Audiência pública na Assembleia Legislativa discutiu o futuro das concessionárias estaduais de água e de energia

Mais de 500 organizações populares e sindicais organizaram um plebiscito contra a privatização das empresas estatais de Minas Gerais, que contou com mais de 300 mil votos – Clarissa Barçante

Uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) debateu, na última sexta-feira (22), a resistência contra a privatização da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa). A reunião aconteceu poucos dias após o governo Zema (Novo) protocolar dois projetos de lei (PL) para entregar a gestão das empresas para a iniciativa privada.
O encontro foi convocado pelo deputado Leleco Pimentel (PT), contou com a presença da deputada Beatriz Cerqueira (PT) e do secretário nacional de participação social do governo federal Renato Simões, além de representantes de movimentos populares e sindicais.
Durante a audiência, Wagner Xavier, assessor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgotos do Estado de Minas Gerais (Sindágua MG), afirmou que a privatização da Copasa pode criar uma crise humanitária no Estado.

Falta de investimentos
Para o sindicalista, a falta de investimentos na concessionária é estratégica, pois, com a precarização do serviço, o governo Zema busca ganhar o apoio da população para a venda da estatal.
Wagner afirma ainda que a Copasa tem recursos suficientes para a resolução dos problemas de saneamento em Minas, contando com cerca de R$ 800 milhões em caixa e mais de R$ 1,5 bilhão em bancos de investimentos.
A estratégia se repete quando se fala da concessionária de energia do Estado. Emerson Andrade Leite, coordenador-geral do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro/MG), denunciou durante a audiência que a Cemig lida com condições precárias, com falta de material e de mão de obra, além de trabalhadores terceirizados exercendo suas funções sem equipamentos básicos.

Plebiscito Popular
Entre fevereiro e maio deste ano, mais de 500 organizações populares e sindicais organizaram um plebiscito contra a privatização das empresas estatais de Minas Gerais, que contou com mais de 300 mil votos da população de mais de 100 cidades do estado. Entre os que participaram, cerca de 95% defendem que as empresas continuem públicas.
Na audiência, Sabrina Moreira, do Levante Popular da Juventude, declarou que “se for preciso, vamos atrás de cada uma dessas 300 mil pessoas para mobilizar contra a privatização”, fazendo menção ao plebiscito.
Leleco Pimentel reforçou dizendo que serão “300 mil nas ruas contra a privatização”.

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