Governador e ex-prefeito apostaram em Tramonte, que sequer foi para o segundo turno

Romeu Zema, Luísa Barreto, Mauro Tramonte e Alexandre Kalil — Foto: Divulgação

O governador Romeu Zema (Novo) e o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (Republicanos). iniciaram a campanha como padrinhos políticos de peso na eleição deste ano na capital mineira.

O resultado que saiu das urnas neste domingo, entretanto, mostrou que o apoio deles não foi suficiente para levar o candidato Mauro Tramonte (Republicanos) ao segundo turno. A disputa será decidida entre o deputado André Fernandes (PL) e Fuad Noman (PSD), que tenta a reeleição.
Tramonte iniciou forte a campanha, beneficiado pelo recall das aparições diárias na TV como apresentador de programas populares como Balanço Geral. Na primeira pesquisa de intenção de votos divulgada após o anúncio de sua candidatura, o deputado estadual já aparecia na liderança.
O desempenho fez com que o candidato do Republicanos conquistasse uma proeza: juntar Zema e Kalil no mesmo palanque. Em 2022, os dois haviam disputado o governo do estado numa campanha recheada de ataques pessoais, que havia deixado sequelas.
Zema vinha de uma derrota. O governador tentou lançar uma ex-secretária de seu governo à prefeitura, mas a candidatura não decolou. Sem muitas opções, decidiu pelo apoio a Tramonte, então líder das pesquisas.
Kalil havia deixado a prefeitura com altas taxas de aprovação e as pesquisas internas das campanhas apontavam que ele era considerado um apoio político importante. Por isso, foi assediado pela maioria dos candidatos.
Nas conversas, no entanto, Kalil ignorou os apelos de Fuad Noman, candidato que naturalmente receberia seu apoio. Fuad era vice de Kalil e herdou o cargo depois que ele se desencompatibilizou para concorrer ao governo do estado.
Fuad precisava do apoio de Kalil. Embora fosse prefeito, ele ainda lutava com a alta taxa de desconhecimento entre os eleitores. Em uma negociação que olha para 2026, no entanto, Kalil trocou o PDT pelo Republicanos e anunciou apoio a Tramonte.
O candidato do Republicanos, no entanto, não tinha tempo no horário eleitoral, e sentiu os efeitos disso. Na medida em que as propagandas eram exibidas em rádio e TV, cujo tempo era dominado por Bruno Engler e Fuad Noman, Tramonte passou a descrever uma trajetória descendente nas pesquisas, ao mesmo tempo em que os dois concorrentes cresciam.
Em suas agendas de rua, Tramonte até levou Zema e Kalil para o mesmo palanque, mas o distanciamento entre eles era evidente. E o apoio dos doi caciques não lhe garantiu transferências de votos.

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