– Com imagens captadas pela Mídia Ninja de manifestações reprimidas com bombas, cassetetes e tiros, Arnaldo cita versos que parecem tirados de um pesadelo –
O cantor e compositor paulistano Arnaldo Antunes acaba de lançar, neste final de semana, no YouTube, o impactante clipe de sua canção “O real existe”, apresentada ao público no começo do mês.
Com imagens captadas pela Mídia Ninja de manifestações reprimidas com bombas, cassetetes e tiros, Arnaldo cita versos que parecem tirados de um pesadelo.
Neles, o compositor repete de maneira irônica que autoritarismo, sectarismo, xenofobia, fanatismo, nada disso existe. Na conclusão de cada um deles, ele canta: “bruxa, fantasma, bicho papão, monstro, vampiro, assombração. O real resiste”.
“O real resiste” é a primeira canção a ser divulgada do álbum “RSTUVXZ”, todo com composições inéditas, que o artista gravou entre julho e agosto deste ano de 2019, no estúdio paulista Canto da Coruja, em Piracaia (SP), com produção musical dividida entre Gabriel Leite e o próprio Arnaldo Antunes.
Veja o clipe e a letra de O real resiste abaixo:
O real resiste (Arnaldo Antunes)
Autoritarismo não existe
Sectarismo não existe
Xenofobia não existe
Fanatismo não existe
Bruxa fantasma bicho papão
O real resiste
É só pesadelo, depois passa
Na fumaça de um rojão
É só ilusão, não, não
Deve ser ilusão, não não
É só ilusão, não, não
Só pode ser ilusão
Miliciano não existe
Torturador não existe
Fundamentalista não existe
Terraplanista não existe
Monstro vampiro assombração
O real resiste
É só pesadelo, depois passa
Múmia zumbi medo depressão
não, não, não, não
não, não, não, não
não, não, não, não
não, não, não, não
Trabalho escravo não existe
Desmatamento não existe
Homofobia não existe
Extermínio não existe
Mula sem cabeça demônio dragão
O real resiste
É só pesadelo, depois passa
Como o estrondo de um trovão
É só ilusão, não, não
Deve ser ilusão, não não
É só ilusão, não, não
Só pode ser ilusão
Esquadrão da morte não existe
Ku Klux Klan não existe
Neonazismo não existe
O inferno não existe
Tirania eleita pela multidão
O real resiste
É só pesadelo, depois passa
Lobisomem horror opressão
não, não, não, não
não, não, não, não
não, não, não, não
não, não, não, não