Derrota acachapante no Congresso escancara infidelidade da base do governo

Com votos de partidos aliados, Câmara derruba decreto do IOF e aprofunda crise de articulação do Planalto A fragilidade da base aliada do governo Lula (PT) ficou exposta de forma incontestável na votação que derrubou o decreto de aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) na Câmara dos Deputados. A medida, considerada essencial pela equipe econômica para manter o equilíbrio fiscal, foi rejeitada por ampla maioria — 383 votos contra e apenas 98 a favor, em um universo de 513 parlamentares. Mais que uma questão tributária, o episódio escancarou o isolamento político do Palácio do Planalto e sinalizou rearranjos de força rumo à disputa presidencial de 2026, analisa Letícia Casado em reportagem no UOL. O impacto da derrota se ampliou pelo fato de que partidos com ministérios no governo — como PSD, MDB, Republicanos, União Brasil e Progressistas — votaram em peso contra o decreto, ao lado da oposição liderada pelo PL. A rejeição foi interpretada por aliados e adversários como uma espécie de termômetro da popularidade de Lula no Congresso. Dados das pesquisas Datafolha e Ipsos/Ipec, divulgadas em junho, já indicavam queda na avaliação positiva do presidente. Essa erosão, aliada a disputas internas por espaço e verbas, impulsionou o distanciamento de setores da base, especialmente no centrão. Aliança informal com a oposição e sinalização para 2026 – A votação revelou que a movimentação de partidos da base rumo à oposição não se dá apenas por diferenças ideológicas, mas pela percepção de que o governo perdeu capacidade de liderar. As críticas contra o aumento de impostos se somam a outros incômodos, como a insatisfação com o que parlamentares chamam de “dobradinha” entre o Executivo e o Supremo Tribunal Federal, especialmente na figura do ministro Flávio Dino. Dino, que assumiu uma cadeira no STF após deixar o Ministério da Justiça, tem sido apontado como peça-chave nas decisões que dificultam a liberação de emendas parlamentares. Entre elas, estão bloqueios determinados por ele e exigências de maior transparência no uso de recursos públicos. O ministro também é relator de investigações sobre uso irregular de verbas, o que elevou ainda mais a tensão entre os Poderes. O governo não descarta acionar o STF para reverter a derrota no caso do IOF. Mas uma eventual judicialização tende a agravar o atrito institucional, especialmente se for vista como tentativa de deslegitimar a decisão do Congresso. Crise de articulação e risco de paralisia política – A ruptura entre Executivo e Legislativo não é um movimento isolado, mas reflexo de um esgarçamento mais profundo da governabilidade. Com a proximidade do calendário eleitoral, líderes do centrão e da oposição já ensaiam alianças visando 2026. O resultado da votação do IOF foi um marco simbólico: mostrou que a fidelidade da base governista é cada vez mais incerta e que a capacidade do Planalto de pautar o Congresso está em xeque. Além disso, o episódio reacendeu o debate sobre o uso estratégico de emendas parlamentares como moeda de troca política e sobre a autonomia do Congresso em relação ao Executivo. O desgaste tende a se acentuar à medida que o governo enfrente novas votações de temas sensíveis, sob um cenário de desconfiança e instabilidade.

Leia mais... »

Ronaldo reafirma interesse em comprar o Corinthians

Ex-atacante defendeu que a mudança para SAF não significa perda de identidade do clube O ex-jogador Ronaldo voltou a demonstrar interesse em adquirir o Corinthians, caso o clube opte por se tornar uma SAF (Sociedade Anônima do Futebol). Em entrevista ao podcast Denílson Show, o Fenômeno destacou que o time alvinegro possui características que o diferenciam de outros clubes que já adotaram o modelo. “Se o Corinthians resolver virar SAF, eu arrumo o dinheiro e embarco. Isso não é surpresa nenhuma, porque eu acredito muito enquanto clube, massa social e torcida, além do Corinthians ser uma máquina com potencial de retorno”, destacou. Além disso, o ex-atacante defendeu que a mudança para SAF não significa perda de identidade e reforçou a importância da participação da torcida no processo. “O torcedor precisa conhecer o seu papel nesse processo todo e não achar que o clube perderá a sua identidade e isso nós mostramos no Cruzeiro”, complementou. Essa não é a primeira vez que Ronaldo se posiciona sobre o assunto. Em março, ele já havia declarado estar acompanhando de perto a movimentação do Corinthians em relação à possível mudança no formato de gestão.

