Professores da UFMG rejeitam proposta do governo e mantém greve
A última proposta do governo federal foi apresentada nessa quarta-feira (15/5) e não prevê reajuste salarial para este ano Os professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) decidiram rejeitar a proposta de reajuste do Governo Federal, e pela continuidade da greve. A decisão foi tomada em assembleia geral realizada nesta sexta-feira (17/5), no auditório da reitoria da UFMG. As deliberações da assembleia preveem a greve até o dia 27 de maio, quando termina o prazo, estipulado pelo governo, para que as entidades nacionais respondam se pretendem ou não aderir ao acordo oferecido. As instituições que podem assinar são o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) e a Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes). Marco Antônio Alves, integrante da diretoria do Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte, Montes Claros e Ouro Branco (APUBH) e do comando de greve, conta que foram 216 votos contra o plano do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), 156 a favor e 12 abstenções. “Nós do ApuBH entendemos que seria precipitado tomar uma decisão hoje antes de uma manifestação de alguma das entidades. Além da mesa de negociação com os técnicos-administrativos, que será dia 22, portanto, é uma solidariedade a eles”. O dirigente também destaca que a universidade faz parte de uma mobilização nacional, e por isso, é precipitado e unilateral tomar uma decisão de saída da greve. “Nós mantivemos a paralisação e teremos outra assembleia a partir do dia 27. Após isso, voltaremos a discutir para tomar nova posição”. Marco Antônio acredita que, há uma probabilidade grande alguma delas assinar, sobretudo o Proifes. A UFMG tem cerca de 3.500 professores e 26 unidades de ensino nas cidades de Belo Horizonte, Montes Claros, Tiradentes e Diamantina. Análise da proposta final A última versão apresentada aos docentes manteve a proposta de não ter reajuste salarial em 2024 e ofereceu 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026. O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, responsável por conduzir as negociações, propôs à categoria reajustes que chegam a 43% em quatro anos, considerando o aumento de 9% já concedido no ano passado para todos os servidores federais. A oferta apresentada pelo governo durante a mesa específica de negociação é de reajuste em duas parcelas, janeiro de 2025 e maio de 2026, que variam de 13,3% a 31,2% até 2026. Com o reajuste proposto, os professores no nível inicial da carreira passarão a receber R$13.753 e no final da carreira (professor titular) o salário será de R$ 26.326. Além disso, a proposta prevê os seguintes benefícios para este ano: – Auxílio-alimentação: +52,0% em 2024 – R$ 1.000,00, representando 118% de aumento em 1 ano e 4 meses) – Auxílio-creche: +51,1% em 2024 (recomposição real 2017-2023) – Assistência à saúde suplementar: aumento de 51,1% no montante total em 2024, representando reajustes de até 100% para os servidores acima de 59 anos A greve já completou um mês. Atualmente, os professores estão em greve em, ao menos, 54 instituições de ensino federal, de acordo com o balanço do Andes. O movimento grevista na educação federal envolve, ainda, os TAEs e os estudantes. Como ficam os calendários Na UFMG, Marco Antônio disse que a suspensão do calendário não foi pautada. “A reitoria da UFMG recusa essa possibilidade e se limita a discutir um novo calendário após o término da greve”. Segundo ele, a reitoria já tinha se comprometido, quando acabar a greve, reformular o calendário e aprovar um novo, para repor as aulas. No entanto, o desejo da categoria era que ele fosse suspenso, para que os prazos não fiquem vigentes.
