O jornalista Ricardo Brandt, do O Estado de S. Paulo, aparece em um dos diálogos dos novos trechos das conversas entre o então juiz Sergio Moro e procuradores; em artigo, Kiko Nogueira, do DCM, afirma que Brandt, que “presta esse serviço de assessoria de imprensa”, é o mesmo que assinou diversos vazamentos da turma nos últimos anos e também autor da entrevista publicada nesta sexta (14), em que Moro tenta justificar os diálogos

Kiko Nogueira, no DCM – O Intercept revelou novos trechos de conversas entre Sergio Moro e a força tarefa da Lava Jato.

Desta vez, os diálogos se referem ao depoimento de Lula no processo relativo ao triplex do Guarujá em 10 de maio de 2017.

Após a audiência, Moro sugeriu ao então procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima — parceiro de Dallagnol em videozinhos constrangedores — que emitisse uma nota oficial para rebater o “showzinho” da defesa.

Moro quis saber o que o integrante do Ministério Público tinha achado daquilo que a mídia tradicional qualificava como um embate entre o magistrado e o ex-presidente.

Há um trecho emblemático do conluio com a imprensa.

No grupo “Filhos do Januário”, Santos Lima reproduz mensagem de um certo Ricardo Brandt.

“Dr. qual sua avaliação geral do depoimento? Se enrolou? Algo te surpreendeu? pode ser off. sem problemas”, diz ele.

“Estamos decidindo se falamos…RS”, responde Lima.

Ricardo Brandt: “haha. ok. fale conosco se falar ele atacou vcs demais ele é circular. não sai do roteiro. repete frases exatas em varios momentos distintos. achei na minha opinião vcs têm que falar. se hj ou amanhã não sei. mas não falar é pior”.

Brandt, que presta esse serviço de assessoria de imprensa, é repórter do Estadão especializado na Lava Jato juntamente com Fausto Macedo, que assinou diversos vazamentos da turma nos últimos anos.

É também um dos autores da longa entrevista de Moro publicada no jornal na noite de sexta, quando o maringaense teve todo o tempo e espaço para atacar Glenn Greenwald e tentar se explicar.

“O ministro não reconhece a autenticidade das mensagens e, na primeira entrevista após ter virado alvo dos hackers, desafiou a divulgação completa do material”, escreve a dupla.

Jornalismo entre amigos é assim: sem qualquer contestação, ficamos combinados que Moro foi vítima de hacking porque ele diz que foi.

Brandt foi diretor de comunicação de Demétrio Vilagra, ex-prefeito de Campinas pelo PT.

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