Megadelatado pelos ex-executivos da Odebrecht e abandonado até pela revista “Veja”, que sempre o blindou das acusações, Aécio Neves também deve ser atingido pela delação premiada da OAS; mais próximos do fechamento de acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR), executivos da OAS relataram aos investigadores detalhes da suposta atuação de Oswaldo Borges da Costa Filho como arrecadador informal do senador; Costa Filho foi presidente da estatal mineira Codemig no governo de Aécio; senador tucano teria recebido, a título de propina, até 3% sobre valores dos contratos firmados pela OAS com o governo de Minas para a construção da Cidade Administrativa, sede do Executivo; novas acusações devem ser a pá de cal para enterrar definitivamente as chances do “Mineirinho” concorrer ao Planalto em 2018
247 – Executivos da OAS estão mais próximos de fechar um acordo de delação premiada com a PGR (Procuradoria Geral da República). Eles relataram aos investigadores detalhes da suposta atuação de Oswaldo Borges da Costa Filho como arrecadador informal do senador Aécio Neves (PSDB-MG). Costa Filho foi presidente da estatal mineira Codemig no governo de Aécio.
As informações são de reportagem do Valor.
“Sócio majoritário da OAS e detentor de cerca de 80% das ações da empresa, o empresário Cesar Mata Pires deverá ser um dos delatores do grupo, caso a PGR aceite as propostas de colaborações premiadas que estão em discussão.
A informação foi confirmada ao Valor por fontes informadas sobre as rodadas de negociações de advogados com procuradores de Curitiba e Brasília, retomadas somente em meados de fevereiro deste ano. Ao menos 12 executivos da empresa buscam acordo de delação premiada com a Operação Lava-Jato, incluindo o também sócio José Adelmário Pinheiro Filho, o ‘Léo Pinheiro’. Ele já foi condenado a 26 anos de prisão em segunda instância, por dois votos a um, pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
Durante as negociações para sua delação, o empreiteiro Léo Pinheiro se referiu a Oswaldo Borges como o “gerente de contas das empresas de Aécio”.
Aécio teria recebido, a suposto título de propina, percentuais de até 3% sobre valores dos contratos firmados pela OAS com o governo de Minas para a construção da Cidade Administrativa, sede do Executivo. As suspeitas de irregularidades nas obras foram reveladas pelo Valor em maio do ano passado. Aécio governou o Estado de 2003 a 2010, e fez seu sucessor, o atual senador Antonio Anastasia (PSDB), que deixou o governo em 2014.
Oswaldo Borges também teria intermediado o recebimento de valores, supostamente destinados a Aécio, por meio de pagamentos viabilizados por caixa dois, de acordo com as informações do candidatos a delatores da OAS. Borges foi nomeado por Aécio para presidir a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) em 2003, no primeiro ano de seu mandato como governador de Minas. A estatal atua nas áreas de Mineração, Energia e Infraestrutura.
Delatores da Odebrecht com acordos já homologados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), também afirmaram que Aécio recebeu dinheiro pela via do caixa dois. Parte das informações dessas delações, ainda mantidas em sigilo pelo relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, vieram à tona nos depoimentos dos delatores prestados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na ação que pode cassar a chapa Dilma Roussef-Michel Temer por abuso de poder político-econômico na eleição presidencial de 2014.