Mundo

EUA sancionam Alexandre de Moraes com aplicação da Lei Magnitsky

Em nota, secretário do Tesouro, Scott Bessent, repete Donald Trump afirmando que “Moraes assumiu a responsabilidade de ser juiz e júri em uma caça às bruxas ilegal contra cidadãos e empresas americanas e brasileiras”. A Secretaria do Tesouro dos Estados Unidos divulgou um comunicado em seu site nesta quarta-feira (30) afirmando que “o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro dos EUA sancionou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que usou seu cargo para autorizar prisões preventivas arbitrárias e suprimir a liberdade de expressão”. Secretário do Tesouro, Scott Bessent, repete expressões já declaradas por Donald Trump afirmando que “Alexandre de Moraes assumiu a responsabilidade de ser juiz e júri em uma caça às bruxas ilegal contra cidadãos e empresas americanas e brasileiras”. “De Moraes é responsável por uma campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias que violam os direitos humanos e processos politizados — inclusive contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A ação de hoje deixa claro que o Tesouro continuará a responsabilizar aqueles que ameaçam os interesses dos EUA e as liberdades de nossos cidadãos”, disse Bessent, na nota. A nota ainda deixa claro que a ação se desenvolveu a pedido de Eduardo Bolsoanro (PL-SP) ao citar textualmente o pai, Jair Bolsonaro (PL), como “alvo político” de Moraes. “Moraes tem como alvo políticos da oposição, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro; jornalistas; jornais; plataformas de mídia social dos EUA; e outras empresas americanas e internacionais”, diz o texto. Leia o texto na íntegra Tesouro aplica sanções a Alexandre de Moraes Hoje, o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro dos EUA sanciona o ministro Alexandre de Moraes (de Moraes), do Supremo Tribunal Federal (STF), que usou seu cargo para autorizar prisões preventivas arbitrárias e suprimir a liberdade de expressão. “Alexandre de Moraes assumiu a responsabilidade de ser juiz e júri em uma caça às bruxas ilegal contra cidadãos e empresas americanas e brasileiras”, disse o Secretário do Tesouro, Scott Bessent. “De Moraes é responsável por uma campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias que violam os direitos humanos e processos politizados — inclusive contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A ação de hoje deixa claro que o Tesouro continuará a responsabilizar aqueles que ameaçam os interesses dos EUA e as liberdades de nossos cidadãos.” A ação de hoje está sendo tomada em conformidade com a Ordem Executiva (E.O.) 13818, que se baseia e implementa a Lei Global Magnitsky de Responsabilidade pelos Direitos Humanos e tem como alvo autores de graves violações de direitos humanos em todo o mundo. A ação de hoje ocorre após o Departamento de Estado dos EUA revogar o visto de Moraes e de seus familiares próximos em 18 de julho de 2025, por sua cumplicidade em auxiliar e incentivar a campanha ilegal de censura de Moraes contra cidadãos americanos em solo americano. EXCESSO JUDICIAL ABUSIVO DE MORAES De Moraes foi nomeado para o STF em 2017. Desde então, tornou-se uma das pessoas mais poderosas do Brasil, exercendo imensa autoridade por meio de sua supervisão de extensas investigações do STF. De Moraes investigou, processou e reprimiu aqueles que se envolveram em discursos protegidos pela Constituição dos EUA, submetendo repetidamente as vítimas a longas prisões preventivas sem apresentar acusações. Por meio de suas ações como ministro do STF, de Moraes minou os direitos de brasileiros e americanos à liberdade de expressão. Em um caso notável, de Moraes deteve arbitrariamente um jornalista por mais de um ano em retaliação por exercer a liberdade de expressão. De Moraes tem como alvo políticos da oposição, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro; jornalistas; jornais; plataformas de mídia social dos EUA; e outras empresas americanas e internacionais. Jornalistas e cidadãos americanos baseados nos EUA não foram poupados do excesso de extraterritorialidade de de Moraes. De Moraes impôs prisão preventiva e emitiu uma série de mandados de prisão preventiva contra jornalistas e usuários de mídia social, alguns dos quais estão baseados nos Estados Unidos. Ele também emitiu ordens diretas a empresas de mídia social dos EUA para bloquear ou remover centenas de contas, frequentemente de seus críticos e de outros críticos do governo brasileiro, incluindo cidadãos americanos. Moraes congelou bens e revogou passaportes de seus críticos; baniu contas de mídia social; e ordenou que a Polícia Federal do Brasil invadisse as casas de seus críticos, apreendesse seus pertences e garantisse sua prisão preventiva. De Moraes está sendo sancionado de acordo com a Ordem Executiva 13818 por ser estrangeiro responsável ou cúmplice, ou por ter se envolvido direta ou indiretamente em graves violações de direitos humanos. GLOBAL MAGNITSKY Com base na Lei Global Magnitsky de Responsabilidade pelos Direitos Humanos, a Ordem Executiva 13818 foi emitida em 20 de dezembro de 2017, em reconhecimento de que a prevalência de violações de direitos humanos e corrupção, cuja origem, total ou substancial, está fora dos Estados Unidos, atingiu tal alcance e gravidade que ameaça a estabilidade dos sistemas políticos e econômicos internacionais. O abuso dos direitos humanos e a corrupção minam os valores que constituem a base essencial de sociedades estáveis, seguras e funcionais; têm impactos devastadores sobre os indivíduos; enfraquecem as instituições democráticas; degradam o Estado de Direito; perpetuam conflitos violentos; facilitam as atividades de pessoas perigosas; e minam os mercados econômicos. Os Estados Unidos buscam impor consequências tangíveis e significativas àqueles que cometem graves abusos dos direitos humanos ou se envolvem em corrupção, bem como proteger o sistema financeiro dos Estados Unidos de abusos cometidos por essas mesmas pessoas. IMPLICAÇÕES DAS SANÇÕES Como resultado da ação de hoje, todos os bens e interesses da pessoa designada ou bloqueada descrita acima que estejam nos Estados Unidos ou em posse ou controle de cidadãos americanos estão bloqueados e devem ser reportados ao OFAC. Além disso, quaisquer entidades que sejam de propriedade, direta ou indiretamente, individualmente ou em conjunto, em 50% ou mais, de uma ou mais pessoas bloqueadas também estão bloqueadas. A menos que autorizado por uma licença geral ou específica emitida pelo OFAC, ou isento, os regulamentos do OFAC

