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Milhares de argentinos lotam a Praça de Maio em apoio a Cristina Kirchner

Multidão denuncia perseguição judicial e responde com mobilização à prisão domiciliar da ex-presidenta, pede à Justiça autorização para aparecer na sacada Milhares de pessoas ocuparam a Praça de Maio, em Buenos Aires, nesta quarta-feira (18), em uma grande manifestação em apoio à ex-presidenta argentina Cristina Fernández de Kirchner. A mobilização ocorre dois dias após a Justiça impor prisão domiciliar à ex-mandatária, em um contexto de crescente tensão institucional e denúncias de perseguição política. O protesto foi convocado por sindicatos das centrais CGT, CTA dos Trabalhadores e CTA Autônoma, além de movimentos populares de diversas províncias. A manifestação foi inicialmente planejada para ocorrer em frente ao tribunal de Comodoro Py, mas foi transferida para a Praça de Maio, em frente à Casa Rosada, após a decisão judicial que restringiu a liberdade de Cristina. Desde as primeiras horas da manhã, militantes começaram a se reunir nas imediações do bairro Constitución, onde está localizada a residência da ex-presidenta. Ao longo do dia, a mobilização cresceu até tomar o centro da capital argentina. “Temos memória, e em momentos como este é preciso sair para defender Cristina e os direitos do povo”, disse Martín, estudante da região metropolitana de Buenos Aires, ao jornal El Tiempo Argentino. Oscar, aposentado e militante sindical, viajou de Quilmes para participar do ato. Para ele, a condenação tem motivação política: “Não é justiça, é uma vingança dos grupos econômicos. Tocaram em nossa líder, e o peronismo vai despertar”, afirmou ao Tiempo. “Vamos seguir nas ruas, com os dirigentes à frente, ou com a cabeça dos dirigentes. O povo inteiro está aqui para bancar Cristina.” Muitas pessoas viajaram longas distâncias até a capital. Maria, dona de casa de Corrientes, levou mais de 12 horas de ônibus para estar presente. “Ela fez muito pelo povo. Vim gritar bem alto que Cristina é inocente.” Já Maverick Márquez, ativista LGBT+ de Alvear, destacou os direitos conquistados durante os governos kirchneristas: “As trans não esquecem. Lutamos porque ela nos deu liberdade, futuro”. Durante o ato, também houve críticas ao governo de Javier Milei, acusado de estimular ações repressivas contra manifestações populares. Desde a semana passada, militantes mantêm vigília diante da casa de Cristina Kirchner, que governou a Argentina entre 2007 e 2015 e enfrenta processo por suposta corrupção em contratos de obras públicas. Sua defesa sustenta que o caso se trata de uma perseguição com motivação política. Sacada sob disputa judicial Enquanto a Praça de Maio era ocupada por milhares de pessoas, os advogados de Cristina Kirchner entraram com um pedido no Tribunal Oral Federal nº 2 para esclarecer se a ex-presidenta pode ou não sair à sacada de seu apartamento. A dúvida surgiu a partir das regras da prisão domiciliar, que impõem a ela a obrigação de “abster-se de adotar comportamentos que possam perturbar a tranquilidade do bairro”. A defesa argumenta que não há proibição expressa para que a ex-presidenta apareça na janela ou na sacada, e que impedir isso violaria garantias constitucionais. Cristina ainda não se manifestou publicamente desde que começou o cumprimento da medida, mas segundo seus advogados, poderá recorrer à Suprema Corte caso o pedido de esclarecimento não seja respondido rapidamente. O tema provocou debates entre magistrados e membros do Ministério Público. Parte dos juristas sustenta que não há base legal para restringir esse tipo de manifestação pública, enquanto outros alertam para os riscos de segurança e argumentam que o local não pode se transformar em ponto de aglomeração. A prisão domiciliar de Cristina, de 72 anos, foi concedida por sua idade, conforme prevê o Código Penal argentino. No entanto, a decisão gerou forte reação social. “Ela sempre esteve conosco, agora é nossa vez de estar com ela”, resumiu Juan Carlos, trabalhador de Buenos Aires. “Eles têm medo, porque sabem que o povo votaria nela. Ela não vai se render. E nós vamos voltar.”

