a pouco vai brotar político até no asfalto para pedir voto”, criticou. Ele, que é o vereador mais votado do Norte de Minas, cobrou uma posição mais objetiva das lideranças políticas no imbróglio que se tornou a concessão da licença ambiental para o início do empreendimento. “Enquanto uma parte bate palma e a outra é contra, penso que devemos nos juntar para pedir uma contrapartida dos investidores para nossa região, que poderia ser a duplicação da BR-251”, reiterou.
“Sou favorável ao Bloco 8, mas peço aos empreendedores que priorizem à segurança, porque somos gente trabalhadora, queremos o desenvolvimento, mas não podemos correr riscos de sermos vítimas de uma tragédia, como ocorreu em Mariana e Brumadinho”, ponderou.
A diretora de Relacionamento e Meio Ambiente da mineradora, Gizelle Andrade Tocchetto, disse que a preocupação de Rodrigo Cadeirante com a segurança é pertinente, mas informou que a empresa adota modelo de barragem mais moderno. “Para maior segurança, haverá um outro muro de contenção, abaixo da área do projeto, totalizando duas barreiras de proteção”, explicou.

Um dos populares presentes ao evento, o vigilante Elisson Ribeiro Magalhães trocou de turno com um colega para prestigiar a audiência pública. Ele elogiou a posição de Rodrigo, reforçando a preocupação com a segurança de quem vai trabalhar na mineração e com a população. “Vim para tirar dúvidas”, disse.
O Bloco 8 está orçado em US$ 3,5 bilhões e engloba uma mina de minério de ferro, duas barragens de rejeitos e um mineroduto de 482 quilômetros.

Texto e fotos: Waldo Ferreira

 

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