Meio Ambiente

Tornado causa destruição em Rio Bonito do Iguacu, interior do Paraná

Ventos podem chegado a cerca de 250 km/h. Formação de frente fria e de ciclone extratropical sobre o Sul do Brasil na sexta-feira, 7/11/25, gerou as nuvens muito carregadas que provocaram o tornado. Um tornado muito forte passou sobre Rio Bonito do Sul, no centro-oeste do Paraná, destruindo grande parte da cidade e causando mortes em 7/11/25 (Foto: Jonathan Campos-AEN – Fotos Públicas)Durante a sexta-feira, 7 de novembro de 2025, houve a formação de uma de uma frente fria e de forte ciclone extratropical sobre o Sul do Brasil. O processo de formação deste sistema, que já ocorreu muitas outras vezes sobre a região Sul e com intensidade até maior do que a observada nesta sexta-feira, gerou nuvens muito carregadas, do tipo cumulonimbus sobre os três estados do Sul, que provocaram tempestades com chuva volumosa em pouco tempo e também fortes rajadas de vento. A formação de nuvens cumulonimbus é comum nesta situação é parte do processo de formação da frente fria e do ciclone extratropical. Na região centro-oeste do Paraná, uma nuvem cumulonimbus teve um desenvolvimento mais intenso e se transformou numa supercélula, que gerou o tornado muito forte na cidade de Rio Bonito do Iguaçu. Técnicos do governo do Paraná estimaram que o tornado pode ter causado ventos entre 200 km/h a 250 km/h. A força dos ventos deixou a cidade praticamente toda a destruída. A passagem do tornado deixou um cenário de guerra em Rio Bonito do Iguaçu. Até o meio da tarde deste sábado, 8 de novembro de 2025, a imprensa noticiava pelos menos 750 feridos e seis mortes no Paraná, sendo cinco em Rio Bonito do Iguaçu e uma em Guarapuava. O que é um tornado? O tornado é uma corrente de ar giratória, que se forma entre o solo e a base de uma nuvem cumulonimbus especialmente intensa, chamada de supercélula. Esta corrente de ar tem uma aparência muito afunilada característica, semelhante a uma enorme casquinha de sorvete ou a um temaki. Quando este “funil” toca o solo é chamado de tornado. Quando o “funil” não toca o solo, dizemos que houve apenas a formação de uma nuvem funil. Os meteorologistas conseguem antever uma situação atmosférica com risco de formação de supercélulas, onde nascem os tornados, até com mais de 24 horas de antecedência. Mas saber onde a supercélula está efetivamente se formando é uma avaliação de curto prazo, que só se pode fazer com monitoramento no mesmo dia, por algumas horas, com análise contínua de imagens fornecidas por radares e satélites meteorológicos. Saiba agora algumas características dos tornados – tornados são formados em nuvens do tipo cumulonimbus chamadas de supercélulas; – muitas vezes é possível ver um tornado a olho nu e fotografá-lo, mas muitas vezes os tornados ocorrem à noite e só vemos a destruição; – o ambiente atmosférico onde se forma uma supercélula é normalmente muito úmido, quente, com uma pressão do ar muito baixa e com grandes diferenças de vento entre a superfície e níveis mais elevados da atmosfera; – a possibilidade de ocorrência de um tornado em uma região é detectada pouco tempo antes, cerca de meia hora, do fenômeno ocorrer; – a nuvem que pode conter um tornado é monitorada por imagens de satélite de alta resolução e por informações específicas de radares meteorológicos; tornados podem ter diferentes intensidades e os mais severos podem provocar ventania acima de 300 km/h; – o que diferencia o vento forte que muitas vezes ocorrer durante uma tempestade de um tornado é a característica giratória do vento, que causa torções em objetos grandes e em estruturas; – a duração de um tornado é de poucos minutos; – a extensão horizontal de um tornado é de alguns quilômetros; – não possível prever a trajetória do tornado; – a ocorrência de tornados é comum na passagem de furacões e de tufões, mas também pode ocorrer na formação de alguns ciclones extratropicais; – os danos causados por um tornado, dependendo da intensidade, pode variar desde árvores médias arrancadas pela raíz, destelhamentos de casas, queda de postes e torres de transmissão de energia, até a destruição completa de construções grandes de concreto e aço, arremesso de carros, torções de grandes estruturas de aço; – a velocidade do vento provocada por um tornado é geralmente estimada a partir do tipo de dano observado no local onde houve o fenômeno; – no Brasil, a formação de tornados é mais comum no Sul do Brasil, mas vários eventos já ocorreram em São Paulo e em Mato Grosso do Sul e já houve formação de tormado em Brasília; Escala Fujita estima a força de um tornado A Escala Fujita Aprimorada (Escala EF) é um medidor da força de um tornado. Esta escala foi construída por especialistas dos Estados Unidos, a partir do nível de danos causados por tornados que ocorrem neste país. A velocidade do vento na escala EF é uma estimativa e não uma velocidade medida por instrumentos. Os instrumentos meteorológicos são facilmente defstruídos pela ventania de um tornado. Esta escala Fujita Aprimorada é usada pelos meteorologistas nos Estados Unidos desde em 1º de fevereiro de 2007. Ela serve de base para ser usada em outros países, mas precisa ser adaptada porque o tipo de construção nos Estados Unidos é muito diferente do que se faz no Brasil, por exemplo. Usamos tiljolos (alvenaria) no Brasil e por lá é muito comum o uso de madeira e do dry wall, que feito de gesso. A escala Fujita Aprimorada classifica os tornados de 0 a 5: (valores de velocidade de vento aproximados) EF 0: 105 km/h a 137 km/h EF 1:137 km/h a 177 km/h EF 2: 179 km/h a217 km/h EF 3: 219 km/h a 265 km/h EF 4: 267 km/h a 322 km/h EF 5: acima de 322 km/h

