À revelia da Igreja, ele se lançou candidato a prefeito em Ponto Chique
Numa decisão inédita, a arquidiocese de Montes Claros expulsou o padre João Carlos Torres, que não poderá mais exercer as funções de pároco na Paróquia Senhora Sant`Ana, no município de Ponto Chique, Norte de Minas. Contrariando o Código de Direito Canônico ele resolveu se candidatar a prefeito do município pelo Partido Liberal, do ex-presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com nota da arquidiocese, Torres não comunicou sua intenção às autoridades eclesiásticas, agindo por conta própria, em clara desobediência às regras impostas pelo ordenamento católico.
Padres, sacerdote e ocupantes de outras funções dentro da Igreja Católica são proibidos de se candidatarem a cargos eletivos ou assumir cargos públicos que implicam participação no exercício do poder civil. O Código de Direito Canônico é ratificado por decisão da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que proíbe envolvimento de religiosos em atividades políticas e partidárias.
“O sacerdote, incardinado no clero arquidiocesano, por decisão própria, sem prévio e acordado consentimento da autoridade eclesiástica, contrariando o Código de Direito Canônico, decidiu pela disputa político-partidária para ocupar cargo no poder executivo na Cidade de Ponto Chique-MG, onde exerce seu ministério pastoral. Tendo em vista esta decisão e amparado na legislação canônica, cânon 273 e 1.371 § 2°, ficou decidido que Pe. João Carlos Torres perde o USO DE ORDEM no território da Arquidiocese de Montes Claros”, diz o comunicado da Arquidiocese.
A nota ainda pede que o agora candidato evite conflito com seu substituto e alerta que, mesmo perdendo a eleição, o padre não voltará a exercer suas funções. João Carlos Torres é apadrinhado pelo deputado estadual Arlen Santiago (Avante), que gravou vídeo em apoio ao religioso.

Confira abaixo o comunicado da arquidiocese e o vídeo do deputado Arlen

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