Flávio Dino interrompe julgamento das dívidas de Minas no STF
Ministro apresentou “Pedido de Destaque” no plenário virtual do STF, neste domingo, e julgamento fica suspenso Clique e participe do nosso canal no WhatsApp O ministro Flávio Dino apresentou “pedido de destaque” e interrompeu o julgamento da petição apresentada pelo governo de Minas Gerais pedindo a prorrogação da suspensão de pagamento das dívidas do Estado com a União, que já chega a R$ 165 bilhões. Desta forma o julgamento vai recomeçar no plenário físico, mas ainda não há prazo para que seja pautado novamente. Por enquanto, segue valendo a liminar do ministro Nunes Marques que prorrogou, até 20 de julho, o prazo para a retomada do pagamento da dívida pública de Minas Gerais com a União. Após encerrado este prazo, o governo de Minas pode ser obrigado a voltar a fazer o pagamento integral da dívida. A alternativa seria aceitar as regras atuais do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que permite renegociar as dívidas, mas com contrapartidas consideradas muito altas pelo governo e parlamentares mineiros. Como os deputados estaduais ainda não aprovaram a adesão ao RRF, o governo de Minas não teve acesso a melhores condições de pagamento. Prorrogação Na quarta-feira (08/05), o governo mineiro pediu que o STF retirasse o julgamento de pauta a ação da União cobrando o pagamento da dívida de R$ 165 bilhões. Pelo documento, em troca, Minas Gerais começará em julho a pagar mensalmente parcelas de R$ 320 milhões, “como se homologado o Regime de Recuperação Fiscal (RRF)”, afirma o governador, na petição. A intenção é ganhar tempo para que as negociações para uma proposta alternativa ao RRF, que tem sido encabeçada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avance junto ao governo federal. Contudo, após manifestação contrária da Advocacia-Geral da União (AGU), o ministro Nunes Marques resolveu dar continuidade ao julgamento que vai decidir se prolonga ou não a suspensão das dívidas de Minas. Até as 15h da sexta-feira, três magistrados já haviam anunciado seus respectivos votos. Nunes Marques defendeu que seja mantido o prazo de 90 dias para a retomada da quitação das parcelas da dívida, que já supera os R$ 170 bilhões. Em seu argumento, o relator afirmou que “o prazo de 180 (cento e oitenta) dias poderia retirar o senso de urgência que o assunto merece, tendo em conta as inúmeras prioridades com que os governos federal e estadual têm de lidar. A metade desse intervalo – 90 (noventa) dias – parece mais ajustada, considerando, inclusive, a possibilidade de fechamento deste primeiro semestre do ano fiscal com alguns consensos (ainda que parciais) alcançados entre a União e o Estado de Minas Gerais”, declarou ao proferir o voto. Os ministros Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin concordaram com os argumentos do relator e votaram para que Minas recomece o pagamento das dívidas após 20 de julho. Porém, com o pedido apresentado por Flávio Dino, neste domingo, a votação será zerada e aberta para debate no plenário físico da corte. O governo de Minas Gerais informou que não comenta assuntos que “em respeito aos ritos forenses e à divisão dos Poderes, o Governo de Minas não comenta ações judiciais e informa que, quando intimado, se pronunciará nos autos dos processos”. Dívidas de Minas A dívida de Minas Gerais com a União foi renegociada em 1998, com um valor de R$ 14 bilhões. Porém, mesmo com o pagamento de parcelas ao longo das décadas seguintes, o valor continuou a subir. As dificuldades em honrar os compromissos se agravaram em 2018, no governo de Fernando Pimentel (PT), que resultou em atrasos nos repasses a municípios e no pagamento do salário de servidores. Na época, o governo petista acionou o judiciário para suspender o pagamento das dívidas. Em 2019, já no governo Romeu Zema (Novo), veio a decisão que dispensou o governo de Minas a fazer pagamentos da dívida enquanto os deputados estaduais analisavam a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), proposta criada pelo governo para possibilitar aos estados mais endividados buscar saídas para recuperar as contas. Desde então, em 2019, o governo mineiro não pagou nenhuma parcela dos juros da dívida, o que resultou em um crescimento rápido e faz com que os débitos alcancem, hoje, cerca de R$ 165 bilhões. Contudo, o RRF não avançou na Assembleia Legislativa. Os deputados estaduais avaliam que a proposta não resolve