Os últimos dias revelaram uma grave crise em um dos maiores clubes do Brasil: o Atlético-MG, também conhecido como Galo Forte e Vingador.

Um grupo de jogadores pressionou o clube para receber seus vencimentos atrasados, como salários, direitos de imagem e premiações — algo mais do que justo em qualquer sociedade.
O que chama atenção, porém, é como os atletas do Atlético escolheram agir contra uma instituição administrada por bilionários que, pelo império que possuem (empresas como MRV, CNN e Inter), têm totais condições de arcar com a folha salarial dos trabalhadores.
Se não fossem as leis trabalhistas brasileiras, popularmente chamadas de CLT, os jogadores mal teriam chance de cobrar seus direitos, já que a Justiça comum é ainda mais lenta e burocrática. O jogador Rony chegou a pedir a rescisão de contrato com o Atlético-MG com base na Justiça do Trabalho.
Ou seja, a CLT não nasceu por benevolência, mas como conquista histórica. Na década de 1940, após greves e pressões, Vargas consolidou direitos como salário mínimo, jornada de 8 horas e férias remuneradas, mudando para sempre a relação entre patrões e empregados.
Há quase um século, a CLT protege os trabalhadores contra salários atrasados, jornadas exaustivas, desvalorização salarial, acidentes de trabalho e exploração da saúde.
Alguns defendem que a informalidade “facilitaria” a relação entre patrão e empregado, reduzindo a burocracia. Mas a prática mostra até mesmo atletas milionários, como os do Galo, dependendo da CLT para se proteger — prova de que, sem leis, até quem tem grandes salários fica vulnerável.
Enquanto desinformados atacam as leis trabalhistas, alegando que “não há mais exploração”, a história se repete. Bilionários, quando conveniente, ignoram promessas e contratos — e só a pressão organizada, respaldada pela lei, garante que a justiça prevaleça.