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Meio Ambiente

Cúpula de Líderes da COP30 aprova declaração sobre fome, pobreza e ação climática

Documento apoiado por 43 países e União Europeia alerta para o fato de que o impacto adverso das mudanças climáticas é desigual e atinge com mais força os mais vulneráveis A Cúpula de Líderes da COP30 aprovou, nesta sexta-feira (7), a Declaração de Belém sobre Fome, Pobreza e Ação Climática Centrada nas Pessoas, com o apoio de 43 países e da União Europeia. Tendo como base a visão do governo brasileiro sobre o combate a esses males, o documento alerta para o fato de que o impacto adverso das mudanças climáticas, embora afete a todos, é desigual e atinge com mais força os mais vulneráveis. Partindo desse pressuposto, a declaração reforça a importância de que os países continuem investindo na mitigação dos efeitos da crise ambiental, mas com foco especial nas medidas de adaptação climática centradas no ser humano, como a proteção social adaptativa, seguros-safra e outros instrumentos que promovam a resiliência dos pequenos produtores rurais às mudanças climáticas. Ao mesmo tempo, defende que o financiamento climático também invista em projetos que gerem oportunidades, empregos e meios de subsistência para agricultores familiares, comunidades tradicionais e povos da floresta, reforçando o entendimento de que o financiamento climático deve priorizar soluções centradas nas pessoas. No mesmo dia, também foram aprovados outros documentos para nortear as ações dos países signatários nos próximos anos. Um deles foi a Declaração de Belém sobre o Combate ao Racismo Ambiental, que busca fomentar o diálogo internacional sobre a interseção entre igualdade racial, meio ambiente e clima. Também foram aprovadas a Declaração sobre a Coalizão Aberta de Mercados Regulados de Carbono e o Compromisso de Belém pelos Combustíveis Sustentáveis, que pretende somar esforços para quadruplicar a produção e o uso de combustíveis sustentáveis até 2035. Fome, Pobreza e Ação Climática A Declaração de Belém sobre Fome, Pobreza e Ação Climática Centrada nas Pessoas — uma das mais abrangentes e impactantes entre os documentos aprovados — reforça que “a mudança do clima, a degradação ambiental e a perda da biodiversidade já estão agravando a fome, a pobreza e a insegurança alimentar, comprometendo o acesso à água, piorando os indicadores de saúde e aumentando a mortalidade, aprofundando desigualdades e ameaçando meios de subsistência, com impactos desproporcionais sobre pessoas já pobres ou em situação de vulnerabilidade”. Nesse sentido, se compromete a “colocar os impactos desiguais da mudança do clima no centro da nossa resposta, em consonância com o princípio da UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima) de dar plena consideração às necessidades específicas e às circunstâncias especiais dos países em desenvolvimento, em especial os mais vulneráveis”. O documento aponta que os signatários trabalharão, entre outros pontos, para “expandir sistemas de proteção social e assistência emergencial adaptados às mudanças do clima; integrar os sistemas de proteção social com alertas antecipados, preparação para desastres, ações antecipatórias, respostas a perdas e danos, bem como com os setores de recursos naturais e meio ambiente e conectar a proteção social com intervenções em nutrição, alimentação escolar, meios de subsistência, saúde, extensão agrícola e educação, promovendo a resiliência de longo prazo e a adaptação frente a impactos climáticos adversos”. Quanto aos produtores rurais, a declaração se compromete a “ampliar soluções que permitam que famílias em situação de vulnerabilidade climática e pequenos produtores em áreas rurais gerenciem riscos climáticos, aumentem sua resiliência e reduzam vulnerabilidades — incluindo seguros, garantias, mecanismos de redução de riscos, proteção social vinculada à produção e financiamento para evitar, minimizar e enfrentar perdas e danos”. Também defende a expansão do acesso das populações mais vulneráveis em áreas rurais “a infraestrutura e serviços resilientes ao clima, como acesso seguro à água e saneamento, irrigação inteligente e eficiente, gestão de secas e enchentes, energia sustentável, instrumentos financeiros adequados, capacitação, informações de mercado, ferramentas e serviços de assistência técnica e extensão rural”. A declaração ainda se compromete a “desenvolver, implementar e ampliar soluções inclusivas e sustentáveis, incluindo modelos diversificados de agroflorestas, que gerem empregos decentes e meios de vida sustentáveis para as populações locais; expandir alternativas sustentáveis de subsistência por meio da bioeconomia, agroflorestas, serviços rurais, ecoturismo, restauração e conservação de terras e ecossistemas; apoiar o desenvolvimento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) e incentivar ações climáticas e projetos de financiamento climático e proteger os direitos de propriedade sobre florestas e outros direitos dos Povos Indígenas e comunidades locais”. Para ler a íntegra da declaração, clique aqui.

