Governo Trump revoga visto de Moraes e de ministros do STF

Em comunicado, o secretário de Estado, Marco Rubio, acusou a Corte de perseguir Bolsonaro O secretário de Estado do governo de Donald Trump, nos EUA, Marco Rubio, afirmou na noite desta sexta-feira (18) que determinou o cancelamento do ministro Alexandre de Moraes e de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Somente André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux foram excluídos das sanções. “O presidente Trump deixou claro que seu governo responsabilizará estrangeiros responsáveis pela censura de expressão protegida nos Estados Unidos. A caça às bruxas política do Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura tão abrangente que não apenas viola direitos básicos dos brasileiros, mas também se estende além das fronteiras do Brasil, atingindo os americanos. Portanto, ordenei a revogação dos vistos de Moraes e seus aliados no tribunal, bem como de seus familiares próximos, com efeito imediato”, declarou Rubio. .@POTUS made clear that his administration will hold accountable foreign nationals who are responsible for censorship of protected expression in the United States. Brazilian Supreme Federal Court Justice Alexandre de Moraes's political witch hunt against Jair Bolsonaro created a… — Secretary Marco Rubio (@SecRubio) July 18, 2025 A decisão de Marco Rubio ocorre no mesmo dia em que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi alvo de operação da Polícia Federal (PF), determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, que entendeu que Bolsonaro, em conluio com seu filho Eduardo Bolsonaro, atentou contra a soberania do Brasil ao provocar o governo de Donald Trump a sancionar o país e, dessa forma, interferir no julgamento de todos os envolvidos na trama golpista. Moraes cita Abraham Lincoln e diz que Bolsonaro e Eduardo auxiliam Trump em “atos hostis” Nas 47 páginas da decisão em que determinou medidas restritivas, entre elas a colocação de tornozeleira eletrônica, a Jair Bolsonaro (PL), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirma que o ex-presidente e o filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), atuam junto ao presidente dos EUA, Donald Trump, “com o intuito de obter a imposição de sanções contra agentes públicos do Estado Brasileiro”. Para Moraes, as condutas de Bolsonaro e Eduardo configuram “claros e expressos atos executórios e flagrantes confissões da prática dos atos criminosos, em especial dos crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e atentado à soberania e permanecem, sempre no sentido de induzirem, instigarem e auxiliarem governo estrangeiro à prática de atos hostis ao Brasil e à ostensiva tentativa submissão do funcionamento do Supremo Tribunal Federal aos Estados Unidos da América, com a finalidade de ‘arquivamento/extinção’ da AP 2668”. A ação citada por Moraes é referente ao julgamento de Jair Bolsonaro e a quadrilha que tentou um golpe de Estado no Brasil e que deve levar o ex-presidente à prisão. Em seguida, Moraes cita o escritor brasileiro Machado de Assis para dizer que “a soberania nacional é a coisa mais bela do mundo, com a condição de ser soberania e de ser nacional” e afirma que “Soberania Nacional não pode, não deve e jamais será vilipendiada, negociada ou extorquida, pois é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil”. O ministro diz ainda que “o Supremo Tribunal Federal sempre será absolutamente inflexível na defesa da Soberania Nacional e em seu compromisso com a Democracia, os Direitos Fundamentais, o Estado de Direito, a independência do Poder Judiciário Nacional e os princípios constitucionais brasileiros” e faz referência a Abraham Lincoln, 16º presidente dos Estados Unidos da América, responsável pela manutenção da União e pela Proclamação de Emancipação, que afirmava que “os princípios mais importantes podem e devem ser inflexíveis”. A pedido de Moraes, o presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin, convocou uma sessão extraordinária virtual para que a decisão seja submetida ao referendo. O Plenário Virtual começará hoje (18) ao meio-dia, e terminará na próxima segunda-feira, às 23h59.
