Pró-ditadura e filiado ao PSDB, general Guilherme Teophilo pode ser o substituto de Sérgio Moro na Justiça que, segundo especulações, já está de saída do governo

A queda do ministro da Justiça, Sérgio Moro, já é vista como certa nos bastidores do Planalto. Nesta quinta-feira (12), uma longa reportagem da Revista Época detalha os motivos para a saída de cena do ex-juiz federal e, pelas redes, o nome do general Guilherme Teophilo (PSDB), Secretário Nacional de Segurança Pública, tem sido apontado como sucessor do “super Moro”.

Humilhado por Jair Bolsonaro e com cada dia menos poder dentro do governo, Sérgio Moro já estaria de malas prontas para desembarcar do governo. Segundo o colunista Guilherme Amado, da Época, Moro já definiu qual seria sua gota d’água: a demissão de Maurício Valeixo da direção-geral da Polícia Federal (PF) e sua substituição por alguém que não seja indicado pelo Ministério.

Essa decisão faz parte de acúmulos de nove meses de desgaste, tendo que lidar com atitudes de Bolsonaro que visam minar a popularidade do antes “super-ministro”, que mantém um índice de aprovação bem superior ao do polêmico presidente mesmo com as reportagens da Vaza Jato. Além disso, ele não se sente em casa na Esplanada: reprova o linguajar de Bolsonaro e mantém contato apenas com Paulo Guedes e Eduardo Villas Bôas.

Ciente que a fritura pode gerar uma queda do ex-juiz federal, o presidente já teria um substituto para o posto. O general Guilherme Teophilo, candidato ao governo do Ceará pelo PSDB e nomeado por Moro para a Secretaria Nacional de Segurança Pública, seria o escolhido para função. O tucano é defensor do golpe militar e diz que não houve ditadura militar no Brasil, mas um “contragolpe democrático” com o objetivo de desmontar uma “estrutura comunista” que levaria o país ao socialismo.

O nome de Teophilo passou a circular com uma certa força nas redes bolsonaristas nos últimos dois dias após uma declaração de que ele, ao lado de Moro, teria desarticulado o PCC e o Comando Vermelho, indicando que ele pode receber uma apoio da base do presidente caso as especulações se confirmem.

Sérgio Moro pode acabar preso na teia de aranha que ele mesmo teceu

A conspiração está comprovada: Moro e seus comparsas têm de ser presos

por Jeferson Miola, em seu blog

As revelações do Intercept de 8/9/19 trazem provas impressionantes do atentado terrorista cometido por Sérgio Moro e pela força-tarefa da Lava Jato, em conluio com a Rede Globo, em 16 de março de 2016 contra a presidente Dilma Rousseff.

Naquele dia, depois de interceptar ilegalmente conversas telefônicas da presidente Dilma com o ex-presidente Lula, Moro e seus comparsas – o procurador Deltan Dallagnol, o delegado Luciano Flores e outros/as procuradores, procuradoras e policiais federais – decidiram, assim mesmo, vazar criminosamente aqueles diálogos para a Rede Globo.

A Globo não desperdiçou a oportunidade. No Jornal Nacional daquela noite, dedicou nada menos que 68 minutos [1 hora e 8 minutos] para criar uma novela incriminadora.

Os bandidos da força-tarefa selecionaram e enviesaram o diálogo entre Lula e Dilma para insinuar falso desvio de finalidade na nomeação do ex-presidente para a chefia da Casa Civil.

Com isso eles pretendiam – e conseguiram, por decisão liminar do à época lavajatista ministro Gilmar Mendes – golpear a Constituição e impediram o direito constitucional de Dilma dar posse a Lula no cargo. Foi a primeira vez na história do Brasil que a presidência do país foi impedida de nomear um ministro do seu governo.

Com isso, reforçaram a narrativa criminalizadora da Dilma, Lula e PT para, desse modo, legitimar a fraude do impeachment que estava em curso acelerado.

A novidade revelada pelo Intercept é que a gangue da Lava Jato ocultou intencionalmente trechos de conversas telefônicas de Lula com Temer, o então vice-presidente da República, nas quais fica claro que Lula decidira assumir a Casa Civil por motivos mais elevados que o foro privilegiado.

