A espionagem ilegal conduzida por membros da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) envolveu autoridades dos Três Poderes, além de jornalistas, agências de checagem, um perfil anti-Bolsonaro no X (antigo Twitter) e até mesmo um podcast. Com informações do Globo.

Fachada da Agência Brasileira de Inteligência, a Abin, em Brasília. Foto: Reprodução/Abin

De acordo com uma representação enviada ao STF, a Polícia Federal (PF) identificou que quatro ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), oito parlamentares ou ex-deputados e cinco integrantes do Poder Executivo, incluindo servidores, foram alvos da espionagem. O esquema também visava vários críticos do ex-capitão.
Os ministros do STF monitorados foram Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux. No Legislativo, os alvos incluíam o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o ex-presidente Rodrigo Maia e quatro senadores que participaram da CPI da Covid: Alessandro Vieira (MDB-SE), Omar Aziz (PSD-AM), Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP) e Renan Calheiros (MDB-AL).
A PF revelou que a espionagem também atingiu outros indivíduos. O militar do Exército Giancarlo Gomes Rodrigues, cedido pela Abin e um dos investigados, disse em uma mensagem que estava coletando informações sobre os perfis “Tesoureiros” e “Medo e Delírio em Brasília”, sendo este último um podcast com o mesmo nome.
Podcast e o perfil no X ‘Medo e Delírio em Brasília’ — Foto: Reprodução

A página Tesoureiros, anteriormente conhecida como Tesoureiros do Jair, ganhou destaque durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, ajudando a coletar informações sobre os temas investigados pela comissão. O podcast “Medo e Delírio” era conhecido por sua crítica à administração Bolsonaro.
Outro alvo foi o movimento Sleeping Giants Brasil, um perfil anônimo nas redes sociais que pressiona empresas a retirarem publicidade de sites que, segundo eles, divulgam notícias falsas.
Giancarlo Rodrigues declarou, em uma mensagem ao policial federal Marcelo Bormevet, que tinha repassado informações sobre o coletivo para uma página do Twitter.
Vale destacar que Rodrigues também coletou informações sobre as agências de checagem Aos Fatos e Agência Lupa, que verificam a veracidade de declarações de autoridades e publicações em redes sociais, entre outros conteúdos.

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