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Israel ataca maior campo de gás do Irã e mira em mudança de regime

Teerã age com cautela para não desatar Terceira Guerra Mundial Num ataque que representa uma grande escalada no confronto, Israel usou drones contra a refinaria de gás de Fajr Jam e o maior campo de gás natural do mundo, o de South Pars, no Golfo Pérsico. O campo de gás é tão gigantesco que é compartilhado entre o Irã e o Catar. Por Luiz Carlos Azenha Escrito en GLOBAL O governo iraniano informa que já conseguiu conter os incêndios. O ataque causou comoção no Golfo Pérsico, uma vez que ameaça a infraestrutura de gás e petróleo que serve diretamente ao consumo doméstico de gás do Irã, mas coloca em risco a de países aliados dos Estados Unidos, como o Catar, Barein, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita. Os ataques de Israel à infraestrutura de energia do Irã, bem como a uma fábrica de cimento, demonstram que o objetivo de Benjamin Netanyahu vai muito além de conter o projeto nuclear iraniano. Trata-se de uma clara tentativa de mudança de regime, como Saddam Hussein, com apoio do Ocidente, tentou durante a guerra que moveu contra o Irã, nos anos 80 do século passado. Foram oito anos de conflito. Fire in phase 14 of Iranian South Pars gas field onshore facilities after an Israeli attack reportedly by a drone today (June 14, 2025) pic.twitter.com/xmmoeLyRd2 — Mehdi H. (@mhmiranusa) June 14, 2025 Ameaça existencial desde 1979 Agora está mais claro que o objetivo de Israel é fazer desmoronar a República Islâmica do Irã, instalada em 1979 pela revolução do aiatolá Khomeini. Isso pode ser depreendido pelo escopo dos ataques militares israelenses, além da retórica do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que sugeriu aos próprios iranianos que ajudem a derrubar o regime. A República Islâmica nasceu tendo como um dos objetivos eliminar Israel do mapa. Na visão de Khomeini, ainda vigente, o estado de Israel foi um implante dos Estados Unidos e do Ocidente na região em busca de controlar os recursos naturais do Oriente Médio e solapar a soberania local. Neste sentido, Israel e Irã são ameaças existenciais um ao outro. O Irã superou o isolamento a que foi submetido pelo Ocidente através de sanções nos últimos quarenta anos. Khomeini falava em “nós podemos” como um slogan que animou os iranianos, especialmente durante a guerra contra o Iraque, na qual Saddam Hussein recebeu armas e informações de Reino Unido, França, Alemanha e Estados Unidos para eliminar o regime xiita. A guerra estalou em 1980, quando a revolução mal havia se estabilizado, e durou até 1988. Saddam foi incapaz de cumprir a tarefa que agora Israel assumiu. Pelo contrário. Foi durante a longa guerra que o Irã desenvolveu sua capacidade de construir mísseis e responder aos ataques do Iraque com os mísseis Scud fornecidos pela França. Os Estados Unidos se envolveram diretamente na guerra quando o Iraque corria o risco de sofrer uma derrota militar, fornecendo principalmente informações de satélite sobre o movimento das tropas e arsenal iranianos. Irã saiu do isolamento Passados 35 anos do final daquele conflito, o Irã aprofundou relações com vários países, inclusive potências regionais como a Turquia e a Arábia Saudita — neste último caso através de mediação da China. O país ingressou nos BRICS e, mais recentemente, fechou um acordo estratégico com a Rússia. A crença de Israel de que pode eliminar agora o regime dos aiatolás nasceu das derrotas que Tel Aviv impôs ao Arco da Resistência organizado pelo Irã no Líbano, na Síria e em Gaza, com a degradação do poderio militar do Hezbollah e do Hamas. Derivou também de uma conjuntura internacional em que a Rússia, o parceiro militar mais próximo do Irã, tem diante de si o desafio da guerra da Ucrânia. Recentemente, a Ucrânia atacou diretamente a infraestrutura de defesa estratégica da Rússia, ao destruir bombardeiros de longa distância em bases instaladas nas profundezas de território russo. Pela nova doutrina de defesa de Vladimir Putin, tal ataque poderia desatar uma resposta nuclear russa contra a Ucrânia e seus patrocinadores, mas Moscou age com cautela à espera de algum tipo de normalização de relações com os Estados Unidos. Isso sugere que a Rússia terá envolvimento militar limitado, se tiver, no enfrentamento entre Irã e Israel. Vladimir Putin e o presidente Donald Trump conversaram por telefone nas últimas horas sobre uma saída negociada para a guerra entre Israel e o Irã. Por conta própria O regime em Teerã terá de enfrentar a ameaça existencial praticamente por conta própria. Sua única opção neste momento é provar que tem condições de provocar destruição suficiente em Israel que leve Netanyahu e os Estados Unidos a repensarem sua estratégia. Para Israel, o acontecimento dos sonhos será a entrada direta dos EUA no conflito. Além de porta-aviões no mar da Arábia, os estadunidenses dispõem de bases militares em toda a região, através das quais poderiam inflingir danos muito mais custosos ao Irã. A resposta do Irã nas próximas horas será crucial. O país poderia atacar, por exemplo, a região do porto de Haifa, essencial à sobrevivência do próprio estado de Israel. Por enquanto, no entanto, o Irã tem agido de forma contida, escolhendo mirar exclusivamente em alvos militares. Uma guerra generalizada na região pode provocar uma disparada ainda maior nos preços de gás e petróleo, o que não interessa aos Estados Unidos. Terceira Guerra Donald Trump quer que o Irã abra mão do enriquecimento de urânio, mas se aceitar tal condição o regime iraniano sofrerá uma derrota política tão grande que corre o risco de cair. Potencialmente, por causa da geografia, o Irã pode fechar com facilidade o estreito de Ormuz, por onde passa um de cada cinco barris de petróleo consumidos no planeta. Neste caso, no entanto, provavelmente atrairia os Estados Unidos diretamente para a guerra, Em caso de ameaça existencial, o regime dos aiatolás pode atacar bases militares dos EUA na região e instalações petrolíferas de países árabes, com o potencial de desatar uma Terceira Guerra Mundial. Isso é pouco provável, diante do histórico de cautela do governo persa. O

