Após ganhar as manchetes na imprensa internacional como presidente negacionista e genocida, que causou milhares de mortes na pandemia da Covid-19, e por fazer o Brasil regredir à situação de pária no mundo, Jair Bolsonaro agora é destaque também como ladrão e contrabandista. Nos últimos dias, vários jornais abordaram o escândalo das joias e não pouparam o fascista nativo. A fama do vigarista se espraia pelo planeta.
O britânico The Guardian ironizou: “‘Todo Rolex conta uma história’, afirmou certa vez o fabricante de relógios de luxo. A polícia brasileira acredita que esse slogan é particularmente verdadeiro quando se trata do relógio cravejado de diamantes no centro de uma investigação sobre a suspeita de furto de presentes oficiais de alto valor por pessoas próximas de Jair Bolsonaro – e possivelmente pelo próprio ex-presidente”.
A reportagem ainda registrou que a operação da Polícia Federal contra serviçais do ex-presidente “foi chamada de Lucas 12:2 – uma referência à frase da Bíblia: ‘Não há nada oculto que não venha a ser revelado, ou escondido que não venha a ser conhecido’. O nome parecia ser uma referência zombeteira a um dos principais bordões de Jair Bolsonaro, do Evangelho de João: ‘Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará’”.
“Imagem de homem do povo” está abalada
Já o francês Le Monde informou que o fascista nativo é suspeito de ter desviado presentes da Presidência para “benefício pessoal”, contrabandeando artigos de luxo para os EUA após a vitória de Lula em 2022. Em março passado, o jornal Le Monde já havia descrito o envolvimento do fujão como “embaraçoso” e “extremamente constrangedor”, afirmando que o escândalo deixou “seriamente abalada” sua “imagem de homem do povo”.
O diário O Público, de Portugal, afirmou que Jair Bolsonaro está em “maus lençóis” após as mensagens vazadas do seu ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, e das acusações feitas pelo hacker Walter Delgatti na CPMI dos Atos Golpistas. Em outra postagem, o jornal português analisou o pedido de quebra de sigilo fiscal e bancário do presidente fujão e da ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro.
Escândalo das joias e a “ironia de Bolsonaro”
Por sua vez, o espanhol El País publicou artigo de opinião de Juan Arias intitulado “A ironia de Bolsonaro que está se afogando no escândalo das joias de ouro e diamantes”. O jornalista trata da diferença entre o discurso anticorrupção do ex-presidente e as acusações de envolvimento em várias maracutaias. Ele afirma ser irônico que Jair Bolsonaro possa ser preso pelo caso das joias e não por atitudes citadas como mais graves, como “a tentativa de golpe de Estado ou sua zombaria com a epidemia de covid”.
“A história dessas joias poderia dar um filme de comédia sobre pequenos traficantes, como o fato de terem sido trazidas escondidas no fundo da mochila de um militar e de alguns desses objetos preciosos, como um colar de diamantes para a esposa de Bolsonaro, ainda estarem retidos na alfândega do Rio e ainda não terem sido recuperados”, ironizou Juan Arias no El País.
Vale citar ainda o estadunidense Washington Post, que destacou a operação de busca e apreensão da Polícia Federal contra auxiliares do ex-presidente. Segundo a postagem, Jair Bolsonaro teria “supostamente” recebido US$ 70 mil pela venda ilegal de presentes de luxo. A reportagem também lembra o envolvimento do fascista nos atos golpistas do 8 de janeiro em Brasília e enfatiza que o presidente fujão está inelegível por oito anos.
Altamiro Borges é editor do Blog do Miro