Bolsonaro é alvo de operação da PF e terá que usar tornozeleira eletrônica

STF autorizou monitoramento 24h após desconfiança sobre tentativa de asilo nos EUA A Polícia Federal (PF) cumpre, na manhã desta sexta-feira (18), mandados de busca e apreensão contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em Brasília (DF). A operação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e inclui ordens de cumprimento também em endereços ligados ao Partido Liberal (PL), legenda de Bolsonaro. Segundo aliados ouvidos pela imprensa, o ex-presidente estava em casa, no bairro Jardim Botânico, no momento em que os agentes chegaram. Bolsonaro foi levado à PF, onde o aparato está sendo instalado em seu corpo. Ele também não poderá utilizar as redes sociais e terá de permanecer em casa entre 19h e 7h da manhã. O ex-presidente foi proibido de se comunicar com embaixadores e diplomatas estrangeiros (não podendo se aproximar de embaixadas), e com outros réus e investigados pelo Supremo. A decisão do STF teria sido motivada, entre outros fatores, pela suspeita de ministros da Corte de que Bolsonaro poderia tentar pedir asilo ao governo de Donald Trump, nos Estados Unidos, país onde seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), está atualmente em busca de apoio para o ex-presidente. As novas medidas restritivas contra Bolsonaro acontecem na reta final do processo no qual ele é acusado de tentativa de golpe de Estado. O caso é investigado pelo Supremo e reúne provas de que, após a derrota nas eleições de 2022, o então presidente teria se articulado com aliados civis e militares para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Julgamento no STF e pressão de Trump O processo que investiga a tentativa de golpe está em sua fase final. Na última segunda-feira (14), o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou suas alegações finais, pedindo a condenação de Bolsonaro por cinco crimes, incluindo golpe de Estado, formação de organização criminosa armada e dano ao patrimônio da União. A pena pode ultrapassar 40 anos de prisão. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), Bolsonaro foi o “principal articulador e maior beneficiário” do plano golpista e atuou para corroer a confiança nas instituições públicas e no processo eleitoral. A expectativa é que o julgamento ocorra entre o final de agosto e o início de setembro. Enquanto isso, o ex-presidente intensificou sua campanha por anistia. O movimento ganhou força após Donald Trump anunciar, em 9 de julho, uma tarifa de 50% sobre exportações brasileiras, com a justificativa de que o STF estaria restringindo a liberdade de expressão ao punir plataformas digitais estadunidenses. A família Bolsonaro passou a afirmar que apenas a anistia poderia levar os EUA a reverter a decisão. Nem o STF, nem o governo federal cederam. O presidente Lula afirmou em pronunciamento na noite desta quinta-feira (17) que tentativas de interferência estrangeira são “chantagens inaceitáveis” e classificou os aliados de Bolsonaro como “verdadeiros traidores da pátria”. “Contamos com um Judiciário independente”, disse o presidente.
Câmara aprova PL da Devastação, maior retrocesso ambiental desde a ditadura

Por 267 votos a 116, a Câmara dos Deputados aprovou na madrugada desta quinta-feira (17) o projeto de lei que desmantela as atuais regras de licenciamento ambiental no país. A matéria, que foi aprovada em maio no Senado, segue à sanção presidencial. O PL da Devastação, como foi batizado, é considerado o maior retrocesso ambiental legislativo desde a ditadura militar. De acordo com especialistas, o projeto legitima a ampla aplicação da Licença por Adesão e Compromisso (LAC), o chamado autolicenciamento, em que o empreendedor faz uma declaração pela internet sem apresentar qualquer estudo ambiental. Além disso, promove a Licença Ambiental Especial (LAE), que dará tratamento político a grandes projetos. O PL da Devastação também restringe a atuação de órgãos como a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A maioria do parlamento decidiu dar às costas aos apelos do governo, da comunidade científica, da sociedade e dos empresários comprometidos com o desenvolvimento sustentável.