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Lula cobra o fim da guerra na Ucrânia e Macron diz que a Rússia não quer paz

Na França, presidente brasileiro defende negociações multilaterais, enquanto francês acusa Moscou de violar a Carta da ONU e rejeitar propostas de cessar-fogo Durante sua visita oficial à França, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender uma saída negociada para a guerra entre Rússia e Ucrânia e criticou os impasses que impedem a construção de um caminho efetivo para a paz. Ao lado do presidente francês Emmanuel Macron, Lula reiterou que o Brasil condena tanto a invasão russa quanto a continuidade do conflito e se colocou novamente à disposição para contribuir com esforços multilaterais em busca de uma resolução diplomática. A informação é da Agência Brasil. “O Brasil, desde o começo dessa guerra, se posicionou contra a ocupação territorial que a Rússia fez no território ucraniano. Ao mesmo tempo, se posicionou contra a guerra”, declarou o presidente. Ele lembrou que, ao lado da China, o Brasil apresentou uma proposta conjunta com outros 13 países emergentes para formar um grupo de mediação internacional, o chamado “grupo de amigos da paz”. Lula também relatou ter conversado pessoalmente com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e com o presidente da China, Xi Jinping, para insistir na necessidade de envolvimento direto nas negociações. “Liguei outra vez para o presidente Putin para dizer a ele que era extremamente importante que ele fosse a Istambul participar pessoalmente das negociações, que seria um sinal que ele faria ao mundo de que está interessado na construção da paz”, contou. “A guerra não interessa a ninguém”, afirma Lula – O presidente brasileiro demonstrou preocupação com a escalada de tensões recentes. “Fiquei preocupado porque, na semana passada, quando se começou a discutir a paz, me parece que houve um ataque da Ucrânia à Rússia, e agora estou vendo que o Trump disse que conversou com o Putin e que a conversa não foi muito boa, que o Putin disse que vai retaliar a Ucrânia.” Lula condenou o prolongamento do conflito e destacou as perdas humanas como o aspecto mais trágico da guerra. “Já está mais do que provada a insanidade mental da guerra. A guerra não constrói nada. Ela destrói. E uma coisa destruída, a parte mais sagrada não volta, que são os seres humanos que morreram”, afirmou. “Quando os dois quiserem negociar a paz, estaremos dispostos a dar nossa contribuição. Mas são os dois que têm que decidir.” Macron: “A Rússia violou a Carta das Nações Unidas” – Em contraste com a posição de equilíbrio apresentada por Lula, o presidente Emmanuel Macron adotou um tom mais direto. Para o mandatário francês, a guerra tem um responsável claro. “Há um agressor, a Rússia, e um agredido, a Ucrânia. Todos queremos a paz. Mas os dois não podem ser tratados em pé de igualdade”, disse Macron, reforçando que o presidente russo rejeitou a proposta de cessar-fogo apresentada pelos Estados Unidos e aceita por Volodymyr Zelensky em março. “A violação aconteceu; foi causada pela Rússia, e não pela Ucrânia. Então, não podemos nos enganar. Um país violou a Carta das Nações Unidas e recusa a paz”, pontuou o presidente francês. Ainda segundo Macron, a mobilização de países como Brasil, China, Estados Unidos e Índia é essencial para pressionar Moscou. “Devemos todos fazer pressão sobre a Rússia para que ela ponha um fim a este conflito”, defendeu. Crítica à paralisia da ONU e apelo por sua reforma – Lula aproveitou o tema para criticar a impotência do sistema multilateral diante de conflitos armados prolongados. “Lamentavelmente, a ONU está enfraquecida e tem pouco poder de dar opinião sobre a guerra. Por isso, o Brasil tem brigado pelo fortalecimento da representação do Conselho de Segurança da ONU”, disse. A crítica ecoa o posicionamento histórico do Brasil pela reforma do organismo, que completará 80 anos sob crescente questionamento quanto à sua eficácia. A proposta brasileira de reformar o Conselho de Segurança – que atualmente mantém cinco membros permanentes com poder de veto – busca ampliar a representatividade dos países em desenvolvimento e fortalecer a autoridade da ONU em crises como a da Ucrânia e do Oriente Médio.

