Manifestação foi feita pelo ‘Comando Rasta’, torcida organizada do clube

O assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) no Rio de Janeiro originou manifestações pelo Brasil. Nas arquibancadas do Mineirão, não foi diferente. Um grupo de torcedores do Cruzeiro levou ao estádio, neste sábado, uma faixa em homenagem à parlamentar. Em campo, o time celeste venceu por 2 a 0 o Patrocinense e avançou às semifinais do Campeonato Mineiro.

A faixa foi produzida pela torcida organizada ‘Comando Rasta’ e continha a hashtag “#MariellePresente”, utilizada em manifestações na internet e nas ruas do país. Em Belo Horizonte, um ato tomou as ruas do Centro da cidade na noite da última quinta-feira.

O protesto foi interrompido durante a realização da partida, quando a faixa foi recolhida por seguranças. A ‘Resistência Azul Popular’, por meio do Facebook, acusou a Minas Arena, administradora do Mineirão, de censura.

“Hoje, no jogo contra o Patrocinense, uma faixa foi erguida durante a partida homenageando Marielle, mulher negra executada por sua ação contra os milicianos e abusos da intervenção federal. A Minas Arena rasgou o estatuto do torcedor e retirou a faixa da torcida e disse que devolveria somente na segunda. Conseguimos ao final do jogo depois de muita argumentação e pressão resgatar a faixa e cobrar qual foi a ordem para tirar a faixa. As explicações foram esdrúxulas. Iremos fazer um relato mais detalhado na segunda. Lembrando que o coordenador de segurança da Minas Arena é o Coronel Teatini, de outras truculência aqui em Minas Gerais. Muito sintomático que a polícia esteja contra uma faixa de quem lutou contra os milicianos, não?”, publicou o grupo.

A Minas Arena, por meio de nota, informou que as faixas precisam de aprovação prévia para serem exibidas no estádio, o que não aconteceu. “O Mineirão apoia toda manifestação pacífica das torcidas que frequentam o estádio. Para tanto, as faixas posicionadas na arena são previamente apresentadas e aprovadas, em conjunto com autoridades competentes o que, infelizmente, não aconteceu neste caso. Os torcedores abriram a faixa, fizeram a sua manifestação e, na sequência, ela foi retirada pela segurança. Atos de manifestação, comunicados previamente, têm acontecido de forma organizada e, ainda, recebido apoio das mídias do estádio, como o telão e sistema de sonorização. Assim como todo o país, também estamos indignados com o fato ocorrido na última quarta-feira e repudiamos qualquer ato de violência”, diz a nota da administradora do Mineirão.

Entenda o caso

Na noite da última quarta-feira, a vereadora Marielle Franco, 38, e o motorista Anderson Gomes, 39, foram brutalmente assassinados dentro de um carro, na região central do Rio de Janeiro. As circunstâncias do crime fizeram com que o caso ganhasse repercussão mundial e originassem manifestações dentro e fora do país.

Marielle Franco foi a quinta vereadora com mais votos na cidade do Rio de Janeiro. Defensora dos direitos humanos e ativista negra, a parlamentar voltava para casa após participar do evento “Jovens Negras Movendo as Estruturas”, roda de conversa realizada na Lapa, ao ser abordada pelos criminosos.

A vereadora foi atingida com quatro tiros na região da cabeça e do pescoço. O motorista, por sua vez, foi alvo de três disparos nas costas.

Inicialmente, a Polícia Civil é a responsável por investigar o caso. De acordo com reportagem exibida pela TV Globo, a perícia concluiu que o lote de munições utilizados foram comprados pela Polícia Federal.

Os investigadores trabalham com a hipótese de que o crime tenha sido execução e não um simples assalto. Afinal, não há registros de pertences roubados após os assassinatos

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