Em pronunciamento, Lula defende soberania e denuncia chantagem de Trump

Em sua fala, o presidente também criticou os traidores da pátria e disse que ninguém está acima da lei O presidente Lula denunciou nesta quinta-feira (17), em pronunciamento à Nação, a chantagem feita pelo presidente norte-americano, Donald Trump, que anunciou um tarifaço de 50% contra as exportações brasileiras e citou o inquérito da trama golpista envolvendo Jair Bolsonaro (PL) como justificativa para lançar a guerra comercial contra o Brasil. “Uma chantagem inaceitável em forma de ameaças. Informações falsas sobre o comércio”, disse Lula, acrescentando que “tentar interferir” no Brasil “é um grave atentado à soberania”. “Minha indignação é ainda maior por saber que esse ataque ao Brasil tem o apoio de alguns políticos brasileiros. São verdadeiros traidores da pátria. Apostam no quanto pior, melhor. Não se importam com a economia do país e os danos causados ao nosso povo”, continuou. O presidente afirmou também que o Brasil tem um “Poder Judiciário independente”, com o “devido processo legal” e o direito à “ampla defesa”. Segundo Lula, “a defesa da nossa soberania” também “se aplica a plataformas digitais estrangeiras” no Brasil. “Ninguém está acima da lei. Usam redes digitais para golpes, fraudes, racismo, atacar a democracia, alimentar ódio”. Ainda no pronunciamento, o presidente repudiou as “falsas alegações sobre práticas desleais brasileiras” feitas por Trump na carta endereçada ao petista no último dia 9 para tentar dar um motivo para a guerra tarifária. Leia a íntegra do pronunciamento de Lula: Minhas amigas e meus amigos, Fomos surpreendidos, na última semana, por uma carta do presidente norte-americano anunciando a taxação dos produtos brasileiros em 50%, a partir de 1º de agosto. O Brasil sempre esteve aberto ao diálogo. Fizemos mais de 10 reuniões com o governo dos Estados Unidos, e encaminhamos, em 16 de maio, uma proposta de negociação. Esperávamos uma resposta, e o que veio foi uma chantagem inaceitável, em forma de ameaças às instituições brasileiras, e com informações falsas sobre o comércio entre o Brasil e os Estados Unidos. Contamos com um Poder Judiciário independente. No Brasil, respeitamos o devido processo legal, os princípios da presunção da inocência, do contraditório e da ampla defesa. Tentar interferir na justiça brasileira é um grave atentado à soberania nacional. Só uma pátria soberana é capaz de gerar empregos, combater as desigualdades, garantir saúde e educação, promover o desenvolvimento sustentável e criar as oportunidades que as pessoas precisam para crescer na vida. Minha indignação é ainda maior por saber que esse ataque ao Brasil tem o apoio de alguns políticos brasileiros. São verdadeiros traidores da pátria. Apostam no quanto pior, melhor. Não se importam com a economia do país e os danos causados ao nosso povo. Minhas amigas e meus amigos, a defesa da nossa soberania também se aplica à atuação das plataformas digitais estrangeiras no Brasil. Para operar no nosso país, todas as empresas nacionais e estrangeiras são obrigadas a cumprir as regras. No Brasil, ninguém — ninguém — está acima da lei. É preciso proteger as famílias brasileiras de indivíduos e organizações que se utilizam das redes digitais para promover golpes e fraudes, cometer crime de racismo, incentivar a violência contra as mulheres e atacar a democracia, além de alimentar o ódio, violência e bullying entre crianças e adolescentes, em alguns casos levando à morte, e desacreditar as vacinas, trazendo de volta doenças há muito tempo erradicadas. Minhas amigas e meus amigos, Estamos nos reunindo com representantes dos setores produtivos, sociedade civil e sindicatos. Essa é uma grande ação conjunta que envolve a indústria, o comércio, o setor de serviços, o setor agrícola e os trabalhadores. Estamos juntos na defesa do Brasil. E faremos isso de cabeça erguida, seguindo o exemplo de cada brasileiro e cada brasileira que acorda cedo, e vai à luta para trabalhar, cuidar da família e ajudar o Brasil a crescer. Seguiremos apostando nas boas relações diplomáticas e comerciais, não apenas com os Estados Unidos, mas com todos os países do mundo. Minhas amigas e meus amigos, A primeira vítima de um mundo sem regras é a verdade. São falsas as alegações sobre práticas comerciais desleais brasileiras. Os Estados Unidos acumulam, há mais de 15 anos, robusto superávit comercial de US$ 410 bilhões de dólares. O Brasil hoje é referência mundial na defesa do meio ambiente. Em dois anos, já reduzimos pela metade o desmatamento da Amazônia. E estamos trabalhando para zerar o desmatamento até 2030. Além disso, o Pix é do Brasil. Não aceitaremos ataques ao Pix, que é um patrimônio do nosso povo. Temos um dos sistemas de pagamento mais avançados do mundo, e vamos protegê-lo. Minhas amigas e meus amigos, Quando tomamos posse na Presidência da República, em 2023, encontramos o Brasil isolado do mundo. Nosso governo, em apenas dois anos e meio, abriu 379 novos mercados para os produtos brasileiros no exterior. Estamos construindo parcerias comerciais com a União Europeia, a Ásia, a África e nossos vizinhos da América Latina e do Caribe. Se necessário, usaremos todos os instrumentos legais para defender a nossa economia. Desde recursos à Organização Mundial do Comércio até a Lei da Reciprocidade, aprovada pelo Congresso Nacional. Minhas amigas e meus amigos, Não há vencedores em guerras tarifárias. Somos um país de paz, sem inimigos. Acreditamos no multilateralismo e na cooperação entre as nações. Mas que ninguém se esqueça: o Brasil tem um único dono — o povo brasileiro. Muito obrigado.