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O gol mais bonito do PSG veio da torcida: a bandeira Palestina Livre

Final da Champions League foi marcada por protesto contra o genocídio em Gaza No dia mais glorioso da história do Paris Saint-Germain, quando o clube francês goleou a Inter de Milão por 5 a 0 e conquistou pela primeira vez a UEFA Champions League, foi a torcida quem marcou o gol mais bonito. Durante a partida, torcedores do PSG exibiram bandeiras da Palestina e cartazes exigindo o fim do genocídio promovido pelo Estado de Israel contra o povo de Gaza, trazendo à tona a urgência de uma causa humanitária em pleno palco do futebol mundial. A vitória avassaladora coroou uma campanha histórica do time parisiense, mas foram os gestos vindos das arquibancadas que repercutiram além das quatro linhas. Em meio aos gritos de comemoração, surgiram bandeiras palestinas — uma manifestação clara de solidariedade aos milhares de civis mortos e deslocados pela ofensiva israelense em curso na Faixa de Gaza. Uma das bandeiras erguidas pela torcida era gigante: PHOTO | "Free Palestine" (PSG Ultras) pic.twitter.com/5STQj3WlZS — Antifa_Ultras (@ultras_antifaa) May 31, 2025 Em um contexto de crescente repressão a manifestações pró-Palestina em diversas partes da Europa, o ato dos torcedores ganhou ainda mais força simbólica. A imagem das bandeiras tremulando em um dos maiores eventos esportivos do planeta foi amplamente compartilhada nas redes sociais, tornando-se um símbolo de resistência e consciência política. Num momento em que o futebol costuma ser tratado como espetáculo e negócio, a torcida do PSG lembrou que o esporte também é espaço de posicionamento e solidariedade. O Paris Saint-Germain conquistou seu primeiro título europeu, mas foi a torcida quem deu a maior demonstração de grandeza naquela noite. Em Paris, neste 31 de maio de 2025, a bandeira da Palestina foi erguida como símbolo de humanidade — e esse foi o verdadeiro gol da vitória

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Netanyahu é o maior genocida vivo e um dos piores da história da humanidade

