Em comunicado, o secretário de Estado, Marco Rubio, acusou a Corte de perseguir Bolsonaro
O secretário de Estado do governo de Donald Trump, nos EUA, Marco Rubio, afirmou na noite desta sexta-feira (18) que determinou o cancelamento do ministro Alexandre de Moraes e de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Somente André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux foram excluídos das sanções.
“O presidente Trump deixou claro que seu governo responsabilizará estrangeiros responsáveis pela censura de expressão protegida nos Estados Unidos. A caça às bruxas política do Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura tão abrangente que não apenas viola direitos básicos dos brasileiros, mas também se estende além das fronteiras do Brasil, atingindo os americanos. Portanto, ordenei a revogação dos vistos de Moraes e seus aliados no tribunal, bem como de seus familiares próximos, com efeito imediato”, declarou
Rubio.
.@POTUS made clear that his administration will hold accountable foreign nationals who are responsible for censorship of protected expression in the United States. Brazilian Supreme Federal Court Justice Alexandre de Moraes's political witch hunt against Jair Bolsonaro created a…
— Secretary Marco Rubio (@SecRubio) July 18, 2025
A decisão de Marco Rubio ocorre no mesmo dia em que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi alvo de operação da Polícia Federal (PF), determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, que entendeu que Bolsonaro, em conluio com seu filho Eduardo Bolsonaro, atentou contra a soberania do Brasil ao provocar o governo de Donald Trump a sancionar o país e, dessa forma, interferir no julgamento de todos os envolvidos na trama golpista.
Moraes cita Abraham Lincoln e diz que Bolsonaro e Eduardo auxiliam Trump em “atos hostis”
Nas 47 páginas da decisão em que determinou medidas restritivas, entre elas a colocação de tornozeleira eletrônica, a Jair Bolsonaro (PL), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirma que o ex-presidente e o filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), atuam junto ao presidente dos EUA, Donald Trump, “com o intuito de obter a imposição de sanções contra agentes públicos do Estado Brasileiro”.
Para Moraes, as condutas de Bolsonaro e Eduardo configuram “claros e expressos atos executórios e flagrantes confissões da prática dos atos criminosos, em especial dos crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e atentado à soberania e permanecem, sempre no sentido de induzirem, instigarem e auxiliarem governo estrangeiro à prática de atos hostis ao Brasil e à ostensiva tentativa submissão do funcionamento do Supremo Tribunal Federal aos Estados Unidos da América, com a finalidade de ‘arquivamento/extinção’ da AP 2668”.
A ação citada por Moraes é referente ao julgamento de Jair Bolsonaro e a quadrilha que tentou um golpe de Estado no Brasil e que deve levar o ex-presidente à prisão.
Em seguida, Moraes cita o escritor brasileiro Machado de Assis para dizer que “a soberania nacional é a coisa mais bela do mundo, com a condição de ser soberania e de ser nacional” e afirma que “Soberania Nacional não pode, não deve e jamais será vilipendiada, negociada ou extorquida, pois é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil”.
O ministro diz ainda que “o Supremo Tribunal Federal sempre será absolutamente inflexível na defesa da Soberania Nacional e em seu compromisso com a Democracia, os Direitos Fundamentais, o Estado de Direito, a independência do Poder Judiciário Nacional e os princípios constitucionais brasileiros” e faz referência a Abraham Lincoln, 16º presidente dos Estados Unidos da América, responsável pela manutenção da União e pela Proclamação de Emancipação, que afirmava que “os princípios mais importantes podem e devem ser inflexíveis”.
A pedido de Moraes, o presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin, convocou uma sessão extraordinária virtual para que a decisão seja submetida ao referendo. O Plenário Virtual começará hoje (18) ao meio-dia, e terminará na próxima segunda-feira, às 23h59.