Lula retoma popularidade e reduz rejeição, aponta Quaest

Aprovação de Lula sobe para 43% e desaprovação cai para 53%, com avanço entre eleitores mais críticos, segundo pesquisa Genial/Quaest – A mais recente pesquisa Genial/Quaest revela um movimento significativo na opinião pública brasileira: o governo Lula (PT) apresentou recuperação de popularidade entre maio e julho deste ano, especialmente entre setores tradicionalmente mais críticos ao presidente. O fator central para essa mudança, segundo a análise de Felipe Nunes, diretor da Quaest, foi o confronto diplomático e comercial com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, envolvendo a imposição de tarifas ao Brasil. A aprovação do governo subiu de 40% para 43% (+3 pontos), enquanto a desaprovação caiu de 57% para 53% (-4 pontos), reduzindo o saldo negativo de -17 para -10 pontos percentuais. Os dados foram destacados por Felipe Nunes no X, antigo Twitter, nesta quarta-feira (16): “o que chama atenção é que a melhora na popularidade se deu principalmente fora das bases de apoio tradicionais do governo”. 1/ Genial/Quaest: Confronto com Trump ajuda governo Lula a recuperar popularidade – aprovação sai de 40% para 43% (+3) e desaprovação passa de 57% para 53% (-4) entre maio e julho. Saldo negativo que era de -17 passa para -10 pontos. Segue o fio… pic.twitter.com/vzi7O4ilju — Felipe Nunes (@profFelipeNunes) July 16, 2025 Avanço no Sudeste e entre os moderados – A melhora foi especialmente acentuada no Sudeste, onde a diferença negativa caiu de -32 para -16 pontos. Também se destacou o avanço entre os eleitores com ensino superior completo, cujo saldo negativo despencou de -31 para -8 pontos. No recorte por renda, foi entre os brasileiros de classe média que a mudança mais expressiva foi detectada: a rejeição caiu de -19 para -9 pontos. Entre os eleitores alinhados à esquerda, a aprovação do governo segue acima de 80%, enquanto entre os bolsonaristas permanece abaixo de 12%. Mas foi no centro político que a mudança chamou mais atenção. Nunes apontou que “a mudança mais significativa foi captada nos setores moderados, onde o saldo negativo passou de -28 pp para -16 pp”. ‘Trump uniu lulistas e moderados’ – A Quaest investigou os fatores que explicam a recuperação do governo e identificou três eixos principais: o embate com Donald Trump, a leve melhora da percepção econômica e a campanha de comunicação baseada na ideia de “nós contra eles”. Segundo o levantamento, 66% da população tomou conhecimento da carta enviada por Trump a Lula, e 79% acreditam que as tarifas impostas prejudicarão suas vidas. Além disso, 72% avaliam que o presidente dos EUA errou ao justificar as taxas com base em uma suposta perseguição a Jair Bolsonaro (PL). Para Nunes, o impacto foi claro: “o tarifaço contra o Brasil conseguiu unir a esquerda, os lulistas e os moderados (sem posicionamento); mas dividiu a direita e os bolsonaristas. Ou seja, empurrou o ‘centro’ para o colo do Lula”. A maioria da população (53%) também apoia a resposta firme de Lula, que defendeu retaliação com medidas equivalentes. Lula vence Bolsonaro na opinião pública – Outro ponto da pesquisa indica que, no embate político entre Lula e Bolsonaro, o atual presidente sai vitorioso: 44% acreditam que Lula está se saindo melhor, contra 29% que apontam Bolsonaro como superior. A percepção econômica, por outro lado, teve um impacto mais tímido. Embora os brasileiros estejam menos pessimistas, a variação entre maio e julho foi pequena. A única mudança relevante foi a redução na percepção de alta dos preços de alimentos, em linha com os índices de inflação que mostram desaceleração. Já sobre a expectativa para o próximo ano, a pesquisa revela um dado preocupante: 43% dos entrevistados acreditam que a economia vai piorar, um reflexo direto da insegurança provocada pelas medidas de Trump. Justiça tributária tem potencial, mas ainda não engajou – A campanha do governo pela taxação dos super-ricos, apesar de bem recebida por grande parte da população, ainda não conseguiu alcançar o grande