Trump quer minerais críticos do Brasil e Lula reage: “Aqui ninguém põe a mão”

Encarregado de negócios da Embaixada dos EUA relatou interesse do governo norte-americano nos metais estratégicos brasileiros O presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu o tom nesta quinta-feira (24) ao reagir ao interesse explícito do governo dos Estados Unidos nos minerais críticos do Brasil. A resposta veio após o encarregado de negócios da Embaixada dos EUA, Gabriel Escobar, informar em reunião com representantes do setor de mineração que Washington está de olho nos recursos estratégicos brasileiros, como o lítio, o nióbio, o grafite e as terras raras — insumos fundamentais para a transição energética e para a indústria de defesa. Durante cerimônia em Minas Novas (MG), Lula defendeu com veemência a soberania nacional e mandou um recado direto à ao presidente dos EUA Donald Trump. “Temos todo o nosso petróleo para proteger. Temos todo o nosso ouro para proteger. Temos todos os minerais ricos que vocês querem para proteger. E aqui ninguém põe a mão. Este país é do povo brasileiro. A única coisa que eu peço ao governo americano é que respeite o povo brasileiro como eu respeito o povo americano”. Veja vídeo: 🇧🇷 'AQUI NINGUÉM PÕE A MÃO!': Em mensagem a Trump, Lula destaca soberania nacional Durante cerimônia de anúncios do Governo Federal, o presidente pediu respeito ao povo brasileiro, como ele "respeita o povo americano", e reforçou o dever de defender a nação e seus bens. pic.twitter.com/foN3NQrn1v — RT Brasil (@rtnoticias_br) July 24, 2025 Tarifaço de Trump aumenta suspeitas de pressão A declaração ocorre em meio a uma escalada de tensão nas relações comerciais com os EUA, alimentada pela decisão do presidente Donald Trump de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. A revelação explícita de que Trump quer os minerais críticos brasileiros aumentam as suspeitas  de que o tarifaço seja parte de uma estratégia de pressão para que o Brasil ceda às demandas norte-americanas sobre os metais estratégicos e terras raras. Apesar de Escobar não ter feito uma conexão direta entre o interesse nos minérios e o pacote tarifário durante a reunião com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), o momento da conversa – a menos de dez dias da entrada em vigor das novas taxas – levanta suspeitas. Representantes do setor avaliam que os minerais, especialmente as terras raras, podem acabar entrando como moeda de troca nas negociações. Para o presidente do Ibram, Raul Jungmann, a tentativa de aproximação por meio do setor privado é inapropriada. Ele ressaltou que “essa é uma pauta do governo”, lembrando que, segundo a Constituição brasileira, os recursos minerais pertencem à União. “Deixamos claro aos diplomatas que a negociação deve ser feita com o governo federal”, afirmou. Brasil aposta em agregar valor e proteger soberania Trump já vem adotando ações semelhantes em outros países. Na Ucrânia, exigiu terras raras em troca de apoio militar, e tenta costurar com a China um pacto envolvendo minerais em troca da suspensão de tarifas comerciais. Agora, volta seus olhos ao Brasil, que detém a segunda maior reserva mundial de terras raras, atrás apenas da China. Atualmente, cerca de 70% das exportações minerais brasileiras vão para o mercado chinês, o que coloca o Brasil como peça-chave na disputa geopolítica por autonomia sobre cadeias produtivas estratégicas. Para os EUA, reduzir a dependência de Pequim é uma prioridade – mas para isso, seria necessário que o Brasil flexibilizasse sua política mineral, algo que o governo Lula não parece disposto a fazer. Além de responder com firmeza, o presidente tem apostado em agregar valor à produção nacional. O ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) afirmou que o novo plano brasileiro para minerais críticos, a ser lançado ainda neste semestre, terá como eixo a industrialização e o refino dentro do país, com foco no desenvolvimento tecnológico e na proteção dos interesses nacionais. O Instituto Brasileiro de Mineração também criticou duramente a medida tarifária de Trump. Em nota, classificou a decisão como “unilateral”, “sem embasamento técnico” e um ataque à confiança construída ao longo de décadas entre os dois países. “Isso obriga o Brasil a buscar novos parceiros no mercado mundial, abandonando uma parceria histórica com os EUA”, diz o texto.