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Mundo

Trump veta negociações com o Brasil sobre tarifaço

Senadores embarcam para os EUA para tentar adiar tarifaço, mas enfrentam silêncio da Casa Branca e sabotagem de bolsonaristas Interlocutores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que estão nos Estados Unidos relataram ao g1 que o presidente Donald Trump não autorizou o governo norte-americano a abrir diálogo com o Brasil sobre as tarifas de 50% que entram em vigor em agosto. Na quinta-feira (24), o próprio presidente Lula afirmou que Trump não quer negociar. Uma comissão de senadores embarca nesta sexta-feira (25) para os Estados Unidos, com a missão de tentar abrir um canal de negociações diretas em território americano sobre o tema. A viagem, no entanto, é vista com apreensão por diplomatas brasileiros e sofre boicote do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e do blogueiro Paulo Figueiredo. Embora existam contatos com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick — como relatou o vice-presidente Geraldo Alckmin —, o recado que os negociadores têm ouvido é de que tudo está centralizado na Casa Branca. O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo, que está em missão na ONU, também comentou com interlocutores que teve várias conversas nos Estados Unidos e ouviu que realmente Trump não está permitindo a reabertura de negociações com o Brasil. Segundo ele relatou, há um “clima de medo e apreensão” nos EUA. Tudo estaria centralizado em Trump e ninguém tem coragem de desafiá-lo. Geraldo Alckmin revelou que, no último sábado (19), voltou a conversar por telefone com o secretário Howard Lutnick. A ligação durou cerca de 50 minutos, mas o vice-presidente não quis divulgar o conteúdo do diálogo. Mesmo diante do cenário adverso, o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Nelsinho Trad (PSD-MS), defende a ida dos parlamentares. Para ele, a viagem é necessária para tentar ao menos adiar a entrada em vigor do tarifaço e abrir espaço para uma retomada das negociações. “Queremos também esclarecer o que o governo americano exatamente quer negociar, como eles não retomaram oficialmente as negociações, ninguém sabe exatamente os limites de Trump. Se ele realmente emperrou por questões políticas, de Bolsonaro, se tem a questão da nova moeda dos Brics, Irã”, afirmou Trad. A primeira reunião de trabalho da comissão está marcada para domingo (27). Os senadores já foram informados de que Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo estariam trabalhando para dificultar as reuniões em Washington e até impedir encontros com representantes do governo Trump. A maioria dos senadores embarca nesta sexta-feira (25), e os demais no sábado (26). Na segunda-feira (28), eles terão reunião na embaixada do Brasil nos EUA e um encontro com empresários da Amcham (Câmara Americana de Comércio para o Brasil). Na terça-feira (29), a comissão irá ao Capitólio para reuniões com parlamentares americanos.

