
Projeto que aumenta número de deputados é aprovado e segue para o Senado
Ampliação de 513 para 531no número de deputados responde a decisão do STF e leva em conta crescimento populacional verificada pelo Censo A Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (6), por 270 votos a favor e 207 contra, projeto de lei complementar (PLP) que amplia de 513 para 531 o número de vagas na Casa legislativa, em conformidade com o aumento populacional ocorrido nos últimos anos e demonstrado pelo Censo 2022. Ao mesmo tempo, estados que perderiam representação, de acordo com a redistribuição proposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF), tiveram suas bancadas mantidas. A garantia da proporcionalidade entre a população de um estado e sua representação parlamentar consta na Constituição. O relator do projeto, Damião Feliciano (União Brasil-PB), argumentou que o acréscimo foi “modesto”, de 3,5%, na comparação com o aumento demográfico, que foi superior a 40% nas últimas quatro décadas. O PLP foi votado após aprovação do regime de urgência, apreciado horas antes. Para virar lei, ainda precisará passar pelo Senado. Se aprovado, substituirá a Lei Complementar 78/93. Nesse caso, a nova conformação passa a valer a partir de 2027. Com a proposta, ganham novas vagas os estados do Pará (4); Santa Catarina (4); Amazonas (2); Mato Grosso (2); Rio Grande do Norte (2); Paraná (1); Ceará (1); Goiás (1) e Minas Gerais (1). Além do cálculo padrão segundo a população local, foram feitos ajustes nos estados do Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Norte, de maneira a assegurar a proporcionalidade e evitar que um ente federativo com população maior tivesse menos representantes que outro com uma menor. STF O Projeto de Lei Complementar aprovado pela Câmara responde a determinações advindas de ação acatada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em agosto de 2023. Naquela ocasião, o Supremo julgou procedente uma ação do governo do Pará, que apontou omissão do Legislativo em atualizar o número de deputados de acordo com a mudança populacional, como previsto na Constituição. A corte determinou que o Congresso deveria aprovar, até 30 de junho de 2025, a redistribuição de vagas de acordo com o Censo de 2022, sob pena de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) realizá-la. Usando como base a lei de 1993, a decisão do STF previa a manutenção dos 513 deputados federais com redistribuição de 14 cadeiras. Com isso, alguns estados teriam suas bancadas diminuídas: o Rio de Janeiro perderia quatro cadeiras; Paraíba, Bahia, Piauí e Rio Grande do Sul teriam duas a menos cada um; já Pernambuco e Alagoas deixariam de ter uma vaga cada um. Ao criar novas vagas, o PLP ora aprovado extinguiu a redistribuição, de maneira que os estados mantiveram suas vagas. Maiores bancadas regionais Segundo a Câmara, a bancada do Norte foi a que mais cresceu (de 65 para 71), seguida pelo Sul (de 77 para 82). A primeira corresponde hoje a 12,67% da Câmara, e a segunda equivale a 15%. A partir de 2027, o Norte será 13,37% da Casa, e o Sul terá 15,44%. Apesar de aumentar sua bancada em três deputados (151 para 154), o Nordeste passa de 29,43% para 29% na nova composição com mais parlamentares. O mesmo acontece com o Sudeste (de 179 para 180), que diminui de 34,89% para 33,89%. Já o Centro-Oeste aumenta de 7,99% (41 deputados) para 8,28% (44 representantes). O ajuste no número de deputados federais também incidirá sobre as assembleias legislativas, já que, por lei, o parlamento estadual deve ter o triplo da representação do estado na Câmara, com uma trava de 36. Se atingido esse número, o total será os 36 mais o quanto passar de 12 na bancada federal. De acordo com a Diretoria-Geral da Câmara, a criação de novas cadeiras terá um impacto orçamentário de R$ 64,8 milhões ao ano, a ser absorvido pelas previsões orçamentárias de 2027. Outro impacto que deverá ser alocado é o de emendas parlamentares que os novos representantes passarão a ter direito de indicar no âmbito do Orçamento da União. Veja abaixo como ficará cada bancada na Câmara dos Deputados, após a aprovação da criação de 18 novas vagas pelos deputados federais Acre: continua com 8 vagas Alagoas: continua com 9 vagas Amapá: continua com 8 vagas Amazonas: ganha duas vagas, saindo de 8 e saltando para 10 Bahia: continua com 39 vagas Ceará: ganha uma vaga, saindo de 22 e saltando para 23 Distrito Federal: continua com 8 vagas Espírito Santo: continua com 10 vagas Goiás: ganha uma vaga, saindo de 17 para 18 Maranhão: continua com 18 vagas Mato Grosso: ganha duas vagas, saindo de 8 e saltando para 10 Mato Grosso do Sul: continua com 8 vagas Minas Gerais: ganha uma vaga, saindo de 53 e saltando para 54 Pará: ganha quatro vagas, saindo de 17 e saltando para 21 Paraíba: continua com 12 vagas Paraná: ganha uma vaga, saindo de 30 para 31 Pernambuco: continua com 25 vagas Piauí: continua com 10 vagas Rio de Janeiro: continua com 46 vagas Rio Grande do Norte: ganha duas vagas, saindo de 8 e saltando para 10 Rio Grande do Sul: continua com 31 vagas Rondônia: continua com 8 vagas Roraima: continua com 8 vagas Santa Catarina: ganha quatro vagas, saindo de 16 e saltando para 20 São Paulo: continua com 70 vagas Sergipe: continua com 8 vagas Tocantins: continua com 8 vagas