Trump veta negociações com o Brasil sobre tarifaço

Senadores embarcam para os EUA para tentar adiar tarifaço, mas enfrentam silêncio da Casa Branca e sabotagem de bolsonaristas Interlocutores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que estão nos Estados Unidos relataram ao g1 que o presidente Donald Trump não autorizou o governo norte-americano a abrir diálogo com o Brasil sobre as tarifas de 50% que entram em vigor em agosto. Na quinta-feira (24), o próprio presidente Lula afirmou que Trump não quer negociar. Uma comissão de senadores embarca nesta sexta-feira (25) para os Estados Unidos, com a missão de tentar abrir um canal de negociações diretas em território americano sobre o tema. A viagem, no entanto, é vista com apreensão por diplomatas brasileiros e sofre boicote do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e do blogueiro Paulo Figueiredo. Embora existam contatos com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick — como relatou o vice-presidente Geraldo Alckmin —, o recado que os negociadores têm ouvido é de que tudo está centralizado na Casa Branca. O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo, que está em missão na ONU, também comentou com interlocutores que teve várias conversas nos Estados Unidos e ouviu que realmente Trump não está permitindo a reabertura de negociações com o Brasil. Segundo ele relatou, há um “clima de medo e apreensão” nos EUA. Tudo estaria centralizado em Trump e ninguém tem coragem de desafiá-lo. Geraldo Alckmin revelou que, no último sábado (19), voltou a conversar por telefone com o secretário Howard Lutnick. A ligação durou cerca de 50 minutos, mas o vice-presidente não quis divulgar o conteúdo do diálogo. Mesmo diante do cenário adverso, o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Nelsinho Trad (PSD-MS), defende a ida dos parlamentares. Para ele, a viagem é necessária para tentar ao menos adiar a entrada em vigor do tarifaço e abrir espaço para uma retomada das negociações. “Queremos também esclarecer o que o governo americano exatamente quer negociar, como eles não retomaram oficialmente as negociações, ninguém sabe exatamente os limites de Trump. Se ele realmente emperrou por questões políticas, de Bolsonaro, se tem a questão da nova moeda dos Brics, Irã”, afirmou Trad. A primeira reunião de trabalho da comissão está marcada para domingo (27). Os senadores já foram informados de que Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo estariam trabalhando para dificultar as reuniões em Washington e até impedir encontros com representantes do governo Trump. A maioria dos senadores embarca nesta sexta-feira (25), e os demais no sábado (26). Na segunda-feira (28), eles terão reunião na embaixada do Brasil nos EUA e um encontro com empresários da Amcham (Câmara Americana de Comércio para o Brasil). Na terça-feira (29), a comissão irá ao Capitólio para reuniões com parlamentares americanos.