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Economia

Após tarifaço de Trump, pecuaristas dos EUA querem banir carne do Brasil

Entidade ligada ao agronegócio dos EUA apoia tarifa de Trump e acusa Brasil de riscos sanitários; governo rebate e defende status internacional do país – Enquanto o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, eleva a retórica protecionista com a imposição de tarifas a diversos parceiros comerciais, um setor específico do agronegócio americano expressa apoio entusiástico: os pecuaristas. A Associação Nacional dos Pecuaristas dos Estados Unidos (NCBA, na sigla em inglês) declarou apoio irrestrito à proposta da Casa Branca de aplicar uma tarifa de 50% sobre a carne bovina brasileira e chegou a defender a suspensão total das importações do produto. “A Associação Nacional de Pecuaristas dos Estados Unidos (NCBA) apoia firmemente o plano do presidente Trump de impor ao Brasil com uma tarifa de 50%”, afirmou a entidade à CNN. O grupo representa a indústria de carne bovina norte-americana desde 1898 e sustenta que, há anos, pleiteia a interrupção definitiva da entrada do produto brasileiro nos Estados Unidos. No comunicado, a associação declarou que “uma tarifa de 50% é um bom começo, mas precisamos suspender as importações de carne bovina do Brasil para que possamos conduzir uma auditoria completa”. A NCBA ainda lançou duras críticas à cadeia produtiva brasileira, classificando como “abismal” a falta de responsabilidade sanitária dos criadores nacionais. A principal preocupação recai sobre os registros de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como “doença da vaca louca”. “A falha do Brasil em reportar casos atípicos de EEB e seu histórico de febre aftosa são uma grande preocupação para os produtores de gado dos EUA”, alegou a entidade. O Ministério da Agricultura reagiu às acusações com uma nota técnica, esclarecendo que o Brasil nunca registrou um “caso clássico” da doença da vaca louca – que ocorre pela ingestão de rações contaminadas, a exemplo dos surtos que afetaram países europeus há algumas décadas. Segundo a pasta, o país teve apenas seis episódios considerados “atípicos”, causados por mutações espontâneas em animais idosos, sem relação com a alimentação. “Assim, o Brasil mantém o reconhecimento pela OMSA como país de risco insignificante para a doença desde 2012”, destacou o ministério, referindo-se ao status conferido pela Organização Mundial de Saúde Animal.