Numa clara sinalização de que pretendia contrarrestar a onda de ódio e destruição infundida por Aécio, Cunha, MBL, FHC, setores da burguesia e pela própria Lava Jato, e com o mais profundo interesse em pacificar o país cindido por uma elite odienta, Lula disse a Temer que aceitara o cargo para “restabelecer a relação carinhosa entre seres humanos nesse país”.

Com a publicação das mensagens intercambiadas pela Lava Jato, o Intercept comprova documentalmente que Moro e agentes do MPF e da PF, em simbiose com a Globo, empreenderam a conspiração que derrubaria Dilma, prenderia Lula e abriria o caminho para a eleição ilegítima de um governo de extrema-direita e fascista no Brasil.

O 16 de março de 2016 entrou para a história como o dia decisivo do itinerário da conspiração perpetrada contra o Estado de Direito. E contou com a escandalosa cumplicidade do STF, que agora pode se redimir e interromper essa espiral da barbárie e da catástrofe.

Moro e seus comparsas não atacaram apenas Dilma e Lula; eles perpetraram um ato terrorista contra a instituição Presidência da República. Isso é gravíssimo, e é agravado pelo fato de serem, todos esses/as criminosos/as, funcionários/as públicos.

Os bandidos da gangue da Lava Jato sabiam disso. Tanto que um deles manifestou preocupação: “Estou preocupado com Moro! Com a fundamentação da decisão. Vai sobrar representação para ele”, disse o procurador Orlando Martello.

Na sequência, Orlando foi tranquilizado pelo colega Carlos Fernando dos Santos Lima que, consciente de que valeria correr o risco do ato criminoso para dar continuidade à conspiração, disse: “Vai sim [sobrar representação]. E contra nós. Sabíamos disso”. E emendou: “coragem”!

O crime de conspiração não está tipificado no Brasil enquanto tal, ao contrário dos EUA, pátria a cujos interesses Moro e seus comparsas servem com enorme devoção e que inclusive prevê a prisão perpétua – quando não é sentenciada a pena de morte.

No Brasil, o crime de conspiração está tipificado na Lei 1802/53, que define como crimes contra o Estado e a ordem política e social:

“Art. 6º Atentar contra a vida, a incolumidade e a liberdade:

a) do Presidente da República, de quem eventualmente o substituir ou no território nacional, de Chefe de Estado estrangeiro.

Pena: – reclusão de 10 a 20 anos aos cabeças e de 6 a 15 anos aos demais agentes.

[…]

Art. 8º Opor-se, diretamente, e por fato, à reunião ou livre funcionamento de qualquer dos poderes políticos da União.

Pena: – reclusão de 2 a 8 anos, quando o crime for cometido contra poder de União ou dos Estados reduzida, da metade quando se tratar de poder municipal.

Art. 34. É circunstância agravante, para os efeitos desta lei, quando não for elementar do crime:

a) a condição de funcionário público, civil ou militar, ou de funcionário de entidade autárquica ou paraestatal;

b) a prática do delito com ajuda, ou subsídio de Estado estrangeiro, ou organização estrangeira ou de caráter internacional”.

Com a comprovação documental da conspiração, é imperioso o imediato pedido de prisão de Moro.

Não se trata somente de pedido de demissão desses criminosos dos cargos públicos que, inacreditavelmente eles ainda continuam ocupando, mas da prisão preventiva deles e de seu julgamento nos termos da legislação.

O delegado Luciano Flores, que atualmente é chefe da PF no Paraná e carcereiro do Lula, representa uma ameaça concreta à integridade e à vida do ex-presidente.

Com a revelação de sua participação direta nos acontecimentos de 16 de março de 2016, sua manutenção no atual cargo é insustentável. Principalmente depois que Moro teve um encontro fora da agenda com ele na sexta-feira, 6 de setembro.

Moro e Dallagnol, seu capataz, atuaram como verdadeiros “cabeças” dos EUA na conspiração e, por isso, devem ser tratados conforme a hierarquia da Lei 1802/53, o que significa reconhecer o papel central que eles desempenharam na patifaria.

Com a confirmação material da conspiração que arruinou o Estado de Direito para dar lugar a um projeto que está devastando o Brasil, a única saída aceitável é a interrupção do governo ilegítimo do Bolsonaro e a convocação de novas eleições livres e soberanas, com a participação de Lula.

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