Entre os 50 maiores tomadores de recursos, nada de Venezuela ou Cuba; campeões são Petrobras e Embraer
O presidente Jair Bolsonaro prometeu, em campanha, abrir a “caixa-preta” do BNDES. Chegou a falar que “estava por aqui” com Joaquim Levy, presidente demissionário do banco, por ele não dar notícia do que foi feito dos recursos investidos na Venezuela e em Cuba.
O substituto Gustavo Montezano assumiu com a mesma missão, mas será que há algum mistério a ser revelado? Ex-dirigentes da instituição, inclusive no governo Temer, se mostraram ofendidos com as insinuações do presidente de que havia uma caixa-preta, o que consequentemente poderia significar que eles a esconderam. Ao contrário, não há indícios de escândalo, culpados ou propinas.
Os dados sobre devedores do BNDES estão disponíveis no próprio site do banco para quem quiser consultar. E a caixa-preta, quem diria, parece mais uma caixa branca, ou melhor, chapa branca: o maior cliente do BNDES é a Petrobras, que tem compromissos de R$ 62,4 milhões com o banco, entre renda variável e financiamentos. A seguir vem a ex-empresa brasileira Embraer, agora pertencente à americana Boeing, que deve R$ 49,3 milhões em financiamentos.
Entre os 50 maiores tomadores de recursos do BNDES, nenhum governo ou empresa da Venezuela ou de Cuba e sim uma estatal brasileira e uma empresa norte-americana. Além dos estados de São Paulo e Rio, operadoras de telefonia, Fiat, Klabin, Banco do Brasil, Caixa e até a JBS… Veja aqui a lista.