Segundo o IBGE, a taxa de desemprego é de 7,5,%, o menor desde 2014. Por outro lado, o número de pessoas ocupadas é superior a 100 milhões, o maior em mais de uma década
O Brasil fechou o terceiro trimestre deste ano, encerrado em novembro, com queda na taxa de desemprego, que ficou em 7,5%. O número de pessoas ocupadas corresponde a 100,5 milhões (57,4%), contingente que é o maior da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012, segundo o IBGE. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (29).
“A população ocupada (100,5 milhões), novo recorde da série histórica, cresceu 0,9% no trimestre (mais 853 mil pessoas) e 0,8% (mais 815 mil pessoas) no ano”, apontou o Instituto.
Do crescimento de 853 mil pessoas nesse grupo, a maior parte (515 mil) foi absorvida pelo setor privado com carteira assinada. Essa categoria foi estimada em 37,7 milhões de trabalhadores, após a alta de 1,4% no trimestre, e chegou ao segundo maior patamar da série histórica da pesquisa. O maior foi registrado no trimestre encerrado em junho de 2014, quando eram 37,8 milhões trabalhando dessa forma.
Já o nível da ocupação — percentual de pessoas empregadas na população em idade de trabalhar — foi a 57,4%, variando 0,4 p.p. na comparação trimestral (57%) e mantendo-se estável no ano.
Quanto à taxa de 7,5% de desocupação, a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, explica que é “a menor para um trimestre encerrado em novembro desde 2014 (6,6%), ou seja, retoma a valores de quase dez anos atrás, quando a desocupação era bem mais baixa”. Ela acrescentou, ainda, que “a queda é explicada pela expansão no número de pessoas ocupadas”.
Ao todo, a população desocupada soma 8,2 milhões de pessoas, número que permaneceu estável no trimestre e recuou 6,2% (menos 539 mil pessoas) no ano. Foi o menor contingente desde o trimestre móvel encerrado em abril de 2015 (8,15 milhões).
Em relação ao trimestre anterior (de junho a agosto), a queda no índice de desocupação foi de 0,2 ponto percentual e de 0,5 p.p na comparação ao mesmo trimestre de 2022, quando estava em 8,1%.
Formalidade, força de trabalho e desalento
O número de empregados com carteira de trabalho no setor privado (exclusive trabalhadores domésticos) foi de 37,7 milhões, com alta de 1,4% (mais 515 mil) no trimestre e de 2,5% (mais 935 mil) no ano. Foi o segundo maior contingente desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012, atrás apenas de junho de 2014 (37,8 milhões).
No que diz respeito aos informais, eles são 13,4 milhões de trabalhadores no trimestre, o maior contingente da série histórica, apesar da estabilidade estatística no trimestre e no ano. No trimestre, a taxa de informalidade foi de 39,2% da população ocupada, o que equivale a 39,4 milhões de trabalhadores informais. Nos três meses anteriores, a taxa havia sido 39,1%.
O número de pessoas dentro da força de trabalho — soma de ocupados e desocupados —, cresceu 0,6% no trimestre e foi estimado em 108,7 milhões. Já a população fora dessa força totalizou 66,5 milhões, com estabilidade no mesmo período.
Os desalentados caíram 5,5%, o que representa uma redução de 196 mil pessoas. Ao todo, essa população foi estimada em 3,4 milhões, o menor contingente desde o trimestre encerrado em agosto de 2016 (3,3 milhões).
Atividades e rendimentos
Quando analisados os setores econômicos, o número de empregos aumentou nos ramos da indústria (2,9%, ou mais 369 mil pessoas) e na construção (2,8% ou mais 199 mil pessoas). As demais atividades permaneceram estáveis.
Quanto aos rendimentos, também foi constatado crescimento no período analisado, de 2,3%, chegando ao valor de R$ 3.034. No ano, a alta foi de 3,8%. Consequentemente, a massa de rendimento alcançou novamente o recorde na série histórica da pesquisa, ao totalizar R$300,2 bilhões. O crescimento foi de 3,2% no trimestre e de 4,8% no ano.
Com informações da Agência IBGE