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Até que enfim chegou o detector de GREENWASHING

O combate a propaganda enganosa! Você pode estar sendo enganada(o) pela propaganda enganosa ambiental, conhecida internacionalmente por greenwashing, ao adquirir produtos e/ou serviços que contém apelos em seus rótulos, anúncios, campanhas publicitárias sobre a empresa e seus produtos como: empresa ambientalmente responsável, ecologicamente ética, sustentáveis, eco friendly (indica ecológico ou amigável do meio ambiente), cruelty free (geralmente associado a não utilizar testes em animais), natural, vegano, orgânico, ecológico, verde, reciclável, compostável, biodegradável, oxibiodegradável, bioassimilação, entre outras afirmações do tipo. O motivo desta farsa ambiental é porque cresce a demanda do mercado consumidor por produtos sustentáveis ao meio ambiente e as empresas se aproveitam disso para faturar mais e obter mais lucros, utilizando destas estratégias de marketing, para transmitir a falsa ideia de serem comprometidas com a sustentabilidade e as causas ambientais. Esta falta de escrúpulos para com a vida das pessoas e do planeta, leva a nós consumidores acreditar, que estamos fazendo nossa parte com relação a nossa saúde e a preservação do ecossistema mas, na verdade estamos sendo transformados em nossos próprios inimigos porque podemos estar prejudicando nossa saúde ao consumir determinados produtos e/ou ao descartar na natureza embalagens que irão causar impactos negativos ao ecossistema. Pior desta situação é que inocentemente estamos sendo levados a ser algozes da geração futura. Afinal, estamos contribuindo com a destruição das reservas naturais do planeta Terra. Para ter uma ideia, faça uma pesquisa sobre microplásticos e seus impactos na sua vida. É assustador! A atitude corajosa e inédita no Brasil do Instituto Humanizar uma Organização de Interesse Público, criou a campanha a nível nacional Greenwashing? Tô fora! Inclusive, está também com uma inédita ACP-Ação Civil Pública na justiça para combater o greenwashing veja no site: www.institutohumanizar.org.br Ao entrar no site da campanha Greenwashing? Tô fora! www.propagandaenganosa.org.br você vai encontrar produtos que se enquadram no greenwashing. Também, no site, poderá enviar gratuitamente ao serviço do “detector de greenwashing” os produtos ou serviços que irá consumir ou está consumindo para serem analisados. As análises sobre a incidência ou não de greenwashing serão publicadas e você será avisado também. Esta é uma atitude necessária para proteger suas compras. Se engaje nesta campanha Greenwashing? Tô fora! e faça valer sua dignidade!