Edson Campolongo é preso por atacar ao menos 17 ônibus na Grande SP

Com a lorota de querer “consertar o Brasil”, o servidor público é seguidor do influenciador Pablo Marçal (PRTB) e tem longo histórico de postagens com críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. Polícia não se convence com versão de servidor preso por ataques a ônibus na Grande SP Identificado como o principal responsável por uma onda de vandalismo contra ônibus na Grande São Paulo, o servidor público aposentado Edson Aparecido Campolongo, de 68 anos, foi levado na manhã de terça-feira (22) à Delegacia Seccional de São Bernardo do Campo, informa o Metrópoles. Segundo informações da Polícia Civil, o homem confessou ter realizado ao menos 18 ataques desde junho. Campolongo, que mantém perfis ativos no Instagram e Facebook, é seguidor do influenciador Pablo Marçal (PRTB) e tem longo histórico de postagens com críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. No último domingo (20), publicou um vídeo manipulado, atribuindo a Lula uma suposta oposição aos valores cristãos. Em outra publicação, datada de 8 de outubro, Campolongo aparece filmando ônibus no centro de São Paulo. Visivelmente exaltado, afirma: “Vocês vão fazer o que dá vida depois que o Lula colocar o Boulos aqui em São Paulo? (…) Se você não sair para a guerra, meu irmão…”. Durante o depoimento, segundo o delegado seccional Domingos Paulo Neto, o investigado justificou suas ações como tentativa de “consertar o Brasil”. Em suas palavras, teria agido para “tirar o país do buraco”. Desde 12 de junho, pelo menos 530 ônibus do sistema municipal foram danificados na capital paulista, de acordo com a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Transportes (SMT) e a SPTrans. Já a Artesp, responsável pela fiscalização dos ônibus intermunicipais, contabilizou 291 casos de vandalismo entre 1º de junho e 21 de julho. Levantamento da Polícia Civil indica que, entre 21 de maio e 5 de julho, a zona sul da capital liderou o número de ocorrências, com 85 ataques. Na sequência vêm as zonas oeste (65), leste (19), centro (16) e norte (6). As avenidas com maior concentração de casos incluem a Engenheiro Armando de Arruda Pereira, Interlagos, Cupecê e Brigadeiro Faria Lima. Os ataques ocorreram com maior frequência entre quintas-feiras e sábados — sendo a quinta-feira o dia mais comum. Empresas mais afetadas incluem Vidazul Transportes, Viação Grajaú, Sambaíba, Campo Belo, Via Sudeste e Mobibrasil — esta última com cerca de 30% dos casos registrados – A Polícia Civil de São Paulo não se deu por satisfeita com o depoimento de Edson Campolongo. Embora o suspeito tenha afirmado que sua motivação era “consertar o Brasil”, os investigadores acreditam que há razões mais profundas por trás dos atos de vandalismo. Campolongo foi preso após uma investigação conduzida pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), que o identificou por meio de imagens de câmeras de segurança e da movimentação de um carro oficial do governo, um Volkswagen Virtus branco. O veículo era usado por ele no deslocamento entre Taboão da Serra, onde reside, e diversos pontos onde os ataques aconteceram — incluindo São Bernardo do Campo, Santo André e São Paulo. Segundo o delegado seccional de São Bernardo, Domingos Paulo Neto, o carro em questão era usado no transporte diário do chefe de gabinete da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), órgão onde Campolongo trabalha há mais de 30 anos como motorista. “Ele é motorista do chefe de gabinete [do CDHU]. Servia esse chefe há cerca de um ano. Por coincidência, este chefe de gabinete mora em São Bernardo e trabalha em um órgão público no centro de São Paulo”, afirmou o delegado. Apesar de Campolongo alegar que escolhia os alvos “aleatoriamente” e que agia por conta própria, a Polícia Civil encontrou indícios que levantam dúvidas sobre sua versão. No depoimento, ele também disse ter recrutado o irmão, Sergio Aparecido Campolongo, de 56 anos, que teria participado de pelo menos dois ataques. Ambos tiveram prisão preventiva solicitada.

Fux muda de posição sobre liberdade de expressão nos casos Lula e Bolsonaro

Em 2018, ministro proibiu entrevista de Lula, preso injustamente. Agora, critica veto a entrevistas de Bolsonaro e cita liberdade de expressão Em decisões separadas por sete anos, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), adotou entendimentos opostos sobre os limites da liberdade de imprensa e de expressão ao julgar pedidos envolvendo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), lembra a Folha de S. Paulo. A divergência de posicionamento revela uma guinada no discurso do magistrado sobre direitos fundamentais assegurados pela Constituição. Em setembro de 2018, Fux atendeu a um pedido do Partido Novo e proibiu uma entrevista que já havia sido autorizada pelo também ministro Ricardo Lewandowski. A conversa seria conduzida pela jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, com Lula, preso injustamente em Curitiba no âmbito da Lava Jato. Fux justificou a decisão argumentando que, em contexto eleitoral, a veiculação da entrevista poderia interferir na escolha dos eleitores. Na ocasião, ele afirmou que “a liberdade de imprensa é um valor que deve ser relativizado, e não pode ser alçado a um patamar absoluto incompatível com a multiplicidade de vetores fundamentais estabelecidos na Constituição”. Segundo o ministro, era necessário ‘relativizar excepcionalmente a liberdade de imprensa, a fim de que se garanta um ambiente informacional isento para o exercício consciente do direito de voto’. Já nesta semana, ao se posicionar contra a imposição de medidas cautelares a Jair Bolsonaro — como a proibição de uso de redes sociais e entrevistas — Fux adotou discurso diametralmente oposto. O voto, apresentado nesta segunda-feira (21), foi contrário às determinações do relator do caso, ministro Alexandre de Moraes. Fux afirmou que algumas das medidas “confrontam-se com a cláusula pétrea da liberdade de expressão”. Ele sustentou que “parte das medidas cautelares impostas, consistente no impedimento prévio e abstrato de utilização dos meios de comunicação indicados na decisão (todas as redes sociais), confronta-se com a cláusula pétrea da liberdade de expressão”. O ministro ainda alegou que as sanções aplicadas a Bolsonaro “restringem desproporcionalmente direitos fundamentais, como a liberdade de ir e vir e a liberdade de expressão e comunicação, sem que tenha havido a demonstração contemporânea, concreta e individualizada dos requisitos que legalmente autorizariam a imposição dessas cautelares”. Apesar de ter ficado vencido na Primeira Turma do Supremo, Fux foi aclamado por bolsonaristas, que agora veem no ministro uma possível voz de oposição a Moraes nos julgamentos que envolvem Bolsonaro, especialmente no processo que apura seu papel na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022