o problema da dívida mineira e ainda coloca o governo estadual subordinado à gestão federal. A questão abriu uma batalha entre Zema e o Legislativo estadual durante o primeiro mandato do governador. Sob liderança do ex-deputado Agostinho Patrus, hoje conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), o RRF ficou parado na Assembleia enquanto o governo do Estado buscava a justiça para tentar alternativas de adesão ao RRF. Em uma dessas tentativas de envolver o judiciário na questão, o governo Zema conseguiu a prorrogação da liminar que suspendia o pagamento da dívida até dezembro de 2023. O prazo acabou e sem uma solução para a questão. Novamente o judiciário foi acionado e prorrogou novamente o prazo. Porém, desta vez diminuiu o prazo da suspensão da dívida, para meados de abril. A partir daí, o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado Tadeu Martins Leite (MDB), acionou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, senador por Minas Gerais, para mediar uma solução junto ao governo federal. Desde então, Pacheco, junto com o ministro Fernando Haddad, tem tentado achar um meio termo que possibilite Minas Gerais pagar suas dívidas sem inviabilizar a gestão estadual. O governo federal chegou a apresentar uma alternativa, que vinculava a redução da dívida a investimentos em educação profissional. Porém, a proposta foi considerada insuficiente pelos governos estaduais e por Rodrigo Pacheco e uma nova rodada de conversas foi iniciada. Para permitir as negociações, o judiciário resolveu prorrogar mais uma vez o prazo, até 20 de julho, para que Minas Gerais faça adesão ao RRF ou volte a pagar suas dívidas com a União. Nesta semana o governo mineiro solicitou uma prorrogação maior, com mais 90 dias,
Deputados de Minas não destinaram 1 centavo para defesa civil em emendas
Dados do governo de MG mostram que enfrentamento a mudanças climáticas e a desastres naturais não entrou na agenda dos deputados, apesar do histórico do estado O orçamento limitado para o combate às enchentes e às mudanças climáticas não é problema exclusivo do Congresso Nacional. Em Minas Gerais, estado que normalmente sofre com a temporada chuvosa e também com seca e incêndios, a Assembleia Legislativa não destinou um real sequer em emenda parlamentar para a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), órgão que está linha de frente no enfrentamento e monitoramento de desastres, conforme dados do painel de emendas do Executivo segmentados pelo Estado de Minas. As mudanças climáticas também não são citadas pelos deputados em emenda alguma, ainda que Minas tenha hoje 95 cidades com decretos de situação de anormalidade por desastres relacionados às chuvas, de acordo com a Defesa Civil estadual. Vale lembrar que, no ano passado, os deputados estaduais aprovaram Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para dobrar as emendas parlamentares. Antes, elas se limitavam a 1% da Receita Corrente Líquida (RCL), mas esse valor subiu. O texto teve autoria do ex-deputado Inácio Franco (PV), que não conseguiu a reeleição em 2022. O aumento é escalonado. Em 2024, o percentual subiu para 1,5%. Em 2025, chega ao teto de 2%. A Receita Corrente Líquida é representada pela receita total do estado subtraídos os repasses constitucionais feitos às prefeituras. 62 propostas para armas; 2 para a Feam A Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) chegou a ser citada em duas emendas de parlamentares mineiros, uma do deputado Antônio Carlos Arantes (PL), no valor de R$ 150 mil; e outra do parlamentar Tito Torres (PSD), avaliada em R$ 120 mil. Porém, as duas destinações se voltam ao processo de licenciamento ambiental do governo, portanto não tratam diretamente de problemas ambientais como os que assolam o Sul do Brasil nas últimas semanas. E nenhuma delas chegou a ser empenhada pelo governo. Para efeito de comparação, os deputados estaduais apresentaram 62 emendas que citam o termo “armamento”, portanto, que tratam da aquisição de itens bélicos para as forças de segurança. Essas propostas envolvem um repasse de R$ 9,4 milhões só para compra desses equipamentos. Nesse item, a destinação mais alta é de R$ 1 milhão para a “renovação dos equipamentos bélicos da Polícia Civil de Minas Gerais com a aquisição de armas modernas e seguras”. A emenda tem assinatura da deputada estadual Delegada Sheila (PL). O dinheiro ainda não foi empenhado (reservado) pela gestão de Romeu Zema (Novo) Dificuldades estruturais Especializado em engenharia e direito ambiental, o advogado Alessandro Azzoni observa que há um processo histórico no Brasil que dificulta o envio de emendas para as mudanças climáticas e para o combate a desastres naturais. “Se já não tiver um projeto colocado em pauta pelo governo estadual, não tem como um deputado destinar emenda. Por isso que as áreas da saúde, da educação e da segurança pública recebem mais emendas, porque são projetos que já estão prontos. A aplicação fica mais fácil”, diz. Alessandro Azzoni vai além e diz que as prevenções contra desastres precisam ser pensadas, prioritariamente, em caráter municipal. “Quando acontece uma tragédia como essa no Rio Grande do Sul, fica evidente que vai se focar nas ações preventivas. Mas, se você olhar, nada foi feito em investimentos. Quando se faz isso na municipalidade, em iniciativas como jardins de chuva ou até mesmo piscinões para represar a água e ir soltando ela aos poucos, você consegue pedir uma suplementação de verba para os governos estadual e federal. Tem que começar nas prefeituras”, defende. Desinteresse dentro e fora do Parlamento Doutor em Democracia, Constituição e Internacionalização, o professor de direito constitucional da PUC Minas Bruno Burgarelli afirma que a baixa destinação de emendas parlamentares por parte do Congresso Nacional a questões ligadas às mudanças climáticas fere direitos garantidos pela Carta Magna. “Há um desinteresse da classe política com esse assunto. É um problema grave, porque o artigo 25 da Constituição garantoe que ‘todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado’”, afirma. “Mas essa não é uma tarefa só da classe política, é também da sociedade civil”, destaca Burgarelli. (Jornal Estado de Minas)
Deputadas comemoram prisão de suspeito de liderar ameaças de morte
Principal investigado de fazer ameaças contra as deputadas estaduais Lohanna França (PV), Bella Gonçalves (PSOL) e Beatriz Cerqueira (PT) foi preso nesta terça-feira (7) As deputadas estaduais vítimas de ameaças de morte e estupro corretivo comemoraram, por meio de uma nota conjunta, a prisão de um dos principais suspeitos de liderar os ataques cibernéticos contra elas. Conhecido na internet como “Leon”, o suspeito teria sido responsável por organizar fóruns na internet onde instigava as ameaças. “Recebemos com esperança a notícia da prisão do principal investigado pelas ameaças de estupro, morte e violências diversas contra nós, nossa equipe e nossas famílias. Ainda há muito a caminhar para uma Minas Gerais segura para todas as mineiras, mas hoje avançamos ao mostrar que, mesmo demorada, a justiça acontece. Seguimos em luta e trabalho pela construção de um Estado digno e seguro para todas as mulheres. O resultado das investigações mostra que sempre fizemos certo ao seguirmos firmes na luta, ao não nos deixarmos paralisar pelas ameaças e pela violência. Só assim seguiremos mudando a realidade das mulheres!”, escreveram as deputadas Lohanna França (PV), Bella Gonçalves (PSOL) e Beatriz Cerqueira (PT). As parlamentares também comentaram sobre o assunto pelas redes sociais. No X (antigo Twitter), Bella Gonçalves afirmou estar “muito emocionada” com a prisão do suspeito, e relembrou os meses que precisou de escolta policial: “Nesses últimos meses vivi sob escolta policial, tive que mudar de casa, de rotina, enquanto recebia uma ameaça aterrorizante por semana. Só por ser mulher na política. Aprendi que a extrema-direita se organiza em um campo sombrio e criminoso da internet e se regozija com a dor e sofrimento que causam as mulheres. Nem eu sabia que tinha tanta força para seguir com coragem lutando pelo que eu acredito diante das adversidades. Superei o medo, a ansiedade, a revolta e não deixei que apagassem meu brilho. Sinto que estou pronta para qualquer desafio”, publicou a deputada, que também agradeceu o apoio do presidente da Assembleia Legislativa, Tadeu Leite (MDB) e da companheira Moara Saboia, que é vereadora de Contagem. Já Lohanna França compartilhou, no Instagram, um vídeo comentando a prisão do suspeito. Ela aproveitou para agradecer ao Ministério Público e Polícia Civil, e aos policiais militares que fizeram a escolta dela nos últimos meses: “Foram meses muitos difíceis para todas nos, até porque as ameaças não pararam, a gente só parou de divulgar. […] Eu quero deixar um braço carinhoso aos policiais que nos acompanharam neste período e garantiram