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Operação da PF combate exploração ilegal de minério e prende diretor de agência reguladora

Deflagrada nesta quarta (17), operação cumpre 79 mandados de busca e apreensão e 22 de prisão preventiva, afastamento de servidores e bloqueio de R$ 1,5 bilhão Com o objetivo de desarticular uma organização criminosa responsável por crimes ambientais, corrupção e lavagem de dinheiro na exploração de minério de ferro, a Polícia Federal (PF), em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU) e o apoio do Ministério Público Federal (MPF) e da Receita Federal, deflagrou nesta quarta-feira (17) a Operação Rejeito. Na ação, foram presos preventivamente o diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Caio Mário Trivellato Seabra Filho, e o ex-diretor da PF e atual diretor de Administração e Finanças do Serviço Geológico do Brasil (SGB), Rodrigo de Melo Teixeira. Os agentes da operação cumprem 79 mandados de busca e apreensão e 22 de prisão preventiva. Também estão sendo realizados o afastamento de servidores públicos; o bloqueio de ativos no valor de R$ 1,5 bilhão e a suspensão das atividades das pessoas jurídicas envolvidas no caso. Segundo a PF, “o grupo investigado teria corrompido servidores públicos em diversos órgãos estaduais e federais de fiscalização e controle na área ambiental e de mineração, com a finalidade de obter autorizações e licenças ambientais fraudulentas”. Essas autorizações, ainda de acordo com a Polícia Federal, eram utilizadas “para usurpar e explorar irregularmente minério de ferro em larga escala, incluindo locais tombados e próximos a áreas de preservação, com graves consequências ambientais e elevado risco de desastres sociais e humanos”. Para levar a cabo seu intuito, a organização teria ainda atuado para neutralizar a ação do Estado, dificultando as investigações e monitorando autoridades e se utilizado de diversos artifícios para lavar o dinheiro obtido com as práticas ilícitas. Todos os investigados deverão responder por crimes ambientais, usurpação de bens da União, corrupção ativa, corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e embaraçamento à investigação de organização criminosa. Conforme noticiado pelo site Repórter Brasil, um dos detidos, o geógrafo Gilberto Henrique Horta de Carvalho, é próximo do PL, bem como do ex-presidente Jair Bolsonaro e do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG). Em 2023, ao disputar (e perder) a eleição do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais) recebeu apoio dos dois políticos, bem como de outros ligados à extrema direita, campo político que sempre atuou para afrouxar regras ambientais e as relativas ao garimpo e à exploração de minérios.

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Câmara aprova PL da Devastação, maior retrocesso ambiental desde a ditadura

Por 267 votos a 116, a Câmara dos Deputados aprovou na madrugada desta quinta-feira (17) o projeto de lei que desmantela as atuais regras de licenciamento ambiental no país. A matéria, que foi aprovada em maio no Senado, segue à sanção presidencial. O PL da Devastação, como foi batizado, é considerado o maior retrocesso ambiental legislativo desde a ditadura militar. De acordo com especialistas, o projeto legitima a ampla aplicação da Licença por Adesão e Compromisso (LAC), o chamado autolicenciamento, em que o empreendedor faz uma declaração pela internet sem apresentar qualquer estudo ambiental. Além disso, promove a Licença Ambiental Especial (LAE), que dará tratamento político a grandes projetos. O PL da Devastação também restringe a atuação de órgãos como a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A maioria do parlamento decidiu dar às costas aos apelos do governo, da comunidade científica, da sociedade e dos empresários comprometidos com o desenvolvimento sustentável.