Montes Claros se despede de Frei Valdo, símbolo de fé e solidariedade

Faleceu nesta terça-feira, 22 de julho, aos 76 anos, o padre Valdomiro Soares Machado, conhecido como Frei Valdo, uma das figuras mais queridas e atuantes da Igreja Católica em Montes Claros. O religioso estava internado na Santa Casa da cidade, onde lutava contra um câncer no fígado e pâncreas. “Neste momento de dor e luto, nos unimos em oração por sua alma e expressamos nossa solidariedade aos familiares, amigos e a toda a comunidade arquidiocesana. Como Igreja, rezemos pelo descanso eterno de Frei Valdo. Que Cristo, Bom Pastor, o conduza à vida eterna e lhe conceda o repouso em sua paz”, divulgou a arquidiocese. Frei Valdo deixa um legado marcado pela fé, acolhimento e compromisso com os mais vulneráveis. Fundador da Fazenda da Solidariedade São Francisco de Assis, inaugurada em 2009 na zona rural de Montes Claros, ele dedicou sua missão ao acolhimento e recuperação de dependentes químicos, oferecendo estrutura física e espiritual para transformar vidas. Veja o vídeo institucional da Fazenda da Solidaridade:

Após tarifaço de Trump, pecuaristas dos EUA querem banir carne do Brasil

Entidade ligada ao agronegócio dos EUA apoia tarifa de Trump e acusa Brasil de riscos sanitários; governo rebate e defende status internacional do país – Enquanto o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, eleva a retórica protecionista com a imposição de tarifas a diversos parceiros comerciais, um setor específico do agronegócio americano expressa apoio entusiástico: os pecuaristas. A Associação Nacional dos Pecuaristas dos Estados Unidos (NCBA, na sigla em inglês) declarou apoio irrestrito à proposta da Casa Branca de aplicar uma tarifa de 50% sobre a carne bovina brasileira e chegou a defender a suspensão total das importações do produto. “A Associação Nacional de Pecuaristas dos Estados Unidos (NCBA) apoia firmemente o plano do presidente Trump de impor ao Brasil com uma tarifa de 50%”, afirmou a entidade à CNN. O grupo representa a indústria de carne bovina norte-americana desde 1898 e sustenta que, há anos, pleiteia a interrupção definitiva da entrada do produto brasileiro nos Estados Unidos. No comunicado, a associação declarou que “uma tarifa de 50% é um bom começo, mas precisamos suspender as importações de carne bovina do Brasil para que possamos conduzir uma auditoria completa”. A NCBA ainda lançou duras críticas à cadeia produtiva brasileira, classificando como “abismal” a falta de responsabilidade sanitária dos criadores nacionais. A principal preocupação recai sobre os registros de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como “doença da vaca louca”. “A falha do Brasil em reportar casos atípicos de EEB e seu histórico de febre aftosa são uma grande preocupação para os produtores de gado dos EUA”, alegou a entidade. O Ministério da Agricultura reagiu às acusações com uma nota técnica, esclarecendo que o Brasil nunca registrou um “caso clássico” da doença da vaca louca – que ocorre pela ingestão de rações contaminadas, a exemplo dos surtos que afetaram países europeus há algumas décadas. Segundo a pasta, o país teve apenas seis episódios considerados “atípicos”, causados por mutações espontâneas em animais idosos, sem relação com a alimentação. “Assim, o Brasil mantém o reconhecimento pela OMSA como país de risco insignificante para a doença desde 2012”, destacou o ministério, referindo-se ao status conferido pela Organização Mundial de Saúde Animal.

