– Humberto Souto criticou duramente a carreata promovida em Montes Claros para afrouxar restrições no funcionamento do comércio na cidade

*Por Waldo Ferreira

“Ao invés de faltar comida, faltou caixão”, disse o prefeito de Montes Claros, Humberto Souto (Cidadania), mencionando Milão, na Itália (onde morrem centenas de pessoas, diariamente, vítimas do coronavírus), para enfatizar sua posição de não ceder às pressões para reabertura do comércio e continuar seguindo o protocolo de isolamento social preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e Ministério da Saúde.
Numa live, o prefeito criticou a organização de uma carreata com o objetivo de forçar o afrouxamento de decreto municipal que restringe o funcionamento do comércio. Deixou claro que não aceitará pressões de “grupelhos politicóides”, que ele chamou de covardes e desumanos, por pretenderem desgastar o prefeito, “num gesto deplorável” para tirar proveito de uma situação de grave crise de saúde pública.
Ele disse que as medidas contidas no decreto municipal têm o objetivo de proteger a população, reduzindo a circulação e evitando aglomerações. A providência impede que as pessoas levem o vírus para dentro de casa, contaminando o grupo de risco – maiores de 60 anos, pais, avós e pessoas com histórico de outras doenças.
A posição de Humberto Souto está em sintonia com as orientações de especialistas em infectologia do mundo inteiro, que veem no isolamento social a única forma de achatar a curva de contaminação do Covid-19.
Souto relatou sua preocupação com os prejuízos para a economia, mas disse que sua opção é primeiro pela preservação da vida. “Eu mesmo estou recolhido em casa, para me proteger e proteger os outros”, disse ele, que tem 85 anos.
O prefeito esclareceu que o decreto não está estrangulando a atividade produtiva em Montes Claros, lembrando que indústrias, supermercados, farmácias e vendas por delivery (entregas em domicílio) funcionam normalmente.
Segundo ele, haverá uma abertura gradual, sem que isso represente riscos à população. Citou a extensão, contida no decreto mais recente, para que as pessoas possam buscar comida no restaurante, tomando todas as precauções recomendadas pelas autoridades sanitárias, as quais os estabelecimentos estão sujeitos.
Souto repetiu que no mundo inteiro milhares de pessoas estão morrendo porque essas medidas não foram tomadas. E procurou tranquilizar a população. “O prefeito está fazendo tudo de modo consciente e em defesa do povo como um todo, procurando, em primeiro lugar, preservar a vida”.

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