– Santuário ecológico sofre com uma das maiores secas em décadas, provocada pela degradação da Amazônia e pela ação criminosa do governo Bolsonaro que vem desmontando órgãos de proteção ambiental –

O Pantanal, bioma localizado nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul,  considerado um dos maiores pântanos do planeta, com 150 mil quilômetros quadrados, vem sendo consumido pelo fogo nos últimos meses. Trata-se da maior tragédia ambiental em décadas, segundo os ambientalistas.

Os focos de incêndios registrados no Pantanal já destruíram quase 20% da reserva e colocam em risco a fauna e a flora do santuário ecológico, onde existe a maior concentração de onças pintadas do país e de várias outras espécies raras de animais e aves que só são encontradas naquela região, além de colocar em risco povos indígenas e comunidades tradicionais que ali vivem.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre janeiro e agosto, foram registrados pelos satélites um total de 10.153 focos de incêndio no Pantanal, Para se ter ideia do desastre, o número de focos supera os 10.048 pontos de queimadas contabilizados pelo Inpe entre 2014 e 2019.

Comparado com o ano passado, por exemplo, quando houve aumento das queimadas criminosas na Amazônia e no Pantanal, o número deste ano é três vezes superior aos 3.165 focos de incêndio verificados entre janeiro e agosto de 2019.

Efeito Amazônia

O Pantanal também sofre com o desmatamento e com uma das piores secas dos últimos anos, que tem sido apontada como uma das causas principais dos incêndios. Segundo os especialistas, um dos fatores associados à falta de chuva no Pantanal e em outros biomas brasileiros é a degradação da Amazônia atingida pelo desmatamento criminoso e pela ação do garimpo ilegal.

“Pesquisadores e cientistas apontam que é da Amazônia que vem a maior parte da umidade que alimenta o Pantanal. A floresta lança no ar a umidade que é levada pelas correntes até esbarrar na Cordilheira do Andes. De lá, volta distribuindo chuva por nossa região se estendendo até a região Sul do Brasil. Quando essa camada verde começa a ser destruída, não lança tanta umidade assim e falta chuva no Centro-Oeste. É visível que nos últimos dois anos as chuvas ficaram mais escassas em Mato Grosso”, afirma a deputada federal Rosa Neide (PT-MT), em publicado no site do PT na Câmara.

Somado a tudo isso ainda existe a inoperância e irresponsabilidade do governo Bolsonaro que investe sistematicamente no desmonte dos órgãos de fiscalização e proteção ambiental como o Ibama e o Instituto Chico Mendes. A fiscalização ambiental durante o atual governo já caiu cerca de 50%.

Os crimes ambientais cometidos por Bolsonaro, tanto na Amazônia como em demais biomas brasileiros, repercute no mundo todo e a imprensa .internacional tem denunciado diariamente desastres ambientais, como os incêndios que destroem o Pantanal.

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