Zema tenta surpreender bolsonaristas com pré-candidatura ao Planalto em agosto

Romeu Zema planeja pré-candidatura enquanto líder dos extremistas, Bolsonaro, está prestes a ser preso para 2026. O governador de Minas Gerais (MG), Romeu Zema (Novo-MG), deve oficializar sua pré-candidatura à Presidência da República, em São Paulo (SP), no próximo dia 16 de agosto, informou o Metrópoles. O Novo disse, em nota nesta segunda-feira (21), que “[Jair] Bolsonaro recebeu a notícia de forma positiva e incentivou a pré-candidatura, destacando a importância de haver mais nomes da direita no primeiro turno”. Representante da extrema-direita, Zema busca se tornar uma opção viável para os eleitores, uma vez que o líder dos extremistas, Bolsonaro, está prestes a ser preso. Enquanto isso, o presidente Lula lidera as pesquisas de intenção de voto

Luto: Morre de câncer, aos 50 anos, a artista Preta Gil

A artista lutava contra um câncer desde 2023 e estava em tratamento nos Estados Unidos cantora e compositora Preta Gil morreu neste domingo (20). Ela não suportou o tratamento contra o câncer, que vinha realizando nos Estados Unidos. A artista teve uma piora em seu quadro de saúde, na quarta-feira (16). Ela, que tinha 50 anos, se dirigiu à clínica para mais uma sessão de quimioterapia e passou mal. Lá, os médicos detectaram que a doença havia se alastrado. Preta iniciou tratamento contra a doença em janeiro de 2023, quando anunciou o diagnóstico. Filha de Gilberto Gil e de Sandra Gadelha, ela teve apenas um filho: Francisco Gil, músico que completa o trio do grupo Gilsons. A informação da morte foi confirmada pela equipe da artista. Preta Maria Gadelha Gil Moreira era sobrinha de Caetano Veloso e afilhada de Gal Costa. Ela nasceu no Rio de Janeiro, em 8 de agosto de 1974. Preta encarou preconceitos desde a infância e utilizava sua visibilidade para combater racismo, gordofobia e homofobia. “Eu costumo dizer que eu era a Preta no mundinho da Tropicália, achava que as pessoas eram que nem a minha família. O mundo não era assim”, afirmou, em entrevista à revista Forbes. Dificuldade para registrar nome no cartório Preta relatava com frequência o momento difícil quando o pai foi registrá-la no cartório. “Se fosse Branca, Rosa ou Clara, pode? Acho que a senhora já registrou muitas”, argumentou o Gilberto Gil. O tabelião, então, rebateu que só faria o registro se fosse incluído um nome católico no registro oficial. A avó sugeriu um nome composto: Preta Maria, e o tabelião concordou.

Morre José Maria Marin, ex-presidente da CBF, aos 93 anos

Marin presidiu a CBF entre 2012 e 2015, ano em que foi preso por envolvimento no escândalo conhecido como Fifagate O ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, morreu na madrugada deste domingo (21), aos 93 anos, em São Paulo. Ele passou mal em casa na noite de sábado e foi levado ao Hospital Sírio-Libanês, mas não resistiu e faleceu na unidade hospitalar. Marin enfrentava problemas de saúde nos últimos meses, agravados por um AVC sofrido no fim de 2023. Figura conhecida tanto pela influência quanto pelas controvérsias no esporte e na política, Marin vivia de forma reservada na capital paulista desde que deixou a vida pública. O velório está marcado para a tarde deste domingo na capital paulista. Da política ao escândalo internacional José Maria Marin construiu uma trajetória marcada por influência nos bastidores, envolvimento com o regime militar e, sobretudo, pelo escândalo de corrupção que abalou o futebol mundial: o Fifagate. Filho de imigrantes espanhóis e com formação em Direito pela USP, Marin iniciou sua carreira política nos anos 1960, quando foi eleito vereador em São Paulo pelo extinto Partido de Representação Popular (PRP), ligado ao integralismo. Com a ditadura militar, filiou-se à Arena e ocupou cargos de destaque, como deputado estadual, vice-governador e, por dez meses, governador de São Paulo, substituindo Paulo Maluf. Foi nessa época que ganhou fama de aliado fiel do grupo político de Maluf, chegando a ter as contas de seu governo reprovadas e sendo envolvido em suspeitas de má gestão de recursos públicos. No futebol, presidiu a Federação Paulista de Futebol entre 1982 e 1988, e, em 2012, assumiu a presidência da CBF após a renúncia de Ricardo Teixeira. Sua gestão à frente da entidade foi marcada por denúncias de corrupção e práticas obscuras nos bastidores do esporte. A queda veio em 2015, quando Marin foi preso na Suíça durante uma operação coordenada pelo FBI e pelo Departamento de Justiça dos EUA, no escândalo que ficou conhecido como Fifagate. Ele foi acusado de participar de um esquema de suborno e lavagem de dinheiro em contratos relacionados a transmissões e eventos esportivos. Extraditado para os Estados Unidos, foi condenado à prisão e permaneceu detido até 2020, quando foi autorizado a cumprir o restante da pena em prisão domiciliar no Brasil, devido ao seu estado de saúde. Outro episódio que o marcou publicamente ocorreu em 2012, quando foi flagrado por câmeras de televisão colocando no bolso uma medalha da Copa São Paulo de Futebol Júnior destinada a um jogador do Corinthians. Embora a Federação Paulista tenha tentado justificar o ato, a cena virou motivo de piada e alimentou a imagem de “corrupto” que pesava contra o então dirigente. Ao retornar ao Brasil, Marin vendeu bens para arcar com custos judiciais, incluindo uma mansão em área nobre de São Paulo.