público. Apenas 43% conhecem a proposta de “justiça tributária” e só 17% afirmam ter visto os vídeos promovidos pelo governo com uso de inteligência artificial. O tema, no entanto, possui forte apoio: 63% defendem aumento de impostos sobre os mais ricos para aliviar a carga sobre os mais pobres. A proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil conta com 75% de aprovação, e o aumento da tributação sobre super-ricos é apoiado por 60%. A dificuldade de engajamento pode estar na forma como o conteúdo foi apresentado. Segundo a pesquisa, 53% acreditam que uma abordagem que contrapõe “ricos contra pobres” acirra a polarização. “É a escolha tática que o governo vai ter que fazer assim que retomar o assunto”, alertou Nunes. A pesquisa Genial/Quaest entrevistou 2.004 pessoas entre os dias 10 e 14 de julho. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com nível de confiança de 95%. O levantamento foi encomendado pela Genial Investimentos.
Trump reafirma tarifa de 50% ao Brasil e admite motivação política

“O que fazem com Bolsonaro é uma desgraça” – Fala desta quarta repete o teor da carta enviada por Trump a Lula na semana passada, na qual classificou o processo contra Bolsonaro como “caça às bruxas” – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a justificar nesta quarta-feira (16) a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros com base em razões políticas. Em fala à imprensa na Casa Branca, após reunião bilateral com o príncipe do Bahrein, o republicano confirmou que a punição ao Brasil tem como objetivo pressionar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Supremo Tribunal Federal (STF) por conta do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “[Taxamos] 50% em um caso, o Brasil, porque o que estão fazendo com o ex-presidente é uma desgraça”, declarou Trump, de acordo com o portal g1, acrescentando: “Conheço o ex-presidente e ele lutou muito pelo povo brasileiro. Acredito que ele é um homem honesto e o que estão fazendo com ele é terrível”. O republicano se refere ao processo no STF que julga Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A Procuradoria-Geral da República já apresentou alegações finais pedindo a condenação do ex-presidente. A fala desta quarta repete o teor da carta enviada por Trump a Lula na semana passada, na qual classificou o processo contra Bolsonaro como “caça às bruxas” e uma “vergonha internacional”. Ele também ameaçou ampliar as tarifas caso o Brasil não ceda a suas exigências — o que inclui, segundo ele, “liberdade para plataformas digitais americanas” e fim de “barreiras comerciais”
Leninha é a nova presidente estadual do PT de Minas Gerais

A informação foi divulgada nesta terça-feira (15) pelo PT do estado Após uma eleição conturbada, a deputada estadual e 1ª vice-presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Leninha (PT), foi eleita presidente do diretório estadual de seu partido com 56,46% dos votos. A informação foi divulgada nesta terça-feira (15) pelo PT do estado. Na eleição municipal de Belo Horizonte, Guima Jardim foi reconduzido com 55,21% dos votos. A votação ainda consolidou o nome do já eleito presidente nacional da sigla, Edinho Silva, com 66,88% dos votos em Minas Gerais. No estado, a candidata disputou contra Juanito Vieira e Esdras de Queiroz, que ficaram, respectivamente, em segundo e terceiro lugar na disputa. A corrida não teve o nome de Dandara Tonantzin, que havia se lançado como candidata, mas foi impedida de disputar por não ter pago uma dívida com o partido dentro do prazo. Grande parte dos apoiadores de Dandara sustenta que a impugnação foi “injusta” e destacam que a eleição, sem ela, ficou comprometida. A nova presidente do PT de Minas Gerais nasceu em Montes Claros, no Norte de Minas Gerais, e assumiu em 2023 o segundo mandato na Assembleia. Graduada em ciências biológicas e mestre em Desenvolvimento Social pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), foi professora tanto da rede estadual quanto da municipal de ensino. Leninha chegou a ser diretora estadual do Sindicato Único dos Trabalhadores em Edcuação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) e presidente regional da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Fonte: Itatiaia