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Mundo

Governo Trump revoga visto de Moraes e de ministros do STF

Em comunicado, o secretário de Estado, Marco Rubio, acusou a Corte de perseguir Bolsonaro O secretário de Estado do governo de Donald Trump, nos EUA, Marco Rubio, afirmou na noite desta sexta-feira (18) que determinou o cancelamento do ministro Alexandre de Moraes e de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Somente André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux foram excluídos das sanções. “O presidente Trump deixou claro que seu governo responsabilizará estrangeiros responsáveis pela censura de expressão protegida nos Estados Unidos. A caça às bruxas política do Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura tão abrangente que não apenas viola direitos básicos dos brasileiros, mas também se estende além das fronteiras do Brasil, atingindo os americanos. Portanto, ordenei a revogação dos vistos de Moraes e seus aliados no tribunal, bem como de seus familiares próximos, com efeito imediato”, declarou Rubio. .@POTUS made clear that his administration will hold accountable foreign nationals who are responsible for censorship of protected expression in the United States. Brazilian Supreme Federal Court Justice Alexandre de Moraes's political witch hunt against Jair Bolsonaro created a… — Secretary Marco Rubio (@SecRubio) July 18, 2025 A decisão de Marco Rubio ocorre no mesmo dia em que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi alvo de operação da Polícia Federal (PF), determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, que entendeu que Bolsonaro, em conluio com seu filho Eduardo Bolsonaro, atentou contra a soberania do Brasil ao provocar o governo de Donald Trump a sancionar o país e, dessa forma, interferir no julgamento de todos os envolvidos na trama golpista. Moraes cita Abraham Lincoln e diz que Bolsonaro e Eduardo auxiliam Trump em “atos hostis” Nas 47 páginas da decisão em que determinou medidas restritivas, entre elas a colocação de tornozeleira eletrônica, a Jair Bolsonaro (PL), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirma que o ex-presidente e o filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), atuam junto ao presidente dos EUA, Donald Trump, “com o intuito de obter a imposição de sanções contra agentes públicos do Estado Brasileiro”. Para Moraes, as condutas de Bolsonaro e Eduardo configuram “claros e expressos atos executórios e flagrantes confissões da prática dos atos criminosos, em especial dos crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e atentado à soberania e permanecem, sempre no sentido de induzirem, instigarem e auxiliarem governo estrangeiro à prática de atos hostis ao Brasil e à ostensiva tentativa submissão do funcionamento do Supremo Tribunal Federal aos Estados Unidos da América, com a finalidade de ‘arquivamento/extinção’ da AP 2668”. A ação citada por Moraes é referente ao julgamento de Jair Bolsonaro e a quadrilha que tentou um golpe de Estado no Brasil e que deve levar o ex-presidente à prisão. Em seguida, Moraes cita o escritor brasileiro Machado de Assis para dizer que “a soberania nacional é a coisa mais bela do mundo, com a condição de ser soberania e de ser nacional” e afirma que “Soberania Nacional não pode, não deve e jamais será vilipendiada, negociada ou extorquida, pois é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil”. O ministro diz ainda que “o Supremo Tribunal Federal sempre será absolutamente inflexível na defesa da Soberania Nacional e em seu compromisso com a Democracia, os Direitos Fundamentais, o Estado de Direito, a independência do Poder Judiciário Nacional e os princípios constitucionais brasileiros” e faz referência a Abraham Lincoln, 16º presidente dos Estados Unidos da América, responsável pela manutenção da União e pela Proclamação de Emancipação, que afirmava que “os princípios mais importantes podem e devem ser inflexíveis”. A pedido de Moraes, o presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin, convocou uma sessão extraordinária virtual para que a decisão seja submetida ao referendo. O Plenário Virtual começará hoje (18) ao meio-dia, e terminará na próxima segunda-feira, às 23h59.

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Trump reafirma tarifa de 50% ao Brasil e admite motivação política

“O que fazem com Bolsonaro é uma desgraça” – Fala desta quarta repete o teor da carta enviada por Trump a Lula na semana passada, na qual classificou o processo contra Bolsonaro como “caça às bruxas” – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a justificar nesta quarta-feira (16) a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros com base em razões políticas. Em fala à imprensa na Casa Branca, após reunião bilateral com o príncipe do Bahrein, o republicano confirmou que a punição ao Brasil tem como objetivo pressionar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Supremo Tribunal Federal (STF) por conta do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “[Taxamos] 50% em um caso, o Brasil, porque o que estão fazendo com o ex-presidente é uma desgraça”, declarou Trump, de acordo com o portal g1, acrescentando: “Conheço o ex-presidente e ele lutou muito pelo povo brasileiro. Acredito que ele é um homem honesto e o que estão fazendo com ele é terrível”. O republicano se refere ao processo no STF que julga Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A Procuradoria-Geral da República já apresentou alegações finais pedindo a condenação do ex-presidente. A fala desta quarta repete o teor da carta enviada por Trump a Lula na semana passada, na qual classificou o processo contra Bolsonaro como “caça às bruxas” e uma “vergonha internacional”. Ele também ameaçou ampliar as tarifas caso o Brasil não ceda a suas exigências — o que inclui, segundo ele, “liberdade para plataformas digitais americanas” e fim de “barreiras comerciais”

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Brasil responderá tarifaço dos EUA com lei de reciprocidade, diz Lula