Transporte Público – Atuação do vereador Rodrigo Cadeirante vai das denúncias à solução dos problemas

O valor da tarifa do transporte coletivo em Montes Claros, R$ 4,60, é desproporcionalmente alto, considerando a má qualidade do serviço oferecido à população. Se o usuário utilizar o mínimo de dois ônibus por dia terá comprometido ao final do mês, apenas com transporte, R$ 276 do seu orçamento. O Consórcio Mocbus, representante das empresas que exploram o transporte público na cidade, é alvo de severas críticas, replicadas na tribuna da Câmara Municipal pelo vereador Rodrigo Cadeirante. Soma-se a isso o insistente descumprimento por parte das concessionárias do contrato celebrado com a Prefeitura. Além de caro, o serviço peca pelo longo tempo de espera nos pontos de ônibus, superlotação, redução de linhas, precariedade dos veículos, número insuficiente de linhas, exploração de mão de obra, baixos salários pagos a cobradores e motoristas, problemas na acessibilidade e o mau funcionamento do Transpecial – opção de transporte voltado para as pessoas com restrições de locomoção -, entre outros. A ofensiva de Rodrigo Cadeirante às empresas prestadoras já lhe rendeu vários processos, todos vencidos por ele na Justiça, que entendeu a relevância das denúncias e o direito à inviolabilidade do mandato, previsto no artigo 29, inciso VIII da Constituição. Para Cadeirante, o serviço prestado em Montes Claros “é uma verdadeira porcaria”. As concessionárias já foram, inclusive, obrigadas a indenizar o vereador, que é cadeirante, pelas dificuldades enfrentadas por ele para acessar os ônibus, devido à falta de elevador. Graças à cruzada dele contra a ineficiência e omissão das empresas, elas tiveram que adaptar os veículos para o acesso das pessoas com deficiências. Uma nova iniciativa do vereador pretende, agora, elevar para dois os espaços reservados aos cadeirantes nos novos ônibus elétricos que a Prefeitura adquiriu para servir ao transporte coletivo urbano. A solicitação foi feita por ele via requerimento ao prefeito Guilherme Guimarães, aprovado pela Câmara. Rodrigo Cadeirante fala com propriedade dos problemas acarretados às pessoas pela má qualidade do transporte. Ele próprio já sentiu isso na pele, obrigado inúmeras vezes a permanecer na rua de madrugada, junto com os filhos, porque os coletivos não dispunham de veículos adaptados. Cadeirante lembra que o transporte público é considerado um direito social garantido pela Constituição (artigo 6º), como educação, saúde e moradia. Isso significa que o acesso à mobilidade urbana, pelo transporte público, é um direito fundamental do cidadão, devendo ser assegurado pelo Estado no intuito de assegurar a mobilidade urbana e a dignidade dos cidadãos. “Por isso, sou favorável a que o município subsidie o serviço, porque não se trata apenas de subsídio, de oferecer transporte gratuito para a população. Está tratando de mobilidade urbana e principalmente de inclusão”, destacou. Rodrigo Cadeirante citou exemplos, como o de uma pessoa que está procurando emprego, mas não tem como custear o deslocamento para entregar seu currículo; de um pai que não tem como levar o filho deficiente a uma escola especial; ou de um vendedor de salgados que fica impossibilitado de ampliar sua clientela, por falta de condições de pagar o lotação diariamente para se destacar aos locais de maior movimento. Texto e foto: Waldo Ferreira