O ministro dos Transportes, Renan filho, confirmou a jornalistas em evento nesta semana que o Plano Nacional de Ferrovias do Governo Federal somará mais de R$ 20 bilhões.

O ministro informou ainda que os recursos serão captados de repactuações contratuais de renovações antecipadas de concessões. Segundo reportagem do Valor Econômico, as renegociações serão feitas com a Vale, Rumo e MRS.
O primeiro acordo deverá ser fechado com a Vale. Inclusive, de acordo com o ministro, há até proposta formal. Também está para ser fechado um acordo de renovação antecipada da Ferrovia Centro Atlântica da VLI.
A maior parte dos recursos deve vir de repactuação de contratos com a Vale. O ministério cobra a empresa por valor abatido nas renovações antecipadas de ferrovias em Carajás (R$ 21,1 bilhões) e em Vitórias-Minas (R$ 4,6 bilhões).
O ministro dos Transportes não revelou detalhes sobre os projetos que serão realizados com o dinheiro, contudo adiantou que o Governo mira na conclusão da Ferrogrão, que ligará o Mato Grosso ao Pará. Outro interesse é a Ferrovia de Integração Centro-Oeste e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste. Ambas apresentam potencial para transportar produtos da indústria de agronegócio para regiões litorâneas.
Avanço das ferrovias
Um estudo da Fundação Dom Cabral, o qual o portal Transporte Moderno teve acesso, mostrou que, de maneira inédita, o modal ferroviário do país responde por cerca de 27% no volume de carregamento de cargas (em Toneladas Úteis). Considerando apenas o transporte de longa distância, a pesquisa focou nas variáveis Volume de Cargas (TU) e Produção de Transporte (TKU).
Segundo os responsáveis pelo levantamento, pela primeira vez, a malha ferroviária responde por mais de ¼ deste transporte. Os modais considerados na pesquisa representam a grande logística brasileira: ferroviário, rodoviário, hidroviário, dutoviário e navegação de cabotagem.

O professor e coordenador do núcleo de infraestrutura e logística da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende, diz que houve um aumento no modal ferroviário, sobretudo no transporte de granel agrícola. Contudo, Resende alerta para o fato de que, apesar de existir carga disponível para os trilhos, é preciso uma malha ferroviária que suporte essa demanda. “Caso contrário, o aumento poderá, inclusive, retroceder até 2035”, conclui

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