Leia mais... »

Polícia prende sete em operação que desmantelou esquema que desviava salário de jogadores de futebol

Ação conjunta identificou desvio de quase R$ 1 milhão de atletas como Gabigol e Kannemann Uma operação conjunta das polícias civis de Rondônia, Paraná, Mato Grosso e Amazonas resultou, nesta terça-feira (24), na prisão de sete pessoas suspeitas de integrar uma organização criminosa especializada em fraudes bancárias contra jogadores de futebol. A informação foi revelada pelo g1, que também apurou que entre os principais alvos dos criminosos estavam atletas da Série A do Campeonato Brasileiro, como Gabriel Barbosa, o Gabigol, atualmente no Cruzeiro, e o zagueiro argentino Walter Kannemann, do Grêmio. As autoridades cumpriram ao todo 11 mandados de prisão e 22 de busca e apreensão nas cidades de Porto Velho (RO), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Almirante Tamandaré (PR) e Lábrea (AM). Com os suspeitos, a polícia apreendeu R$ 800 mil em espécie, além de uma arma de fogo, maquininhas de cartão e diversos celulares, que teriam sido utilizados na execução dos golpes. De acordo com as investigações, o grupo utilizava documentos falsos para abrir contas bancárias em nome dos jogadores. Com isso, solicitavam a portabilidade dos salários para essas contas, que eram controladas pelos próprios golpistas. Em seguida, os valores eram rapidamente sacados, transferidos ou usados em compras, dificultando o rastreamento e a recuperação do dinheiro. Um dos casos mais emblemáticos envolve o atacante Gabigol, de quem os criminosos teriam desviado R$ 938 mil. Segundo fontes ligadas à operação, os próprios bancos identificaram movimentações suspeitas e notificaram os atletas, o que ajudou a deflagrar a investigação. A operação foi batizada de “Falso 9” — uma referência irônica à posição tática no futebol — e contou com o apoio do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab), vinculado ao Ministério da Justiça. O suposto líder da quadrilha foi preso no bairro Alto, em Curitiba. Outro suspeito foi localizado no bairro Atuba, na mesma cidade, portando celulares, documentos falsificados e cópias adulteradas de RGs. Até o momento, a polícia estima que os criminosos tenham movimentado mais de R$ 1 milhão em nome de terceiros, com grande parte dos valores sendo direcionada para pessoas em Porto Velho e Cuiabá. Apenas R$ 135 mil foram recuperados até agora.

Leia mais... »

Tino Gomes é a atração principal do primeiro festival junino Arraial das Formigas

Montes Claros receberá nos dias 28 e 29 de junho, o primeiro festival junino Arraial das Formigas, com apresentações de quadrilhas, comidas típicas, artesanato e brincadeiras. Além do forró pê de serra, comandado pelo artista Tino Gomes, a partir das 20 horas. deste sábado (28) O evento, promovido pela Prefeitura de Montes Claros, através da secretaria municipal de Cultura e Turismo, acontecerá na Avenida Viriato Ribeiro de Aquino, no bairro Canelas, nas proximidades da Rodoviária, ao lado do Parque Municipal Cândido Canela. O Arraial das Formigas ressurge como um dos mais emblemáticos encontros culturais da região, promovendo uma experiência imersiva que honra as raízes e reinventa os costumes e sabores locais. Realizado pela Plataforma Criativa de Projetos do Ecossistema Clariô, com correalização do Programa Casa Cult, e o patrocínio da Cemig, o evento integra cultura popular, culinária típica afetiva, musicalidade de raiz e criatividade artesanal, convidando moradores e visitantes a vivenciarem o que há de mais autêntico na expressão sertaneja mineira. Muito além de uma festa junina, o Arraial das Formigas se firma como um festejo de pertencimento, onde o chão batido, os ofícios da roça e as manifestações devocionais compõem um mosaico cultural pulsante.  

Leia mais... »

