Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram interrupção na escalada de desmate que vinha se configurando sob Bolsonaro

Fronteira entre desmatamento e Cerrado – Adriano Gambarini

O desmatamento na Amazônia caiu 22,3% no intervalo entre agosto de 2022 e julho de 2023, se comparado com o período de medição anterior, que vai de agosto de 2021 a julho de 2022. O índice representa a menor redução de cobertura vegetativa verificada desde 2019. Divulgados nesta quinta-feira (9), os dados são do sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Os números partem da verificação de uma taxa oficial de desmatamento de 9.001 km² no período analisado pelo Inpe, que inspeciona esse tipo de ação desde 1988. O patamar divulgado nesta quinta interrompe a sequência de montantes mais elevados na taxa de desmatamento no governo Bolsonaro. Entre os anos de 2019 e 2022, quando se encerrou a gestão do ex-capitão, as taxas de desmate registradas foram, em quilômetros quadrados: 10.129; 10.851; 13.038; e 11.594.
Segundo o Inpe, o sistema de monitoramento identifica redução de cobertura por corte raso e degradação progressiva, como o que se dá nos casos em que árvores são totalmente incineradas. Outro sistema adotado pelo instituto, o Deter, envia alertas diários que servem de subsídio à fiscalização feita por técnicos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Dados gerados pelo Deter mostram que a diminuição do desmate se deu a partir de janeiro de 2023, quando teve início o governo Lula. O sistema identificou aumento de 54% da prática entre agosto e dezembro do ano passado e redução de 42% no primeiro semestre deste ano. Se a curva de redução de cobertura vegetativa não tivesse caído em 2023, os técnicos calculam que o ano atual estaria num patamar acima de 13 mil km2.

Gráfico do Ministério do Meio Ambiente ilustra curva com índices da taxa de desmate na Amazônia nos últimos anos / MMA/Divulgação

A meta de redução do desmatamento na Amazônia teve destaque nos discursos de Lula desde a época das eleições de 2022, quando o petista apontou esse objetivo como uma promessa de campanha.
Segundo o governo, a redução das ações de desmate vem após aumento de 104% dos autos de infração impostos pelo Ibama, de 61% nas apreensões, bem como acompanham a taxa de 31% de aumento dos embargos e de 41% de destruição de equipamentos ilegais na região.

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