Janones é suspenso por três meses por confusão que envolveu Nikolas

André Janones foi alvo de representação da Mesa Diretora da Câmara, com a assinatura de Hugo Motta; por três meses, ele ficará sem salário, assessores e gabinete O deputado federal André Janones (Avante-MG) será afastado do mandato por três meses. A decisão cautelar foi aprovada pelo Conselho de Ética da Câmara nesta terça-feira (15), por 15 votos a 3, pelo episódio que envolveu o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) em sessão do plenário em 9 de julho. Ainda cabe recurso no plenário. O pedido de afastamento de Janones foi proposto pela Mesa Diretora da Câmara, chefiada pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). Antes, porém, o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), acionou a Corregedoria contra o deputado mineiro. O relator, deputado Fausto Santos Jr. (União Brasil-AM) apresentou parecer favorável à suspensão cautelar por três meses. Ele reduziu a punição proposta inicialmente, que era de seis meses fora do cargo. Alvo do processo, Janones não compareceu em boa parte da reunião e chegou apenas na fase de discussão, quando parlamentares passaram a defender ou criticar o pedido do relator. Até então, o mineiro estava sendo representado por seu advogado, Lucas Marques. Pelos três meses em que estiver afastado, Janones não receberá salário – no valor de R$ 46,3 mil bruto – ou qualquer outra verba da Câmara. Seu gabinete ficará desativado e seus assessores, exonerados. A Câmara também não convocará o suplente do deputado. Em casos de afastamentos por diferentes motivos, o substituto é convocado apenas quando o cargo ficar vago por mais de 120 dias. Entenda Na representação ao Conselho de Ética, a Mesa da Câmara argumentou que Janones teve “condutas incompatíveis com o decoro parlamentar” e “comportamento incompatível com a dignidade do mandato”. Isso, “ao provocar abertamente a bancada do Partido Liberal (PL) e proferir manifestações gravemente ofensivas ao deputado Nikolas Ferreira, que ocupava a tribuna, em evidente abuso das prerrogativas parlamentares”. O objetivo, de acordo com a denúncia, foi “ofender a honra” de Nikolas com o uso de “xingamentos ultrajantes, com expressões de baixo calão, desonrosas e depreciativas”. “A destemperança e agressividade da conduta atingiram, inegavelmente, a honra objetiva do próprio Parlamento”, diz outro trecho. “As falas do representado [Janones] excederam o direito constitucional à liberdade de expressão, caracterizando abuso das prerrogativas parlamentares, além de, repise-se, ofenderem a dignidade da Câmara dos Deputados, de seus membros e de outras autoridades públicas”, completa a Mesa da Câmara, com base da denúncia do PL. Parte da confusão foi transmitida pela TV Câmara na sessão de 9 de julho. Nas imagens oficiais, Nikolas subiu à tribuna do plenário para comentar sobre o tarifaço de 50% imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil. Alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que foi defendido por Trump, Nikolas rebateu críticas de que a oposição não defende a soberania nacional. Janones, nesse momento, estava no meio de outros parlamentares, em local abaixo da tribuna. O deputado mineiro começou a filmar com seu celular e a criticar quem defendia a taxa de Trump. A transmissão não capturou qualquer fala, mas um vídeo que circula nas redes sociais é possível identificar Janones se referindo a Nikolas como “cadelinha”. Ele chegou a ser cercado por deputados da oposição que passaram a citar “rachadinha”, em referência a denúncias de ilegalidades em seu gabinete. Em seguida foi retirado do plenário, sem que recebesse apoio de outros nomes da esquerda. No comando da sessão, Motta chegou a interferir, enquanto aliados de Nikolas foram escoltá-lo na tribuna da Câmara. “Para todo o Congresso Nacional, eu acho