Sociólogo aponta cumplicidade dos Estados Unidos e questiona viabilidade de um Estado palestino mesmo após eventual queda do premiê israelense Durante participação no programa Bom Dia 247, o sociólogo e professor Lejeune Mirhan fez duras críticas ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, a quem classificou como “o maior genocida vivo e um dos piores da história da humanidade”. Segundo ele, os crimes cometidos por Israel na Faixa de Gaza o colocam ao lado de figuras históricas como Adolf Hitler, mesmo com diferentes escalas de vítimas. “E, sim, ele pode ser comparado a Hitler, mesmo que tenha matado 60 mil, enquanto Hitler assassinou 6 milhões”, afirmou Mirhan, referindo-se ao atual número de mortos palestinos em Gaza. Para ele, o que distingue a violência promovida por Netanyahu é a sistematicidade do extermínio e o apoio da população israelense ao que chama de genocídio em curso. “Se há um assunto que unifica a sociedade israelense, é o genocídio”, disse. O professor também fez uma avaliação crítica sobre as possibilidades políticas dentro do Estado de Israel. Na sua visão, a essência do projeto sionista está diretamente ligada à negação do direito de existência do povo palestino. “A essência do Estado de Israel é a negação do Estado palestino”, declarou. Ele avalia como inviável a proposta de dois Estados convivendo em paz, mesmo com o apoio de potências ocidentais. “Isto não vai acontecer”, afirmou. Mirhan considera que a permanência de Netanyahu no cargo está ligada à sustentação geopolítica norte-americana. “A meu ver, Netanyahu pode cair a qualquer momento – e quem fará isso serão os Estados Unidos”, disse. Ele cita o analista Jeffrey Sachs como um dos que apontam a capacidade dos EUA de destituírem o premiê, caso seja de seu interesse estratégico. No entanto, mesmo que isso ocorra, o sociólogo acredita que a política de anexação de territórios palestinos não será alterada de forma significativa. “É muito improvável que Israel aceite um Estado palestino”, concluiu Em sua análise, Lejeune Mirhan também observa uma crise moral do Ocidente diante da brutalidade do cerco a Gaza. Ele menciona a possibilidade de que países europeus comecem a recuar no apoio irrestrito a Israel, mas sem acreditar que haverá uma ruptura real. “Esse esforço retórico não vai dobrar Israel. Pode ser positivo como gesto diplomático, mas não tem eficácia prática”, avaliou. Por fim, ao ser questionado sobre a única alternativa viável para o conflito, Mirhan citou propostas defendidas por intelectuais palestinos como Ilan Pappé. “O mais destacado deles defende um Estado binacional, de nome Palestina, com igualdade de direitos. Mas isso está longe de se viabilizar no mundo atual”, afirmou. Assista

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Justiça dos EUA freia Trump e impede expulsão de estrangeiros de Harvard

Decisão judicial bloqueia medida do governo que revogava vistos e atacava autonomia de Harvard, universidade mais rica e influente dos Estados Unidos Em um duro revés para o presidente Donald Trump, a Justiça americana suspendeu temporariamente na última sexta-feira (23) a medida que impedia a Universidade de Harvard de matricular estudantes estrangeiros. A decisão, emitida pela juíza federal Allison Burroughs, veio após a universidade mover uma ação judicial em Boston, classificando a medida como uma “violação flagrante” da lei. “Condenamos esta ação ilegal e injustificada”, declarou Alan Garber, reitor de Harvard. A ofensiva do governo Trump revogava a certificação do Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio (SEVP), exigindo que estudantes estrangeiros deixassem a instituição ou perdessem o status legal no país. Atualmente, estudantes internacionais representam mais de 27% do corpo estudantil de Harvard. Entenda o caso A crise teve início na quinta-feira (22) quando o Departamento de Segurança Interna, liderado por Kristi Noem, anunciou a revogação da autorização de Harvard para manter estudantes estrangeiros matriculados. Segundo Noem, a universidade teria falhado em cumprir exigências relacionadas ao combate ao antissemitismo e à cooperação com investigações internas sobre estudantes envolvidos em protestos no campus. Entre as exigências do governo estavam o acesso a registros administrativos, vídeos e áudios de atividades consideradas “ilegais” ou “violentas” envolvendo alunos — inclusive americanos. A retaliação fazia parte de uma escalada mais ampla da Casa Branca contra universidades consideradas “progressistas” por Trump. Em sua rede Truth Social, ele chegou a escrever que Harvard “é uma zombaria, ensina ódio e estupidez” e “não deveria mais receber financiamento federal”. “Estamos totalmente comprometidos em manter a capacidade de Harvard de receber nossos estudantes e acadêmicos internacionais, que enriquecem a universidade — e esta nação — imensamente”, afirmou a universidade em comunicado. Harvard resiste com força financeira bilionária Com um patrimônio superior a US$ 53 bilhões — mais que o PIB de países como Bolívia ou Paraguai —, Harvard é a universidade mais rica do mundo. Essa solidez permitiu que a instituição enfrentasse o corte de US$ 2,2 bilhões em bolsas e contratos anunciado por Trump, além da ameaça de perda da isenção fiscal, que representou uma economia de US$ 158 milhões em impostos apenas em 2023. Para Steven Bloom, do Conselho Americano de Educação, a perda da isenção representaria um grave precedente para o sistema universitário americano: “Teria um efeito inibidor para todas as universidades do país”. Um ataque à autonomia universitária A ofensiva do governo Trump é vista por analistas como parte de um movimento mais amplo para pressionar universidades de elite — que o presidente frequentemente acusa de promover uma agenda progressista. A exigência de mudanças nos currículos, na admissão de alunos e no conteúdo das aulas foi interpretada como tentativa de controle político sobre a produção acadêmica. “Nenhum governo, independentemente do partido no poder, deve ditar o que as universidades privadas podem ensinar”, escreveu o reitor Alan Garber. Ao recorrer à Justiça e conquistar uma liminar favorável, Harvard tornou-se símbolo da resistência institucional contra a ingerência do poder executivo na vida acadêmica. Com apoio financeiro, jurídico e político, a universidade mostrou que, mesmo diante de um governo hostil, a autonomia universitária segue sendo um pilar da democracia americana

