Trabalhar durante o dia e estudar à noite ou vice versa tornou-se a rotina comum de milhões de jovens brasileiros. Também é comum que, muitas vezes, o cansaço e a rotina atrapalhem o desempenho de quem deseja realizar ambas as atividades com qualidade. Mas, fato é que, no Brasil o número de jovens que vive a dupla jornada vem aumentando a cada ano.

É o caso de Mayara Santos, 21 anos. Estudante de Música na Universidade Estadual de Montes Claros, ela tem jornada dupla, às vezes tripla. A jovem se desdobra entre trabalho como autônoma em casa, pela manhã; seu emprego formal, durante a tarde; e, logo em seguida, a faculdade. Indagada sobre como tem sido a rotina, Mayara relata: “é exaustivo. O cansaço físico e mental às vezes bate forte, me obrigando a escolher em quais atividades prosseguir para não chegar ao meu limite. Eu trabalho durante a tarde para estudar à noite, e a minha ideia inicial era fazer isso e me dedicar ainda mais aos estudos, mas surgiram muitos obstáculos, como a distância, os ônibus e a saúde mental. Atualmente, considerando tudo isso, eu optei por não cursar todas as disciplinas para conseguir dar conta de fazer as duas coisas e também seguir com a minha atividade como artesã”.

A estudante está entre um percentual de jovens de 19 a 24 anos que estudam e trabalham no Brasil. Em 2021, 48,3%, aproximadamente 2,5 milhões de estudantes mantinham esta rotina; número que é maior que o apresentado em 2020, que era de 45,4%. Os dados apontam que jovens, como a entrevistada, são levados cada vez mais a se apresentar ao mercado de trabalho para que possam se manter estudando ou conseguir al


guma renda para auxiliar nas contas de casa.

Como conselho para outros universitários, que estão na mesma situação, Mayara recomenda: “não se sobrecarregue sem precisar. A maioria de nós não tem como escolher, mas, se a minha experiência puder ajudar, antes ficar mais tempo na universidade cursando apenas as disciplinas que você dá conta naquele determinado momento, a prejudicar sua saúde se obrigando a fazer tudo de uma vez. A gente sabe que não é fácil, mas nós, que não temos o apoio financeiro, desde sempre aprendemos que quando não tem jeito, a gente dá o jeito que tem”, finaliza.

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