que eu tivesse coragem de trabalhar com cabeça erguida e com menos medo”. À TV Assembleia, a deputada estadual Beatriz Cerqueira contou sobre as dificuldades dos últimos meses com as ameaças e agradeceu o apoio especial da deputada Lohanna. Segundo ela, a colega do PV foi quem a instigou a dar continuidade às denúncias, sem deixar que os ataques fossem “normalizados”: “Tenho um sentindo de alívio porque é uma reposta importante para a sociedade. Quem acompanhou o nosso dia a dia viu que foi um processo difícil e doloroso. Eu queria agradecer à deputada Lohanna, que a forma como ela atuou nos encorajou a não normalizar a violência. Agradecer ao presidente da Casa, o deputado Tadeu, porque a partir da liderança dele uma força tarefa foi organizada. E quero agradecer o conjunto dos deputados por ter aprovado a lei sobre violência politica de gênero”. Investigações No final de 2023, diversas políticas mineiras denunciaram uma série de ameaças de morte e estrupo corretivo na internet. O principal suspeito de fazer as ameaças foi preso preventivamente na manhã desta terça-feira (7), em Olinda, cidade do Pernambuco, e é acusado de ter criado e liderado fóruns da internet que compartilhavam conteúdos de incitação à violência, pedofilia e necrofilia, com imagens de estupros, assassinatos, mutilações e exploração sexual infantil. O suspeito será transferido para o sistema prisional de Minas Gerais para responder ao processo. O nome da operação, “Di@na”, tem inspiração na deusa Diana da mitologia romana, associada à proteção das mulheres e crianças, enquanto o “@” faz referência aos crimes cibernéticos investigados.
Adnimontes adere paralisação contra reajuste do governo estadual
A Diretoria da Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Montes Claros (ADUNIMONTES), juntamente com a Diretoria do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da universidade e do Sind-Saúde HU, decidiram, em assembleia unificada deliberativa realizada na noite dessa segunda-feira (6), realizada no hall do CCH da instituição, aderir a paralisação do funcionalismo mineiro previsto para esta quarta-feira, 8 de maio. O encontro também debateu o orçamento da Unimontes. “A ADUNIMONTES informa aos professores e professoras, Departamentos e Programas de Pós-graduação da Unimontes que a Assembleia Unificada Deliberativa realizada ontem, 06/05, pela Adunimontes, DCE/Unimontes e Sind-Saúde HU, deliberou pela paralisação total das atividades no dia 08 de maio de 2024 (quarta-feira), em adesão à paralisação Estadual dos servidores públicos do Estado pela recomposição salarial. Professores, estudantes e servidores estarão em mobilização na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em Belo Horizonte, com mais de 30 categorias, em manifestações contra o desmonte do serviço público e em defesa das Universidades Públicas mineiras”, informou o sindicato em comunicado divulgado nesta terça-feira. A paralisação é convocada pela Frente Mineira em Defesa do Serviço Público e conta com o apoio de todas as centrais sindicais. É o que diz o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-REDE BH). “O índice apresentado pelo governo está abaixo da inflação acumulada no período, que chega a 10,62%, considerando os anos de 2022 (5,79%) e 2023 (4,62%)”, destaca. Segundo publicação no jornal O Globo, no último sábado (4), em reunião do partido Novo, Romeu Zema disse que a proposta do governo de reajuste de 3,6% do salário dos servidores do estado é tudo que ele pode fazer, devido à situação financeira de Minas. “Eu gostaria de dar um reajuste de 30%, só que nós temos de dar um reajuste de acordo com o recurso que o governo tem. Eu não serei irresponsável de voltar a atrasar pagamentos, de entregar para o meu sucessor um estado arrasado, como eu assumi”, disse o governador durante o evento. Ainda, de acordo a matéria, em resposta à possibilidade de greve, Zema respondeu que não pode “deixar os alunos sem merenda, ou o mineiro sem remédio”. “Nós sempre tivemos essas ameaças e quem sofre com isso é a população. Eu até acho que a população gostaria muito de ter algo próximo do que muitos servidores ganham, então nós temos de olhar o interesse global do estado”, declarou. Além da paralisação, uma manifestação unificada vai acontecer no Pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), com concentração a partir das 9 horas. Assembleia realizada no hall do CCH da Unimontes. Foto: Redes sociais.