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Morre Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai, aos 89 anos

O líder da esquerda uruguaia travava uma batalha contra o câncer e morreu em casa Faleceu nesta terça-feira (13) o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, aos 89 anos. O líder da esquerda uruguaia trava uma batalha contra o câncer. Ele estava em tratamento paliativo, quando não há mais cura para a doença. Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai, está enfrentando a fase terminal de um câncer de esôfago e sob cuidados paliativos, de acordo com a sua esposa, a ex-vice presidente Lucía Topolansky, em entrevista ao jornal uruguaio La Diaria. “Está em seu término”, afirmou ela. Lucía acrescentou que os médicos estão “tentando fazer com que isso aconteça da melhor forma possível” e que “este já é um final anunciado”. A esposa de Mujica também explicou por que o marido não foi votar nas eleições locais do último domingo (11). “Íamos fazer um esforço para ir votar, mas sair de carro era demais para ele e a médica recomendou que não fosse”, disse. “Estou com ele há mais de 40 anos e estarei com ele até o fim. Foi o que prometi. O que tentamos fazer é preservar a privacidade da nossa família, mas com um personagem como o Pepe, é meio impossível”, disse a mulher. Mujica anunciou o diagnóstico de câncer em abril de 2024. Já em janeiro deste ano, ele afirmou que a doença havia se espalhado para o fígado e que tinha decidido não continuar com o tratamento. “O câncer no esôfago está colonizando meu fígado. Não paro com nada. Por quê? Porque sou um ancião e porque tenho duas doenças crônicas”, afirmou o ex-presidente, com 89 anos. Ele disse, ainda, que não suportaria nem tratamentos bioquímicos nem cirurgias. “Meu corpo não aguenta”, disse. Em tom de despedida, fez um último pedido: “O que peço é que me deixem tranquilo. Que não me peçam mais entrevistas nem nada mais. Já terminou meu ciclo. Sinceramente, estou morrendo. E o guerreiro tem direito a seu descanso”. O mesmo pedido foi feito pelo atual presidente do Uruguai, Yamandú Orsi, considerado um “pupilo” de Mujica. Ele solicitou que deixassem o ex-presidente em paz e respeitassem seu momento. “Devemos todos contribuir para garantir que a dignidade seja a chave em todas as fases de nossas vidas. Não devemos enlouquecê-lo, devemos deixá-lo em paz”, disse Orsi. Últimos momentos na sua chácara Em janeiro, Mujica informou que planejava passar seus últimos dias na sua famosa chácara em Rincón del Cerro, onde vive com a esposa, Lucía Topolansky. “Eu vou morrer aqui. Ali fora há uma secoia grande. A Manuela (sua cadela) está enterrada lá. Estou fazendo os papéis para que também me enterrem ali”, declarou. Mesmo diante da gravidade da situação, Mujica destacou sentir orgulho pelo futuro político de seu país. Ele comemorou a vitória histórica de Yamandú Orsi nas últimas eleições e afirmou que isso o deixa “tranquilo e agradecido”. Despedida Emocionado, Mujica fez questão de se despedir de seus compatriotas. “Sou um velho no final da vida que quer se despedir de seus compatriotas e simpatizantes. É fácil ter respeito por quem pensa parecido, mas o fundamento da democracia é respeitar quem pensa diferente. Por isso, a primeira categoria são meus compatriotas, e deles me despeço. Dou um abraço a todos”. O ex-presidente também se despediu de seus companheiros de luta política: “Segundo, me despeço de meus companheiros e simpatizantes. A única coisa que quero agora é me despedir”.