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Brasil disponibiliza visto eletrônico para participantes da COP30

Regras para concessão aos estrangeiros foram publicadas hoje O Brasil vai conceder vistos eletrônicos especiais para os estrangeiros que participarão da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30). As regras para concessão do documento foram publicadas nesta segunda-feira (14).  A emissão será de graça e permite mais de uma entrada no Brasil até o final do ano, com prazo de permanência de 90 dias, sem possibilidade de prorrogação. O visto especial é para as pessoas dos países membros da Convenção do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU) e apátridas, desde que credenciadas no evento. Familiares, acompanhantes e menores de 18 anos de idade não estão incluídos. O Itamaraty disponibilizou uma plataforma eletrônica para receber os pedidos. De acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV), são esperados mais de 40 mil visitantes durante a conferência, sendo 7 mil das equipes da ONU e delegações dos países. Diante desse número, os voos serão ampliados, com novas rotas e uma frequência maior de conexões, especialmente na Região Norte. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a expectativa é de 46 mil passagens a mais, totalizando quase 250 mil, um aumento de 23% de viagens domésticas em relação a novembro do ano passado. O aumento de voos internacionais será ainda maior, 44%. Os visitantes estrangeiros também vêm pelo mar. O Terminal Portuário de Outeiro, em Belém, está sendo requalificado para receber dois navios de cruzeiro, com 6 mil leitos, que vão funcionar como hotéis flutuantes durante a COP30. A construção do novo píer de mais de 700 metros será concluída na metade de outubro, um mês antes da abertura oficial. A ideia é que o novo terminal receba rotas regulares de turismo depois da conferência. A COP30 acontecerá em Belém, no Pará, entre os dias 6 a 21 de novembro.

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Flexibilização ambiental de Zema ameaça cerrado e favorece latifúndio

‘Mil hectares equivalem a mil campos do Maracanã’, alerta especialista O governador Romeu Zema (Novo) anunciou, na última semana, a intenção de dispensar o licenciamento ambiental para propriedades rurais de até mil hectares dedicadas à pecuária extensiva ou à produção de commodities como soja, milho e café. A medida, apresentada durante a feira Megaleite, no Expominas, em Belo Horizonte, representa uma ampliação drástica da isenção, que atualmente vale para áreas de até 200 hectares. Segundo o governo, a proposta será apresentada com urgência ao Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam). A secretária estadual de Meio Ambiente, Marília Melo, defendeu que a mudança trará “oportunidade de regularização” e menos burocracia aos produtores: “nosso agricultor, em Minas, é sustentável”, afirmou, durante o evento. Mas, para especialistas, a medida representa um grave ataque à política ambiental do estado, além de beneficiar exclusivamente grandes proprietários. É o que aponta o geógrafo Gustavo Ceppolini, professor da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas Regionais e Agrárias (Nepra). “Mil hectares equivalem a mil campos do Maracanã. Estamos falando de propriedades enormes que não passarão mais por nenhuma análise técnica ambiental. A fiscalização se torna autodeclaratória. É como se o próprio produtor se autorizasse a desmatar. Isso coloca o Cerrado, o bioma mais ameaçado do país, em risco profundo”, alerta. Para o agro, isenção fiscal Segundo dados compilados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Relatório Anual do Desmatamento (RAD) do MapBiomas Brasil, mais de 60% do Cerrado já foi devastado em Minas Gerais, que originalmente tinha mais da metade de seu território coberto por esse bioma. Nos últimos anos, o Cerrado ultrapassou a Amazônia em taxa de desmatamento. Ceppolini também aponta o uso intensivo de agrotóxicos nas lavouras beneficiadas pela medida. “Essa agricultura de larga escala só é ‘sustentável’ porque é financiada pelo Estado. Enquanto um brasileiro paga impostos até em remédio, o agrotóxico importado goza de isenção fiscal”, critica. O Nepra também identificou impactos sociais severos causados pelo agronegócio no semiárido mineiro entre 2002 e 2022: 657 casos de intoxicação por agrotóxicos, 189 conflitos por água e 357 conflitos por terra, afetando mais de 77 mil famílias. “Medida favorece os latifundiários”, denunciam servidores A proposta do governo também gerou reação entre os próprios servidores da Secretaria de Meio Ambiente. Francisco de Assis, servidor de carreira e dirigente do do Sindicato dos Servidores Públicos do Meio Ambiente no Estado de Minas Gerais (Sindsema), classifica a flexibilização como mais um passo no desmonte ambiental promovido por Zema. “É uma medida feita sob medida para latifundiários. Uma propriedade de mil hectares não é pequena. Representa menos de 0,1% dos proprietários. Não tem nada a ver com agricultura familiar. E mesmo nos casos que precisam de licença hoje, o processo já é simplificado. Estão transformando o órgão ambiental em um cartório”, explica. Segundo Francisco, a licença mais básica, chamada de Licenciamento Ambiental Simplificado, ou LAS Cadastro, já não exige análise técnica detalhada. “O produtor preenche os documentos e sai com o certificado em mãos. Essa flexibilização só enfraquece o controle ambiental”, afirma. “A conta vai para os camponeses e para o povo”, afirma o MST Integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a militante Maíra Pereira Santiago reforça que a medida deve ampliar os conflitos socioambientais e intensificar o modelo de produção baseado no uso de venenos e na concentração de terras. “Vai atingir diretamente territórios indígenas, quilombolas, assentamentos e acampamentos. É uma medida que vai sair muito cara para nós. É o oposto da agroecologia e da reforma agrária que defendemos. Ao invés de democratizar o acesso à terra e proteger o meio ambiente, o governo favorece quem já tem muito,”, aponta Maíra. Ela também critica o impacto da medida na concentração fundiária, já que grandes proprietários terão mais facilidade de expandir suas áreas sem obstáculos legais ou ambientais. “Minas está se especializando em perder” Para Ceppolini, o Estado brasileiro segue aprofundando um modelo colonialista e predatório, que exporta commodities e importa desigualdades. “Estamos perdendo biodiversidade, terras produtivas para alimentação básica, e as populações mais vulneráveis estão pagando a conta com saúde, água e território. Só no semiárido mineiro, temos mais de três vezes o estado de Sergipe em áreas de pasto. E mais: temos eucalipto cobrindo o equivalente a cinco vezes o Rio de Janeiro. Isso é devastação”, conclui o professor. Enquanto isso, lembra o pesquisador, o governo federal lançou um Plano Safra 2024/2025, dirigido ao agronegócio, com R$ 475 bilhões em crédito, sendo R$ 400,58 bilhões para os grandes empresários e R$ 74,98 bilhões para os pequenos agricultores. :: Relembre: Governo lança Plano Safra para o agronegócio e a agricultura familiar nesta quarta-feira (3) :: Fonte: Brasil de Fato

