Presidente do partido há 31 anos, Freire tem liderança questionada por ala da executiva nacional, que conseguiu antecipar a eleição
Por Itatiaia
Uma reunião do Cidadania, neste sábado (19), foi marcado por bate-boca entre integrantes da executiva nacional. A troca de ofensas, em uma reunião online, expôs um racha dentro da legenda, liderada há 31 anos – desde os tempos de Partido Popular Socialista (PPS), antes de mudar de nome – pelo ex-deputado federal Roberto Freire.
Um grupo de lideranças do Cidadania conseguiu marcar uma reunião, em setembro, que pode destituir Freire do comando do partido.
O caso foi revelado pelo Estado de S. Paulo, que publicou trechos de vídeos da reunião na internet e que mostram o clima exaltado do encontro.
Nonato Bandeira, dirigente do Cidadania na Paraíba, acusou Freire de enterrar a legenda.
“Era um dos maiores partidos do Brasil e você conseguiu a façanha de destruir”, disse. “Não transfira suas responsabilidades e não tente bater boca com todo mundo (…) Tenha compostura de presidente. Você perdeu a compostura e quem perde a compostura não tem condições de liderar”, afirmou.
Em outro momento, o vice-presidente Daniel Coelho, de Pernambuco, e o secretário-geral, Régis Cavalcante, de Alagoas, batem boca e se ofendem de “vagabundo” e “canalha”.
Ao Estado de S. Paulo, Freire disse que a antecipação de uma reunião da Executiva do partido tem como objetivo afastá-lo da liderança da sigla para que o partido possa aderir ao governo Lula.
“O que pretendem é me expulsar do partido. Querem me tirar, porque querem aderir ao governo Lula. Não vou reconhecer essa reunião do dia 9 de setembro como legítima”, afirmou Freire em entrevista ao jornal.
Hoje, o Cidadania compõe uma federação junto com o PSDB e integra, na Câmara dos Deputados, um bloco com partidos do Centrão, como PP e União Brasil e partidos que integraram a chapa que elegeu Lula à Presidência, como PSB, Avante e Solidariedade.