Caratinga faz cortejo em homenagem ao cartunista Ziraldo
Cidade natal de fez cortejo em homenagem a cartunista Menino Maluquinho, personagem criado pelo mineiro, ganhou abraço neste sábado (27/4) Por Gustavo Werneck – Jornal Estado de Minas Caratinga, MG. Na terra natal, uma homenagem ao filho ilustre, reconhecido nacionalmente pelo talento como chargista, escritor, designer gráfico e jornalista. Com saudade, arte e reverência à memória de Ziraldo Alves Pinto (1932-2024), Caratinga, na Região Leste de Minas, une emoções, na tarde deste sábado (27), para o “Cortejo das Artes”. Do Bairro Ferroviários ao Centro, amigos, familiares e eternos admiradores transformam a grande perda em festival cultural, trazendo aos olhos de moradores e visitantes apresentações dedança, teatro e música. O mineiro Ziraldo faleceu em 6 de abril, em sua casa no Rio de Janeiro (RJ). A concentração, com aplausos e gritos de Viva Ziraldo começou às 14h, na Praça Padre Colombo, seguindo-se um “abraço” no “Menino Maluquinho”, monumento que recria um dos personagens mais famosos de Ziraldo. A partir daí, estudantes, artistas, designers gráficos e “discípulos” caminham até a Praça Cesário Alvim”, onde há um coreto projetado pelo arquiteto carioca Oscar Niemeyer (1906-1992) a pedido de Ziraldo. “Ziraldo é um grande nome da nossa cultura e referência de Caratinga”, disse a conterrânea do cartunista, Thaysla Monteiro, de 17 anos, Miss Minas Gerais “Teen”, bailarina e professora de balé para crianças de dois a seis anos. Ela espera que os jovens artistas sejam valorizados na cidade, e, fazendo sua parte, leva adiante um projeto social ligado à dança. Perto do monumento, Renato Gomes, com o seu Palhaço Mixirica, participa das homenagens com as filhas – as “meninas maluquinhas” – Jessica Lima e Alice Cristina. “Há, neste momento, um sentimento de saudade e também de alegria”, afirmou Renato. Na foto do trio, estava presente, com a camisa amarela e a panela na cabeça, o menino Pedro Gomes, que veio do município vizinho de Ubaporanga, acompanhado da vovó Lúcia Félix, do grupo teatral Luzes e Companhia. No cortejo crianças do projeto Batuque e Batucada dão o tom homenagem a Ziraldo. Admiração O cortejo passou pela Avenida Catarina Cimini e Rua Miguel de Castro até chegar ao coreto. Amigo do criador de Pererê e Jeremias, o Bom, o cartunista e publicitário Camilo Lucas, de 61, um dos organizadores do “Abraço, Ziraldo!”, disse que o conterrâneo ficaria feliz com a homenagem. “Falei, ontem, com a esposa dele, Márcia Martins, residente no Rio de Janeiro, ela pensou o mesmo”, ressaltou Camilo Lucas segurando um retrato de Zirado. A programação cultural começou na noite de quinta-feira (25), com a Roda de Conversa no Casarão das Artes, sobre a vida e a obra de Ziraldo, e continuou ontem (26), com o “Cinema na Praça”. Participantes dos eventos, as amigas Ana Cecília Rodrigues Gomes e Gomes, Maria Lucília de Oliveira e Silva e Sandra Valente de Paula, aposentadas, descreveram a importância de Ziraldo. “É nosso artista maior”, resumiu Sandra. Ana Cecília e Maria Lucília mostraram, na tela do celular, fotos com o cartunista, e o trio garantiu que “ontem tem arte, estamos presentes”.