‘Galípolo é pior que o Roberto Campos Neto’, diz Berzoini

Ex-ministro diz que atual política de juros prejudica o país e cobra reação do governo Lula Em entrevista ao programa Fórum Onze e Meia, o ex-ministro Ricardo Berzoini fez duras críticas à política monetária brasileira, classificando a atuação do Banco Central como um obstáculo ao desenvolvimento do país. Para ele, a instituição vem operando em favor do mercado financeiro, penalizando a economia real com juros elevados e metas consideradas inalcançáveis. Berzoini direcionou suas críticas especialmente ao presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. “O Galípolo está pior que o Campos Neto”, afirmou. Segundo ele, o governo precisa reagir a decisões consideradas como técnicas, mas que afetam o crescimento, sem se calar por razões políticas. “Não dá para engolir erro calado só porque o governo é nosso”, disse. Metas irreais, juros sufocantes e silêncio preocupante Para o ex-ministro, a atual meta de inflação é “inexequível” e serve apenas como justificativa para manter a taxa Selic em níveis desproporcionais. “Estamos com uma inflação de cerca de 4,5% e juros reais perto de 10%. Isso não existe no mundo. Só no Brasil”, criticou. Ele comparou a política a uma dieta impossível: “É como querer emagrecer 30 quilos quando só dá para perder 10. A culpa não é da balança, é da meta.” Berzoini apontou o descompasso da política atual com as necessidades do país. “Tesouro Direto está pagando 15% ao ano. Só perde para o tráfico de drogas e pedágio em São Paulo.” Segundo ele, essa lógica beneficia apenas rentistas, enquanto comerciantes, empresários e trabalhadores enfrentam as consequências. Ele também refutou a ideia de que a inflação atual seria causada por excesso de demanda, atribuindo a alta de preços a fatores externos, como secas em países produtores de alimentos. “Não falta consumo. Falta coordenação”, afirmou. Berzoini alerta para o risco político de o governo não se manifestar diante desse cenário. “Quando era o Campos Neto, o PT criticava. Agora, com Galípolo, reina o silêncio. Isso é incoerente.” Ele defendeu a revisão urgente da meta de inflação pelo Conselho Monetário Nacional, composto por Fernando Haddad, Simone Tebet e o próprio Galípolo, e concluiu: “O Banco Central virou o sindicato dos rentistas. Decide contra quem trabalha e a favor de quem vive de renda.” Fonte: Revista Fórum

Leia mais... »

Juiz solta sujeito que quebrou relógio de Dom João VI; Moraes prende novamente

Ministro do STF classificou a decisão do magistrado mineiro, que será investigado, como “fora do âmbito de sua competência” O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quinta-feira (19) que Antônio Cláudio Alves Ferreira volte à prisão. O mecânico, condenado a 17 anos de prisão por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, havia sido solto na última terça-feira (17) por decisão da Vara de Execuções Penais de Uberlândia (MG), sem o uso de tornozeleira eletrônica. Antônio Cláudio ficou conhecido por ter sido filmado destruindo o relógio histórico de Balthazar Martinot, presente da Corte Francesa a Dom João VI e uma das peças mais valiosas do acervo da Presidência da República. Na decisão, Moraes revoga a liberdade concedida pelo juiz mineiro Lourenço Migliorini Fonseca Ribeiro, que autorizou a progressão do condenado para o regime semiaberto domiciliar. O juiz argumentou que o réu apresentava boa conduta carcerária e não tinha registros de faltas graves. O ministro do STF, no entanto, afirmou que o magistrado mineiro não tinha competência para decidir sobre o caso, que tramita na Suprema Corte. Moraes classificou a decisão como “fora do âmbito de sua competência” e ressaltou que ela foi tomada sem qualquer autorização do Supremo. Erro no cálculo da pena Além de questionar a competência do juiz, Moraes também apontou erro no cálculo do tempo de pena cumprido. O ministro destacou que, por se tratar de crimes cometidos com violência e grave ameaça, é necessário o cumprimento de pelo menos 25% da pena em regime fechado para pleitear progressão — e Ferreira cumpriu apenas 16%. “Além da soltura ter ocorrido em contrariedade à expressa previsão legal, foi efetivada a partir de decisão proferida por juiz incompetente, em relação ao qual — repita-se — não foi delegada qualquer competência”, escreveu Moraes no mandado de prisão. O ministro também determinou a abertura de uma investigação para apurar a conduta do juiz mineiro. Contradição sobre falta de tornozeleiras O caso gerou repercussão adicional após vir à tona que o condenado foi colocado em liberdade sem tornozeleira eletrônica. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) informou que a medida ocorreu porque o estado não dispõe atualmente do equipamento. Por outro lado, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp) desmentiu essa versão e afirmou que há cerca de 4 mil tornozeleiras disponíveis no estado. A pasta informou ainda que, mesmo em prisão domiciliar, Ferreira deveria se apresentar ao presídio sempre que fosse solicitado, e que um novo agendamento já havia sido marcado. Restrições da decisão anulada Na decisão que agora foi anulada pelo STF, o juiz de Uberlândia havia imposto uma série de restrições, como: Permanecer em casa em tempo integral, exclusivamente em Uberlândia; Não sair da residência até nova autorização para trabalho externo; Comparecer ao presídio ou à Vara de Execuções Penais sempre que solicitado; Fornecer material genético para o banco nacional de dados; Apresentar comprovante de endereço atualizado em até 10 dias; Manter endereço e telefone atualizados; Após eventual instalação de tornozeleira, não violar, remover ou danificar o equipamento. A defesa de Antônio Cláudio foi procurada pelo G1, mas não se manifestou até a publicação desta reportagem. Fonte: Revista Fórum , com informações do G1

Leia mais... »