O presidente francês fez o anúncio após derrota retumbante de seu partido nas eleições para a UE. O partido de Le Pen obteve o dobro dos votos da candidata de Macron

O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou a dissolução da Assembleia Nacional, após a vitória retumbante da extrema-direita do país nas eleições europeias, neste domingo (9). A lista do Reunião Nacional, do cabeça de chapa e presidente do partido, Jordan Bardella, obteve cerca de 31,4% dos votos, enquanto o partido de Macron obteve 14,6%.

Neste domingo, cerca de 49,5 milhões de franceses foram às urnas para escolher 81 eurodeputados que representarão o país no parlamento da União Europeia pelos próximos cinco anos. A França faz parte do conjunto de potências do continente que viram a extrema-direita avançar com bastante vigor.

“São tempos para esclarecimentos” disse Macron, em discurso transmitido no palácio do Eliseu. O francês classificou a extrema-direita como “nacionalistas e demagogos” e alertou sobre os perigos decorrentes de sua ascensão, não apenas “para nossa nação, mas para toda a Europa.”

“Hoje, os desafios a frente, sejam os perigos externos, as alterações climáticas e suas consequências, ou a ameaça à nossa própria coesão, estes desafios exigem clareza em nosso debate”, disse.

“A extrema-direita é ao mesmo tempo o empobrecimento dos franceses e o desmantelamento do nosso país. Então, no final do dia, eu não poderia fingir que nada aconteceu”, declarou Macron.

“É por isso que depois de ter realizado as consultas previstas no artigo 12 da nossa Constituição, eu decidi te devolver a escolha do nosso futuro parlamentar através da votação. Portanto, eu dissolvo nesta noite a Assembleia Nacional. Vou assinar em alguns momentos o decreto de convocação e eleições legislativas cujo 1º turno será realizado em 30 de junho e o 2º turno em 7 de julho”, anunciou o presidente.

A decisão de Macron gerou uma série de reações políticas dentro da França. A líder do Reunião Nacional, Marine Le Pen, disse que a extrema-direita está pronta para assumir o poder, enquanto o líder da esquerda, Jean-Luc Mélenchon, convocou uma frente ampla contra os neofascistas.

“Estamos prontos para exercer o poder se os franceses confiarem em nós nas próximas eleições legislativas”, assegurou Marine Le Pen, cujo partido lançaria Jordan Bardella como candidato a primeiro-ministro.

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