que tem algo que une a esquerda e a direita: ninguém gosta do Janones, acho que é unânime. Isso aqui, reduz o parlamento e faz o com que aquilo que nos acusam – de estar querendo ‘like’, de tentar gravar vídeo para gerar polêmica – ele o faz desta forma. É impossível falar assim. Peço à esquerda, que sempre fala em democracia, tome conta dessa pessoa”, disse Nikolas na ocasião. Janones alegou que foi “agredido fisicamente pela tropa de choque bolsonarista”. “Sozinho, fui cercado por 12 deputados que tentaram me intimidar para que eu não criticasse o deputado Nikolas Ferreira enquanto ele discursava na tribuna”, disse. O deputado ainda acionou a Corregedoria da Câmara pedindo a suspensão dos mandatos dos deputados Giovani Cherini (PL-RS) e Sargento Gonçalves (PL-RN) pela suposta agressão. Janones também informou que protocolou queixa-crime contra parlamentares por lesão corporal e que realizou exame de corpo de delito. Conselho de Ética No relatório em que defendeu a suspensão, o deputado Fausto Santos Jr. alegou que Janones “proferiu insultos como ‘capachos’ e ‘vira-latas’, e utilizou-se de linguagem ofensiva, culminando em confusão generalizada”. Também afirmou que o mineiro “teria utilizado expressão de cunho homofóbico no confronto verbal, ainda que o termo exato não tenha sido transcrito”, e que “o uso de linguagem discriminatória como instrumento de ofensa pessoal agrava a situação”. “A análise preliminar das manifestações proferidas pelo representado [Janones] indica dolo evidente e destempero proposital, com uso de linguagem ultrajante, injuriosa e desrespeitosa em plenário, durante sessão oficial transmitida publicamente, o que acarreta ofensa não apenas à honra do parlamentar atingido, mas também à imagem e à dignidade da Câmara dos Deputados como instituição”, completou. Ao fazer a defesa de Janones, o advogado Lucas Marques isentou responsabilidade do deputado na confusão. “Em nenhum vídeo aparece nenhum tipo de xingamento. Ele estava comunicando sobre a taxação do Trump e que era um absurdo ter deputado concordando com isso. Esse era o destaque do deputado Janones naquele momento”, alegou. “Era um vídeo para o próprio celular, para seus eleitores. Em nenhum momento a voz dele apareceu em plenário ou ele interrompeu o deputado Nikolas Ferreira, que nem ouviu o que ele disse, porque não dá para ouvir mesmo. A gente consegue analisar pelos vídeos da sessão que não foi isso o que interrompeu”, completou o advogado.
Montes Claros comemora o reconhecimento do Peruaçu como Patrimônio Natural Mundial

O prefeito de Montes Claros, Guilherme Guimarães, comemorou o título de Patrimônio Natural Mundial concedido ao Parque Nacional Cavernas do Peruaçu pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). A área, que abriga um sítio arqueológico, está situada entre os municípios de Januária, Itacarambi e São João das Missões, no Norte de Minas Gerais. A inclusão foi oficializada neste domingo (13), durante a 47ª Reunião do Comitê do Patrimônio Mundial da Organização, realizada em Paris. O reconhecimento leva em base dois critérios da Convenção do Patrimônio Mundial de 1972, destacando a presença de fenômenos naturais excepcionais e a representatividade de diferentes estágios da história geológica da Terra. O Cânion do Peruaçu, localizado no norte de Minas Gerais, abriga formações geológicas de grande relevância científica e paisagens naturais de notável beleza cênica. Com a inscrição do parque nacional, o Brasil passa a contar com 25 sítios na Lista do Patrimônio Mundial, dos quais nove são naturais. “O reconhecimento do Vale do Peruaçu como Patrimônio Natural Mundial pela UNESCO é uma grande conquista a ser celebrada. Essa conquista destaca a importância global do Peruaçu e impulsiona o desenvolvimento sustentável e o turismo na região”, destacou a secretária municipal de Cultura e Turismo de Montes Claros, Júnia Rabelo, que recordou do ex-secretário municipal de Meio Ambiente de Montes Claros, Paulo Ribeiro. “Paulinho foi o mentor da Expedição Caminhos dos Gerais, com roteiro no