Com compromisso de resistência ao processo de desmonte da universidade, pública, que atinge especialmente a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), a professora Ana Paula Thé tomou posse como a nova presidente da Associação dos Docentes da Unimontes (Adunimontes).
“Pretendemos focar na luta contra o corte de 30% no orçamento da universidade impostos pelo governo Zema. Também manteremos a luta pelo cumprimento do acordo de greve com o Estado, que prevê a implantação do nosso novo plano de carreira imediatamente após a saída dos impedimentos em vigor devido a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)”, informou Ana Paula.
A nova diretoria assume com a missão central de lutar pela manutenção da universidade pública, gratuita e de qualidade. Durante a cerimônia de posse foi reforçada a necessidade de a Unimontes garantir a autonomia didático-científica de seus professores, contra todo o ataque que tem se colocado tanto pelo governo federal como pelo governo estadual, por meio dos cortes de financiamento no custeio das instituições e do orçamento das agências de fomento da pesquisa no Brasil, como CNPq e Capes, e da Fapemig, no caso de Minas Gerais.
Para a 2ª vice-presidente Maria da Penha Lima, a universidade passa pelo maior retrocesso em 40 anos. “O desafio desta diretoria não será mais brigar por melhores condições de trabalho, mas brigar para poder brigar”, lamentou. “É a sobrevivência da Unimontes que está em jogo”, reforçou o professor Alex Fabiano, lembrando os ataques do governo Bolsonaro às universidades de Brasília (UnB), Bahia (UFBA) e Fluminense (UFF), que sofreram bloqueios em seus orçamentos.
Posteriormente, o Ministério da Educação estendeu os cortes de 30% a todas as instituições federais. A UnB, a UFF e a UFBA aparecem em posições de destaque em rankings do país e internacionais. Um dos mais renomados, o Times Higher Education, coloca a UnB, a UFBA e a UFF entre as melhores do Brasil. A de Brasília aparece na 16ª posição na América
As restrições orçamentárias na Unimontes e Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) serão debatidas dia 7 de maio, em audiência pública na Assembleia Legislativa articulada pela Adunimontes junto à bancada de deputados do Norte de Minas.
PLANO DE TRABALHO DA NOVA DIRETORIA DA ADUNIMONTES – Combate irrestrito aos cortes anunciados para a Unimontes; defesa dos Campi; combate ao encolhimento da Unimontes; defesa da autonomia diático-científica da universidade e do trabalho docente; luta contra a reforma da Previdência; exigência do cumprimento do acordo de greve de 2018; reivindicação junto à Assembleia para aprovação e implantação do novo plano de carreira docente imediatamente à saida da LRF; exigência pela implantação e pagamento da gratificação aos docentes em dedicação exclusiva; e estruturação e implantação de grupos de trabalho temáticos.