Legislação libera contramedidas como suspensão de concessões O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (9) que o tarifaço de 50% a todos os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos será respondido com a Lei de Reciprocidade Econômica. Em rede social, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a soberania do país e disse que é falsa a alegação do presidente norte americano Donald Trump de que a taxação seria aplicada em razão de déficit na balança comercial com o Brasil. A lei brasileira sancionada em abril estabelece critérios para a suspensão de concessões comerciais, de investimentos e de obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual em resposta a medidas unilaterais adotadas por país ou bloco econômico que impactem negativamente a competitividade internacional brasileira. “Neste sentido, qualquer medida de elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da Lei brasileira de Reciprocidade Econômica. A soberania, o respeito e a defesa intransigente dos interesses do povo brasileiro são os valores que orientam a nossa relação com o mundo”, afirmou o presidente O lei autoriza o Poder Executivo, em coordenação com o setor privado, “a adotar contramedidas na forma de restrição às importações de bens e serviços ou medidas de suspensão de concessões comerciais, de investimento e de obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual e medidas de suspensão de outras obrigações previstas em qualquer acordo comercial do país”. O governo defende que é falsa a informação sobre o alegado déficit norte-americano. “As estatísticas do próprio governo dos Estados Unidos comprovam um superávit desse país no comércio de bens e serviços com o Brasil da ordem de 410 bilhões de dólares ao longo dos últimos 15 anos”. Lula afirma ainda que o Brasil é um país soberano “com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém”. No documento encaminhado por Trump ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente estadunidense cita o ex-presidente Jair Bolsonaro, que é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, para justificar o ataque ao país. Ele também citou ordens do STF emitidas contra apoiadores do ex-presidente brasileiro que mantêm residência nos Estados Unidos. “O processo judicial contra aqueles que planejaram o golpe de estado é de competência apenas da Justiça Brasileira e, portanto, não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais”, rebateu Lula. O presidente brasileiro abordou ainda as críticas de Trump às decisões do Supremo Tribunal Federal contra perfis em redes sociais que praticavam discurso de ódio e divulgavam fake news. O presidente afirmou que, “no contexto das plataformas digitais, a sociedade brasileira rejeita conteúdos de ódio, racismo, pornografia infantil, golpes, fraudes, discursos contra os direitos humanos e a liberdade democrática”. “No Brasil, liberdade de expressão não se confunde com agressão ou práticas violentas. Para operar em nosso país, todas as empresas nacionais e estrangeiras estão submetidas à legislação brasileira”, escreveu. Antes de publicar a nota, o presidente Lula coordenou uma reunião de emergência, no Palácio do Planalto, com a presença de seus principais ministros, como Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Internacionais), Rui Costa (Casa Civil) e Sidônio Palmeira (Secom), além do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin. O encontro terminou por volta das 20h.

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Trump anuncia tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e envia carta a Lula

