Ele já cometeu crimes de violência doméstica e psicológica, injúria, difamação, descumprimento de medida proativa e divulgação de material sexual

Homem gravou vídeo dizendo que “preto tem que entrar no chicote” e “tomar água do vaso” crédito: Redes Sociais

O ex-funcionário de um bar na Região da Pampulha, em Belo Horizonte, que aparece proferindo falas racistas em um vídeo publicado nas redes sociais, foi preso nesta quarta-feira (23/10).
“Ele já cumpria pena por um crime de violência doméstica, saiu em razão de um benefício e não retornou. Nós tomamos conhecimento da presença desse cidadão em Belo Horizonte justamente após a repercussão de uma fala dele nas redes sociais, que foram amplamente divulgadas. Ele foi recapturado e responderá também pelos crimes de racismo eventualmente praticados”, explicou o tenente-coronel Carlos Eduardo Lopes, comandante do 13º Batalhão da PM.
Segundo a Polícia Militar (PM), com a divulgação do vídeo foi verificado que Alessandro Pereira de Oliveira, de 36 anos, se encontrava em Belo Horizonte, e uma força tarefa foi empenhada em sua busca nos últimos cinco dias. O cruzamento de informações recebidas por meio do Disque Denúncia e do Serviço de Inteligência da PM levaram à localização do suspeito.
O criminoso foi preso em um apartamento no bairro Jaqueline no fim da tarde desta quarta-feira (23/10). A Polícia Militar cercou a residência e, vendo que não tinha como fugir, o suspeito se entregou pacificamente aos militares.
O caso de racismo será encaminhado para a Polícia Civil para investigação, e Alessandro será devolvido ao sistema prisional ainda esta tarde.

Relembre o caso

Homem estava em saída temporária e era procurado pela justiça – Foto: Bruno Daniel / O TEMPO

Na última semana, um vídeo feito por Alessandro, que trabalhava em um bar na região da Pampulha, viralizou nas redes sociais. No registro, ele aparece defendendo a volta da escravidão após um cliente fazer uma reclamação.
“Trabalhar em bar não é fácil. Maldita Princesa Isabel que assinou a Lei Áurea pra acabar com a escravidão. Preto tem que entrar no chicote e no tronco mesmo. Não tem conversa, não. Não sei se preto tem razão para reclamar de copo, tem que tomar água do vaso. Eu tinha que ter vivido na época dos barões, cortar essa raça no chicote. Amarrar no tronco e chicote estalando no ombro, amarrado dentro da caixa de ferro e deixar o dia inteiro no sol. Vou ter que aturar macaco me enchendo o saco”, disse o homem.

@portalotempo

RACISMO- O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) acionou a polícia, neste fim de semana, para apurar crime de racismo após um vídeo de um funcionário de um bar de Belo Horizonte viralizar nas redes sociais. Na gravação, ele diz que “preto tem que entrar no chicote” e “tem que tomar água do vaso”, além de criticar a Lei Áurea, que acabou com a escravidão no Brasil em 1888. O homem foi identificado como Alessandro Pereira de Oliveira, de 36 anos. O vídeo foi publicado nas redes sociais dele na última sexta-feira (18 de outubro). “Essa notícia desse crime grave, em tese praticado por esse homem, chegou ao nosso conhecimento através de movimentos sociais. Embora eu não estivesse de plantão, eu instaurei procedimento de notícia de fato na coordenadoria e já pedi providência à Decrin (Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência) e à promotoria de Justiça de Direitos Humanos”, afirmou Allender Barreto Lima, promotor de Justiça e coordenador de Combate ao Racismo e Todas as Outras Formas de Discriminação (CCRAD) do MPMG. A reportagem tenta contato com o homem, mas sem sucesso. O espaço segue aberto. A reportagem também tenta contato com o bar. 🔗 Veja mais em nosso site, no link da bio. 📹 Reprodução / Redes Sociais 📸 Reprodução #OTEMPO #racismo #mpmg #bh #belohorizonte #mg

♬ som original – O Tempo

Foragido da polícia
Alessandro tinha mandado de prisão em aberto pela Vara de Execuções Criminais da Comarca de Governador Valadares. De acordo com o processo do mandado de prisão, o foragido descumpriu a Lei Maria da Penha e cometeu crimes de violência psicológica contra mulher, perseguição e pornografia de vingança. Além disso, ele tem ao menos outras três passagens pelo sistema prisional mineiro.

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