Lula tem considerado indicar uma mulher para a próxima vaga do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa seria uma forma de não reduzir a já pequena participação feminina na corte com a aposentadoria de Rosa Weber, em outubro. Um novo fator passou a pesar favoravelmente para este cenário.

A justificativa é que, ao selecionar uma advogada ou magistrada para o posto, Lula não desagradaria ministros do Supremo que hoje são os mais próximos ao petista: Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes.

Ambos apoiam nomes diferentes para a cadeira de Rosa Weber. Gilmar mostra, nos bastidores, preferência pelo presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, enquanto Moraes tem entre “afilhados” o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Luís Felipe Salomão.

Em 1989, Flávio Dino, aos 21 anos fazendo a primeira campanha de Lula presidente

Os argumentos levados a Lula são os de que, além de atender a apelos da sociedade civil, de parte do governo e da esquerda, a escolha de uma mulher ajudaria a não criar arestas com integrantes do Supremo e nem com o ministro aposentado Ricardo Lewandowski. O magistrado que saiu do tribunal em abril não conseguiu emplacar seu candidato como sucessor. Lula escolheu Cristiano Zanin, que toma posse em agosto.

Outra saída apontada para o presidente evitar rusgas com Moraes e Gilmar sobre esse tema seria escolher um nome que agradaria a ambos.

No Judiciário e no governo, o ministro da Justiça, Flávio Dino, desponta como o nome que conseguiria unir os dois apoios de peso. Dino tem negado a aliados qualquer interesse na vaga.

Hoje, Lula deixa claro não abre mão de uma característica para ser seu indicado: ter canal direto com ele. Como informou a coluna, entre os cotados que preenchem esse requisito estão o próprio Dino, o ministro da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias e o presidente do TCU, Bruno Dantas.

Bela Megale – O Globo

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