Lula inaugura fábrica que tornará Brasil autossuficiente em insulina
Fábrica da Biomm em Nova Lima (MG), 100% nacional, tornará o Brasil autossuficiente na produção, comercialização e distribuição do medicamento O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta sexta-feira (26) da inauguração da planta industrial biofarmacêutica da Biomm, em Nova Lima (MG). A fábrica, 100% nacional, tornará o Brasil autossuficiente na produção, comercialização e distribuição de insulina. Fazia 23 anos que o insumo não era produzido por uma empresa brasileira. Segundo Lula, a Biomm, um dos frutos da estratégia do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, fortalece o SUS (Sistema Único de Saúde). “O Brasil é o único país no mundo com mais de 100 milhões de habitantes que tem uma coisa tão extraordinária como o SUS”, disse o presidente. “Que seja o primeiro de uma série de empreendimentos que precisamos fazer.” A nova fábrica da Biomm foi viabilizada com forte apoio público. Segundo o Planalto, foram R$ 203 milhões de crédito e R$ 133 milhões de financiamento para a instalação da planta. O investimento total na construção da unidade foi de R$ 800 milhões. Os recursos se justificam pela economia que será feita no Brasil a longo prazo, além do combate ao diabetes, uma das doenças de maior incidência no País. Conforme o Atlas da Federação Internacional de Diabetes, 15,7 milhões de brasileiros têm a enfermidade e, por isso, precisam tomar insulina regularmente. Também participaram da solenidade os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Nísia Trindade (Saúde), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais). “Mais uma vez, o Estado faz parte dessa história. É um belo exemplo de parceria entre a Academia, a iniciativa privada e o Estado brasileiro”, ressaltou Luciana. Lágrimas Embora Lula fosse o nome mais aguardado na cerimônia, quem roubou a cena foi o ex-ministro Walfrido dos Mares Guias, do Conselho Administrativo da Biomm. Num discurso de mais de 30 minutos, emocionado e repleto de referências elogiosas às autoridades presentes, Walfrido levou Lula às lágrimas. Ele se referiu ao presidente como “querido amigo” e “grande líder desse país”. “Uma frase do ex-presidente do Uruguai (José) Mujica deveria ser feita para o senhor: ‘Triunfar na vida não é ganhar, é levantar e recomeçar toda vez que se cai’. E o senhor deveria ser campeão dela”, afirmou ex-ministro. “Olha quantas vezes esse homem caiu – e em todas ele levantou e recomeçou. E está aí, liderando o país para nós sairmos dessa situação inconteste de belicosidade entre pessoas que tem coração.” Lula também chorou ao falar de uma bisneta, que tem sete anos e sofre de diabetes. “Cada coisa que ela come, ela tem que controlar. Ela pede para mãe e para o pai aplicar a insulina nela, porque ela não tem mais medo”, contou o presidente. “A minha bisneta deve estar assistindo. Então, falo para ela: essa figura simpática aqui (Walfrido) vai dar tranquilidade para você viver mais tempo do que eu.”
Sindpol faz manifestação em frente a casa do governador Romeu Zema
Na manhã desta quarta-feira (24), o Sinndicato dos Servidores da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais – Sindpol/MG – e as demais entidades de classe marcam presença em manifestação que teve início às 7h na porta da casa do Governador Romeu Zema. O movimento, como sempre, foi pacífico e ordeiro e teve como principal objetivo, manifestar a luta em busca dos direitos da Polícia Civil e de sua categoria. A iniciativa teve como base a nossa indignação perante as ações negligentes relacionadas ao investimento nos servidores públicos por parte do Governador Romeu Zema, que até então, está em dívida com a segurança de Minas Gerais e mesmo tendo recebido várias solicitações de uma solução conveniente para o problema, não nos dá retorno e não escuta a categoria, comentou Breno Almeida, Diretor de Mobilização do Sindpol/MG. Vale ressaltar que, tal dívida citada refere-se à recomposição das nossas perdas inflacionárias, que estão acumuladas há sete anos e chegam a 41,6% de defasagem. Diante disso, fica nítido a importância desse tipo de ato, uma vez que a segurança pública está nas mãos de um Governador que vem falando mentiras e compartilhando propagandas enganosas, não somente para os servidores, mas também, para a população mineira. Por isso, faça parte dessa causa! Você, policial civil, filie-se ao Sindpol/MG. Vamos juntos nessa jornada para que os nossos direitos sejam garantidos pelo Governo, a reação tem que ser agora.