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Conferência Nacional do Meio Ambiente prepara o Brasil para a COP 30

Depois de 11 anos o país volta a realizar a conferência. Marina Silva destaca que a participação social é fundamental para a formulação de políticas públicas Em novembro acontece em Belém, Pará, a COP 30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas). Como forma de preparar o caminho até o encontro global, começou na terça-feira (6), em Brasília (DF), a 5ª Conferência Nacional de Meio Ambiente (5ª CNMA). Na abertura a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou a importância da reunião para reforçar a governança participativa sobre o tema. “Essa conferência é uma demonstração de que a mobilização da sociedade é fundamental na formulação e implementação das políticas públicas”, disse. O Conferência vai até sexta (9) e tem como tema “Emergência Climática: o Desafio da Transformação Ecológica”. São esperados 3 mil representantes de todos os estados, sendo 1500 delegados. Marina ainda ressaltou a decisão do presidente Lula em recuperar as conferências, em diversas áreas, para trazer de novo a população para dentro das decisões do governo. Nesse sentido, a participação popular nas políticas públicas do meio ambiente é essencial para um processo de reconstrução, uma vez que a área foi desarticulada pelo governo Bolsonaro. COP30 A mobilização da 5ª CNMA é parte da organização que irá culminar na COP30. Marina afirmou que a Conferência no Brasil deverá ser um referencial histórico. Para isso acontecer o Brasil deve liderar pelo exemplo, resolvendo contradições internas e acelerando o processo de transição energética e ecológica. Dessa maneira, entende que é fundamental que os países cumpram o que foi pactuado no Acordo de Paris, que é não ultrapassar em 1,5ºC o aumento a temperatura média do planeta em relação ao período anterior à Revolução Industrial. Também estiveram na abertura o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin; os ministros Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência da República), Macaé Evaristo (Direitos Humanos e Cidadania), Anielle Franco (Igualdade Racial) e Márcia Lopes (Mulheres).

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