– “Vamos matar todo mundo” – 30 famílias Sem Terra foram ameaçadas por homens que atearam fogo em seus barracos. –

O acampamento Bela Vista, localizado em Rio Pardo de Minas, região norte de Minas Gerais, foi atacado às 21 horas desta última quinta-feira (18). Seis pessoas, em três motos, invadiram o acampamento, ameaçando as famílias com gritos como “vamos matar todo mundo” e ateando fogo nos barracos. As famílias esconderam-se no mato e estão bem, porém tiveram todos os seus pertences destruídos. Segundo os acampados, uma moto com duas pessoas não conhecidas rodaram a área no período da manhã do mesmo dia.

O acampamento possui 30 famílias, que estão na área desde fevereiro de 2017. A área era da fazenda Santa Bárbara, uma terra pública, registrada no nome do Estado de Minas e que estava sendo explorada irregularmente pela Gerdau. Trata-se de uma grilagem denunciada pelos trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra da região. A empresa entrou com pedido de reintegração de posse na justiça, mas o Estado manifestou-se na justiça, reconhecendo a área pública, por isso as famílias continuam na posse da área.

Exigimos que os órgãos de proteção garantam a defesa das famílias que sofreram este grave ataque e que os criminosos sejam investigados e detidos, antes que a ameaça se torne um atentado à vida das pessoas que se organizam e lutam somente para que a lei seja cumprida.

MST exige que os órgãos de proteção garantam a defesa das famílias / Foto: MST

A conivência do Estado permitiu que a prática de pistolagem se tornasse comum e propagasse um triste histórico de violência na região. Em 2009 houve em uma tentativa de massacre das famílias acampadas nas terras devolutas da fazenda Capão Muniz. A mando de Mario Nascimento Neto, 40 pistoleiros espancaram e torturam as pessoas. Felizmente ninguém foi assassinado na ocasião, mas até hoje o processo corre na justiça e a impunidade permanece.

Conhecemos de perto as consequências do ódio pregado pelos atuais governantes. E sabemos que ameaças assim, não são isoladas. A única maneira de evitar piores consequências e resolver o conflito é destinar as terras públicas para a Reforma Agrária, assim como prevê a lei.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

2 + 2 =