Peruaçu, e, com certeza, que teve um papel importante neste reconhecimento do Peruaçu pela Unesco”, disse. Para o antropólogo Camilo Antônio Silva Lopes, ex-gerente de Educação Ambiental e Projetos Especiais da Prefeitura de Montes Claros, que coordenou a 5ª Expedição Caminhos dos Geraes, “o reconhecimento do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu representa um marco diferencial para as gentes do sertão mineiro”, comentou Lopes, lembrando que o processo de reconhecimento não é recente. “Várias instituições e pessoas ao logo do tempo se tornaram cruciais para esse reconhecimento, entre elas o saudoso secretário de Meio Ambiente de Montes Claros, Paulinho Ribeiro”, lembrou. Para o professor da Unimontes e cientista político, Gilmar Ribeiro, “não apenas as cidades de Januária, Itacarambí e São João das Missões ganharão com este reconhecimento da Unesco ao Peruaçu, como patrimônio Mundial da Humanidade, mas, toda a região Norte de Minas, especialmente Montes Claros, que terá um novo ímpeto para o turismo, pois concentra a maior infraestrutura regional, impulsionada por sua localização estratégica. Foi o que aconteceu em todos os lugares ganhadores deste reconhecimento, como Diamantina, São Luiz e etc”, comentou Ribeiro. Para o prefeito Guilherme Guimarães, a escolha do parque é uma grande conquista para todo o Norte de Minas. “Montes Claros se inclui nessa conquista belíssima. Este parque está aqui bem próximo da gente. Todo o Norte de Minas ganha. Montes Claros é o portal do Norte de Minas. Todos passam por aqui, através do nosso aeroporto, da nossa Rodoviária ou das nossas rodovias. Sabemos que, além de melhorar o aspecto turístico, irá melhorar as condições sociais e ambientais”, destaca. Secom Prefeitura de Montes Claros| Texto: Luís Carlos Gusmão Fotos: Solón Queiroz
Editorial do jornal O Estado de São Paulo detona Bolsonaro: “patriota fajuto”

O Estadão detona denuncia, em seu editorial desta terça-feira, chantagem do ex-presidente e afirma que Bolsonaro age como “sequestrador” ao colocar interesses pessoais acima do Brasil O jornal O Estado de S. Paulo publicou nesta terça-feira, 15 de julho, um duro editorial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, classificado como “patriota fajuto”. No texto, o jornal critica a tentativa do ex-mandatário de utilizar o Brasil como moeda de troca para obter anistia judicial, após a ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de sobretaxar em 50% os produtos brasileiros caso Bolsonaro não seja absolvido das acusações de conspiração golpista. O Estadão aponta que Bolsonaro sequer esconde seu verdadeiro objetivo: “O tempo urge, as sanções entram em vigor no dia 1.° de agosto. A solução está nas mãos das autoridades brasileiras. Em havendo harmonia e independência entre os Poderes, nasce o perdão entre irmãos e, com a anistia, também a paz para a economia”, declarou o ex-presidente. Segundo o jornal, a mensagem deixa claro que Bolsonaro está disposto a sacrificar setores estratégicos da economia nacional em troca de sua própria liberdade. O editorial compara o comportamento do ex-presidente ao de um sequestrador, dizendo que o Brasil virou refém de sua “verborragia liberticida”. Para o Estadão, Bolsonaro não representa um projeto para o país, mas sim um interesse pessoal em escapar da Justiça, colocando em risco a estabilidade econômica e institucional do país. A publicação também critica duramente lideranças políticas que, segundo o texto, seguem submissas ao bolsonarismo com o objetivo de herdar capital eleitoral. O jornal aponta o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como exemplo de político que precisará escolher entre “o Brasil ou Bolsonaro”, já que ambos são projetos “absolutamente antitéticos”. Por fim, o editorial conclui que apoiar Bolsonaro é incompatível com a defesa da democracia e do interesse público. O Estadão classifica o bolsonarismo como um “projeto personalista, antinacional e falido”, reduzido à luta pela impunidade de seu líder às custas da erosão das instituições republicanas.