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Robert Francis Prevost é o novo papa da Igreja Católica e escolhe o nome de Leão XIV

Americano tem 69 anos e também possui nacionalidade peruana Papa Leão XIV é o novo líder mundial da Igreja Católica. O cardeal americano Robert Francis Prevost, de 69 anos, foi escolhido nesta quinta-feira (08/05) como o 267º pontífice da história do catolicismo. O anúncio foi feito pelo Vaticano por volta das 14h15 de Brasília – 19h15 de Roma. Como ocorreu na eleição dos papas Francisco e Bento XVI, o Conclave deste ano levou dois dias para escolher o novo papa. Por volta das 13h05 – horário de Brasília – desta quinta-feira, uma coluna de fumaça branca foi expelida pela chaminé da Capela Sistina, confirmação de que os cardeais reunidos no templo chegaram a um consenso sobre quem será o novo líder da Igreja Católica. Em uma decisão surpreendente do Conclave, o Vaticano tem seu primeiro pontífice dos Estados Unidos na história. Ele será o líder de 1,4 bilhão de fiéis ao redor do mundo. A ascensão de Leão XIV desfaz a expectativa de que o Vaticano voltasse ao comando de um europeu, após Francisco se tornar o primeiro pontífice latino-americano. Mais especificamente, esperava-se o retorno de um italiano ao poder: o cardeal Pietro Parolin, influente número 2 da Santa Sé, era o favorito. Em seu pronunciamento, Prevost, que também tem nacionalidade peruana, fez em espanhol uma saudação à sua “querida diocese de Chiclayo”. “Permitam-me também uma palavra, uma saudação (…) de modo particular à minha querida diocese de Chiclayo, no Peru, onde um povo fiel acompanhou seu bispo, compartilhou sua fé”, destacou ele da sacada de São Pedro, no Vaticano. O religioso também agradeceu seu antecessor: “Obrigado, papa Francisco!”.

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Papamóvel será transformado em unidade de saúde para crianças em Gaza

Desejo do próprio pontífice será providenciado pela Caritas Jerusalém O veículo utilizado pelo papa Francisco, popularmente conhecido como papamóvel, será transformado de forma que possa servir como uma unidade de saúde móvel para atender crianças na Faixa de Gaza. De acordo com o Vaticano, a adaptação foi um pedido feito pelo próprio pontífice. Em nota, a Santa Sé destacou que o legado de paz deixado por Francisco “continua a brilhar” em um mundo assolado por conflitos. “A proximidade que ele demonstrou aos mais vulneráveis ​​durante sua missão terrena continua irradiando mesmo após sua morte”, completou. O 266º papa, e o primeiro das Américas, morreu no último dia 21 de abril. “Foi seu último desejo para um povo a quem demonstrou tanta solidariedade ao longo do seu pontificado, sobretudo ao longo dos últimos anos”, destacou o Vaticano. De acordo com o comunicado, o pedido foi feito já em meio aos últimos meses de vida de Francisco, que confiou a iniciativa à organização humanitária Caritas Jerusalém. “Em meio à guerra terrível, à infraestrutura em colapso, a um sistema de saúde mutilado e à falta de educação, as crianças são as primeiras a pagar o preço, com a fome, as infecções e outras doenças evitáveis ​​colocando suas vidas em risco”, ressaltou a Santa Sé. “Papa Francisco costumava dizer: ‘Crianças não são números. São rostos. Nomes. Histórias. E cada uma delas é sagrada’ e, com este último presente, suas palavras se tornaram ações.” Ainda segundo o Vaticano, o papamóvel está sendo adaptado com equipamentos para diagnóstico, exame e tratamento – incluindo testes rápidos para infecções, instrumentos de diagnóstico, vacinas, kits de sutura e outros suprimentos considerados vitais para manter a saúde de crianças em zonas de conflito. A equipe que utilizará o veículo em Gaza será composta por médicos e paramédicos, “que alcançarão crianças aos cantos mais isolados de Gaza assim que o acesso humanitário à faixa for restabelecido”, concluiu o comunicado.

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