Além de querer impor uma guerra comercial, o político da extrema-direita americana resolveu sair em defesa de Bolsonaro, réu no inquérito da trama golpista O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (9) uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. De acordo com o governo dos Estados Unidos, a nova taxa passa a valer em 1º de agosto. O chefe da Casa Branca também enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No documento, o político da extrema-direita norte-americana também resolveu sair em defesa de Jair Bolsonaro (PL), réu no inquérito da trama golpista, conduzido pelo Supremo Tribunal Federal no Brasil. “A forma como o Brasil tem tratado o ex-Presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional”, afirmou Trump na carta a Lula. Após tentar defender Bolsonaro, o presidente dos EUA voltou a comentar sobre economia, em recado ao presidente Lula. “Se o senhor desejar abrir seus mercados comerciais, até agora fechados, para os Estados Unidos e eliminar suas tarifas, políticas não tarifárias e barreiras comerciais, nós poderemos, talvez, considerar um ajuste nesta carta”. Confira o documento na íntegra: 9 de julho de 2025 Sua ExcelênciaLuiz Inácio Lula da Silva Presidente da República Federativa do Brasil Brasília Prezado Sr. Presidente: Conheci e tratei com o ex-Presidente Jair Bolsonaro, e o respeitei muito, assim como a maioria dos outros líderes de países. A forma como o Brasil tem tratado o ex-Presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional. Esse julgamento não deveria estar ocorrendo. É uma Caça às Bruxas que deve acabar IMEDIATAMENTE! Em parte devido aos ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos (como demonstrado recentemente pelo Supremo Tribunal Federal do Brasil, que emitiu centenas de ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS a plataformas de mídia social dos EUA, ameaçando-as com multas de milhões de dólares e expulsão do mercado de mídia social brasileiro), a partir de 1º de agosto de 2025, cobraremos do Brasil uma tarifa de 50% sobre todas e quaisquer exportações brasileiras enviadas para os Estados Unidos, separada de todas as tarifas setoriais existentes. Mercadorias transbordadas para tentar evitar essa tarifa de 50% estarão sujeitas a essa tarifa mais alta. Além disso, tivemos anos para discutir nosso relacionamento comercial com o Brasil e concluímos que precisamos nos afastar da longa e muito injusta relação comercial gerada pelas tarifas e barreiras tarifárias e não tarifárias do Brasil. Nosso relacionamento, infelizmente, tem estado longe de ser recíproco. Por favor, entenda que os 50% são muito menos do que seria necessário para termos igualdade de condições em nosso comércio com seu país. E é necessário ter isso para corrigir as graves injustiças do sistema atual. Como o senhor sabe, não haverá tarifa se o Brasil, ou empresas dentro do seu país, decidirem construir ou fabricar produtos dentro dos Estados Unidos e, de fato, faremos tudo o possível para aprovar rapidamente, de forma profissional e rotineira — em outras palavras, em questão de semanas. Se por qualquer razão o senhor decidir aumentar suas tarifas, qualquer que seja o valor escolhido, ele será adicionado aos 50% que cobraremos. Por favor, entenda que essas tarifas são necessárias para corrigir os muitos anos de tarifas e barreiras tarifárias e não tarifárias do Brasil, que causaram esses déficits comerciais insustentáveis contra os Estados Unidos. Esse déficit é uma grande ameaça à nossa economia e, de fato, à nossa segurança nacional! Além disso, devido aos ataques contínuos do Brasil às atividades comerciais digitais de empresas americanas, bem como outras práticas comerciais desleais, estou instruindo o Representante de Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, a iniciar imediatamente uma investigação da Seção 301 sobre o Brasil. Se o senhor desejar abrir seus mercados comerciais, até agora fechados, para os Estados Unidos e eliminar suas tarifas, políticas não tarifárias e barreiras comerciais, nós poderemos, talvez, considerar um ajuste nesta carta. Essas tarifas podem ser modificadas, para cima ou para baixo, dependendo do relacionamento com seu país. O senhor nunca ficará decepcionado com os Estados Unidos da América. Muito obrigado por sua atenção a este assunto! Com os melhores votos, sou, Atenciosamente, DONALD J. TRUMP PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

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Brasil e China selam aliança estratégica para corredor ferroviário bioceânico

