A contradição foi criticada pelo vereador Rodrigo Cadeirante na tribuna da Câmara. Ele desmentiu informações distorcidas divulgadas pelo concessionário em suas redes sociais. “Que parceiro é esse, que processa o outro?”, questionou.

* Por Waldo Ferreira
Alvo de reclamações unânimes da população pela má qualidade do transporte coletivo, o Consórcio MocBus acionou a Prefeitura de Montes Claros na Justiça para tentar barrar a compra de novos ônibus para integrar a frota.
A medida foi duramente criticada na tribuna da Câmara Municipal pelo vereador Rodrigo Cadeirante. Apesar da ação, a MocBus está veiculando no seu perfil na rede social uma suposta parceria com o município para a compra dos ônibus elétricos. Num dos vídeos, gravados no interior de um ônibus elétrico, um representante das concessionárias anuncia que aquele é o “primeiro dos 60 ônibus 100% elétricos da nossa frota, adquiridos graças à parceria com o município”. A informação foi rechaçada por Rodrigo, segundo o qual o veículo que aparece está em fase de testes e não faz parte dos ônibus comprados pela Prefeitura, pois eles nem foram licitados ainda.
Nos vídeos, o representante das empresas e atores atuando como passageiros falam das vantagens do ônibus elétrico, ressaltando a acessibilidade, o conforto, a redução do impacto ambiental, a tecnologia de ponta oferecida e a melhoria na qualidade de vida do usuário, sempre enfatizando a “parceria” com a Prefeitura.
Rodrigo Cadeirante, que já sofreu oito ações impetradas pela MocBus, por denunciar descumprimento de contrato e má qualidade do serviço, classificou os empresários do transporte coletivo de “mentirosos, covardes e inescrupulosos”. “Em vez de de melhorar a prestação do serviço, que é uma porcaria, decidiram me processar novamente. Eles vivem de picaretagem, enganação e mentiras”, reiterou, lembrando que derrotou a MocBus em todas as ações anteriores e derrotará novamente.
Segundo Cadeirante, as empresas querem continuar com o monopólio sobre o transporte público para não perder a “remuneração sobre capital”, instrumento que lhes garante valores aditivos na passagem a cada R$ 1 mil investido. “Eles querem deter todo o serviço, toda a estrutura, para continuarem recebendo. Por isso, são contra o próprio município renovar a frota”, conclui.
A informação de que os ônibus atuais estão em boas condições também foi contestada por Rodrigo Cadeirante. Já houve casos em que lotações foram paradas em blitz, por falta de condições de rodar. Numa outro episódio, uma passageira foi picada por escorpião, no interior de um lotação. Os episódios comprovam, segundo o vereador, que os empresários do setor só pensam em lucro.
* Jornalista

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