“Pela Vida das Mulheres, Bolsonaro Nunca Mais! Por um Brasil sem machismo, racismo e fome”
No Dia Internacional das Mulheres, brasileiras de todo o país saem às ruas para pedir o fim da violência contra as mulheres, do machismo, racismo, fome e, principalmente, por Bolsonaro nunca mais. A mobilização prevista para terça-feira já tem atos programados para pelo menos 15 estados.
As mulheres da Central de Movimentos Populares (CMP), um dos movimentos que compõem a mobilização, defendem que a derrubada de Bolsonaro do poder é uma luta necessariamente feminista, anti-imperialista, anticapitalista, democrática, antirracista e antiLGBTQIA+fóbica. Destacam ainda que representa uma luta contra o desemprego, pela saúde, pelos direitos sexuais e reprodutivos, além da defesa do SUS e dos serviços públicos gratuitos e de qualidade.
O coletivo de mulheres da CMP ressalta que o governo Bolsonaro tem aprofundado a crise econômica no Brasil e tornado a vida das mulheres ainda mais difícil. O número de brasileiras desempregadas já chega a quase 9 milhões e, segundo o Dieese, já são quase 51 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza nos últimos dois anos e mais de 10 milhões estão passando fome.
“A fome é um ponto central. No ano passado, em uma articulação com a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e diversos movimentos sociais, conseguimos atender a mais de 500 famílias com distribuição de gás a preço justo e articulamos a doação direta de mais de 10 toneladas de alimentos. Ações concretas para superação da fome são necessárias e fazem parte da nossa luta”, destaca Melayne Macedo, do coletivo de mulheres da CMP de Pernambuco.
Outra pauta que estará presente nas ruas será a luta contra a violência contra as mulheres. Nos primeiros seis meses de 2021, quatro mulheres foram mortas por dia no país por um atual ou ex-parceiro, totalizando 666 vítimas de feminicídio de janeiro a junho de 2021, de acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
“Infelizmente a pandemia agravou o cenário de violência contra a mulher e exige uma maior mobilização social. O discurso de ódio de Jair Bolsonaro também tem se espalhado e faz de nós, mulheres, sermos alvo preferencial dos machistas. Precisamos lutar contra isso. Não somos números, precisamos resistir para existir. A resistência e mobilização das mulheres é uma potência de transformação latente”, pondera a representante do Coletivo de Mulheres da CMP.