Acordo assinado em Brasília prevê estudos conjuntos para integrar a malha ferroviária brasileira ao porto de Chancay, no Peru, fortalecendo a cooperação Sul-Sul e a infraestrutura continental Em mais um gesto concreto de aproximação entre os dois gigantes do Sul Global, Brasil e China assinaram nesta segunda-feira (7), em Brasília, um memorando de entendimento para a realização de estudos conjuntos sobre o corredor ferroviário bioceânico, que conectará os oceanos Atlântico e Pacífico. O projeto, de grande valor geopolítico e logístico, visa integrar ferrovias brasileiras já em operação ou construção ao recém-inaugurado porto de Chancay, no Peru, com infraestrutura financiada por Pequim. O acordo foi firmado entre a estatal brasileira Infra S.A. e o Instituto de Planejamento e Pesquisa Econômica da China State Railway Group, braço técnico da maior empresa ferroviária pública do mundo. A cerimônia simbolizou um passo decisivo no avanço de uma parceria que une o Novo PAC brasileiro à Iniciativa Cinturão e Rota chinesa, sob o olhar atento dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping. Corredor Bioceânico: de Ilhéus ao Pacífico com escala na integração continental O corredor ferroviário começará em Ilhéus, na Bahia, pela Fiol (Ferrovia de Integração Oeste-Leste), seguirá por Mara Rosa, em Goiás, ponto de encontro com a Fico (Ferrovia de Integração Centro-Oeste) e a Ferrovia Norte-Sul, até chegar a Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, ponto de partida da chamada Ferrovia Bioceânica. Daí em diante, o traçado avançará rumo à fronteira com a Bolívia, atravessará Rondônia e o Acre, e cruzará até o porto de Chancay, a cerca de 70 km de Lima. O traçado não é apenas um desenho sobre trilhos: ele representa a integração produtiva e comercial da América do Sul com a Ásia, abrindo novas rotas logísticas para as exportações brasileiras de grãos, minérios e produtos industrializados. Cooperação técnica de longo prazo: um pacto de desenvolvimento O secretário especial da Casa Civil, Maurício Muniz, celebrou o memorando como “o início de uma jornada técnica, institucional e diplomática que visa reduzir distâncias e fortalecer laços”. O presidente da Infra S.A., Leonardo Ribeiro, ressaltou que o projeto reflete uma visão conjunta de longo prazo entre os dois países, “com a expertise ferroviária chinesa se aliando ao potencial brasileiro de escoamento de cargas”. A diretora de Administração e Finanças da Infra S.A., Elisabeth Braga, destacou que a estatal já iniciou os trabalhos para viabilizar o eixo estruturante Fiol–Fico, cujo leilão está previsto para 2026, e que os estudos sobre o trecho internacional contarão com simulações técnicas, análises ambientais e modelagens de investimento. Brics, PAC e Cinturão e Rota: uma convergência estratégica A assinatura do acordo ocorre na esteira da XVII Cúpula do Brics, realizada no Rio de Janeiro, onde o grupo reafirmou, em declaração conjunta, o compromisso com a construção de infraestrutura sustentável e resiliente como eixo do desenvolvimento. A agenda também se encaixa nas diretrizes do Novo PAC, do Plano de Transformação Ecológica e da Nova Indústria Brasil, pilares do governo Lula. Pelo lado chinês, a cooperação se insere na estratégia da Iniciativa Cinturão e Rota, que busca ampliar os corredores de transporte e comércio no mundo em desenvolvimento. Para o diretor-geral da China Railway Group, Wang Jie, a parceria simboliza “a sabedoria e a confiança mútua entre nossos povos”. Desafios logísticos e esperança geoeconômica A integração ferroviária com o Pacífico poderá reduzir drasticamente os custos logísticos de exportação e acelerar o acesso a novos mercados. Hoje, a produção brasileira do Centro-Oeste enfrenta altos custos com transporte rodoviário até os portos do Sudeste. A nova rota — multimodal e transnacional — abre caminho para uma malha mais eficiente, menos poluente e mais estratégica. O desafio agora é garantir que os estudos, a ser conduzidos por técnicos brasileiros e chineses, avancem rapidamente e não fiquem na gaveta como projetos anteriores. A aposta é que, com financiamento estruturado e articulação entre os ministérios do Planejamento, Casa Civil e Transportes, a integração continental torne-se realidade — unindo Ilhéus a Chancay, o Atlântico ao Pacífico, e o Brasil à nova geografia do desenvolvimento global. “Celebramos não apenas trilhos, mas um futuro conectado”, declarou Maurício Muniz. Se concretizado, o corredor bioceânico pode ser o maior projeto logístico da América do Sul no século XXI — e uma chave para reposicionar o Brasil no centro da integração regional e global.

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Países do BRICS se unem para eliminar “doenças da pobreza”