Feriado de Tiradentes teve abraço na Serra da Moeda contra a mineração
Protesto pediu a proteção dos recursos hídricos diante de grandes empreendimentos que ameaçam a região O tradicional Abraço na Serra da Moeda aconteceu no ponto conhecido como Topo do Mundo. A iniciativa foi da ONG Abrace a Serra da Moeda, que há 17 anos realiza o ato como forma de chamar atenção para a preservação do espaço. Este ano, o protesto abordou a preservação dos lençois freáticos que abastecem rios e nascentes da região e são colocados em risco pela mineração em Minas Gerais. A advogada voluntária da ONG, Beatriz Vignolo, explicou que a mineração pode comprometer as nascentes e causar desabastecimento hídrico de comunidades inteiras. “A gente tem um problema grande que é a coincidência entre o minério de ferro e o aquífero subterrâneo. Para avançar na frente de lavra, a empresa tem que fazer o rebaixamento do lençol freático e, com isso, comprometer as nascentes que abastecem as comunidades “, afirmou. O grupo reivindicou também a implantação do plano de manejo do Monumento Natural da Mãe D’Água, uma unidade de conservação com mais de 31 nascentes, localizada na Serra da Moeda. “Hoje, o Monumento da Mãe D’Água protege apenas a vertente oeste da região da Serra da Moeda, que é a região onde fica Brumadinho. A vertente leste não está protegida, onde ficam os municípios de Nova Lima e Itabirito. E é a partir dessa vertente que a gente encontra ameaças como a fábrica da Coca-Cola, em Itabirito, e o mega projeto de expansão imobiliária da CSul, na Lagoa dos Ingleses”, relata Beatriz. O Abraço na Serra da Moeda aconteceu pontualmente às 12h deste domingo (21). A organização do evento disponibilizou nove ônibus gratuitos para levar moradores de comunidades do entorno da serra até o local da manifestação.
Caso Marielle: Marcelo de Freitas vota para liberar Chiquinho Brazão da prisão
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou, por 39 votos a 25, o parecer do deputado Darci de Matos (PSD-SC) favorável a manter a prisão do deputado Chiquinho Brazão. A manutenção da prisão ainda precisa ser decidida pelo Plenário. Brazão, que foi expulso do União Brasil, está preso desde o último dia 23. Ele é acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e do seu motorista, Anderson Gomes, em 14 de março de 2018, no centro do Rio de Janeiro. Na época, Brazão era vereador na capital fluminense. Mesmo assim, o deputado federal Marcelo de Freitas votou para que o parlamentar acusado do assassinato de Marielle Franco fosse solto. Além de Marcelo de Freitas, mais cinco deputados de Minas Gerais votaram para liberar Brazão: Felipe Saliba (PRD-MG), Pedro Aihara (PRD-MG), Lafayette Andrada (REPUBLICANOS-MG); Rafael Simoes (UNIÃO-MG) e Domingos Sávio (PL-MG) Brazão é acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora do Rio Janeiro, Marielle Franco, em março de 2018. Na ocasião, a parlamentar e o motorista Anderson Gomes foram executados no Rio de Janeiro. Chiquinho Brazão está detido desde 24 de março. Após a prisão, a executiva Nacional do partido União Brasil aprovou, por unanimidade, a expulsão do deputado federal Chiquinho Brazão (RJ) da sigla. “E agora? A ultradireita vai continuar tentando votar a SAIDINHA DO BRAZÃO? Bandido bom, pra eles, é bandido solto para continuar obstruindo a justiça. Continuaremos a nossa luta no plenário da Câmara, que ainda precisa referendar a decisão”, comentou o deputado federal Rogério Correia (PT).