O impeachment comprado

A deputada do PSD de Minas Gerais fez parte da categoria de voto performático do impeachment, usando gritos e balançando a bandeira. Ela disse que ‘o Brasil tem jeito e o prefeito de Montes Claros mostra isso para todos nós com sua gestão’. No dia seguinte, Ruy Muniz, ex-prefeito e marido da deputada, foi preso. Segundo a denúncia, ela esvaziava o hospital público para que os pacientes fossem a um hospital de sua propriedade e nos anos 1980 já tinha aplicado um golpe envolvendo o Banco do Brasil.

O depoimento de José Yunes à Procuradoria Geral da República no dia 14 último e sua entrevista à “Veja”, que traz a chamada “Fui mula de Padilha”, é o mais contundente e isento testemunho não só de que Padilha recebeu 4 milhões de reais da Odebrecht em forma de propina, mas que ao menos 140 dos 367 votos do impeachment foram comprados.

A palavra não é de nenhum oposicionista, mas de um homem que fez até há pouco parte do governo Temer, ao lado de Padilha.

Segundo Yunes, Padilha lhe telefonou, em 2014, perguntando se ele poderia receber um pacote com documentos em seu escritório; depois uma outra pessoa passaria lá para pegá-lo. Yunes concordou.

Eis o que aconteceu depois, segundo a “Veja”:

“Pouco tempo depois, Yunes estava em seu escritório de advocacia em São Paulo quando, diz ele, a secretária informou que um tal de Lúcio estava ali para deixar um documento. “A pessoa se identificou como Lúcio Funaro. Era um sujeito falante e tal. Ele me disse: ‘Estamos trabalhando com os deputados. Estamos financiando 140 deputados’. Fiquei até assustado. Aí ele continuou: ‘Porque vamos fazer o Eduardo presidente da Casa’. Em seguida, perguntei a ele: ‘Que Eduardo?’. Ele me respondeu: ‘Eduardo Cunha’.

Temer já confirmou ter tido conhecimento do encontro de Funaro com Yunes em São Paulo.

A denúncia ajuda a entender que o impeachment foi resultado de uma conspiração; que a conspiração começou ainda na eleição de Cunha à presidência da Câmara e que os 140 deputados financiados para eleger Cunha também votaram a favor do impeachment.

As questões que se colocam são: 1) se esses 140 votos precisaram ser comprados é porque os deputados não estavam convencidos de que o impeachment se sustentava; 2) sem esses 140 votos não teria havido impeachment; 3) comprovando-se a existência dessa compra não seria o caso de anular o impeachment?

Aliada de Eduardo Cunha, Raquel Muniz, vive inferno astral após o impeachment

Aliada de Eduardo Cunha, Raquel Muniz – que não compareceu à sessão que cassou o mandato do ex-presidente da Câmara – ganhou projeção nacional após gritar ‘sim, contra a corrupção’ no impeachment de Dilma e, no dia seguinte, ver o marido ser preso pela PF por corrupção, pode ter sido beneficiada pelo impeachment

Depois do sim, sim, sim… a golpista deputada Raquel Muniz não teve mais sossego na sua vida. Cada dia aparece um empecilho. Quando não é com o exemplar marido, é com o filho. Ambos foram foragidos da justiça. Para piorar, seu exemplar marido perdeu a eleição para Prefeito e corre risco de perder o controle de suas empresas, sem falar que própria deputada vem sendo investigada pelo STF.

Prisão de Cunha preocupa deputados

cunha e Raquel

Por Girleno Alencar – Jornal Gazeta: 21 Outubro 2016

A prisão do ex-deputado federal Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados, estremeceu a política nacional, causando intranquilidade em Brasília e, ainda, o alerta em Montes Claros. Até recentemente ele era o principal ícone político para o casal Ruy e Raquel Muniz. Por sinal, o último ato oficial praticado por Eduardo Cunha como presidente da Câmara dos Deputados foi assinar o ato de criação da CPI do DPVAT, proposto pela deputada Raquel Muniz (PSD), que pretendia utilizar isso para incomodar os seus adversários políticos em Montes Claros.

A forte ligação entre Raquel Muniz e Eduardo Cunha se evidenciou no dia da votação da cassação dele. Raquel se ausentou da sessão e declarou que se tivesse comparecido, teria votado a favor de Eduardo Cunha. No ano de 2014, depois da eleição como deputada federal, Raquel Muniz viajou pelo Brasil em prol da eleição de Eduardo Cunha como presidente da Câmara dos Deputados. Na hora da prisão de Eduardo Cunha, Raquel Muniz estava em Montes Claros e não se manifestou sobre o assunto.

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