Pesquisas contra essas enfermidades recebem menos investimentos Os países do Brics lançaram oficialmente nesta segunda-feira (7) a Parceria para a Eliminação de Doenças Socialmente Determinadas (DSDs). O objetivo é fortalecer a cooperação, mobilizar recursos e avançar esforços coletivos para a eliminação integrada dessas doenças, que têm sua incidência agravada pela pobreza, desigualdade social e barreiras de acesso a saúde, o que faz com que sejam mais prevalentes no Sul Global. A ideia é que os países se unam para eliminar doenças que, muitas vezes, não afetam países ricos e, portanto, não são consideradas na destinação de recursos para pesquisas nesses países. A Parceria incluirá as doenças que são reconhecidas como DSDs pelos países membros do Brics, de acordo com as realidades de cada um deles. Entre as doenças citadas ao longo dos encontros que deverão entrar no escopo da ação estão tuberculose, hanseníase, malária e dengue. Até o momento, fazem parte da Parceria os 11 países do Brics ─ Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Indonésia – além da Malásia, Bolívia e Cuba, países parceiros do fórum, que também aderiram à medida. Os países deverão se unir para a promoção de pesquisa e desenvolvimento de abordagens inovadoras para saúde, vacinas, prevenção, detecção precoce, diagnóstico e tratamento. Além disso, deverão incentivar investimentos internacionais ampliados, fortalecendo esforços diplomáticos para colocar a eliminação das DSDs no centro da agenda global de saúde e buscando a priorização dessa questão em fóruns multilaterais e regionais. A iniciativa, que foi discutida nas reuniões que antecederam a Cúpula de Líderes do grupo, constou também da Declaração Final da 17ª Reunião de Cúpula, a Declaração do Rio de Janeiro, divulgada neste domingo (6). O tema foi uma das oito prioridades escolhidas pela presidência brasileira do Brics na área da saúde e teve como inspiração o Programa Brasil Saudável, que tem como objetivo enfrentar problemas sociais e ambientais que afetam a saúde de pessoas em maior vulnerabilidade social. Nesta segunda, o Brics divulgou documento específico que detalha a nova parceria. O texto inclui a utilização de tecnologias inovadoras, como a inteligência artificial, para o combate das doenças. “Para atingir os objetivos da Parceria, os membros promoverão e ampliarão iniciativas existentes voltadas para o fortalecimento do manejo de casos, expansão do acesso a áreas remotas e de difícil alcance, melhoria das condições de saneamento e habitação, combate à desnutrição e à pobreza, e aproveitamento de tecnologias inovadoras — como inteligência artificial, diagnóstico de doenças, terapêuticas, desenvolvimento de medicamentos e vacinas, plataformas digitais interoperáveis, sistemas de notificação harmonizados, mecanismos de detecção precoce, vigilância, intercâmbio de dados em tempo real, regulação e ferramentas integradas de eliminação de doenças”, diz o texto. Objetivos A Parceria terá cinco objetivos principais, alinhados às atividades de organizações internacionais como a Organização Mundial de Saúde (OMS): Reforçar sistemas de saúde resilientes e a prestação de serviços essenciais, garantindo o acesso equitativo a vacinas, prevenção, detecção precoce, diagnóstico, tratamento e educação em saúde para DSDs, fortalecendo serviços de saúde comunitária e focando em populações em situação vulnerável nas regiões mais afetadas por DSDs, avançando também na Cobertura Universal de Saúde (CUS); Fortalecer ações intersetoriais sobre os determinantes sociais, econômicos e ambientais da saúde, adotando uma abordagem integral de governo e sociedade; Expandir a colaboração em pesquisa, desenvolvimento, capacitação, inovação e transferência de tecnologia entre os membros, promovendo o compartilhamento de conhecimentos como estratégia para fortalecer a cooperação e impulsionar soluções inovadoras adaptadas às realidades locais para eliminação das DSDs; Advogar pela superação das barreiras financeiras à eliminação das DSDs, mobilizando recursos nacionais e internacionais e promovendo o engajamento com bancos de desenvolvimento, instituições financeiras, doadores e setor privado para garantir mecanismos sustentáveis e inovadores de financiamento; Alinhar posições sobre DSDs no âmbito das organizações internacionais, incluindo agências da Organização das Nações Unidas como a OMS e outros fóruns relevantes, além de partes interessadas do setor privado, facilitando a integração em estruturas mais amplas de cooperação internacional e assegurando alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável globais. Para isso, de acordo com o documento, os países irão recorrer a financiamento do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o Banco do Brics, além do Banco Mundial e outros Bancos Multilaterais de Desenvolvimento. Os países irão buscar também doadores e o apoio do setor privado por meio de iniciativas público-privadas. O documento estabelece que os primeiros passos para o estabelecimento da parceria serão a realização de seminários técnicos, de atividades de capacitação e treinamento, além de reuniões da rede de pesquisa e engajamento com o NDB e outras instituições financeiras.

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